domingo, 30 de dezembro de 2018

Feliz Ano Novo!


Que tenhamos todos um 2019 repleto de realizações espirituais.
São os votos da Equipe Luz Espírita para todos nós.

sábado, 29 de dezembro de 2018

Relançamento de "MUITA LUZ (BEAUCOUP DE LUMIÈRE" de Berthe Fropo (edição revisada e ampliada)


Caríssimos confrades, eis aqui um bom "presente de final de ano" para todo o Movimento Espírita": o relançamento do livro Muita Luz (Beaucoup de Lumière) de Berthe Fropo, tradução de Ery Lopes e Rogério Miguez, agora com uma edição revisada e ampliada.

Para quem não sabe a importância desta obra, vale a pena dar uma olhada no post com o anúncio da primeira edição.

Berthe Fropo

A justificativa para esta segunda edição está explícita já na inscrição que ela traz na capa: o versão editada pela Luz Espírita foi revisada e ampliada, conferindo assim uma tradução mais apurada e trazendo bônus em relação à primeira edição: uma biografia da autora (Berthe Fropo) e a tradução e transcrição de um artigo da mesma autoria, publicado no periódico Le Spiritisme (editado por Gabriel Delanne), artigo esse que serviu de ensaio para  o livro Beaucoup de Lumière.


Esta nova versão contém ainda uma nota da revisão, pela qual os responsáveis pela tradução e compilação desta obra (Ery Lopes e Rogério Miguez) contextualizam o seu relançamento.
O lançamento daquela primeira edição desta tradução, de certa forma, já se fazia imperativo após sua citação no documentário Espiritismo à Francesa: a derrocada do Movimento Espírita na França pós Kardec, do qual foi uma das obras de referência para o roteiro daquele filme, então atendendo a apelos de um público sedente por conhecer o que Madame Fropo tinha a nos dizer sobre o que estavam fazendo com a Doutrina Espírita depois do trespasse do seu codificador.
Desta feita, no anseio por satisfazer o salutar interesse dos estudiosos, ofertamos a todos aquela primeira versão aportuguesada de Beaucoup de Lumière, não apressada, mas diligente, mediante os recursos de que dispúnhamos. Ocorre que, após aquela primeira edição, alguns ocorridos — bastante positivos, por sinal — nos impulsionaram a rever a primeira versão e a providenciar esta edição revisada e ampliada. 
Os tradutores reconhecem a grande cooperação que a obra Muita Luz (Beaucoup de Lumière) recebeu da parte dos divulgadores espíritas e, agradecidos por isso, e assim concluem a Nota de revisão:
E não podemos deixar de agradecer ao apoio de tantos amigos, de confrades e de tantos sites e outros canais de divulgação do Espiritismo que ajudaram no compartilhamento deste trabalho, confiantes de que semelhante apoio continuará na propaganda desta edição revisada e ampliada.
Os tradutores

O ebook de Muita Luz (Beaucoup de Lumière) já está disponível para download em nossa Sala de Leitura. E se você ainda tiver a edição anterior, favor substituí-la por esta edição revisada e ampliada.

Clique aqui para baixar Muita Luz (Beaucoup de Lumière).

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Projetos espíritas e o exemplo de Kardec


Ano novo, vida nova, projetos novos, recomeço...

Sempre que o calendário anual vira, é comum que as pessoas pensarem em refazer planos e estabelecer metas. Psicologicamente, isso às vezes funciona, pois, sob o impulso imaginativo, os ânimos podem ser renovados e novas posturas assumidas, embora o tempo seja uma mera convenção humana e na natureza, na virada do dia 31 de dezembro para 1 de janeiro, nada de especial acontece apenas por conta da data convencionada. Mas então, da mesma forma que individualmente, acontece de as instituições espíritas lançarem ideias e mais ideias, algumas até com a pretensão de alavancar o andamento dos seus trabalhos internos, outras com a ousadia de supor revolucionar o Movimento Espírita.

E por que não? Exceção feita a alguns otimistas extremos, é da opinião geral que o Movimento Espírita está bastante aquém das potencialidades que a doutrina nos oferece e mesmo com as expectativas traçadas pela espiritualidade, conforme o próprio codificador espírita, Allan Kardec. mais de uma vez exprimiu, com entusiasmo. Em meados daquele século XIX, ele projetou — tomando por comparação os surpreendentes avanços do Espiritismo em pouco mais de uma década a partir da publicação de O Livro dos Espíritos — que a Terceira Revelação só fosse precisar de um século para começar a exercer decisivamente influência no Mundo. Pois é! Quanto otimismo, amigo Kardec! Já caminhamos para o segundo século da inauguração da Doutrina Espírita e, com prejuízo para toda a Humanidade, nossa sociedade não recepcionou o Espiritismo com a devida atenção. E mesmo no Brasil — o país com a melhor população espírita do Mundo — a doutrina dos Espíritos é ignorada. Então, precisamos de novas ideias, estratégias mais modernas e eficazes para impulsionar a espiritualização do nosso povo à luz da Revelação Espírita, algo diferente do que se tem feito, porque não se pode esperar resultados melhores persistindo em velhas práticas. Portanto, sejam bem-vindas novas ideias.

Todavia, precisamos fundamentar bem novos empreendimentos, sob o risco de, além de desperdícios de energia e outros recursos, deixarmos ser levados pelo desanimo. E como não temos dúvidas de que Kardec também nesse quesito tem muito o que nos ensinar, acompanhemos um exemplo prático de um projeto encaminhado à apreciação do pioneiro espírita, nascido de uma mensagem mediúnica pela qual o Espírito da avó do médium sugeria ao neto a criação de um “caixa geral de socorro” para obras de caridade, criado e mantido por doações dos espiritas (ver na Revista Espírita, coleção 1866 - julho: "Projeto de caixa geral de socorro e outras instituições para os espíritas"). Para justificar a importância e urgência desse projeto, o Espírito Marie G. ditou na comunicação:

“Meu caro filho, vou falar-te um instante das questões de caridade que te preocupavam esta manhã quando ias ao trabalho.
“As crianças que são entregues a amas mercenárias; as mulheres pobres que são forçadas, abdicando do pudor que lhes é caro, a servir nos hospitais de material experimental aos médicos e aos estudantes de Medicina, são duas grandes chagas que todos os bons corações devem aplicar-se em curar, e isto não é impossível. Que os espíritas façam como os católicos, contribuindo com alguns centavos por semana e capitalizando esses recursos, de modo a chegarem a fundações sérias, grandes e verdadeiramente eficazes. A caridade que alivia um mal presente é uma caridade santa, que encorajo com todas as minhas forças; mas a caridade que se perpetua nas fundações imortais, destinada a aliviar as misérias, é a caridade inteligente e que me tornaria feliz ao vê-la posta em prática.
“Gostaria que um trabalho fosse elaborado visando a criar, inicialmente, um primeiro estabelecimento de proporções restritas. Quando se tivesse visto o bom resultado dessa primeira criação, passar-se-ia a outra, que seria aumentada pouco a pouco, como Deus quer que seja aumentada, porque o progresso se realiza em marcha lenta, sábia, calculada. Repito que o que proponho não é difícil; não haveria um só espírita verdadeiro que ousasse faltar ao apelo para o alívio de seus semelhantes, e os espíritas são bastante numerosos para formar, pelo acúmulo de algumas moedas por semana, um capital suficiente para um primeiro estabelecimento destinado a mulheres doentes, que seriam cuidadas por mulheres e que então deixariam de ocultar seus sofrimentos para salvar o seu pudor.
“Entrego estas reflexões às meditações das pessoas benevolentes que assistem à sessão e estou bem convicta de que elas darão bons frutos. Os grupos da província se congregariam prontamente a uma ideia tão bela e, ao mesmo tempo, tão útil e tão paternal. Aliás seria um monumento do valor moral do Espiritismo, tão caluniado, hoje e ainda por muito tempo, encarniçadamente.
“Eu disse que a caridade local é boa, aproveita a um indivíduo mas não eleva o espírito das massas como uma obra durável. Não seria belo que se pudesse repelir a calúnia, dizendo aos caluniadores: ‘Eis o que fizemos. Reconhece-se a árvore pelo fruto; uma árvore má não dá bons frutos e uma boa árvore não os dá maus.’
“Pensai também nas pobres crianças que saem dos hospitais e que vão morrer em mãos mercenárias, dois crimes simultâneos: o de entregar a criança desarmada e fraca, e o crime daquele que a sacrificou sem piedade. Que todos os corações elevem seus pensamentos para as tristes vítimas da sociedade imprevidente, e que se esforcem por encontrar uma boa solução para as salvar de suas misérias. Deus quer que se tente, e dá os meios de o alcançar; é preciso agir. Triunfa-se quando se tem fé, e a fé transporta montanhas. Que o Sr. Kardec trate a questão em seu jornal e vereis como será aclamada com calor e entusiasmo.
“Eu disse que era preciso um monumento material que atestasse a fé dos espíritas, como as pirâmides do Egito atestam a vaidade dos faraós; mas, em vez de fazer loucuras, fazei obras que levem o selo do próprio Deus. Todo mundo deve compreender-me; não insisto.
“Retiro-me, meu caro filho. Como vês, tua boa avó ama sempre os seus filhotes, como te amava quando eras pequenino. Quero que tu os ames como eu, e que penses em encontrar uma boa organização. Poderás, se o quiseres; e, se necessário, nós te ajudaremos. Eu te abençoo.”

Marie G...

A ideia, sem dúvida, era boa, nobre e carregada de boa intenção, portanto, digna de apreciação. E certamente, o mestre lionês a recebeu com carinho. Todavia, prudente como era, Kardec tratou a questão com a praticidade de quem já havia adquirido larga experiência em liderar um movimento tão importante, e então considerou as possibilidades de execução de tal projeto. Foi aí que entrou em cena a “prudência encarnada”, como diria Camille Flammarion, e as ponderações saltaram diante daquela boa intenção. E aqui temos — e este é o objeto maior desta postagem — um exemplo que Allan Kardec nos oferece diante das ideias de empreendimentos em prol do Espiritismo.

Para começar, ele leva em consideração os seguintes tópicos:
A ideia de uma caixa central e geral de socorro, formada entre os espíritas, já foi concebida e manifestada por homens animados de excelentes intenções. Mas não basta que uma ideia seja grande, bela e generosa; antes de tudo é preciso que seja exequível. Certamente temos dado mostras suficientes de nosso devotamento à causa do Espiritismo, para não ser suspeito de indiferença a seu respeito. Ora, é precisamente em razão de nossa própria solicitude que procuramos nos resguardar contra o entusiasmo que cega. Antes de empreender uma coisa, é preciso friamente calcular-lhe os prós e os contras, a fim de evitar reveses sempre deploráveis, que não deixariam de ser explorados por nossos adversários. O Espiritismo só deve marchar com segurança, e quando põe o pé num lugar deve estar seguro de pisar terreno firme. Nem sempre a vitória é do mais apressado, mas com muito mais probabilidade daquele que sabe esperar o momento propício.
Allan Kardec

Só com essas primeiras considerações, aprendemos com o codificador espírita uma lição de paciência e indicação do erro que é a pressa (o que não pode ser confundida com diligência, ou seja, a rapidez somada à eficiência). Há muita gente apressada querendo apressar o Movimento Espírita, sem a prudência necessária que assegura o sucesso dos projetos.

E as lições do professor continua...
Há resultados que só podem ser obra do tempo e da infiltração da ideia no espírito das massas. Saibamos, pois, esperar que a árvore esteja formada, antes de lhe pedir uma colheita abundante.
A seguir, ele vai esmiuçar todos os aspectos possíveis relativos ao projeto, com uma precisão incrível, que não podemos ignorar, mas devemos tomar como demonstração de eficiência para analisarmos nossos empreendimentos.

De repente, o que a princípio parecia uma excelente ideia mostrou-se insustentável diante das circunstâncias que se apresentavam, circunstâncias essas tão bem exploradas por Kardec, colocadas não com pessimismo — típico daqueles que generalizadamente gostam de destruir as ideias alheias — mas com responsabilidade. Tanto é que o próprio Kardec exprime a necessidade de o movimento espírita ser ativo e reformador:
Então é preciso que, por medo, o Espiritismo fique estacionário? Não é agindo, dirão, que ele mostrará o que é, que dissipará as desconfianças e frustrará a calúnia? Sem nenhuma dúvida; mas não se deve pedir à criança o que exige as forças da idade viril. Longe de servir ao Espiritismo, seria comprometê-lo e expô-lo aos golpes e às gargalhadas dos adversários e misturar seu nome a coisas quiméricas. Certamente ele deve agir, mas no limite do possível. Deixemos-lhe, pois, tempo para adquirir as forças necessárias e então dará mais do que se pensa. Ele nem mesmo está completamente constituído em teoria; como querem que dê o que só pode ser resultado do complemento da doutrina? 
Kardec então conclui que, naquelas circunstâncias, a ideia desse "caixa geral para obras de caridade" não convinha, e fez daquela situação uma ocasião exemplar para outros projetos:
O que acaba de ser dito a respeito da criação de uma caixa geral e central de socorro, aplica-se naturalmente aos projetos de fundação de estabelecimentos hospitalares e outros. Ora, aqui a utopia é ainda mais evidente. Se é fácil lançar um projeto sobre o papel, o mesmo não se dá quando se chega às vias e meios de execução. Construir um edifício ad hoc já é muito; e quando estivesse pronto, seria preciso provê-lo de pessoal suficiente e capaz, e depois assegurar a sua manutenção, porque tais estabelecimentos custam muito e nada rendem. Não são apenas grandes capitais que se exigem, mas grandes rendimentos. Admitindo-se, contudo, que à força de perseverança e de sacrifícios se chegasse a criar um pequeno modelo, quão mínimas não seriam as necessidades a que poderia satisfazer, em relação à massa e à disseminação dos necessitados em um vasto território! Seria uma gota d’água no oceano; e, se há tantas dificuldades para um só, mesmo em pequena escala, seria muito pior se se tratasse de os multiplicar. Na realidade, o dinheiro assim empregado não adiantaria, pois, senão a alguns indivíduos, ao passo que, judiciosamente repartido, ajudaria a viver um grande número de infelizes.

Entretanto, para não deixar vago o problema da caridade — que foi o objeto elementar da proposição suscitada pelo Espírito Marie G... —, Kardec vai então apresentar uma contraproposta àquela ideia do caixa geral. E aqui está outro aprendizado para nós deixado pelo codificador: se uma primeira ideia não for boa ou realizável, que se busque uma nova e melhor proposta. No caso em questão, ao invés de estabelecer uma instituição formal — um "monumento de pedra", na fala de Kardec, que seria de complicada administração e duvidosa eficiência — que se semeie entre os espíritas ações solidárias individualizadas, pautadas na verdadeira caridade ("caridade no coração", diz Kardec).
O Espiritismo — diz o Espírito que ditou a comunicação acima — deve firmar-se e mostrar o que é por um monumento durável, erguido à caridade. Mas de que serviria um monumento à caridade, se a caridade não estiver no coração? Ele ergue um mais durável que um monumento de pedra: é a doutrina e suas consequências para o bem da Humanidade. É nisto que cada um deve trabalhar com todas as suas forças, porque durará mais que as pirâmides do Egito.
Quanta lição!

E para que fique bem entendido essa conclusão a que Kardec chegou, é muito importante ler na íntegra o artigo publicado na Revista Espírita, coleção 1866 - julho: "Projeto de caixa geral de socorro e outras instituições para os espíritas".

Clique aqui para acessar a Revista Espírita - 1866 .


Bem, mas para além das circunstâncias apresentadas como obstáculos ao sucesso da referida ideia, podemos pegar o ensejo desse caso para considerar a postura de Allan Kardec inversa a práticas muito comuns no nosso Movimento Espírita atual.

O primeiro ponto é que ele, muito respeitosamente, leva em conta a ideia de uma entidade espiritual como uma sugestão comum, que pode ser boa e aplicável ou pode ser duvidosa ou inexequível diante da nossa realidade. Não há oraculismo no kardecismo, não é porque foi um Espírito que ditou que devamos aceitar total e passivamente. Senão, vejamos o que ele nos diz:
Pelo fato de esse Espírito se enganar, segundo nós, sobre tal ponto, isto nada lhe retira de suas qualidades; incontestavelmente está animado de excelentes sentimentos. Mas um Espírito pode ser muito bom, sem ser um apreciador infalível de todas as coisas. Nem todo bom soldado é, necessariamente, um bom general.
Ora, o nosso Movimento Espírita está cheio de iniciativas, só que lhe falta terminativa, ou, melhor, continuativa. No afã de — honestamente, quase sempre  promover atividades doutrinárias, não raro se cai na tentação de querer reinventar coisas, lançar modas e criar sensacionalismos que vingue no gosto popular. Precisamente nesse erro tem caído muitas crenças, no que determinadas instituições religiosas acabam por flexibilizar sua doutrina e liturgia para acomodar as necessidades individuais dos pretensos religiosos; tudo para agradar a todos. Tal absurdo não cabe no Espiritismo, que observa as Leis Naturais instituídas por Deus, com toda a sabedoria e justeza, pelo que são imutáveis, portanto, não se adapta ao gosto ou necessidades individuais.

Reforçamos que a intenção aqui não é desestimular novas ideias em prol da Evangelização da Humanidade à Luz da excelsa seguridade que o Espiritismo nos dá, mas sim estimular ideias melhores, projetos mais consistentes, empreendimentos mais eficientes para propagar a Boa Nova da Terceira Revelação, tomando o exemplo estratégico de Allan Kardec — que, sem dúvidas, foi ao mesmo tempo um extraordinário pedagogo, empreendedor e marqueteiro.

Então, quais os nossos planos para 2019? O que podemos fazer de melhor para promover o Espiritismo?

Sejam bem-vindas todas as ideias.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Videopalestra com o Dr. Sérgio Lopes sob o tema "A Justiça da Desencarnação".


Recebemos a sugestão dessa palestra e, especialmente atraídos pelo título — um tanto original, nos pareceu —, tomamos a iniciativa de compartilhar com todos. Trata-se da exposição com o Dr. Sérgio Lopes, médico psicólogo, realizada em 3 de outubro de 2015, durante o 8° Congresso Espírita do Rio Grande do Sul, em Gramado - RS.

O tema é "A Justiça da Desencarnação", uma análise sobre os valores relativos ao Ser a partir de sua partida desta dimensão terrena, considerando o desvinculamento das características físicas e atributos sociais do personagem que sai de cena do palco deste mundo e a sua verdadeira identidade a partir do seu renascimento no mundo espiritual.

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domingo, 23 de dezembro de 2018

Edição 150 do Informe Luz Espírita


Nosso newsletter Informe Luz Espírita chegou ao N° 150, levando aos seus assinantes as novidades do Movimento Espírita e também trazendo em primeira mão as atividades do Portal Luz Espírita.

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Para visualizar, por exemplo, a edição de N° 100, coloque o numeral na URL antes da extensão .html, que, neste caso, ficaria assim o endereço:

http://www.luzespirita.org.br/informe/informe100.html

Assim, basta colocar o referido link na barra de endereço do seu navegador de internet e dar enter para abrir a página correspondente.

Mas, atenção, infelizmente só estão disponíveis os newsletters a partir da edição de N° 81, já que os números anteriores eram enviados em formato de texto comum via E-mail e não foram registrados em HTML (arquivo de página de Internet). Com isso, você pode consultar as edições 81, 82, 83 e assim por diante, até o número atual, que hoje é 150.

Continue conosco e fique bem informado com as principais notas e notícias que dizem respeito ao Espiritismo.

"Cura segundo o Espiritismo pelo exemplo de Jesus" por Marcelo Henrique


Yeshua bar Yosef, Jesus de Nazaré, ou, simplesmente, para mim, o Magrão, foi o maior médium de cura de que já se teve notícia.

A par de todas as alegorias contidas no Evangelho, e da tentativa de mitificação do personagem, atribuindo-lhe poderes paranormais ou supranormais, ele sempre fez questão de delimitar o escopo de sua atuação mediúnica. Dizia ele, aos seus diletos seguidores: "Não vos maravilheis de tudo o que faço. Vós sois deuses. Brilhe a vossa luz. Tudo aquilo que eu faço, vós também podeis fazer".

E exemplificou cotidianamente. Aqui, era a mulher hemorroísa, ali o cego de nascença, outro mais além, coxo, ou um leproso, ainda um endemonhado. A "ressurreição" do filho único da viúva e de Lázaro, seu grande amigo. Talvez, até, a orelha do centurião, decepada por Simão. Foram muitas — e surpreendentes, para aquele povo tão atrasado espiritualmente - as curas. Ditas como milagres, porque "afrontavam" o posto, o estabelecido.

Talvez, também, aí resida o grande "ciúme" de fariseus e saduceus, bem como dos sacerdotes de Caifás. E do próprio oficialato romando. Os "poderes" de Jesus eram tantos e tão proeminentes, que a sua propagação levaria, certamente, a levantes e às ameaças aos poderes — temporal, militar romano e religioso, judaico.

As curas são parte da Doutrina dos Espíritos, porque encampam uma tipologia mediúnica característica. E não se faz necessário a AUTO-AFIRMAÇÃO de serem "espíritas" os seus protagonistas ou ministrantes. A mediunidade é atributo da HUMANIDADE e nunca foi nem será patrimônio dos espiritistas. Mesmo que consideremos ser, a Doutrina de Kardec (e não os arremedos ditos como "complementares" produzidos pelos médiuns psicógrafos brasileiros) a que melhor explicita, explica e qualifica a fenomenologia mediúnica, ela está presente em todo e qualquer lugar, lembrando o adágio que teria sido dito, a séculos atrás, de que "o vento sopra onde quer".

Presente entre as civilizações da ancestralidade terrena, na forma de pajés, feiticeiros e pitons, ela atravessa as eras humanas, da barbárie à civilização e encontra terreno fértil no presente, onde, ao que parece, as mazelas corporais, psíquicas, psicológicas, afetivas e espirituais parecem alcançar níveis de ápice.

Receber, no trabalho espírita, que se baseia na fraternidade e na caridade é um desafio e tanto. Recepcionar os "sofredores" do corpo e da alma, recomendando-lhes, como fez Yeshua, para "que não mais pequem", ou seja, para a descoberta íntima, em si mesmos, da causa dos infortúnios e das dores, assim como ensinar-lhes, caso estejam dispostos e interessados, acerca das "coisas do espírito", é a tarefa grandiosa e diuturna de uma agremiação baseada em Kardec.

Ainda assim, como todos somos muito imperfeitos e apenas estagiamos junto à LUZ, que tenhamos o compromisso, como asseverou o Carpinteiro, de separar o que compete "a Deus" do que seja de Mamom. Se os recursos, os donativos, ou o dinheiro, propriamente, são necessários para as ações materiais — manter a instituição "de pé", funcionando e atendendo — que jamais vinculemos o atendimento espiritual a pagas de qualquer ordem nem subordinemos o atendimento a qualquer classificação que decorra do exame das qualificações e honrarias de que seja, o paciente, portador.

Em suma, tratar com isonomia a todo adentrante ao trabalho, para mitigar suas dores, agindo por si, com suas faculdades e na simbiose com as Inteligências Superiores que nos assistem. A equação da CURA, portanto, engloba tríplice fundamentação, metodologia e essência: 1) o merecimento do paciente (enfermo do corpo e/ou da alma); 2) a participação efetiva de um Espírito (Bom ou Superior); e, 3) a utilização da faculdade mediúnica.

Na rotina do dia-a-dia de trabalhos nas instituições espíritas, que o lema seja o Amor e que a bússola seja o Esclarecimento.
Marcelo Henrique

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Calendário Histórico Espírita: "Pinga-fogo 2 com Chico Xavier"


Há exatos 47 anos a TV Tupi levava aos lares brasileiros mais uma edição do seu programa de sabatina "Pinga-Fogo". Só que aquela não seria mais uma edição, e sim mais um campeão de audiência, em função especial do entrevistado da noite: Francisco Cândido Xavier.

Aquela já seria a segunda participação de Chico Xavier no famoso programa. A primeira, realizada em 28 de julho daquele mesmo 1971, havia batido o record de audiência da televisão brasileira: cerca de 75% de todos os televisores no país estavam sintonizados na rede que retransmitia o Pinga-Fogo com Chico Xavier.

O sucesso da primeira entrevista com o médium espírita foi a motivação elementar para o segundo programa especial, cuja duração chegou a quase quatro horas, desta vez, com um Chico Xavier mais familiarizado com a plateia, com as câmeras, mais à vontade com o apresentador e com a banca entrevistadora, na qual estavam dois nobres espíritas: José Herculano Pires e o Dr. Hernani Guimarães Andrade.

Então, aproveitando o ensejo deste 21 de dezembro, vale a pena recordar o saudoso Chico Xavier em um dos mais memoráveis momentos da televisão brasileira, cuja repercussão foi extremamente relevante para a difusão do Espiritismo no Brasil.




Programa Evangelho no Lar Online: COMUNICADO


Devido problemas técnicos, a edição desta semana do Programa Evangelho no Lar Online não pôde ser levado ao ar ontem, como previsto, mas o foi hoje e a gravação já está disponível no canal Luz Espírita do YouTube e disposto na janela de vídeo logo a seguir neste post.

Como já é sabido, o programa é retransmitido regularmente todas as quintas-feiras, às 20h (hora de Brasília).

Mais informações na página oficial do programa Evangelho no Lar Online.

Na presente edição, o texto estudado foi "É permitido abreviar a vida de um doente que sofre sem esperança de cura?", do livro O Evangelho segundo o Espiritismo de Allan Kardec, cap. 5, item 28.

Confira:


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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Sala de Leitura: lançamento de "Agonia das Religiões" de José Herculano Pires


Mais um clássico da literatura espírita acaba de chegar à nossa Sala de Leitura: é o livro Agonia das Religiões da autoria de José Herculano Pires.

Veja a sinopse do livro:

A Agonia das Religiões é um fenômeno cíclico na História da Civilização. As religiões são seres sociais que nascem, crescem e morrem. São corporificações dos anseios de transcendência inatos no homem. Por que motivo podemos afirmar que as religiões do nosso tempo estão agonizando? O que virá depois delas? Este livro responde a essas indagações através de penetrante estudo do desenvolvimento e decadência das religiões contemporâneos.


Como já é bem conhecido, José Herculano Pires tem no Movimento Espírita a reputação de uma grande filósofo e fiel escudeiro de Allan Kardec, tendo sido mesmo chamado de "a melhor régua que mediu Kardec" por ninguém menos que Emmanuel, mentor espiritual do saudoso médium Chico Xavier.

Veja a biografia de Herculano Pires na Enciclopédia Espírita Online.

Com esse gabarito todo, podemos imaginar que o filósofo Herculano Pires tenha muito a nos oferecer como subsídios para nossa reflexão a respeito de um assunto tão presente em nosso cotidiano e tão relevante para compreendermos o desenho social da nossa dimensão.

Então, não perca tempo e confira essa novidade em nosso acervo literário.

Clique aqui e baixe o PDF de Agonia das Religiões.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

"Mediunidade de cura" por Eric Pacheco


O caso João de Deus continua rendendo e parece que ainda continuará, por algum tempo mais, oferecendo muito pano para manga. Como já abordamos aqui o que nos toca comentar a respeito desse drama (ver em "Médiuns acusados de abusos sexuais - um alerta para o Movimento Espírita"), voltamos a tratar disso, aproveitando o ensejo das polêmicas todas envolvendo o serviço público de "cura espiritual"a que ele se presta há quatro décadas, recordando o s estudos a respeito do que a Codificação Espírita considera exatamente sobre as possibilidades desse tipo de expediente.

Em vista disso, compartilhamos com todos uma síntese elaborada por nosso confrade e ativo divulgador espírita Eric Pacheco do Rio de Janeiro, num pequeno artigo originalmente publicado no Blog espírita com Kardec.


Mediunidade de cura

Kardec em O Livro dos Médiuns, no item 175, vai estabelecer uma diferenciação entre mediunidade de cura propriamente dita e magnetização. Vejamos:
“Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação.”
Como vemos, enquanto a magnetização, mesmo com auxilio dos Espíritos, requer um tratamento contínuo e regular, a mediunidade de cura propriamente dita é mais instantânea e espontânea e surge em pessoas muita das vezes alheias ao magnetismo. A intervenção dos Espíritos nesse caso é patente. Nesse último caso, não é todo mundo que pode considerar-se médium curador. Kardec por vezes utilizava o termo médium curador para se referir simplesmente aos magnetizadores, como no seguinte trecho de O Livro dos Médiuns, item 189:
“Médiuns curadores: os que têm o poder de curar ou de aliviar o doente, pela só imposição das mãos, ou pela prece. Esta faculdade não é essencialmente mediúnica; possuem-na todos os verdadeiros crentes, sejam médiuns ou não. As mais das vezes, é apenas uma exaltação do poder magnético, fortalecido, se necessário, pelo concurso de bons Espíritos.”
Contudo, na Revista Espírita de setembro de 1865, num artigo intitulado "Da mediunidade curadora", no item 7, Kardec vai nos dizer que no sentido estrito do termo, essa faculdade é ainda extremamente rara:
“O médium curador recebe o influxo fluídico do Espírito, ao passo que o magnetizador tudo tira de si mesmo. Mas os médiuns curadores, na estrita acepção da palavra, isto é, aqueles cuja personalidade se apaga completamente ante a ação espiritual, são extremamente raros, porque essa faculdade, elevada ao mais alto grau, requer um conjunto de qualidades morais raramente encontradas na Terra; só esses podem obter, pela imposição das mãos, essas curas instantâneas que nos parecem prodigiosas. Sendo, pois, a mediunidade curadora uma exceção aqui na Terra, disso resulta que há quase sempre ação simultânea do fluido espiritual e do fluido humano; quer dizer que os médiuns curadores são todos mais ou menos magnetizadores, razão pela qual agem conforme os processos magnéticos.”
Podemos dizer então que o termo médium curador foi utilizado por Kardec num sentido mais geral, que engloba os magnetizadores, e num sentido restrito, onde essa faculdade é ainda rara na Terra, por depender de qualidades que a maior parte dos Espíritos encarnados no globo terrestre ainda não a dispõe.
Eric Tavares Pacheco

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Filme para o Natal: "OS FANTASMAS DE SCROOGE"


Não nos cansamos de fazer essa recomendação, especialmente em tempos de Natal:

Os Fantasmas de Scrooge, produção de 2009, adaptação com a assinatura de Disney de um conto clássico da literatura inglesa escrita por Charles Dickens, é, sem dúvida, um filme maravilhoso, uma obra-prima da tecnologia de animação gráfica, e uma excelente sugestão para um programa em família.

Na história, às vésperas do Natal, um velho mesquinho e ranzinza (Sr. Scrooge) recebe a visita de Espíritos que o levarão a uma viagem ao seu passado, pelos mais importantes acontecimentos de sua infância e juventude,  comparando suas opiniões pessoais com a realidade, além de lhe antecipar o provável destino pós-morte. Contudo, é-lhe oferecida uma oportunidade de redenção.
Como se comportará o Sr. Scrooge? Confira pela janela abaixo e veja que aula de filosofia e espiritualidade que essa obra nos traz.
Imperdível!

Disponível na Netflix e no TeleCine Play.


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

FEB emite nota sobre médiuns curadores


Cresce a cada dia a repercussão do caso das denúncias de abuso sexual contra o médium João de Deus (veja aqui). Em vista disso, a Federação Espírita Brasileira lançou uma nota pública intitulada "FEB esclarece sobre atuação de médiuns curadores". Veja o que diz a instituição:

A Doutrina Espírita atua com o trabalho de caridade material e espiritual desinteressada, sem nenhum propósito a não ser o de auxiliar os necessitados.
“Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: Dai de graça o que de graça recebestes” (O evangelho segundo o Espiritismo, cap. 26).
O Espiritismo orienta que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente, apenas com a presença do médium e da pessoa assistida. Não recomenda, portanto, a atividade de médiuns que atuem em trabalho individual, por conta própria. Estes não estão vinculados ao Movimento Espírita, nem seguindo sua orientação. 
A Federação Espírita Brasileira, junto ao Movimento Espírita, fundamentada na tríade Deus, Cristo e Caridade, pratica o bem, levando consolo e esclarecimento à humanidade. 
“Não é a mediunidade que te distingue. É aquilo que fazes dela”. (Emmanuel, em Seara dos Médiuns, cap. 12, psicografado por Chico Xavier).

A nota da FEB também repercutiu na imprensa.

Aproveite a ocasião e não deixe de ler o livro citado: Seara dos Médiuns.

A imprensa tem dado atenção especial ao caso, que prossegue avançando na apuração das denúncias, como deve ser, respeitando o direito das duas partes: acusação e defesa. Apenas, vibramos para que as agências de notícias cumpram seu papel de informar, mas sem sensacionalismo.

Nas redes sociais. temos acompanhado reações diversas, inclusive pelo público dito espírita; em alguns casos, parece que o assunto se propõe a suceder as brigas ferrenhas da recente campanha eleitoral: muita gente destemperada fazendo confusão quanto ao valor da mediunidade, o papel do médium ou qualquer outro ativista espiritualista, além de acusações banais diversas — o que é muito lamentável e infrutífero para todos.

De nossa parte, sobre os casos específicos dos médiuns que citamos no nosso post anterior — João de Deus e Maury Rodrigues da Cruz —, delegamos em primeiro plano à justiça a prerrogativa de julgar e sentenciar, também confiantes no acerto maior mediante a justiça divina. De resto, cumpre-nos caridade com os possíveis culpados, refazimento de caráter (aprendizagem com os próprios erros) e vibração pela reparação às "vítimas", salientando ainda que a perfeição não é deste mundo, e o fato de aqui estarmos encarnados implica que, ou somos passíveis de erros tão ou ainda mais horríveis do que ora se põe em voga.ou, por se estar em missão — em casos raros, cremos —, já se está em condições de ter uma maior benevolência para com os demais. Essa benevolência com os infratores não quer dizer tolerância com a infração: todo mal precisa ser rechaçado e tomado como lição para nosso aperfeiçoamento espiritual, que envolve intelecto e moral.

E mais uma vez anotamos: todo os agentes do Movimento Espírita precisam refletir sobre essas graves ocorrências e cuidarem para prevenir semelhantes torpezas. Quanto é tempo de crise moral, é ocasião especial para crescimento espiritual.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Mídia: "Médiuns acusados de abusos sexuais - um alerta para o Movimento Espírita"


Acusações de exploração sexual envolvendo o médium João de Deus ganha repercussão de escândalo nacional após denúncia de, até agora, doze testemunhas. Apesar de não ser "espírita", no sentido estrito do termo, o trabalho de tratamento espiritual realizado pelo médium goiano — que tem reconhecimento internacional — desperta especulações diversas que costumam ser usadas intencionalmente pelos antipáticos ao Espiritismo para deturpar a imagem da nossa doutrina, e acende um sinal de alerta para um cuidado especial que as casas espíritas devem ter ao oferecer serviços ao público.

Ontem, no programa Conversa com Bial da Rede Globo, doze mulheres deram declarações estarrecedoras contra João de Deus acusando-o sobre abusos sexuais, detalhando as formas diversas do médium aproveitar-se das sessões de supostos tratamentos espirituais para curas físicas para então atentar contra o pudor das suas "pacientes".

Veja aqui a reportagem do G1 sobre as acusações.

A matéria da Globo também dá conta de uma nota vinda da "assessoria de imprensa" da Casa D. Inácio de Loyola, em Abadiânia de Goiás (onde João de Deus presta seus serviços mediúnicos publicamente) negando veementemente todas as acusações e salientando que há 44 anos o médium vem servindo à causa sem qualquer vestígio de "prática imprópria em seus atendimentos".

Médium João de Deus

Supostos abusos sexuais em centro espírita

Não faz muito tempo outro conjunto de denúncias semelhantes ganhou notoriedade nacional, daquela vez, em um centro — dito  espírita: o caso foi em Curitiba, capital do Paraná, contra o presidente da instituição e suposto médium Maury Rodrigues da Cruz. Mais de sessenta testemunhas de acusação — incluindo adolescentes — relataram que foram molestadas em sessões de "troca de energias".

Veja aqui a reportagem do programa Fantástico.

Maury Rodrigues da Cruz

Maury também repudia as denúncias e acusa um grupo que, segundo ele, estaria interessado em desmoralizá-lo publicamente e então afastá-lo do comando da instituição para que esse mesmo grupo assumisse a direção da Sociedade Brasileira de Estudos Espiritas, que, além do centro espírita, administra mais uma creche e uma faculdade.


Alerta geral

Centros espíritas costumam receber abertamente um público regular (os chamados frequentadores da casa) e outros "pacientes" que vêm esporadicamente em busca de serviços do tipo "limpeza espiritual" ou "cura", de enfermidades, muitas vezes, desenganados pelos médicos. Para tanto, há uma certa banalização da aplicação do "passe espírita", inspirado nos tratamentos do Magnetismo Animal de Mesmer. Têm-se aí, habitualmente, uma espécie de clínica espiritual, envolvendo então dois segmentos: 1) os pacientes; e 2) os "trabalhadores da casa".

E aí surge a primeira questão básica: os tais "trabalhadores" são todos bem preparados para o tal "serviço espiritual"? Para começar, em sendo uma instituição espírita, eles são "bons espíritas"? São todos conhecedores da codificação espírita?

A discussão pode ser alargada ainda mais: esses "serviços espirituais" são mesmo autênticos? E, mesmo considerando a autenticidade mediúnica, eles são bem aplicados e úteis ao "paciente" e à causa espírita?

Para tais questões, a propósito, um livro que recomendamos é Terapia Espírita, de Louis Neilmoris, cujo eBook está disponível em nossa Sala de Leitura.

Não ousamos emitir um julgamento sobre os casos específicos aqui expostos — pois isto é tarefa da justiça civil, bem como a esta já foram encaminhados os devidos processos, certos também de que, acima das instâncias terrenas, há ainda a infalível justiça divina. Todavia, convém nos atentarmos à possibilidade real desses tipos de abusos em instituições espíritas, pelo que, é preciso que os dirigentes se atentem com todo o cuidado possível em prevenir que isso ocorra, porque, fora os danos pessoais aos que estivem diretamente envolvidos com essas abomináveis fraquezas morais, igualmente a imagem do Movimento Espírita fica arranhada com tais escândalos.

Allan Kardec bem que advertiu os espíritas, exemplarmente nas edições da Revista Espírita, quanto a necessidade de não darmos aos "inimigos do Espiritismo" motivos para más críticas, porque estes antipáticos à nossa causa sabem muito bem se apropriar desses escândalos para espalhar o joio sobre o trigo e atravancar o progresso da espiritualização da humanidade.

Prevalece a máxima do Cristo:

"Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;
o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca."
(Mateus, 14:38)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Poesia Espírita "Reencarnação" pelo Espírito Jésus Gonçalves, psicografia de Chico Xavier


Dentro da série Poesia Espírita, trazemos o quarto episódio com o soneto "Reencarnação", ditada pelo Espírito Jésus Gonçalves, pela psicografia de Chico Xavier, contido no livro Flores de Outono, publicada pela Editora LAKE.

O poeta Jésus Gonçalves

Jésus Gonçalves (1902-1947), natural de Borebi, interior de São Paulo, foi um poeta, músico e um grande divulgado espírita, superando as dificuldades estabelecidas pela hanseníase — doença que tanto o penalizou nesta reencarnação. Ficou órfão de mãe aos 3 anos; seu pai, João Gonçalves, era um humilde lavrador que pouco tempo tinha para o filho, dessa forma Jésus foi educado por seu tio, Antonio Arruda, na cidade de Agudos. Aos 14 anos empregou-se como trabalhador braçal na Fazenda Boa Vista, em Borebi. Nesta época começou a aprender música e junto com outros companheiros animavam as quermesses e bailes com a Bandinha de Borebi. Aos 17 anos foi para a cidade de Bauru, onde frequentou a escola, mas não chegou a tirar o diploma do Ginásio. Casou-se aos 20 anos com Theodomira de Oliveira, que era viúva e já tinha 2 filhas. Ainda tiveram mais 4 filhos. Nesta época empregava-se como Tesoureiro da Prefeitura. Em 1930 sua esposa morre por causa de uma tuberculose. Apesar das enormes dificuldades em criar suas 6 crianças continuava a tocar e fazia parte da Banda da Prefeitura de Bauru como clarinetista. Atuava também como diretor e ator de teatro na cidade. Apesar de seu pouco estudo apreciava a poesia e prosa, colaborando ativamente nos jornais Correio da Noroeste e Correio de Bauru. Casou-se novamente com uma vizinha sua que lhe ajudava a cuidar das crianças, Anita Vilela.

A Hanseníase

Aos 27 anos foi acometido pela hanseníase. Anita era estudiosa da Doutrina Espírita e tentava, em vão, esclarecer a mente materialista do ateu Jésus. Nestes tempos os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viverem isolados da sociedade, trancados em suas casas ou então em leprosários. Aposentado prematuramente, passou a viver em uma moradia cedida temporariamente pela Câmara Municipal de Bauru. Apesar disso continuou a escrever para o Correio da Noroeste. Seu compadre, João Martins Coube, cedeu-lhe o usufruto de um sítio, onde Jésus passou a cultivar melancias e outras frutas. Mas, em Agosto de 1933, o Serviço Sanitário recolheu-o, afastando-o do convívio de sua família, e internou-o no Asilo-Colônia Aymorés (atual Instituto Lauro de Souza Lima), em Bauru. Fundou o jornal interno O Momento, a Jazz Band de Aymorés e a equipe de futebol. Por não receberem grupos artísticos no asilo, fundou também o grupo teatral interno. Jésus sofria muito com problemas no fígado, buscava a transferência para o Hospital Padre Bento em Guarulhos. Mas suas cartas paravam nas mãos do Diretor do Sanatório Aymorés, que não queria perder seu mais ativo e dinâmico interno. Em 1937 conseguiu a transferência mas não conseguiu chegar até lá, as dores no fígado o obrigaram a parar em Itú, e ali ficou no Hospital de Pirapitinguí. Fundou ali além da Jazz Band, a Rádio Clube de Pirapitinguí e um jornal interno, o Nosso Jornal.

Aceitação do Espiritismo

Em 1943 Anita morreu, e no velório aconteceram diversos acontecimentos mediúnicos de clarividência de alguns colegas seus. Tempos depois Anita envia uma mensagem para ele de uma forma bastante íntima onde Jésus não teve dúvidas da veracidade das informações. Por ser extremamente materialista buscou nos livros espíritas as explicações para o contato. Um dia, às voltas com suas dores no fígado, tirou um pouco de água e colocou em um copo dizendo: Se Deus existe mesmo, dou 5 minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie as dores que sinto. E contou no relógio. Quando bebeu a água sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. E após 2 minutos nada mais sentia em dores. Com dificuldades conseguiu recursos junto às comunidades espíritas para a construção do Centro Espírita Santo Agostinho, fundado em 1945. Passou então a atender as incorporações de familiares e desobsessões severas de quem o procurasse, permitindo a estes que voltasses à vida normal. Vinte dias antes de desencarnar, com a doença já tendo lhe consumido todo o corpo, e também as cordas vocais, foi à sessão espírita e para a surpresa das 300 pessoas presentes, fez uma preleção de quase duas horas de elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da preleção Jésus simplesmente perdeu novamente a voz. Sofreu muito nos últimos dias, o seu corpo estava completamente deformado pela doença, seu rosto transfigurado e seus órgãos começaram a parar, e lentamente morreu.

Jésus Gonçalves

Psicografia

Chico Xavier não conheceu pessoalmente Jésus Gonçalves, mas mantiveram correspondência durante dois anos consecutivos. Após sua morte, Jésus passou a se comunicar usando da mediunidade de Chico Xavier. Escreveu poesias, relatou experiências em outras vidas e deixou mensagens evangélicas. Possui poesias publicadas em livros como Parnaso de Além-Tumulo, Chico Xavier Pede Licença entre outros. É de conhecimento na literatura espírita duas reencarnações de Jésus: de acordo com suas próprias revelações, ele relata sua vida na personalidade de Alarico, rei visigodo, no poema "Ante Jesus", e pela mediunidade de Divaldo Franco, Victor Hugo revela que Jésus foi o cardeal Richelieu.

No soneto que ora apresentamos, pela narração de José Rubens de Caires (integrante do Grupo Vocal Reencontro), o poeta exalta a necessidade do processo reencarnatório e o valor da dor e do sofrimento como instrumentos de purificação espiritual.

Vejamos então a poesia "Reencarnação" de Jésus Gonçalves:


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