sexta-feira, 11 de março de 2011

APOMETRIA, NA ÓTICA DE PAI JOÃO DE ARUANDA

Abaixo, reproduzimos a ótica do Espírito Pai João de Aruanda sobre um dos temas mais controversos no Movimento Espírita e, de alguma maneira, em todo o meio espiritualista afim: Apometria.
É mais um apanhado que somamos para que cada um possa refletir e tirar suas conclusões.

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APOMETRIA, NA ÓTICA DE PAI JOÃO DE ARUANDA

Podemos dizer que os estudos contemporâneos da apometria representam uma face da magia que ressuscita?
“Embora o estardalhaço que às vezes se faz com propagandas ilusórias e fantasiosas sobre o tema, em sua essência a apometria deriva do magnetismo ou ressuscita práticas biomagnéticas, agora revestidas de uma roupagem moderna. Emprega métodos equivalentes aos que foram utilizados por magnetizadores no passado e, mais ainda, por magos antigos, não obstante mostrem aparência diferente. Decerto a magia primordial é despida de elementos materiais, e símbolos e fetiches, e ressurge na apometria com força e potência consideráveis, desde que praticada sem misticismo, sem embuste e com cautela contra o charlatanismo, que grassa nos dias atuais em quase todos os cultos.
“É claro que, muito embora certas pessoas e grupos visem tão somente aparecer, divulgando fantasias e sua pretensa força espiritual adquirida e teatralizada com o estalar de dedos acompanhado da pronúncia e da evocação de nomes fantasiosos, não se pode desmerecer a simplicidade dos métodos terapêuticos da apometria, quando praticada por pessoa idônea embasada nos princípios espíritas. Ainda assim, deve-se ter o cuidado de não mostrar a apometria como uma panaceia, isto é, como remédio que detém a solução para todos os males. Fortalecida pelo ensinamento espírita e pelo bom senso de Kardec, a apometria pode constituir ferramenta poderosa para abordar processos mais complexos de obsessão, incluindo nesse rol os intricados problemas envolvendo feitiços e magias feitos no passado.
“No entanto, temos de considerar que tais abordagens devem ser feitas por indivíduos e grupos que tenham os pés no chão; por médiuns que não delirem ante o animismo exagerado ou o misticismo acentuado; por pessoas capazes, estudiosas, questionadoras e, acima de tudo, comprometidas mais com a qualidade e menos com a quantidade de resultados, pois os casos exigem acompanhamento e pesquisa criteriosa e minuciosa”.

A apometria resolve mesmo os casos de magia e enfeitiçamento ou essa é somente uma crença sem qualquer consistência?
“A apometria, pura e simplesmente, não resolve nada, meu filho. Ela é apenas um instrumento que pode ser utilizado por mãos hábeis e cuidadosas, por mentes que têm o compromisso com o Cristo e seus emissários. Por outro lado, em mãos inábeis ou inescrupulosas, não traz resultado algum. Observo hoje algumas praticas que deturpam o sentido original da apometria e do magnetismo, promovendo o descrédito de uma importante ferramenta, que deveria estar a serviço das forças soberanas da vida. Sendo mal interpretados e aplicados, os recursos que o conhecimento da apometria proporciona valem muito pouco, se desejamos efeitos positivos e duradouros contra os males modernos do psiquismo e das obsessões. Contudo, adequadamente empregada, por pessoas comprometidas com os ideais do espírito Verdade – note bem, não falei que tenham que ser espíritas, no sentido estrito do termo, mas movidos pelos ideais nobres e sublimes que norteiam o pensamento espírita – a técnica apométrica surge como poderoso auxiliar no tratamento de obsessões complexas e diversos distúrbios do comportamento humano.
“Sabendo de tudo isso, convém que meus filhos que lançam mão de tais dispositivos tenham consciência de que a apometria, em si mesma, não é nenhuma novidade, nem ao menos visa satisfazer a curiosidade de quem quer que seja, tampouco deve ser o instrumento principal ao se abordarem transtornos mentais, psíquicos, obsessivos. O que resolve mesmo é o Evangelho – entendido, estudado, mas sobretudo vivido. E, quando falo da vivência do Evangelho, não me refiro a uma reforma íntima incompreensível, e muito menos a algo pouco possível de ser alcançado, segundo determinados indivíduos propõem. Refiro-me a uma mudança de rota do comportamento humano; a uma redecisão que sucede à analise e à revisão de valores. Faço menção ao Evangelho em sua expressão mais simples, que produz no ser humano a modificação de sua freqüência vibratória por meio da mudança real, que se traduz em novos comportamentos, atitudes, idéias e ações. Isso, sim, elevará a pessoa a um estado vibracional muito mais refinado do que aquele desencadeado pela feitiçaria e pela magia negra.
“Em suma, os recursos da apometria, aliados ao conhecimento simples do Evangelho e a seu potencial de modificação da conduta humana para um nível de freqüência superior, podem fazer frente aos desmandos de magos negros e feiticeiros, com o máximo de qualidade e eficiência possível”.

Pode-se depreender que a apometria e magnetismo fazem parte do mesmo fenômeno e não são coisas completamente distintas, correto?
“Como disse antes, a apometria deriva do magnetismo animal, uma vez que parte desse conhecimento ao irradiar, combinar e transmutar energias eletromagnéticas, com o objetivo inicial de promover a descoincidência dos diversos corpos. Após esse primeiro passo, a técnica apométrica, ainda lançando mão de recursos do magnetismo e do conhecimento que seus agentes devem ter, trabalha com elementais, cúmulos energéticos, força vital e irradiação do pensamento, de forma a fazer frente aos desafios concernentes à saúde, em seu espectro mais amplo.
“Assim como o reiki, a psicobioenergética, algumas técnicas de massagem terapêuticas e outras terapias chamadas emergentes derivam todos dos princípios de magnetismo animal, também a apometria, bem entendida, consiste em uma vertente do magnetismo. Isso equivale a dizer que, sem conhecer em detalhes a leis que regem a transmissão do fluido magnético e sua atuação na natureza e nos diversos corpos energéticos, não se obterá nenhum resultado real e eficaz apenas com o estalar de dedos ou a pronúncia de palavras cabalísticas e frases incompreensíveis ou incompreendidas, inclusive por quem as profere”.

Com a apometria temos condições de enfrentar um mago negro ou um feiticeiro com êxito ou essa técnica é apenas um acessório na prática da antigoécia?
“Uma coisa e outra. A apometria tanto oferece uma gama de instrumentos com que se pode enfrentar a magia negra e as causas e os efeitos da feitiçaria moderna quanto, de maneira análoga, é um acessório precioso ao confrontar os autores desses processos. Considerando que a vulgarização do espiritismo trouxe a descoberto elementos que, em outros tempos, eram conhecidos apenas no interior dos templos de iniciação - os passes magnéticos e os espirituais em suas diversas técnicas, a água magnetizada ou fluidificada, entre outros – há bom número de recursos que podem ser usados com eficiência e satisfação no combate aos diferentes tipos de obsessão, debelando os males peculiares a cada estágio da recuperação. Porém, assim, como não existe espiritismo se magnetismo, também não existe apometria sem este. Não se podem entender racionalmente os efeitos do tratamento espírita e apométrico sem o conhecimento das leis do magnetismo”.

Que dizer das pessoas que pretendem fazer atendimentos apométricos co mais de 100 casos atendidos numa só reunião?
“Absurdo! Irresponsabilidade em tratar coisas sérias de maneira vulgar. É bom que quem assim procede saiba que com coisa séria não se brinca”.

A apometria pode ser aplicada em consultório terapêutico ou somente no ambiente de uma reunião mediúnica?
“Depende de qual técnica ofertada pela apometria se deseja empregar. É muitíssimo claro que o ambiente de um consultório terapêutico não é o local ideal ou aconselhado para tratar de processos obsessivos, com incorporação ou manifestação de inteligências pouco esclarecidas, acompanhada de doutrinação ou diálogo com entidades do Além. Tudo tem o seu lugar.
“Contudo, pode-se lançar mão de certos recursos apométricos para limpeza energética, fortalecimento de campos de força e alguns outros objetivos, contanto que não se tenha de fazer abordagem espiritual ou mediúnica.
“De todo modo, afirmo que é preciso precaver-se contra pessoas que iludem grande número de indivíduos, inventando mil e uma apometrias, como, por exemplo, apometria quântica, apometria estelar ou apometria de dinheiro. São cegos que guiam outros cegos e, em breve, cairão na mesma cova. O uso de palavras modernas ou de modismo, de entendimento difícil e sem sentido mesmo, especialmente quando associado a técnica que seguem um princípio sagrado, já deve, por si só, disparar o alarme contra os aproveitadores de plantão, sobretudo em ambientes onde se paga por tais práticas, em que seus idealizadores não visam mais do que atrair clientela crédula e submissa aos seus desmandos, o que denota profundo desrespeito com questões sagradas”.

Como desmanchar ou sanar um trabalho de magia ou um feitiço através da apometria? Poderia nos falar a respeito?
“A primeira exigência para enfrentar casos de goécia é que o grupo esteja em regime de estudo constante e transite com segurança por assuntos centrais da ciência espírita, tais como: perispírito, duplo etérico e suas inúmeras propriedades; chacras, centros de força e enfermidades associadas aos corpos energéticos e espirituais; particularidades de fenômeno mediúnico e da comunicação em geral; tipos de obsessão e síndromes espíritas, segundo as várias classificações; magnetismo animal e ferramentas terapêuticas disponíveis. Além disso, deve conhecer relativamente bem feitiços, mandigas, elementais e orixás – entendidos como vibrações da natureza – entre outros tópicos que oferecem subsídios para lidar com situações complexas da problemática obsessivas. Eis apenas alguns dos temas que precisam integrar o quadro de estudos regular da equipe de médiuns, a fim de que possam identificar e lançar mão da ferramenta apropriada, sem dar margem a idéias místicas e ilusórias.
“Simultaneamente, quando há sensitivos genuínos e cuja sensibilidade faculta abordar o caso desta maneira, é um bom recurso a evocação direta das entidades ligadas aos consulentes que procuram apoio e socorro na casa espírita.
“Durante a reunião em si, em que se abordam os espíritos envolvidos, é preciso se valer de alguns princípios, como a lei do ritmo e da harmonia, que permeia ou rege desde os comandos e vibrações até as transferências magnéticas, mas tem na música natural, não mecânica, seu principal instrumento ou aliado, seu ponto alto. A música entoada adequadamente favorece a ruptura de campos de força de baixa vibração, erigidos por entidades conhecedoras do assunto, tanto quanto a formação de uma egrégora propícia, pois ajuda a mobilizar o pensamento de todos em torno do objetivo do trabalho. Cantar arregimenta fluidos em virtude do importante envolvimento emocional que suscita, além de auxiliar muitíssimo na concentração, uma vez que a maior parte dos médiuns não tem a destreza ou a disciplina mental de permanecer minutos e horas com a atenção totalmente voltada para a atividade – aptidão, ainda por cima. Não estimulada em meio à agitação do mundo atual.
“A evocação deve ser um recurso usado com freqüência, entre outros motivos porque nessas reuniões geralmente se faz necessária a presença de pais-velhos, de experientes guerreiros indígenas e iniciados antigos, que detêm conhecimento mais avançado detalhado da magia e da feitiçaria.
“Um dos recursos a que se pode recorrer, caso haja quem saiba empregá-lo – pois exige cautela e uma série de cuidados – é a projeção da entidade responsável pelo feitiço ou magia antiga até o passado remoto, fazendo-o regressar ao tempo de sua iniciação. Nessa hipótese, tanto o dirigente ou o operador quanto o médium utilizado precisam ter razoável conhecimento do assunto e o máximo de informação sobre esses temas, sobretudo porque o cérebro do sensitivo encarnado comumente reveste os pensamentos e idéias do espírito com figuras e imagens nem sempre fiéis à realidade, levando ambos ao engano, e, por conseguinte, o grupo. Ocorre que a dilatação do fator tempo dificulta a comunicação mediúnica e favorece a confusão, pois entram em cena fatores como disparidades culturais e falta de familiaridade com o contexto histórico e social no qual a trama se desenrola. Isso quando não se dá a mistificação de um e outro lado da vida, a qual deve ser abordada com serenidade e firmeza, observando-se os preceitos que a codificação espírita traz a esse respeito.
“Nunca é demais reiterar que um aspecto crucial no tratamento ou na abordagem do processo de enfeitiçamento é a participação da chamada vítima ou alvo mental, que deve empregar todos os meios a seu dispor a fim de modificar sua vibração ou emanação energética, por meio da mudança dos hábitos mentais e emocionais”.
Extraído do livro “MAGOS NEGROS”
Pelo Espírito Pai João de Aruanda
Psicografia de Robson Pinheiro

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