sexta-feira, 28 de abril de 2023

Ainda sobre o racismo e o ataque a Kardec e ao Espiritismo...

Já demos nota aqui de uma publicação de um grupo autointitulado "espíritas à esquerda" com a estranha proposta de revisar a obra de Allan Kardec, já que esta turma considera o codificador do Espiritismo racista — vejam só que absurdo. Se você não viu esta nossa postagem, clique aqui.

Como a coisa ainda está repercutindo, nós continuamos na defesa de Kardec e da Doutrina Espírita. A propósito disto, compartilhamos com todos o bate-papo entre Ery Lopes e Eric Pacheco, pela live do canal Espiritismo em Kardec, transmitida ontem, pelo YouTube, cujo vídeo está acessível pela janela abaixo:

Além disso, temos a satisfação de anunciar a publicação do livro Racismo em Kardec? da autoria do nosso confrade e grande pesquisador e divulgador espírita Paulo Neto, de Belo Horizonte, Minas Gerais, cujo ebook está disponível para download gratuitamente pelo portal O Consolador e também acessível pela Sala de Leitura do nosso Portal Luz Espírita e por portal Autores Espíritas Clássicos.


Clique aqui para baixar o ebook em formato PDF.


terça-feira, 25 de abril de 2023

Novidades sobre o filme espírita "Nosso Lar 2: os mensageiros"

Vem aí mais um filme espírita: Nosso Lar 2: os mensageiros, direção e roteiro de Wagner de Assis, baseado no livro Os Mensageiros, ditado pelo Espírito André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier, em continuação ao clássico Nosso Lar, que foi pras telonas em 2010 e aliás alcançando grande sucesso de público, renda e crítica. A estreia desse novo longa-metragem está marcada para 31 de agosto deste ano de 2023.

No enredo, André Luiz (Renato Prieto) integra-se a um grupo de Espíritos mensageiros liderada por Aniceto (Edson Celulari), que parte em direção à Terra para acompanhar os desdobramentos de uma missão que corre o risco de fracassar: a criação de uma obra espiritual que ligue os dois mundos. No processo, também enfrentam seus próprios dramas. Juntos, eles se dedicam a cuidar de três protegidos cujas histórias estão interligadas: Otávio (Felipe de Carolis), jovem médium que não cumpriu com o planejado em sua missão; Isidoro (Mouhamed Harfouch), líder de uma casa espírita; e Fernando (Rafael Sieg), empresário responsável pelo financiamento do projeto.

Cena do filme Nosso Lar 2: os mensageiros

Veja abaixo o teaser oficial publicado pela Star Distribution, a produtora do filme:

Os Mensageiros é uma obra que faz parte da série "A Vida no Mundo Espiritual", editada pela Editora da FEB - Federação Espírita Brasileira. A coleção completa tem os seguintes títulos:

  1. Nosso Lar
  2. Os Mensageiros
  3. Missionários da Luz
  4. Obreiros da Vida Eterna
  5. No Mundo Maior
  6. Libertação
  7. Entre o Céu e a Terra
  8. Nos Domínios da Mediunidade
  9. Ação e Reação
  10. Evolução em Dois Mundos
  11. Mecanismos da Mediunidade
  12. Sexo e Destino e
  13. E A Vida Continua... .

Nós acreditamos que as artes — como o cinema — e as mídias em geral têm uma força extraordinária e por isso valorizamos todas as iniciativas que visam promover o Espiritismo através desses recursos. Sem dúvidas que o primeiro filme Nosso Lar (2010) foi importantíssimo para expandir a nossa doutrina; muitas pessoas ingressaram no estudo espírita justamente por conta de ter assistido àquela produção. Esperamos, portanto, que esta continuação cinematográfica possa inspirar tantas outras almas a buscarem mais o conhecimento das leis espirituais.


segunda-feira, 24 de abril de 2023

Novo verbete da Enciclopédia Espírita Online: "Expiação"


A nossa Enciclopédia Espírita Online acaba de ganhar seu mais novo verbete: "Expiação", para que melhor possamos entender o objetivo e a justeza do processo expiatório, que é um instrumento imprescindível para a harmonia da criação e o curso evolutivo dos Espíritos.

Veja a sinopse do verbete:

Expiação é um processo, dentro da lei natural de Deus, ao qual os Espíritos em evolução são submetidos com o objetivo de sofrer punição pelos erros cometidos ao mesmo tempo em que, em circunstâncias mais ou menos semelhantes, podem reparar danos a quem tenha prejudicado e depurar suas imperfeições, cumprindo em novas oportunidades as tarefas que deixaram inacabadas, consistindo assim em um dos três propósitos das reencarnações — expiação, prova e missão. As punições desse gênero são morais, para os desencarnados, e físicas, para os encarnados. Em Espiritismo, o caráter de expiação se difere fundamentalmente do seu conceito conforme as tradições religiosas comuns, que a consideram basicamente como um castigo divino, puramente para fazer sofrer o pecador, enquanto na Doutrina Espírita predomina o efeito didático, de fazer com que o Espírito imperfeito compreenda as consequências de seus atos maus e se corrija moralmente ao ponto de não mais se permitir cometer os mesmos erros.

No conteúdo do verbete, você encontra o desenvolvimento dos seguintes tópicos:
  • Etimologia
  • Expiação nas diversas tradições
  • Expiação nas tradições religiosas
  • Sacrifícios expiatórios
  • Expiação segundo o Espiritismo
  • Negação das penas eternas
  • Reencarnação e expiação
  • Expiação e arrependimento
  • Terra: mundos de expiação e de provas
  • Expiação na literatura espírita comum
  • Referências
Confira agora mesmo a íntegra do verbete "Expiação" na Enciclopédia Espírita Online.


quarta-feira, 19 de abril de 2023

"Vida depois da Vida" (Life After Life), filme-documentário com o Dr. Raymond Moody Jr. sobre EQM - Experiências de Quase-Morte

Recuperamos e aqui compartilhamos com todos o filme-documentário "Vida depois da Vida" (Life After Life), baseado no livro homônimo e best-seller do Dr. Raymond Moodymédico americano, PhD em Psicologia pela Universidade de West Georgia e PhD em Filosofia pela Universidade da Virginia (EUA)

Neste trabalho extraordinário, verifica-se dentre outras coisas interessantes as características comuns das EQMs - Experiências de Quase-Morte, ou, em inglês; NDE - Near-Death Experiences, termo esse cunhado exatamente pelo Dr. Raymond Moody.

Trata-se, portanto, de uma das mais respeitadas evidências da imortalidade da alma e da existência do mundo espiritual.

É um documentário de grande valor para o estudo do Espiritismo.

Assista ao filme pela janela abaixo:

E, claro, se gostou, curta e compartilhe com os familiares e amigos.

Lembrando que este é mais um título da nossa coleção de filmes e documentários interessantes para o estudo do Espiritismo reunidos na nossa página especial de Multimídias.

Não deixe de ver os outros títulos.


segunda-feira, 17 de abril de 2023

18 de abril: Dia Nacional do Espiritismo

Há exatos 166 anos, no número 13 da Galeria D'Orleans, dentro do Palais-Royal, um prestigiado centro cultural e comercial de Paris, a Livraria e Editora Dentu fez o lançamento oficial de O Livro dos Espíritos, a primeira obra doutrinária espírita, assinada por Allan Kardec. Esta publicação é considerada então o marco de inauguração do Espiritismo, fazendo com que a data 18 de abril seja toda especial para nós espíritas.

Palais-Royal no século XIX, centro de Paris, França


Galeria d'Orleans,  área nobre do no Palais-Royal

Édouard Dentu, primeiro editor de O Livro dos Espíritos


Edição original: Le Livre des Esprits, de 18 de abril de 1857


Allan Kardec, o codificador do Espiritismo

O lançamento de O Livro dos Espíritos foi um divisor de águas para a História da Humanidade, cujo valor ainda está por ser melhor apreciado. Esta obra monumental é uma síntese da fenomenologia espiritual iniciada com o movimento chamado de Espiritualismo Moderno, que resultou na febre das Mesas Girantes, as sessões de evocação e diálogo mediúnico com as entidades desencarnadas, cujo ápice é a formatação da Doutrina dos Espíritos, ou Espiritismo, cujos fundamentos foram codificados por Allan Kardec, caracterizando assim o cumprimento da Terceira Revelação da lei de Deus, o Consolador prometido por Jesus.

No Brasil, o maior da maior comunidade espírita do mundo (tanto em números absolutos como proporcionalmente falando em relação à população total local), o 18 de abril foi oficialmente instituído o Dia Nacional do Espiritismo, conforme a Lei 14.354/22, publicada no Diário Oficial da União de 31 de maio do ano passado.

Então, na passagem de mais um aniversário do lançamento da obra de estreia da codificação kardequiana e, por conseguinte, da simbólica inauguração de Espiritismo, temos mais uma boa razão para refletir sobre a importância da nossa doutrina para a nossa vida e para o futuro da nossa sociedade, agradecendo ao nosso Pai celestial a oportunidade de conhecer as luzes que os bons mensageiros do além vieram nos trazer.

Baixe agora mesmo e gratuitamente a nova tradução de O Livro dos Espíritos.


domingo, 16 de abril de 2023

Como a ciência explica a experiência de presença sobrenatural


O site internacional de notícias acadêmicas The Conversation publicou neste mês uma matéria que tem sido bastante replicada em outros portais mundo afora (por exemplo, BBC, MSN, Exame etc.): traduzida com o título "Como a ciência explica a experiência de presença sobrenatural" do original em inglês "What science can tell us about the experience of unexplainable presence", da autoria do Dr. Ben Alderson-Day, professor de psicologia da Universidade de Durham, no Reino Unido, sob a supervisão editorial de Jo Adetunji.

Aqui, então, reproduzimos o texto e ao final oferecemos nossos comentários a respeito.


A reportagem do The Conversation


Como a ciência explica a experiência de presença sobrenatural

Você já teve a sensação assustadora de que havia uma presença no seu quarto, mesmo tendo a certeza de estar sozinho? Se a resposta for "sim", talvez você relute em admitir essa experiência. Ou talvez tenha sido algo tão profundo que você acabe compartilhando alegremente com os demais. Ou ainda  o que é mais provável  a experiência pode ter ficado entre esses dois extremos.

A menos que houvesse uma explicação para ajudar a processar o que você vivenciou, a maioria das pessoas tem dificuldade de entender o que aconteceu. Mas as pesquisas estão demonstrando que essa experiência etérea é algo que conseguimos entender, utilizando modelos científicos da mente, do corpo e da relação entre eles.

Um dos maiores estudos sobre o tema foi realizado em 1894. A entidade britânica chamada Sociedade de Pesquisas Psíquicas (SPR, na sigla em inglês) publicou naquele ano o seu Census of Hallucinations (“Censo das alucinações”, em tradução livre) — uma pesquisa que envolveu mais de 17 mil pessoas do Reino Unido, dos EUA e do continente europeu.

O objetivo do estudo foi saber com que frequência as pessoas recebem visitas aparentemente impossíveis anunciando a morte. A SPR concluiu que essas experiências eram comuns demais para que fossem obras do acaso — uma em cada 43 pessoas pesquisadas.

Entre os patronos da sociedade, estavam o ex-primeiro-ministro britânico William Gladstone e o poeta Alfred, Lord Tennyson.

Em 1886, a SPR publicou Phantasms of the Living (“Fantasmas dos Vivos”, em tradução livre) — uma coleção de 701 casos de telepatia, premonições e outros fenômenos incomuns.

Um exemplo relatado na obra foi o caso do reverendo P. H. Newman, de Devonport, em Plymouth (Inglaterra). Ele contou a história de uma viagem à Nova Zelândia, onde uma presença noturna o aconselhou a cancelar uma viagem de navio na manhã do dia seguinte. O reverendo ficou sabendo posteriormente que todos os passageiros daquela viagem morreram afogados.

Na época, as histórias de fantasmas eram criticadas por não serem científicas. O censo foi recebido com menos ceticismo, mas ainda sofreu viés de resposta (somente quem tivesse algo a dizer se preocuparia em responder à pesquisa).

Mas essas experiências estão presentes em lares de todo o mundo e a ciência contemporânea oferece algumas ideias para sua compreensão.

Não são sonhos tão doces

Muitos dos relatos coletados pela SPR parecem casos de hipnagogia — experiências alucinatórias que acontecem nos limites do sono.

Estudos sugeriram que diversas experiências religiosas registradas no século 19 tiveram origem na hipnagogia. As presenças têm relação particularmente forte com a paralisia do sono, que afeta cerca de 7% dos adultos pelo menos uma vez ao longo da vida.

Na paralisia do sono, nossos músculos ficam congelados como resquício do sono REM (movimento rápido dos olhos, na sigla em inglês), mas a nossa mente permanece ativa e acordada. Estudos demonstraram que mais de 50% das pessoas com paralisia do sono relatam terem encontrado alguma presença.

As presenças na era vitoriana, documentadas pela SPR, eram frequentemente benignas ou confortadoras. Mas os exemplos modernos de presenças causadas pela paralisia do sono costumam expressar perversidade.

Sociedades de todo o mundo têm suas histórias sobre presenças noturnas. Exemplos vão desde o Fradinho da Mão Furada, em Portugal, que conseguia infiltrar-se nos sonhos das pessoas, até o Ogun Oru, do grupo étnico iorubá, na Nigéria. Acreditava-se que suas vítimas tivessem sido enfeitiçadas.

Mas por que uma experiência como a paralisia criaria uma sensação de presença?

Alguns pesquisadores concentraram-se nas características específicas de acordar nessa situação incomum. A maioria das pessoas considera a paralisia do sono uma experiência assustadora, mesmo sem alucinações.

Em 2007, os pesquisadores do sono J. Allen Cheyne e Todd Girard defenderam que, se acordássemos vulneráveis e paralisados, nosso instinto faria com que nos sentíssemos ameaçados e nossa mente preencheria as lacunas: se nós somos uma presa, deve haver um predador.

Outra abordagem é observar as características comuns entre as visitas durante a paralisia do sono e outros tipos de presença.

As pesquisas demonstraram, ao longo dos últimos 25 anos, que as presenças não são apenas frequentes no cenário hipnagógico. Elas também foram relatadas em casos de mal de Parkinson, psicose, experiências de quase-morte e luto.

Estas conclusões indicam que é improvável que se trate de um fenômeno específico do sono.



Conexão mente-corpo

Sabemos, por meio de estudos de caso neurológicos e experimentos com estímulos cerebrais, que as presenças podem ser provocadas por indicações do corpo.

Em 2006, por exemplo, o neurologista Shahar Arzy e seus colegas conseguiram criar um “vulto” que foi percebido por uma mulher cujo cérebro foi eletricamente estimulado na junção temporoparietal esquerda (JTP). O vulto pareceu espelhar a posição do corpo da mulher — e a JTP combina informações sobre os nossos sentidos e os nossos corpos.

Diversos experimentos também demonstraram, em 2014, que desfazer as expectativas sensoriais das pessoas parece induzir uma sensação de presença em pessoas saudáveis.

O procedimento usado pelos pesquisadores ludibriou as pessoas para que sentissem como se estivessem tocando nas suas próprias costas, sincronizando seus movimentos com um robô diretamente atrás delas.

O nosso cérebro percebe a sincronização, deduzindo que estamos produzindo aquela sensação. E, quando a sincronização é interrompida (fazendo o toque do robô ficar levemente fora de sincronia), as pessoas podem subitamente sentir que outra pessoa está presente: um fantasma na máquina.

Mudar as expectativas sensoriais da situação induz algo similar a uma alucinação.

Esta lógica também pode ser aplicada a situações como a paralisia do sono. Todas as nossas informações habituais sobre o nosso corpo e os nossos sentidos se desestabilizam neste contexto, de forma que a sensação de que existe “outra pessoa” ali conosco não chega a ser surpreendente.

Podemos sentir como se fosse outra presença, mas, na verdade, somos nós.

Na minha pesquisa, em 2022, tentei rastrear as similaridades entre as presenças verificadas em casos clínicos, práticas espirituais e esportes de resistência – todos conhecidos por produzirem uma série de fenômenos alucinatórios, incluindo presenças.

Em todas essas situações, muitos aspectos da sensação de presença foram bastante parecidos. O paciente sentia, por exemplo, que a presença estava diretamente atrás dele.

Os três grupos descreveram presenças relativas ao sono, mas também presenças causadas por fatores emocionais, como luto e perdas.

Apesar de ter se originado séculos atrás, a ciência da presença sentida, na verdade, está apenas começando. As pesquisas científicas podem vir a nos fornecer uma explicação abrangente ou poderemos precisar de diversas teorias para esclarecer todos esses casos de presença.

Mas os encontros descritos no livro Fantasmas dos Vivos não são ecos de uma era passada. Se você ainda não teve essa experiência perturbadora, provavelmente conhece alguém que teve.


Ben Alderson-Day
Professor de psicologia da Universidade de Durham
Reino Unido.


Nossos comentários

Quando se fala em "ciência", no contexto moderno, estamos basicamente falando da tradição acadêmica, o conjunto de conceitos e práticas admitido pela generalidade da comunidade acadêmica, considerando que entre os cientistas há bastante controvérsias. Pois bem, nos tempos modernos essa comunidade têm tendido à negação de tudo o que escapa do alcance dos instrumentos de pesquisa e da lógica humana — como se a razão humana fosse a medida de todas as coisas.

Portanto, a ciência não é uma entidade real, mas uma convenção de pessoas, pessoas comuns, falíveis e passíveis de imperfeições morais, como qualquer um de nós. É por isso que Allan Kardec — conquanto sempre respeitasse as academias (inclusive porque ele próprio era um homem das ciências) — não condicionou o Espiritismo à aprovação dessa comunidade, dizendo ele (grifo nosso):
"As ciências comuns se fundamentam nas propriedades da matéria que se pode experimentar e manipular ao seu gosto; os fenômenos espíritas se repousam sobre a ação de inteligências que têm sua vontade própria e nos provam a cada instante que elas não estão subordinadas ao nosso capricho. Portanto, as observações não podem ser feitas da mesma forma; elas requerem condições especiais e outro ponto de partida; querer submetê-las aos processos comuns de investigação é estabelecer analogias que não existem. A ciência propriamente dita, como ciência, é então incompetente para se pronunciar na questão do espiritismo: ela não tem que se ocupar com isso, e qualquer que seja o seu julgamento — favorável ou não — não poderá ter nenhum peso. O espiritismo é o resultado de uma convicção pessoal que os sábios podem ter como indivíduos, independentemente de sua qualidade de sábios; mas querer deferir a questão à ciência equivaleria a condicionar a existência da alma pela decisão de uma assembleia de físicos ou de astrônomos; efetivamente, o espiritismo fundamenta-se inteiramente na existência da alma e no seu estado após a morte; ora, é absolutamente ilógico pensar que um homem deva ser grande psicólogo por ser um ilustre matemático ou um notável anatomista."
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec - 'Introdução', item VII
A tendência ao ceticismo estabelece um preconceito instintivo nos cientistas, uma repulsa antecipada que lhes impede cogitar na possibilidade da ação espiritual nos fenômenos da nossa vida material — ideia fartamente demonstrada na obra kardequiana — enquanto, na elaboração de suas mais excêntricas teorias, eles admitem as mais fantásticas possibilidades, porque, para efetivar uma descoberta o estudioso tem que partir de uma crença, uma ideia positiva que lhe indique que algo seja possível, para daí se lançar aos experimentos. O anatomista Luigi Galvani (1737-1798), por exemplo, precisou ter a mente bem aberta para extrair de um fenômeno muito trivial (a "dança da rãs", como Allan Kardec parodiou, tomando por comparação as manifestações das "danças das mesas") uma descoberta extraordinária: a eletricidade na condução nervosa e na contração muscular. Porém, se para um pesquisar, uma premissa tal é absolutamente inaceitável (a existência do Espírito e a capacidade de ele interagir com o mundo material), então as possíveis verdades contidas nisso permanecerão veladas.


Felizmente, há vários centros de pesquisas científicas sérios, com o mínimo de amor à ciência (no sentido de conhecimento, tal como era seu conceito na época de Kardec) que não descartam a fenomenologia espiritual, e muitos deles têm obtido resultados deveras importantes que sinalizam positivamente para os conceitos espíritas. Nessa trilha, figuram nomes respeitados como Ian Stevenson, Elisabeth Kübler-Ross, Jim B. Tucker etc., com seus apurados acerca da imortalidade da alma e reencarnação.

Mas, infelizmente, parece-nos que o que mais deixa de incentivar os homens das academias ao estudo sério da espiritualidade é a falta de retorno material mesmo, porque, afinal, o que se ganha — financeiramente falando — com tais resultados? Se ao menos se pudesse desenvolver e comercializar pílulas de evolução espiritual...! O que impera no nosso tempo é o orgulho, a vaidade e a ganância material. Esta a sentença do Espírito Lázaro, em O Evangelho segundo o Espiritismo:
"Assim, cada época é marcada com a espécie da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da sua geração é a atividade intelectual; seu vício é a indiferença moral." (Lázaro, Paris, 1863)
O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec
Cap. IX, item 8
No caso da pesquisa apresentada nesta matéria, a "explicação" para a sensação de uma presença estranha é muitíssimo fraca: o Dr. Ben Alderson-Day atribui tudo a alucinações, naturalmente criadas pelo próprio corpo humano ou por induções intencionais externas (como no experimento do tal robô, por exemplo) através de estimuladores elétrico acoplados ao cérebro do paciente-experimentador, que então é ludibriado por falso toque. Chega a ser ridículo uma proposição dessas. Isso não é ciência; é retórica. Uma "explicação científica" deve solucionar todos os problemas da questão em pauta. Desta forma, conquanto haja inúmeros casos de ilusão, alucinação e falsa sensação, como explicar certos fenômenos que se desdobram em grandes achados reais aos quais o "paciente" não teria como saber? Que dizer do testemunho de tantas pessoas que sentem a presença de um ente espiritual querido a lhe indicar informações fora do alcance sensível da pessoa encarnada e mais tarde confirmadas? Tais eventos não se reproduzem ao infinito em toda parte do mundo?

Que tipo de alucinação é essa que faz um semianalfabeto escrever ensaios de alto teor científico? Que faz um inexperiente compor poesias ricas em rima e métrica clássica? Que faz crianças discursarem em línguas desconhecidas delas? Que dá prognóstico precisos de enfermidades que desafiam o alcance dos mais sofisticados aparelhos da medicina moderna? Todos esses fenômenos não são bem comuns hoje em dia?

A ciência deve se desenvolver também compreendendo os apelos da Filosofia da Ciência, observando as implicações ético-morais de suas contribuições, com o compromisso de servir ao bem-comum e não fomentar o elitismo e separatismo entre os que podem e os que não podem pagar pelos produtos resultantes do conhecimento. Para tanto, faz-se mister que os homens se espiritualizem e se plenifiquem de virtudes. E por isso estamos aqui propagando a doutrina que tem o que oferecer nessa direção, é por isso que fazemos apologia ao Espiritismo.

* * * * * *

E para ficar bem atualizado de tudo o que ocorre de mais importante no movimento espírita, siga-nos pelo FacebookTwitter Instagram.

Assine também gratuitamente o nosso newsletter Informe Luz Espírita.

quinta-feira, 13 de abril de 2023

"Ninguém é de ninguém", filme com temática espírita estreia em breve

O best-seller Ninguém é de ninguém, de Zíbia Gasparetto, pelo Espírito Lucius, ganhou uma adaptação cinematográfica que está para estrear no circuita nacional na próxima semana (quinta-feira, dia 20). A sinopse do livro no site da editora oficial traz o seguinte texto:

"Há quem pense que sentir ciúme é provar que se ama ardentemente, até descobrir que ele transforma a vida amorosa em dolorosa tragédia, culminando em amarga separação. Se fizermos as contas, perceberemos que sofremos mais com as pessoas que amamos do que com aquelas que nos odeiam. O que você chama de amor não será apenas paixão? Você vive se inferiorizando por não conseguir atingir seus vaidosos ideais e sempre escolhe alguém que terá a terrível tarefa de fazê-lo sentir-se melhor? Tortura essa pessoa para que ela lhe dê uma exaustiva atenção, a mesma que você se nega? Luta para ser o dono absoluto do outro, como se o fato de gostar lhe desse esse direito? Esta história o fará refletir sobre o falso e o verdadeiro amor e perceber que a vida afetiva é um constante exercício de autodomínio. No final, você descobrirá que só possui a si mesmo, pois ninguém é de ninguém!"

Faz pouco tempo que outra obra da mesma autora foi parar nos cinemas: Nada é por acaso, dirigido por Márcio Trigo, estreou no final do ano passado, mas teve uma discreta repercussão. A crítica em geral considerou-o apenas como uma produção mediana: enredo interessante, mas muito meloso e demasiado propagandista, tanto da causa religiosa quanto de produtos do gênero, como os próprios livros de Zíbia Gasparetto (saiba mais clicando aqui).

Ninguém é de ninguém, foi produzido pela Sony Pictures e tem a direção de Wagner de Assis, o mesmo diretor de outros títulos do gênero espírita: Nosso Lar (2011) e Kardec: a história por trás do nome (2019), Chico Xavier para Sempre (2022). No elenco deste novo filme, nomes consagrados do cinema e da televisão brasileira: Danton Mello e Carol Castro.

Em pauta, os dramas comuns de todo mundo em seu curso evolutivo, com enfoque especial nos relacionamentos amorosos. Paixão exacerbada, ciúme, traição, crime, morte, obsessão espiritual, expiação e necessidade de reeducação dos valores ético-morais. Um enredo que inspira muitas reflexões e nos convida a querermos conhecer o Espiritismo. Por isso, consideramos a obra de grande interesse, inclusive pela constatação patente de quantas pessoas procuraram a Doutrina Espírita a partir da leitura das obras de Zíbia Gasparetto.

Todavia, há uma parte do movimento espírita que alimenta um preconceito contra a referida autora e uma campanha para o boicote de suas obras. A motivação para isso é principalmente o fato dela ter admitido fazer uso comercial de sua mediunidade — uma evidente contradição com o preceito espírita de desinteresse material e consagração dos dons mediúnicos exclusivamente para o bem comum e para a causa doutrinária.

Saiba mais sobre Zíbia Gasparetto.

De nossa parte, deixando de lado as fraquezas pessoais — pelas quais cada qual responderá, inexoravelmente —, preferimos ponderar que Zíbia Gasparetto deixou sim uma grande contribuição para a propagação dos ensinamentos espirituais e, certamente, fez positivamente a diferença em muitas vidas, consolou a tantos e revivesceu a fé de muita gente, abrindo passagem para que essas consciências comecem a compreender os valores espíritas.

Por essas e outras, estamos à espera desse lançamento e fazemos votos que esse filme abra caminhos para as pessoas despertarem para os seus deveres espirituais.

Confira o trailer:


* * * * * *

E para ficar bem atualizado de tudo o que ocorre de mais importante no movimento espírita, siga-nos pelo FacebookTwitter Instagram.

Assine também gratuitamente o nosso newsletter Informe Luz Espírita.

quarta-feira, 12 de abril de 2023

Os "fantasmas" do Copan, famoso edifício de São Paulo

Há anos ronda um "boato" de fantasmas e assombrações entre os moradores do edifício Copan, no centro da cidade de São Paulo. Esta semana o assunto ganhou destaque no portal de notícias G1 da Rede Globo, fomentando assim mais e mais especulações a respeito. Acompanhando os relatos, nós pudemos constatar especialmente uma coisa, e com pesar, claro: como o Espiritismo é ignorado pelas pessoas! A partir disso, lançamos algumas reflexões.


Sobre o Copan

O Copan é um dos ícones da capital paulista, projetado pelo consagrado arquiteto Oscar Niemeyer, com projeto estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo, e inaugurado em 1966 como parte das comemorações do 4° Centenário da cidade de São Paulo. Ele é caracterizado pela sua forma curva, lembrando um "S", ou um til (~), se visto pela perspectiva frontal da Avenida Ipiranga, onde está instalado na altura do número 200.

Edifício Copan, em SP

Os relatos

Dentre os relatos malassombrados, conta-se histórias (ou estórias) de aparições de antigos moradores ou funcionários do Copan, vozes e sussurros "ao pé do ouvido", um elevador "temperamental", que sobe e desce por vontade própria, e até sensação de toques, inclusive impressão de estar sendo abraçado ou esganado. Ultimamente esses relatos se tornaram ainda mais frequentes por conta da facilidade da tecnologia  basicamente, um grupo de Whatsapp dos seus residentes.

Nesse reino de especulações, há quem defenda que as "lendas" têm um propósito bem material: apavorar o público e desta forma desvalorizar o aluguel dos apartamentos. Mas são muitas as narrativas, desde há tempos, e testemunhas de casos bem semelhantes. Conseguiria uma mentira perdurar por tanto tempo?

Com relação à veracidade ou não do que se conta, nada podemos dizer, mas sabemos ser absolutamente possível — porque tem acontecido alhures — que os Espíritos se manifestem e que produzam fenômenos de efeitos físicos (como no dito caso do elevador). Em suma, há Espíritos, há comunicabilidade espiritual (saiba mais aqui) e há razões lógicas e justas para que tudo isso se dê. Porém, não podemos deixar de salientar a ocorrência de mistificação, charlatanismo e má-fé das pessoas. Cada caso é um caso.


Superstição e ignorância do Espiritismo

Como dissemos, o que mais nos chamou a atenção foi o quanto o Espiritismo é ignorado; as pessoas falam de "fantasmas" e "assombração" como se estivessem na longínqua Era Medieval, onde a superstição era característica. Entre os depoimentos colhidos pela reportagem do G1, vemos gente "protegendo-se" com energia de um gato, com uma vela acesa etc. Ou seja, coisas sem sentido. Ninguém para cogitar que os tais fantasmas possam ser Espíritos, ou melhor dizendo: "gente como a gente", diferenciados apenas pela condição de mortos, ou desencarnados, talvez em estado de perturbação e, portanto, precisando de um auxílio.

Tudo isso é reflexo de uma sociedade ainda muito materializada, como os prisioneiros da caverna na alegoria de Platão; gente alheia à sua natureza espiritual, alienada pela ilusão da matéria. Mas também, um reflexo de que o nosso movimento espírita ainda é muito fraco, por não conseguir imprimir uma cultura espiritualista e minimamente informada sobre as leis do mundo do além-túmulo: um grito de alerta para que nos despertemos ao dever de fazer mais e melhor para semear as luzes da espiritualidade.

Cumpre-nos, como espíritas, sermos mais atuantes e propagar os valores espirituais através dos conceitos fundamentais da nossa amada Doutrina Espírita — para o nosso bem, para o bem do nosso povo.

Ver a reportagem no G1.


terça-feira, 11 de abril de 2023

"Trindade Universal": novo verbete da Enciclopédia Espírita Online


Para quem gosta de numerologia e simbologia de uma forma geral o número 3 parece ter um significado especial, e então há diversas tradições que consagram a ideia de uma tríade fechando um conjunto de instruções específicas para formar uma base particular sobre uma determinada doutrina. Bem, o fato é que os Espíritos amigos da Codificação do Espiritismo também ofereceram uma tríade, que eles denominaram de Trindade Universal. É exatamente sobre isso o mais novo verbete da nossa Enciclopédia Espírita Online.

Veja a sinopse deste lançamento:

Trindade Universal é a definição dada pela espiritualidade para o conjunto dos três elementos gerais que constituem o princípio de tudo o que existe — Deus, espírito (princípio espiritual) e matéria (princípio material) —, colocando em destaque a posição soberana da divindade. Esta definição foi oferecida na resposta para a questão 27 de O Livro dos Espíritos, a uma proposição feita por Allan Kardec sobre o princípio das coisas. Além desta tríade, a mesma resposta introduz o fluido universal (também conhecido como fluido cósmico universal) como sendo um elemento especial acrescentado ao princípio material.

Em pauta, as definições de trindade, as tradições mais comuns, o contexto histórico do conceito espírita para a Trindade Universal, a simbologia e as referências da pesquisa sobre esta temática.

Confira o verbete "Trindade Universal" na Enciclopédia Espírita Online.



quinta-feira, 6 de abril de 2023

"Espíritos sob investigação", em live especial da ABRADE com Carlos Seth Bastos


Em uma live especial, a ABRADE - Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo expõe as novas descobertas de fatos interessantes na vida do Prof. Rivail (Allan Kardec) e dos médiuns que trabalharam com o Codificador do Espiritismo, resultado de quatro anos de intensa investigação, sintetizados no livro Espíritos sob investigação: Resgatando parte da história, da autoria de Carlos Seth Bastos, grande pesquisador espírita, que utiliza o modelo científico de investigação forense, buscando dados fundamentados por fontes primárias, evitando fazer sobrepujar sua própria opinião. Carlos é engenheiro eletrônico aposentado da indústria de telecomunicações, presidente do Centro Espírita Amor a Jesus, de Jacareí - SP, criador das páginas CSI sobre História, Ciência e Filosofia.

Confira mais esse belo trabalho em favor da Historiografia espírita:



* * * * * *

E para ficar bem atualizado de tudo o que ocorre de mais importante no movimento espírita, siga-nos pelo FacebookTwitter Instagram.

Assine também gratuitamente o nosso newsletter Informe Luz Espírita.