Os mortos falam com os vivos! Veja aqui os melhores exemplos - 160 anos de 'O Céu e o Inferno'


"Quem morreu não volta pra contar a história" é um daqueles provérbios populares oriundos do senso comum, tal qual "A voz do povo é a voz de Deus"! Hummm, mas será que o nosso povo tem toda essa razão mesmo? Não; longe disso! É o que nos diz a História, pelas experimentações mediúnicas de tanta gente e de acordo com o que está bem demonstrado pelo Espiritismo; e nesse particular, ressalta uma obra específica: O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, que este ano completa 160 anos de lançamento — motivando-nos a continuar uma série de matérias especiais a respeito e da qual esta postagem faz parte.

Depois de tratar de questões doutrinárias controversas de diversas religiões (anjos, demônios, inferno, penas eternas etc.) e apresentar o "Código penal da vida futura segundo a Doutrina dos Espíritos", o pioneiro espírita, Allan Kardec, vai reproduzir no jubiloso livro aniversariante uma série de depoimentos de quem mais entende da vida espiritual: os próprios desencarnados.

Esses relatos então compõem a segunda parte do livro mencionado, sob o título 'Exemplos', e foram divididos didaticamente em algumas categorias — porque, embora cada indivíduo estabeleça uma história toda particular, há situações bem caracterizadas das diversas condições de existência pós-morte que determinam o que podemos chamar de categorias de mortos.

De maneira geral, a regra natural que determina a condição predominante é esta:

"O estado moral da alma é a causa principal que influi sobre a maior ou a menor facilidade de desprendimento. A afinidade entre o corpo e o perispírito está na razão do apego do Espírito à matéria; ela tem seu ápice no homem cujas preocupações se concentram totalmente na vida e nos prazeres materiais; ela é quase nula naqueles cuja alma depurada está identificada por antecipação com a vida espiritual. Posto que a lentidão e a dificuldade da separação estão subordinados ao grau de depuração e de desmaterialização da alma, depende de cada um tornar essa passagem mais ou menos fácil ou penosa, agradável ou dolorosa."
O Céu e o Inferno - 2ª parte, cap. I, item 8

Quanto às categorias básicas que distinguem a situação comum dos desencarnados, para começar, há a dos:

  • Espíritos felizes: aqueles que já haviam sido iniciados nos valores morais e viveram uma passagem carnal mais ou menos em sintonia com os valores espirituais. Dentre estes, destacam-se os que conheciam o Espiritismo e por isso, de alguma forma, já se preparavam para o estágio seguinte de sua vida, no mundo dos desencarnados. Em seus depoimentos, um detalhe especial chama a atenção: o esforço deles em praticar o amor ao próximo (a verdadeira caridade) foi crucial para facilitar a separação entre o Espírito (no caso, o perispírito) e o corpo físico, ajudando assim a uma adaptação mais rápida à nova condição existencial. Muitos deles nem são tão evoluídos, pois ainda necessitam aprender mais e passar por novas provações; no entanto, todos já estão muito dispostos a servir à causa do bem.

  • Espíritos em condições medianas: são os que não tendo sido nem malvados nem bastante adiantados, sofrem pelo bem que deixaram de fazer, mas já estão um tanto conscientes de que podem se regenerar, através de novas oportunidades pela lei de reencarnação, e para isso se mostram já bastante encorajados; eles sabem que têm o que expiar (saiba mais sobre "expiação" pela Enciclopédia Espírita Online), porém não se revoltam contra Deus por causa dessas suas obrigações.

  • Espíritos sofredores: esta é a categoria daqueles que, tendo vivido uma trajetória voltada para os vícios carnais e frequentemente com forte antipatia por Deus e pelas coisas espiritualistas, agora experimentam terríveis dores conscienciais; para estes, o primeiro grande desafio pós-morte é descolar seu corpo espiritual (perispírito) do cadáver: alguns desses Espíritos ficam presos aos restos carnais e sentem até os vermes corroendo suas entranhas — e isso por dias, meses, anos... Quase todos provam de um longo tempo na mais completa escuridão e num estado que, por falta de uma expressão mais exata, eles descrevem como "frio glacial", que refletem o castigo ((saiba mais sobre "castigo" pela Enciclopédia Espírita Online) por eles terem vivido mais para eles do que para os outros, mergulhados num egoísmo profundo que agora lhes retribuem um pungente sentimento de solidão. E o pior é que muito desses indivíduos, ao invés de se resignarem, tornam-se ainda mais revoltosos contra a Divindade, aumentando suas próprias penas.

Dentro da categoria dos Espíritos sofredores, o autor ainda trabalha subclasses, caracterizando situações específicas: suicidas, criminosos arrependidos, Espíritos endurecidos e sofredores encarnados que estão em expiação na Terra.

São tantas histórias, tantos relatos surpreendentes, enfim, excelentes exemplos de como podemos aproveitar ainda mais nossa atual estadia terrena e outros tantos exemplos de como não desperdiçarmos essa valiosa oportunidade de vida.

Portanto, vamos ler e reler esta obra magnífica, bem como divulgá-la, para que outras pessoas possam ser iluminadas com esses conhecimentos excepcionais!

Lembrando que você pode ler online ou baixar este livro em PDF ou EPUB através da nossa Sala de Leitura.

Veja também as nossas primeiras publicações sobre esta série especial de artigos: 

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