'Star wars ou Nosso Lar', por Vladimir Alexei
Recebemos e aqui reproduzimos o seguinte artigo de nosso confrade Vladimir Alexei, por ocasião de uma matéria da revista Veja, sobre a produção do filme Nosso Lar 3 - Vida Eterna, que noticiamos na postagem deste link.
Star wars ou 'Nosso Lar 3'
por Vladimir Alexei - vla.alexei@gmail.com
Em reportagem da revista Veja (digital, 15/08/25), que invariavelmente é sensacionalista, embora tenha sido durante muito tempo uma revista comprometida com a verdade, a manchete desperta o interesse dos internautas: “Sabres de luz e energização: os bastidores da saga espírita Nosso Lar 3”.
Em seguida, a reportagem em seu primeiro parágrafo diz que no Espiritismo, fundado por Kardec, “os humanos têm dois destinos básicos após a morte: viver junto aos Espíritos de Luz, numa dimensão celestial pura e livre da maldade, ou pelejar com as almas não evoluídas nas trevas do Umbral.”
Incautos dirão que o problema é da ficção científica e da “arte” em torno do Espiritismo. Uma coisa é a ficção, cultura e arte. A outra é o que realmente diz a Doutrina Espírita sobre a vida após a morte e aqui vemos uma oportunidade de espaço para esclarecimentos ao público leigo.
A reportagem tem o foco na produção científica, contudo, não faz jus ao que a Doutrina Espírita preconiza, na nossa singela opinião.
Nossa reflexão segue na maneira como o Espiritismo tem sido vinculado às obras de ficção e a distância entre a ficção e o aspecto moral adotado pelo Espiritismo e divulgado pelas entidades do movimento espírita.
Com recursos tecnológicos mais aprimorados, o visual está ganhando contornos cada vez mais avançados e, quiçá, realista em relação ao “umbral”.
Contudo, o conhecimento do Espiritismo está cada vez mais em segundo plano. A compreensão da vida depois da morte não se limita a “seres de luz” e “seres umbralinos”. Isso é a reedição do “Céu e do Inferno” adotados por religiões convencionais.
Será que as casas espíritas e as instituições federativas concordam com essa abordagem? Embora cada vez mais lindo de se ver, mais distante de se sentir o que seja realmente Espiritismo. Naufragamos para uma reedição religiosa de erros grotescos cometidos no passado. Ainda que a obra ficcional tenha no enredo a tentativa de Zenóbia resgatar sua “paixão da vida” (as expressões não condizem com o conteúdo doutrinário, por isso a oportunidade de se gerar informações adicionais nas casas espíritas e federativas).
O propósito não é censura. Apoiamos toda manifestação artística e com essa obra de ficção não é diferente. Contudo, seria oportuno as instituições espíritas (casas e federativas) prepararem material de divulgação complementar que pode, tanto auxiliar na divulgação da obra de ficção, quanto esclarecer à população sobre o que a Doutrina Espírita realmente diz, amparado nos ensinamentos de Allan Kardec e com isso até ganhar nova projeção.
Todavia, o movimento espírita está entregue a derrotistas que, infelizmente, preferem debater entre si, divergir entre si, do que se abrir para o mundo. Talvez seja medo de como as máscaras de religiosos estão caindo mundo afora, como o caso recente de um Pastor flagrado usando roupas femininas e em situação estranha (poderia render outra reflexão, mas uma polêmica de cada vez).
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