Madame Kardec e o Dia Internacional da Mulher
O ensejo do Dia Internacional da Mulher, neste 8 de março, anima-nos ao resgate histórico do papel da mais importante mulher para o Espiritismo, Amélie-Gabriele Boudet — a Madame Kardec.
A ideia original para a instituição desta data comemorativa era o de fazer lembrar as mulheres no final do século XIX e sua luta por melhores condições de vida, de trabalho (foi nessa época que se deu a expansão da mão de obra feminina nas grandes indústrias) e engajamento social (especialmente o direito de voto, nas repúblicas democráticas). Esse o genuíno movimento feminista. Em apoio a essas ideias de igualdade e integridade social o Espiritismo surge como a primeira doutrina a defender fundamentalmente à causa das mulheres — sem qualquer detrimento à comunidade masculina ou à ordem social, como comumente se vê hoje em dia com os movimentos feministas modernos.
Para ilustrar bem esse fundamento espírita de igualdade de valor entre homens e mulheres — respeitada as particularidades fisiológicas e psicológicas dos gêneros enquanto no curso evolutivo, enquanto em voga o princípio da reencarnação) —, resgatamos a fala de Kardec na Revista Espírita de janeiro de 1866, sob o título questionador: "As mulheres têm alma?". Neste artigo, lemos o codificador dizer:
Para ilustrar bem esse fundamento espírita de igualdade de valor entre homens e mulheres — respeitada as particularidades fisiológicas e psicológicas dos gêneros enquanto no curso evolutivo, enquanto em voga o princípio da reencarnação) —, resgatamos a fala de Kardec na Revista Espírita de janeiro de 1866, sob o título questionador: "As mulheres têm alma?". Neste artigo, lemos o codificador dizer:
"Com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; não é mais uma concessão da força à fraqueza, mas é um direito alicerçado nas próprias leis da Natureza. Dando a conhecer estas leis, o Espiritismo abre a era da emancipação legal da mulher, assim como abre a da igualdade e da fraternidade."Allan Kardec (Revista Espírita, janeiro de 1866: "As mulheres têm alma?")
E dentro do cenário espírita inaugural, vamos nos deparar já na base, no processo de codificação da doutrina, a mão forte de uma grande mulher: a pedagogo e artista Amélie Boudet, mais tarde, esposa do codificador espírita, Allan Kardec, que, sob a coordenação da Espiritualidade Maior, prescindiu daquela primeira heroína da Doutrina para a consumação de sua obra. O papel da Senhora Kardec na fundamentação do Espiritismo é muito maior do que comumente os confrades espíritas supõem.
Na verdade, é quase um anonimato, em comparação ao que realmente Amélie Boudet vale para a doutrina. Nas descrições mais comuns, ela é apontada como alguém que simplesmente "bancou" os custos da publicação de O Livro dos Espíritos — o que é um reducionismo e uma grande injustiça.
A biografia da primeira-dama do Espiritismo é muito maior do que se pensa, a começar pelas suas qualidades intelectuais e morais. Basta inicialmente mencionar que, juntamente com o professor Rivail, ela foi uma grande ativista em prol do reconhecimento da importância da Educação para a promoção do meio social e pela democratização do ensino escolar. O casal, levando a efeito suas ideias revolucionários, chegou a fazer de sua residência um instituto de ciências, lecionando aulas gratuitas para a comunidade carente de Paris.
Madame Kardec na Enciclopédia Espírita Online
Importante destacar ainda a atuação desta memorável lutadora após a desencarnação de seu esposo. É um capítulo todo especial na História do Espiritismo, que pode melhor ser explorada através do resgato feito pelo escritor Adriano Calsone, conforme seu livro Madame Kardec - a história que o tempo quase apagou, publicado pela Editora VivaLuz.

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Assim sendo, temos aqui um belo programa para comemorarmos mais uma edição do Dia Internacional da Mulher: conhecendo e valorizando a vida e a obra de uma grande e verdadeira feminista.
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