sexta-feira, 28 de junho de 2019

Artigo: "Allan Kardec, dos seus antepassados à sua primeira infância"


Mais uma preciosidade histórica relacionada ao Espiritismo, contendo inéditas e interessantes informações da genealogia do codificador espírita, Allan Kardec, garimpada pelo notável pesquisador espírita Rogério Miguez (São José dos Campos-SP): um artigo originalmente publicado, em francês, pelo Centro Espírita Lionês Allan Kardec, ou Centre Spirite Lyonnais Allan Kardec, instalado em Lyon, França (visitar site oficial) e traduzido por Miguez, que gentilmente compartilha com nossos confrades, conforme segue.



Allan Kardec,
dos seus antepassados à sua primeira infância

Se a semente traz em si todos os elementos inerentes à sua condição, isto é, os germes de sua individualidade, não é menos verdade que depositada em uma terra rica e fértil e submetida a um clima propício ao seu pleno desenvolvimento, ela poderá, uma vez madura, oferecer o melhor dela mesma produzindo frutos nutritivos e saborosos. 

Quando conhecemos as expectativas que existiram sobre o Espírito do futuro Allan Kardec e como ele soube tanto com brio quanto humildade, realizar um trabalho considerável durante um curto período de tempo, a ponto de alterar substancialmente a existência de muitas pessoas em todo o mundo e ao longo de várias gerações, pode-se perguntar qual foi o terreno fértil, escolhido pelos irmãos, para lhe permitir que alcançasse tal proeza após seus 50 anos. É esta questão que nos propomos a aprofundar. Uma pequeno pesquisa sobre o meio onde Allan Kardec nasceu, suas raízes, seus familiares, seu meio ambiente e tudo o que poderia contribuir para nos trazer o fruto sublime do espiritismo.


Dos antepassados, em Lyon pelo pai e na região de Bourg-en-Bresse pela mãe. Começamos remontando em primeiro lugar ao ramo paterno

O pai de Allan Kardec, Jean-Baptiste Rivail, advogado, nasceu em Lyon, em 6 de fevereiro de 1759, e desapareceu misteriosamente por volta de 1807 na Espanha, certamente fazendo parte do exército napoleônico estacionado neste país. Kardec teve duas tias paternas, Reine e Anne-Sophie Rivail, que lhe deixaram duas primas germânicas sem descendência.

O avô de Kardec, Antoine Rivail, comerciante, nasceu em Lyon em 31 de agosto de 1712, casou-se em 18 de maio de 1756 em Lyon, na igreja de Saint Nizier, com Reine Richard, nascida em Lyon em 29 de Julho de 1733. Ele foi co-senhorio [1] do Castelo Saint-Andéol, Saint-Romain en Gier e Saint-Martin de Cornas no Rhone, que lhe permitiu adicionar uma partícula ao seu nome para se tornar "RIVAIL DE LA LEURECHERE". Ele teve um irmão e uma irmã. 

O bisavô de Kardec, François Rivail, casou-se em 6 de janeiro de 1711 em Lyon na igreja de Saint Nizier, com Claudine Panier nascida em 1677. Ele era negociante de tecidos e filho de Benjamin Rivail, receptor das fazendas em Roman no Drome e de Marie Guelse. 

Contrariamente ao que André Moreil escreveu, em sua biografia Allan Kardec, sua vida, sua obra, Allan Kardec não era descendente de Aymard Rivail de São Marcelino em Isère. Apesar de nossas pesquisas genealógicas, não encontramos nenhuma conexão com esse ancestral.


Prosseguiremos com o ramo materno 

A mãe de Allan Kardec, Jeanne Louise Duhamel nasceu 15 de abril de 1773 em Marboz no Ain. Ela se casou em 5 de fevereiro de 1793 em Bourg-en-Bresse com Jean-Baptiste Antoine Rivail. Ela teve três irmãs e dois irmãos. 

Seu pai, Benoît Marie Duhamel, avô materno de Kardec, nasceu em 13 de fevereiro de 1741 em Bourg en Bresse. Ele era advogado e Procurador Geral de Bourg-en-Bresse. Teve três irmãos e duas irmãs. Casou-se em 24 de abril de 1769 em Marboz com Charlotte Bochard, nascida em 26 de novembro de 1745 em Marboz. Deputado, eleito pela comunidade de Saint Denis Les Bourg, onde ele possuía várias terras, participou ativamente da febre política que se desenvolveu após o anúncio do rei Luís XVI, em junho de 1788, da convocação em 1789 dos Estados Gerais. Muito cedo, a partir de 25 de julho de 1788, publicou suas "Moções de um advogado de Bresse à sua Província" concluídas em setembro por um importante complemento relativo ao imposto territorial em Bresse, os privilégios da nobreza e do clero, bem como sobre a administração da província. Ele enviou tudo para o ministro reformador Necker. Ele foi guilhotinado em Lyon, em 16 de março de 1794 como contrarrevolucionário.

O bisavô materno de Kardec, Mathieu Joseph Duhamel nasceu em 3 de junho de 1713 em Bourg-en-Bresse, ele era procurador desta cidade. Casou-se nesta cidade em 29 de janeiro de 1739 com Antoinette Cabuchet, nascida em 1715. Ele teve 6 irmãs e 3 irmãos.

O tataravô materno de Kardec, François Joseph Duhamel, notário real, nasceu em 27 de maio de 1678 em Lent, no Ain. Ele também teve 6 irmãs e 3 irmãos. Ele se casou em 20 de abril de 1706 em Revonnas no Ain com Marie-Claudine Frilet e teve 11 filhos.

Para terminar esta linha materna, devemos acrescentar Louis Marie Duhamel, mestre cirurgião, o mais antigo ancestral conhecido de Kardec, casado 2 de junho de 1670 em Priay no Ain com Lucrèce Brunet.


Síntese dos dois ramos


Notamos que o ramo paterno de Kardec, os Rivail, são todos de Lyon há várias gerações, todos notáveis, exercendo profissões tais como: magistrados, advogados, comerciantes, mercador de tecidos, receptor de fazendas. Pelo ramo materno, os Duhamel também ocuparam altos cargos e eram originários do Ain, principalmente na região vizinha de Bourg-em-Bresse, por várias gerações também. Hoje em dia, tanto do lado paterno quanto materno, restam muitos descendentes colaterais, mas muito afastados do principal ramo que aqui nos interessa. 

Allan Kardec vem de uma família abastada, de Lyon pelo pai e de Ain pela mãe e com ela viveu pelo menos nos seus primeiros vinte e sete anos ou mais. 


Jeanne Louise Duhamel, sua mãe: uma vida de provações

Nascida em 1773 em Marboz, em Ain (comuna a 17 km ao norte de Bourg-en-Bresse), Jeanne Louise Duhamel é filha de Marie Benoît Duhamel, magistrado, procurador-geral e administrador do Ain em Bourg-en-Bresse e Charlotte Marie Bochard.

Em 5 de fevereiro de 1793, portanto, pouco antes dos 20 anos, casa-se com Jean Baptiste Antoine Rivail, 14 anos mais velho, magistrado, então domiciliado em Belley, no Ain. Nesse mesmo ano, em outubro, seu pai foi preso e transferido para Lyon em 13 de fevereiro de 1794.

A Revolução ruge em 1793. A Comuna dos Gaillards (é o nome que portava Saint-Denis sob a Revolução) disto não escapou. A igreja é proibida, os altares, as estátuas e pinturas são queimados, lacres são afixados e o campanário deve ser demolido. Um documento dos arquivos, datado do ano II 23 Pluviôse (em outras palavras, 10 de fevereiro de 1794, 3 dias antes da transferência do avô para Lyon) explica: "O oficial nacional do distrito autoriza o cidadão Rolland notável em Bourg, a entrar na região do "infame Duhamel" localizado na cidade de Saint-Denis, afixar lacres em documentos, bagagens, móveis e sequestrar todos os bens, e ao mesmo tempo se possível demolir o campanário, e anexar a Bourg, os sinos, ferros, metais e talheres, entre outros utensílios que até agora foram usados ​​para importunar o povo imbecil alimentado de fanatismo e superstição."

Benoît Duhamel será sentenciado à morte e depois guilhotinado pela comissão revolucionária de Lyon, no mês seguinte, em 16 de março de 1794. Enquanto isso, o marido de Jeanne Louise, também está preso em Lyon, uma semana antes de seu sogro, isto é, em 21 de fevereiro de 1794. Pode-se imaginar os medos desta noiva, ela só é casada há um ano, o marido dela é prisioneiro das mesmas pessoas que acabam de guilhotinar o pai... Nestes tempos turbulentos, ele finalmente será libertado dois meses mais tarde, em 29 de abril de 1974.

Dezoito meses depois, em 26 de outubro de 1796, o casal dá à luz Auguste Claude Joseph François, em Saint Denis les Bourg (comuna fronteiriça de Bourg-en-Bresse), dentro do domínio dos pais de Jeanne Louise Duhamel. Lemos na certidão de nascimento que a família vivia em Belley. Este nascimento é seguido do de Marie Françoise Charlotte Éloïse, em 31 de julho em Bourg-en-Bresse. Nesta certidão de nascimento, vemos que a família se mudou para Saint Denis les Bourg, eles se aproximam dos pais maternos.

A irmã de Kardec não viverá mais do que dois anos. Registramos a sua morte em 14 de outubro de 1801. Um ano mais tarde, em 26 de dezembro de 1802, é o irmão, então com 6 anos, quem morreu. Em ambos os registros de óbito, os pais estavam domiciliados em Bourg. É, portanto, em um contexto doloroso, depois de ter vivido subitamente a morte dessas duas primeiras crianças, caso a caso, que Jeanne dá à luz Hippolyte Léon Denizard Rivail em 3 de outubro de 1804 em Lyon. Ela tem então 29 anos.

Antes de nos determos um pouco sobre este famoso nascimento, acrescentemos, na série de provações experimentadas por esta jovem, que seu marido desaparecerá na Espanha em 1807. Seu único filho que lhe resta, o jovem Kardec, não tem mais do que 2 ou 3 anos.

O jovem Rivail (Allan Kardec)

Este desaparecimento nos lembra o contexto histórico desta época marcada pelas guerras napoleônicas, que se seguiram aos distúrbios revolucionários de 1789, e que causarão a morte de muitas centenas de milhares de franceses. É portanto isolada e em um clima de medo, para não dizer de terror, que a Sra. Rivail cria seu jovem filho, felizmente assistida por sua mãe, viúva, que a apoia como pode. Mais tarde, esta mulher isolada também terá que sofrer as dívidas de jogo de seu irmão, François Duhamel, que, depois de ter feito parceria com seu filho, o futuro Kardec, o colocará em falência, retardando assim as esperanças de futuro do jovem casal.


O nascimento à rua Sala 76 em Lyon

Em relação ao lugar, todos sabem que Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu na rua Sala 76, em Lyon. No entanto, este endereço corresponde, naquela época, a um recente estabelecimento de águas minerais artificiais conhecida por suas benéficas águas. O estabelecimento, construído no local da antiga igreja das religiosas da Visitação de Santa Maria, foi mantido por Syriaque Fred Dittman, que, como diretor, será testemunha do nascimento no ato oficial.

O convento das Visitandinas de Bellecour, o primeiro convento criado em Lyon em 1615 por São Francisco de Sales, tornou-se muito pequeno, ele se mudou para a colina de Fourvière. O edifício foi comprado pela cidade de Lyon, que ali estabeleceu uma academia de equitação, e, em seguida, a outra parte do edifício é ocupada pelos banhos de águas minerais artificiais do Sr. Dittmar. Uma bomba a vapor sobe até os telhados para fabricar as águas necessárias a este estabelecimento.

Aprendemos pelo Boletim de Lyon a partir de 1802 que "o Sr. Dittmar tem a honra de informar aos Senhores médicos e cirurgiões que a abertura dos banhos e duchas ocorrerão na primeira quinzena de abril, e que eles poderão consequentemente, para aqui enviar seus pacientes para tomar as duchas e banhos de águas minerais, bem como as duchas ascendentes, as estufas, os banhos de vapores por recolha e as duchas de vapor. Há quartos adjacentes, mobiliados com camas, para os doentes que terão que descansar após o tratamento, e belos apartamentos mobiliados, com galpões, estábulos e dependências, para estrangeiros ou pessoas muito longe de seus domicílios. Um bom dono de restaurante fornecerá no estabelecimento tudo o que você possa desejar pelo preço justo. Continua-se a fabricar e a vender, bem como no depósito do Sr. Tissier, Place des Terreaux, todas as águas minerais em bebida. Adverte-se o público de que os banhos de limpeza reabrirão ao mesmo tempo; estes banhos são inteiramente separados das águas minerais, seja pelo local, a água e o linho. Eles serão servidos, como no passado, ao mesmo preço que os outros banhos da cidade." 

Podemos supor que, fragilizada pelo luto dessas duas primeiras crianças, a sra. Rivail tinha vindo se curar, no estabelecimento termal, na rua Sala 76, para descansar e favorecer a entrega ao mundo da criança que estava para nascer. Não sabemos quanto tempo ela permaneceu neste estabelecimento, tanto antes como depois do nascimento, mas parece óbvio que o pequeno Hippolyte em seguida voltou a viver com os seus pais no Ain em Saint Denis les Bourg.


O batismo em Saint Denis les Bourg 

Nove meses após seu nascimento lionês, em 15 de junho de 1805, o futuro Allan Kardec foi batizado em Saint Denis les Bourg e não na igreja de Saint Denis de Lyon, como está escrito em várias biografias. Da mesma forma, parece muito provável que ele teria passado sua primeira infância em Ain, na terra de sua família materna, onde ele foi criado por sua mãe, Jeanne Louise, e sua avó, Charlotte. 

O próprio Rivail o diz, em um artigo na Revista Espírita de 1862, a um crítico afirmando "que ele foi conhecido pobre em Lyon antes de dirigir um comboio principesco em Paris", ele respondeu: "Não é de resto a única imprecisão dessa narrativa fantástica; primeiro eu nunca morei em Lyon, pelo que não vejo como teriam me conhecido pobre." 

É, portanto, sobre a região do Bourg-en-Bresse que Hippolyte Léon Denizard Rivail permanecerá até dezembro de 1815, quando, com 11 anos de idade, ele vai se juntar ao Instituto Pestalozzi em Yverdon, Suíça não tão longe desta região.

[1] - Senhor que possuía um feudo em conjunto com um ou mais outros senhores.

Fonte: CSLAK


quinta-feira, 27 de junho de 2019

Projeto Cartas de Kardec: divulgação de mais um manuscrito restaurado


Como já é sabido, a Luz Espírita apoia o projeto Cartas de Kardec (saiba mais) e acredita que esse material venha a contribuir sensivelmente para o aprofundamento — e até poderíamos dizer "reformulação" — do estudo doutrinário espírita, posto que em nosso movimento ainda circulam muitas controvérsias. E, por conta disso, trazemos aqui mais uma peça recuperada do acervo do Dr. Canuto Abreu disponibilizada pela equipe responsável pelo projeto.

Trata-se de uma comunicação de Allan Kardec endereçada ao senhor Pâtier, narrando um pouco sobre a chegada do primeiro exemplar de O Livro dos Espíritos e como foram conduzidas as pesquisas que levaram a concepção do livro.

Confira:

Fotocópia da carta original de Kardec

Folha 1

Folha 2

Transcrição datilografada do texto original

Tradução para o português

Os aspectos mais interessantes que vemos nessa carta são:
  1. Kardec enfatiza que a autoria da Doutrina Espírita pertence aos Espíritos missionários, que ele reconhece como seus professores. Portanto, o codificador não a credita a si mesmo;
  2. Temos aqui um personagem novo para a historiografia do Espiritismo: o Sr. Pâtier, de quem ainda não temos informações, senão que se refere a uma pessoa de "nobre caráter", como assinalou Kardec, e que, com sua "abalizada opinião", influenciou positivamente o professor Rivail no começo das pesquisas espíritas — o que nos inspira a pesquisar mais.
  3. A propósito, precisamos nos certificar se o Sr. Pâtier não é o mesmo Sr. Fortier, o magnetizador que aparece em Obras Póstumas (2ª parte, "A minha primeira iniciação ao Espiritismo"), na transcrição atribuída ao codificador dizendo "Foi em 1854 que pela primeira vez ouvi falar das mesas girantes. Certo dia, encontrei o magnetizador, Senhor Fortier, a quem eu conhecia desde muito tempo". Considerando que Obras Póstumas — obviamente, publicado após a desencarnação de Kardec — foi editado por terceiros, ou mais precisamente por Pierre-Gaëtan Leymarie, e que seu conteúdo desde há muito tem levantado suspeitas (veja nosso artigo "Kardec fraudado em Obras Póstumas"), é possível ter havido erro nesta grafia, ainda mais que "Pâtier" e "Fortier" não são assim tão diferentes. E para não ficarmos na suposição de que talvez o erro gráfico tivesse sido de qualquer tradução brasileira, temos que o livro original em francês oferecido pela Biblioteca Nacional da França (Galica) grafa exatamente "Fortier" (veja aqui o ebook Œuvres Posthumes) Então, averiguemos isso!
Louvamos, portanto, essa oportunidade histórica de resgatarmos parte dos arquivos de Kardec, que são patrimônio do Espiritismo ou, melhor avaliando, patrimônio da Humanidade.

Compartilhe e apoio você também esse projeto.

Feal: Fundação Espírita André Luiz

terça-feira, 25 de junho de 2019

Bate-papo com Charles Kempf


Detalhes históricos e revelações interessantes sobre a vida e a obra de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, por Charles Kempf, um dedicado pesquisador espírita francês com íntimas relações com o Movimento Espírita Brasileiro, através de uma videotransmissão articulada pelo carioca Eric Pacheco, também aplicado pesquisador espírita. Sem dúvidas, um bate-papo bem proveitoso para quem desejar conhecer as raízes históricas da Doutrina Espírita e a perspectiva para a continuação do movimento espírita.

Confira o vídeo do bate-papo.


Se gostou, por gentileza, compartilhe e vamos ajudar na divulgação do Espiritismo.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Sala de Leitura: lançamento de "Biografia de Allan Kardec" por José Maria Fernández Colavida


Nossa Sala de Leitura está recebendo o lançamento de mais uma obra valiosa: Biografia de Allan Kardec, segundo a perspectiva de José Maria Fernández Colavida, o grande divulgador do Espiritismo na Espanha, contemporâneo do Codificador espírita, ao lado de outros  gigantescos personagens espíritas espanhóis da primeira geração.

Esta é uma tradução, gentilmente oferecida pela nossa colaboradora Teresa de Espanha, de um artigo publicado originalmente em espanhol na Revista Espiritista de maio de 1869, um mês depois da desencarnação de Kardec.

Baixe aqui o ebook Biografia de Allan Kardec gratuitamente.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

PEADE - inscrição para turma de experimentadores


Como já vínhamos anunciando aqui, a equipe da Luz Espírita e o Grupo Marcos estão trabalhando na implementação da PEADE - Plataforma de Estudos Avançados da Doutrina Espírita, para oferecer aos internautas a possibilidade de participar de estudos online (saiba mais aqui). E, enquanto estão sendo feitos os ajustes finais e os testes de fluxo do sistema, a plataforma admitirá a inscrição de uma primeira turma de experimentadores, justamente para ajudar nesses testes iniciais.

Vários cursos já estão sendo editados para breve publicação, contudo, nessa fase de experimentação, apenas um curso introdutório da doutrina está à disposição.

Se você deseja participar dessa primeira turma, clique aqui. São apenas 200 vagas inicialmente, mas, finalizados os testes básicos, a plataforma estará aberta a todo o público.

É importante que quem conseguir fazer sua inscrição ajude os desenvolvedores com correções, críticas e sugestões para aprimorar o sistema.

Aqueles que não conseguirem efetuar sua inscrição nessa primeira turma, por favor aguardar um pouquinho mais e em pouco tempo a plataforma estará aberta a todos.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Lançamento do livro "Kardec - a história por trás do filme"



Hoje é o lançamento oficial do livro de bastidores do filme Kardec. O diretor do longa, Wagner de Assis, narra a sua experiência no livro “Kardec: a história por trás do filme”, e nos conta como foi gratificante adaptar a trajetória de vida do principal divulgador da Doutrina Espírita para as telas de cinema.

“A possibilidade de encontrar qualquer pessoa também passou pela cabeça do professor Rivail, o homem de letras e ciências que descobriu a existência da vida espiritual de forma racional, por métodos únicos de investigação”. Aos 53 anos, o cético professor francês, membro da Academia de Ciências em Paris, decide mudar de vida para dar voz aos espíritos. No filme, entendemos como o professor Hippolyte-Léon Denizard Rivail assume sua missão e se transforma em Allan Kardec.

O diretor Wagner de Assis compartilha na primeira parte do livro crônicas escritas no dia a dia das filmagens. Assis conta episódios surpreendentes, como a perplexidade diante de um exemplar de O Livro dos Espíritos que insistia em não pegar fogo durante a reconstituição de um dos principais marcos do espiritismo: o Auto de Fé de Barcelona.

O livro foi escrito em parceria com o biógrafo Marcel Souto Maior. Além das crônicas, Marcel Souto, apresenta textos inéditos da sua biografia na segunda parte do livro. Aborda o processo de desvendar Kardec, desde de sua imersão no espiritismo até embates com lideranças de outras correntes religiosas. O livro termina com uma conversa entre Wagner de Assis e Souto, trazendo um debate sobre espiritualidade, cinema e projetos futuros. A obra conta ainda com um catálogo de imagens dos bastidores do longa.

No final do livro, os créditos do filme com o nome de todos que participaram desse lindo projeto! Uma bela recordação de uma grande história que ainda está em exibição nas principais cidades do País e em breve começa a ganhar o mundo.

O livro já está à venda nas principais livrarias, no site da Amazon, Americanas, Candeia e outros.

Fonte:
Zook Comunicação www.zookcomunicacao.com

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Série Poesia Espírita: "Marchemos" de Castro Alves


Continuando a série de vídeos Poesia Espírita, trazemos a oitava edição com um vibrante poema do Espírito Castro Alves, "Marchemos", um dos mais aclamados do clássico literário espírita Parnaso de Além-Túmulo, psicografado por Chico Xavier.

Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871) é um dos mais lembrados e queridos poetas brasileiros de todos os tempos, conhecido em seu tempo como "o poeta dos escravos", dado sua incansável luta em favor do abolicionismo, a campanha pela libertação dos escravos negros no Brasil. Sua obra-prima é "O navio negreiro", pela qual pinta em cores fortes o drama dos africanos trazidos à força para a América, atolados numa fossa naval, transporte esse que lhes consistia uma verdadeira prova de vida:

"Era um sonho dantesco!...
o tombadilho, que das luzernas avermelha o brilho,
    Em sangue a se banhar!...
Tinir de ferros, estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
   Horrendos a dançar...
    (...)
E ri-se a orquestra irônica e estridente...
E da ronda fantástica a serpente Faz doidas espirais..."

Castro Alves
Ver biografia.

Do plano espiritual, contribuiu com a coletânea de poesias pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier, a exemplo desse imperativo refrão, "Marchemos!", que nos aponta a direção irresistível do progresso.

A declamação é por conta da gentileza de Larissa Chaves, espírita baiana residente em Corumbá-MS, editora do canal Inspiration no YouTube, espaço de mensagens e reflexões doutrinárias à luz do Espiritismo.

Vamos conferi-lo:


Baixe agora mesmo o ebook Parnaso de Além-Túmulo.

Veja mais Poesia Espírita.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Memórias espíritas colorizadas por Fernando Ribeiro


Uma bela iniciativa tem circulado a internet nesses tempos e merece nosso destaque aqui: a colorização de imagens antigas, que aqui destacamos pelos trabalhos relacionados a personagens e cenas da Historiografia do Espiritismo. À frente dessa apreciável arte está o mineiro Fernando Lima Ribeiro, de apenas 38 anos e um talento incrível, que despertou nossa atenção de maneira especial a partir da colorização de fotografias de Allan Kardec, Léon Denis, Chico Xavier, Irmãs Fox, Meimei, Cairbar Schutel e outros memoráveis espíritas.

Vejamos o capricho do colorizador empregado numa foto do codificador espírita recém-descoberta:


Fernando então aproveitou esta mesma gravura para fazer uma comparação facial de Kardec com o ator Leonardo Medeiros que o interpreta no filme Kardec: a história por trás do nome, de Wagner de Assis, em cartaz nos principais cinemas do Brasil, o que demonstra uma impressionante semelhança entre os dois (créditos para a produção do filme). Veja só:


Imagens do inesquecível Chico Xavier também está dentro do acervo especial de Fernando Ribeiro, como nesta fotografia do jovem médium de Pedro Leopoldo:


Fernando Lima Ribeiro nasceu em Ituiutaba, interior de Minas Gerais, é publicitário, designer, colorizador profissional e administra o seu canal no YouTube (ver canal Fernando Lima Ribeiro), onde atua como pesquisador amador nas áreas de paleontologia, biologia, astronomia, espiritualismo e outros temas afins.

Fernando Ribeiro

Também apaixonado por cinema, chegou a atuar como figurante em Chico Xavier - O filme (2010) e Divaldo Franco - O filme, com estreia prevista para este ano. Ele ainda produziu o filme-documentário Nos Passos de Kardec, que ele disponibilizou livremente no seu canal (veja janela abaixo):


Neste outro vídeo produzido pelo próprio artista, ele fala mais sobre seu trabalho, explica o que é e como se processa uma colorização, exibe demonstração de antes e depois de várias imagens colorizadas e ainda brinca colocando "sorriso" no rosto de alguns personagens, dentre os quais, Allan Kardec, que sempre aparece tão sisudo nas representações.

Confira:



Bem, assim, fica mais elegante e agradável olhar a nossa História, não? Além disso, não deixamos de ver aí a influência do Espiritismo inspirando as artes, como bem predisseram os Espíritos amigos da codificação, afinal, o que não falta é coisa boa para fazermos, em substituição às banalidades que ainda toma conta da mídia comum.


Visite o site de Fernando Ribeiro.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

"Universidade de Minas Gerais vai estudar relatos de vidas passadas"


O jornal Folha de São Paulo publicou neste final de semana uma interessante matéria, de interesse para o estudo espírita: "Universidade de Minas Gerais vai estudar relatos de vidas passadas", assinado pela jornalista Anna Virginia Balloussier, do Rio de Janeiro.

O enfoque principal é o trabalho realizado pelo NUPES - Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, em parceria com a Universidade da Virginia, Estados Unidos da América. O trabalho no NUPES é coordenado pelo médico psiquiatra Dr. Alexandre Moreira-Almeida, que também é presidente da Associação Mundial de Psiquiatria. Da universidade americana é célebre o trabalho sobre reencarnação realizado pelo Dr. Ian Stevenson (1918-2007), depois continuado pelo Dr. Jim Tucker.

HQ com história de vidas passadas: "Sete Vidas" de André Diniz, ilustração de Antonio Eder.

O estudo proposto baseia-se em experiências científicas feitas por outros núcleos ao redor do mundo, notadamente as da universidade da Virgínia, relatando casos impressionantes de crianças com recordações de existências em outra reencarnação ou no plano espiritual. Segundo a matéria, mais de 350 casos de memórias reencarnatórias serão investigados cientificamente. São pessoas que voluntariamente se inscreveram para relatar suas experiências e submeter à apreciação dos doutores.

Aguardemos o resultado da pesquisa para saber o apurado desse estudo. Estaremos acompanhando o trabalho. Enquanto isso, confiram a mencionada matéria da Folha.