Haverá um sucessor para Divaldo Franco?
'Espiritismo perde Divaldo Franco. Haverá um sucessor?' — este é o título de uma interessante matéria do jornal Correio Braziliense, assinada pela jornalista Maria Eduarda Lavocat, com uma descrição igualmente curiosa: 'Com a partida de grandes nomes da religião, surge a indagação se existem novas lideranças para ocupar esse espaço entre os espíritas' (Ver aqui).
A questão é muito oportuna e recorrente: sempre que uma personalidade de grande expressão — como é o caso de Divaldo Pereira Franco — finda sua jornada terrena, vem à tona a pergunta sobre um possível substituto, isto é, alguém que possa assumir as mesmas responsabilidades e levar a efeito as mesmas realizações daquele que partiu.
Também no Espiritismo, ainda recentemente, a morte do inesquecível e amado médium Chico Xavier provocou a mesma indagação, como aconteceu com as lideranças mais antigas: Bezerra de Menezes, Léon Denis, Gabriel Delanne, até chegar no codificador espírita, Allan Kardec.
E a jornalista se saiu muito bem com a sua matéria ao definir que "Sem sacerdócio, culto externo ou cerimônias, o espiritismo é, por essência, descentralizado. Por isso, não faz sentido falar em sucessão, segundo a religião." Em apoio a essa definição, ela reproduz a explicação de Carlos Campetti, vice-presidente da Federação Espírita Brasileira: "No movimento espírita, não enfrentamos um problema de liderança. Nosso foco é o trabalho coletivo e a vivência dos princípios evangélicos. Mesmo sem uma figura carismática como Divaldo, o movimento segue firme, guiado por líderes que atuam com amor, humildade e responsabilidade em diversas frentes no Brasil."
A reportagem também traz o depoimento de Marta Antunes, ex-vice-presidente da FEB e amiga de Divaldo: "O espiritismo vai prosseguindo com as suas atividades e realizações. É claro que nós estamos sentindo muita saudade do Divaldo, mas vamos prosseguir como aconteceu com outras lideranças no passado, a exemplo do Chico Xavier."
É isso mesmo!
Um legado inestimável
Cargos e funções podem ser preenchidos por sucessores, mas as pessoas são insubstituíveis, porque cada personalidade à frente de uma tarefa tem a sua própria maneira de agir, seguindo as condições particulares do seu tempo e local, de modo que quase sempre é uma injustiça muito grande fazer comparações entre pessoas.
Divaldo foi um orador extraordinário, já desde uma época em que a oratória era "crua", sem recursos multimídias (Power Point, vídeos, animações etc.) e às vezes até sem microfone; era basicamente voz e coração. Com uma capacidade intelectual incrível, uma sensibilidade aflorada e um magnetismo arrebatador, ele rodou o mundo levando a Doutrina Espírita, palestrando por 72 países, nos mais diversos recintos, inclusive discursando em mais de uma ocasião na sede da ONU, da qual foi reconhecido como embaixador da paz. Entre conferências, seminários e outros eventos doutrinários kardecistas, foram mais de 20 mil participações públicas, sempre com a marca da qualidade que bem o caracterizou.
Além disso, ele publicou 260 livros, passeando pelos principais gêneros: poesia, romance, filosofia, psicologia e muito mais.
Como se não bastasse, tem ainda a monumental obra social da Mansão do Caminho, uma obra social localizada em Salvador, que acolhe e educa crianças em situação de vulnerabilidade. A instituição se tornou um modelo de assistência e educação, oferecendo serviços de saúde, ensino e apoio psicológico a milhares de pessoas.
Portanto, não, não cabe especularmos sobre um substituto para Divaldo Franco: ele é insubstituível, como cada pessoa é ímpar; seu lugar é seu e não pode ser de mais ninguém, nem ninguém deve carregar o peso de cumprir o papel de outrem. Mas haveremos de ter outros novos divulgadores, novos médiuns, novas lideranças, novos divulgadores espíritas — e ainda mais capacitados, mediante os novos recursos que os novos tempos vão oportunizando, pois o progresso é uma lei inexorável.
No mais, nossos eternos reconhecimentos e agradecimentos ao querido Divaldo.
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Torço para que ninguém substitua o referido médium, suja mediunidade, a meu juízo, em nada contribuiu para o espiritismo. Escrevia mal, foi fantasioso, exagerado. Contudo, deve merecer nossos cumprimentos pela obra de caridade que construiu, pelas pessoas as quais ajudou. Neste sentido, sim, é necessário um bom substituto.
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