sexta-feira, 31 de março de 2023

Calendário Histórico Espírita: desencarnação de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo e mais duas memoráveis efemérides


31 de março é uma data com importantes efemérides para a História do Espiritismo. Para começar, é o aniversário do retorno à Pátria Espiritual do Codificador do Espiritismo, Allan Kardec (1804-1868), há 154 anos. Como todos nós sabemos, o pioneiro espírita teve uma biografia impecável, uma contribuição para a Humanidade que requer gerações e gerações de estudiosos para começar a compreender sua grandeza.

Para saber mais sobre a vida e a obra de Allan Kardec, ver na nossa Enciclopédia Espírita Online.

Outro acontecimento da maior importância para o desenvolvimento da Doutrina Espírita, datado de 31 de março de 1848, é o caso de Hidesville, com as Irmãs Fox, considerado o marco inaugural do movimento Espiritualismo Moderno, um antecedente que preparou o caminho para a vinda da Codificação Kardequiana.

Saiba mais sobre o Espiritualismo Moderno.

Também num 31 de março, agora voltando ao ano de 1854, nascia na Itália a extraordinária médium Eusápia Palladino, conhecida por produzir fenômenos de materialização de formas espirituais, dentre outras manifestações de efeitos físicos. Sua mediunidade foi estudada rigorosamente pelos maiores cientistas de seu tempo, a fim de verificar a veracidade dos fenômenos, razão pela qual sua biografia muito contribuiu para o fortalecimento da crença espírita.

Para mais efemérides interessantes, ver a página Calendário Histórico Espírita.


sábado, 25 de março de 2023

Allan Kardec e o Espiritismo são atacados pelo revisionismo esquerdista: mais um escândalo lamentável


Em sua obra espírita, Allan Kardec adotou um critério básico para filtrar as tantas informações esparsas vinda dos Espíritos a partir do movimento conhecido como Espiritualismo Moderno, em meados do século XIX: o controle universal do ensino dos Espíritos. Para o codificador do Espiritismo, as grandes verdades nunca são reveladas a uma só fonte, a um só médium, num só tempo e lugar; elas são derramadas universalmente, ou seja, distribuídas em vários lugares, por diversas fontes. É nesse sentido que também a Filosofia e a ciência podem ser catalogadas como fontes reveladoras da natureza divina (Ver o cap. I de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo - ebook). Desta feita, quando uma "coisa falsa" é levantada por uma voz, outras mil vozes se levantam para reestabelecer a verdade. Em Historiografia também é assim: a História não tem um dono; todos os historiadores contribuem para a formação das narrativas e aquelas que consagram ao longo do tempo são as que passam pela filtragem da generalidade. Por isso, revisar a História é um instrumento natural de desenvolvimento desta disciplina. Porém, como tudo é um tanto "imperfeito" em nosso mundo ainda em regeneração, existe aí os seus perigos: há determinadas concentrações locais e temporais burlando fatos e conceitos para lhes dar um caráter universalista conforme os seus modismos. Por isso, a evolução de um povo só pode analisada em grande escala.

Todo esse preâmbulo tem em vista preparar nosso fôlego para tratarmos de mais um escândalo dentro do movimento espírita: é que Allan Kardec e o Espiritismo estão sendo atacados por um grupo — pequeno, mas barulhento — de esquerdistas (por eles próprios assim definidos) que pretendem seguir a onda do revisionismo histórico que está sendo proposto hoje em toda a cultura. É mais um fato lamentável cujo primeiro resultado é disseminar discórdias e macular o Movimento Espírita, mas que precisa ser encarado, seriamente, confiando que  também desse escândalo saia algo positivo, por exemplo, uma melhor articulação conjunta entre os espíritas sinceros.

Vamos encarar a coisa.


Os "espíritas à esquerda"

Há um grupo autodenominado "espíritas à esquerda" articulando-se dentro do movimento espírita para propagar desavergonhadamente uma série de ideologias sociais e políticas francamente estranhas ao Espiritismo. Você percebe facilmente esse viés ideológico militante por um critério simples: a menor preocupação deles é com a Doutrina Espírita: o que os movem não são os conceitos kardecistas, mas as próprias obsessões desse grupo. Eles se declaram espíritas, mas apenas usam Kardec e o Espiritismo para fomentar suas manias obsessivas.

O escândalo, o barulho e a confusão parece ser do que eles mais gostam, porque isso faz parte da tática de quem deseja se promover às custas dos outros, por não produzirem nada por si mesmos. Discursam em nome de supostas virtudes, como os "direitos humanos", "igualdade" e "prosperidade", mas suas revoluções estão mais munidas de rancor e de espírito de vingança contra os supostos vilões do que de amor e de caridade — o oposto da codificação espírita, cujo lema é "Sem caridade não há salvação". É que eles não querem "salvação" (leia-se "evolução espiritual"); eles querem revolução.

As ideologias doentias da esquerda abraçam uma luta contra o racismo, mas que criam fundamentalmente uma disputa de raças ao colocar negros contra brancos em retaliação aos racistas. Para isso, eles precisam evidenciar — com todo o exagero possível — os atos racistas (os que realmente existem) e os ficticiamente racistas (em tudo eles veem racismo). E daí saem a policiar tudo o que lhes sugiram uma "opressão racista", por exemplo: o hábito de colocar o arroz (branco) sobre o feijão (preto). Essa obsessão é estratégica para inflamar os ânimos, pois se não houver racismo eles ficam desempregados. Ora, contra o racismo o Espiritismo tem uma solução muito prática que é nos esclarecer sobre nossa condição espiritual desprovida de qualquer diferença étnica ou racial: somos Espíritos reencarnantes sujeitos a "vestir" esporadicamente a roupa carnal preta, branca, amarela etc. convidados a buscar sempre a fraternidade universal, e nunca a segregação.

Os esquerdistas também se dizem defensores das mulheres e se consagram heróis contra o machismo, mas o que menos eles pregam é a dignidade da mulher; a pauta deles mais urgente é o aborto, o assassínio de crianças — coisa abominável para qualquer bom espírita.

Igualmente se dizem defensores dos direitos humanos dos que praticam a diversidade sexual sob a bandeira de que toda forma de amor é válida. cujo efeito real aqui é claramente a propagação da libertinagem e da depravação sexual, de onde o amor minimamente verdadeiro passa longe.

E a última moda a que todos os autênticos esquerdistas estão aderindo é a da luta contra a gordofobia, na falsa intenção de proteger as pessoas gordas contra um preconceito geral e a tal "ditadura da beleza". Mas no fundo o que há é uma revolução contra toda e qualquer moral: o que se pretende é eliminar qualquer tipo de ideia de algo seja errado ou pecado (a gula, por exemplo, um dos sete pecados capitais, mas que eles tratam como "opressão") para que todos estejam livres para se fazer o que quiser (comer até morrer, no caso) sem culpa, sem responsabilidades a cumprir. E aí, se todo mundo cair nessa cultura, todos ficarão com a impressão de que não há lei, não há moral a seguir, que nada é errado, que tudo é permitido, tudo é divino, tudo é maravilhoso.

É próprio de ditaduras e governos autoritários forçarem a construção de uma cultura estereotipada, recheadas de ideologias que pintam um quadro favorável às suas torpezas. A China comunista é um exemplo notório: toda uma tradição de pensamento espiritualista oriental vem sendo deturpada há décadas pelos "pesudolibertadores vermelhos", que alegam agir em defesa de uma "proteção" contra os inimigos externos. No fundo, eles estão implantando uma versão completamente distorcida da História e uma inversão dos valores morais através de uma maciça lavagem cerebral, tudo pelo interesse materialista: poder, fama e luxo para si, à despeito da miséria de seu povo — um crime humanitário indizível!

Mas os heróis dessa turma são exatamente essa gente: Nietsche, Karl Marx, Mao Tse tung, Che Guevara, Fidel Castro e Cia. Enquanto isso, Chico Xavier, Allan Kardec e Jesus são os vilões de seu mundo utópico da suprema felicidade da anarquia.

Portanto, o que podemos pensar dessa turma dita "espíritas à esquerda" é que sejam falsos espíritas, pessoas perturbadas a serviço de forças trevosas infiltrados no nosso meio para semear a discórdia e minar o Espiritismo.



Adulteração da obra de Kardec

Pois essa turma de "espíritas à esquerda" teve a ousadia de adulterar a obra de Allan Kardec lançando uma edição de O Evangelho segundo o Espiritismo numa versão dita "edição antirracista", acrescentando um prefácio próprio, assinado por uma tal "Coordenação Nacional do Coletivo Espíritas à Esquerda". Aliás, uma dupla adulteração, porque além de fraudar a mensagem original do autor (Kardec) eles fraudaram a obra de tradução do livro feita por Guillon Ribeiro. Ora, a obra original (de 1864) em si está sob domínio público e pode ser editada e traduzida por qualquer pessoa, mas essa gente sequer teve o trabalho de fazer a tradução: pegaram uma pronta e a adulteraram — um crime intelectual absurdo!


Em seu prefácio, dizem os adulteradores: "O coletivo Espíritas à Esquerda desde 2016 está-se conectando com pessoas que se identificam com o nosso posicionamento de questionar o dogmatismo do movimento espírita e com a luta por justiça social, defendendo as propostas de Jesus sobre o Reino de Deus na Terra. Nessa trajetória, dispomo-nos a enfrentar todas as formas de preconceito e opressão e, com a presente edição, em particular, enfrentar o racismo, convictos de que 'numa sociedade racista não basta não ser racista, é preciso ser antirracista'."

E a partir daí eles modificaram vários trechos do Evangelho kardequiano inserindo suas ideologias, num ato declarado de que consideram o autor da obra um racista. Pois é! Kardec racista!??? E usam como argumento para essa ideia um processo administrativo do Ministério Público Federal da Bahia (MPF-BA) de 2007, pelo qual — segundo eles  "foram apontados 106 trechos que suscitam dúvidas quanto ao seu caráter discriminador e preconceituoso das obras de Allan Kardec".

Sobre esse processo, a propósito, escreveremos futuramente, esclarecendo todos os fatos desse cômico episódio da Justiça Brasileira que colocou Allan Kardec no banco dos réus. Aguardem! Mas antecipamos que a sentença do juiz que cuidou deste caso indeferiu (rejeitou) a acusação de racismo contra as editoras kardecistas, destacando: “Destarte, fica clara como água da rocha a intenção dos editores de divulgar, sem mutilações, o pensamento kardecista, sem, para tanto, elevar a distinção baseada na cor da pele em ideologia discriminatória”. A decisão judicial está disponível neste link.

RISCADOS - Os problemáticos: do beijo da Branca de Neve à Tia Nastácia, passando pelo agente 007 (Montagem com fotos de istock/Getty Images, Disney, Reprodução, Bob Penn/Getty Images, Silver Screen Co... Leia mais em: https://veja.abril.com.br/cultura/obras-classicas-e-artistas-celebrados-caem-na-mira-de-onda-revisionista.
Reprodução do site da revista Veja.

A propósito desse modismo de revisionismo cultural, a equipe da revista Veja publicou uma interessante matéria, inclusive citando os espíritas esquerdistas "corrigindo" a obra de Kardec (veja aqui). No entanto, é importante frisar que os editores desta reportagem denotam que concordam com a concepção de um viés racista na obra original de Kardec — obviamente, por serem leigos em matéria de Espiritismo. E por aí vemos também o efeito nefasto de campanhas como essas, feitas por seitas ideológicas.


Resposta dos espíritas

Em resposta a essa malfadada obra desses ativistas, importantes vozes espíritas se levantam em defesa de Kardec e da nossa amada doutrina, repudiando as adulterações.

A Federação Espírita Brasileira fez questão de exaltar os valores kardecistas no artigo "Em todos os homens vemos irmãos", evidenciando que "Sempre dinâmica, a Doutrina dos Espíritos nos ensina diariamente a importância de  ações solidárias relacionadas às nossas vidas. Apresenta conceitos sobre questões morais, existenciais e sociais que permeiam nossos dias, a exemplo da igualdade e da fraternidade."  (veja aqui).

União das Sociedades Espíritas - USE exprimiu com veemência: "[...] repudiar qualquer tentativa de adulteração das obras de Allan Kardec, as quais apresentam a fundamentação teórico-doutrinária do Espiritismo, esclarecendo sobre a natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como suas relações com o mundo corporal. Tais obras caracterizam-se como patrimônio cultural dos espíritas, estendendo-se a toda a humanidade." (veja aqui). Aliás, antes de emitir essa nota, a USE organizou em 2022 um grupo de estudos para analisar as adulterações desta obra. Depois de vários encontros, este grupo elaboração um relatório final em dezembro do ano passado, cujo parecer foi taxativo: "A redação do texto em análise, proposta na edição 'antirracista', distorce o conteúdo e o significado da edição original."

Com sua conhecida ironia, o Blog do Dr. Inácio Ferreira publicou o artigo "O livro inexistente" tratando como "tamanho disparate" esse volume que, para o articulista é inexistente, por ser insignificante, aproveitando para mandar um recado aos esquerdistas: "Quanto aos nossos irmãos “à esquerda”, ansiosos por serem modernos, e se colocarem como vanguardeiros de não sei lá o quê, careço dizer que, em Espiritismo, em seu Tríplice Aspecto, não existe 'esquerda' nem 'direita'  o que existe, minha filha, é Centro Espírita, do qual esse pessoal anda fugindo para não ter que criar calos nas mãos e na alma..." (Veja aqui).

Em seu blog Expediente Online, Wilson Garcia esbravejou através do artigo "A excêntrica postura que revela o extremismo disfarçado de justiça social" que "Escandalosa tanto quanto vergonhosa, a palavra antirracista aplicada a uma edição de O evangelho segundo o espiritismo configura um verdadeiro estupro levado a efeito na terceira obra da doutrina." (Veja aqui).

Sobre a interpretação errônea de Kardec ser racista, recomendamos os apontamentos oferecidos pelos confrades Paulo Neto e Artur Azevedo na live abaixo incorporada:


A Luz Espírita reforça essa voz de protesto contra essa infâmia contra Allan Kardec e contra o Espiritismo, convidando todos os confrades a concentrar as atenções naquilo que realmente nos interessa: estudar, sentir e absorver com responsabilidade a mensagem da Revelação Espírita a fim de promovermos nossa evolução espiritual e contribuirmos para a elevação da nossa sociedade, sem partidarismos, sem ideologias interesseiras, e agindo sempre com o espírito da verdadeira caridade.


Quem estiver interessado em O Evangelho segundo o Espiritismo, disponha da nossa edição livremente distribuída pela nossa Sala de Leitura.

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quinta-feira, 23 de março de 2023

Sala de Leitura: lançamento de "O Verbo e a Carne", de J. Herculano Pires e Júlio Abreu Filho

Tem novidade na nossa Sala de Leitura: é uma edição do clássico O Verbo e a Carne, da autoria compartilhada entre José Herculano Pires e Júlio Abreu Filho, originalmente publicado em 1972, pela Editora Paideia, contendo uma resposta toda qualificada a um problema corrente no movimento espírita, fruto da intromissão de uma doutrina estranha ao Espiritismo: o Roustainguismo.

Confira a sinopse do livro:

"O Verbo e a Carne" apresenta duas análises do Roustainguismo, doutrina que pretende entre outros temas polêmicos, que o Cristo tenha sido um agênere, que seu corpo não tenha sido real. J. Herculano Pires e Júlio Abreu Filho analisam textos escritos por Jean-Baptiste Roustaing para demonstrarem a falta de base destes pensamentos e exaltar a Doutrina Espírita nos seus fundamentos, conforme a codificação de Allan Kardec.

Sobre o Roustainguismo, aliás, recentemente postamos aqui o lançamento do verbete de Jean-Baptiste Roustaing (veja aqui), o mentor dessa doutrina estranha. E mais estranho ainda foi o acolhimento que Roustaing e suas ideias tiverem no Brasil, razão pela qual José Herculano Pires e Júlio Abreu Filho levantaram a voz forte para combater esse misticismo dentro do movimento espírita.

Por isso mesmo, este clássico é uma leitura das mais recomendadas para o melhor entendimento dessa polêmica histórica.

Clique aqui para ler online ou baixar O Verbo e a Carne.


terça-feira, 21 de março de 2023

O Caso A Gênese: parte III do artigo "Uma revisão na história da 5ª edição de A Gênese"


Publicada a terceira parte do artigo especial "Uma revisão na história da 5ª edição de A Gênese", ainda sobre O caso A Gênese, envolvendo a velha tese de possível adulteração do quinto livro espírita de Allan Kardec (A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo), artigo esse editado pelos pesquisadores Adair Ribeiro (AKOL), Carlos Seth Bastos (CSI do Espiritismo) e Luciana Farias (Obras de Kardec), em continuação às partes anteriores (Parte I e Parte II).

Confira o resumo deste trabalho:
Este é o terceiro e último artigo que visa descrever a história da 5ª edição de A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo, utilizando-se das fontes documentais localizadas entre 2020 e 2021. Nos anteriores [JEE 8, 010209 (2020) e JEE 10, 010202 (2022)], descrevemos os eventos ocorridos com Kardec em vida, de fevereiro de 1868 a março de 1869, para preparar a nova edição para venda. Aqui, retomamos a história a partir da publicação da 1ª impressão da 5ª edição, entre abril e maio de 1869, até a publicação da 2ª impressão, em 1872. Neste período, relatamos a responsabilidade e envolvimento de Amélie Boudet, tendo como pano de fundo a transição do pós-Kardec (de 1° de abril a 13 de agosto de 1869) e os primeiros anos da Sociedade Anônima (até 1873). Em seguida, avançamos cerca de 10 anos na história, para a denúncia feita por Henri Sausse, em 1884, de que A Gênese teria sido adulterada no pós-Kardec, contraditada pelas respostas dos envolvidos na publicação da obra, que esclareceram ter sido um trabalho do autor. Analisamos a repercussão dessa denúncia na França nas décadas seguintes até que, em 1925, o próprio Sausse encerrou o assunto, ao declarar que foi Kardec quem revisou e corrigiu a obra. Transladamos para o Brasil e traçamos um panorama sobre o tema, desde a tentativa frustrada de adulterar a primeira tradução de A Gênese para o português, em 1882, até a denúncia mais recente, em 2017, que repetiu a visão inicial de Sausse de que a 5ª edição francesa havia sido adulterada após a morte de Kardec. Por fim, apresentamos as razões para a proposta da adulteração de A Gênese nunca ter sido de fato comprovada e demonstramos que as fontes identificadas na nossa pesquisa, juntamente com as previamente conhecidas, corroboram o testemunho dos envolvidos: Kardec é o autor da edição atualizada da obra.
Esta terceira e derradeira parte do artigo "Uma revisão na história da 5ª edição" está livremente disponível no site Jornal de Estudos Espíritas.

Adair Ribeiro, Carlos Seth Bastos e Luciana Farias

Sobre os trabalhos dos autores do artigo, conferir os seguinte links:

AKOL - Allan Kardec Online, direção de Adair Ribeiro Jr.
CSI do Espiritismo, direção de Carlos Seth Bastos.
Obras de Kardec, direção de Luciana Farias.



Para saber mais a respeito, ver a nossa página especial de pesquisa O Caso A Gênese.

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15 anos do canal Luz Espírita no YouTube

15 anos estava sendo lançado o canal Luz Espírita no YouTube, mais uma fonte de estudo, divulgação e confraternização em torno do Espiritismo, todo feito com carinho e desprendimento, tendo como objetivo puramente compartilhar com os interessados em buscar a autoiluminação as luzes da doutrina consoladora.

Por conta disso é que hoje contamos com uma boa marca de audiência: 91 mil inscritos, caminhando para a primeira centena de milhar, somando mais de 11 milhões de visualizações. E isso sem apelar para o sensacionalismo em troca de mais inscrições, mas contando simplesmente com a ajuda dos confrades que espontaneamente compartilham e ajudam a divulgar nosso canal.

No nosso acervo, o internauta pode encontrar videoaulas, músicas espíritas, documentários, programa Evangelho no Lar Online, palestras, e outros tantos vídeos que certamente podem muito bem servir para enriquecer as mentes abertas para o conhecimento e os corações receptivos para as vibrações afetuosas.

Mais uma vez anunciamos que nosso canal não é monetizado: é tudo feito com desinteresse, exceto aquele de servir à causa espírita, contando com a colaboração de voluntários.

Se você ainda não está inscrito, visite o canal Luz Espírita no YouTube, inscreva-se, ative o sininho para receber um notificação sempre que tiver um vídeo novo.

Ah, e ajude a divulgar esse trabalho compartilhando os vídeos com seus amigos e familiares.


quarta-feira, 15 de março de 2023

Pesquisa Nacional Espírita 2023


Começou mais uma temporada da Pesquisa Nacional Espírita, a enquete online especialmente relacionada ao comportamento e às atividades dos espíritas. O formulário da pesquisa está disponível neste link e você já pode colaborar respondendo o questionário proposto.

Já destacamos aqui essa interessante iniciativa de Ivan Franzolim, um grande ativista do Espiritismo em São Paulo. Para compreender melhor os propósitos e a dimensão desse trabalho, reveja o vídeo que a Luz Espírita gravou com o idealizador:


As respostas tabuladas servirão para análise de todos e obtenção de informações, sinais e tendências que poderão ser úteis no planejamento de atividades e de ações de comunicação.

Pode ser respondida em até 15 minutos por qualquer espírita, seja iniciante, frequentador, trabalhador e dirigente de instituições espíritas.

A cada ano são incluídas novas questões e você mesmo pode sugerir perguntas pelo e-mail: ifranzolim@bol.com.br

Clique neste link para acessar o formulário.

Não deixe de participar!

sexta-feira, 10 de março de 2023

Juiz canadense decide que mostrar o dedo do meio é legal e um "Direito dado por Deus"

Um decisão da justiça canadense virou notícia mundial em meio a uma campanha sorrateira, promovida há tempos pelas grandes mídias, em favor da banalização e contra toda e qualquer tipo de moral. Em uma sentença envolvendo um atrito entre vizinhos, um magistrado decidiu que "mostrar o dedo do meio é um direito dado por Deus". O portal de notícias da Globo - G1 divulgou essa notícia no Brasil e encheu a sua reportagem com imagens icônicas com esse tipo de ato e só faltou dizer que tudo isso é lindo e saudável. O que nós espíritas podemos refletir com isso? Aqui estão as nossas sinalizações.


O caso canadense

Primeiramente, vamos entender o que se passou no Canadá: duas famílias da cidade de Montreal e que são vizinhas uma da outra mantêm entre si uma intriga que já dura anos, apesar dos motivos aparentemente fúteis. No afloramento cada vez maior dessa desavença, principalmente pelos chefes da família: Neall Epstein e Michael Naccache, aconteceu de o primeiro ser preso em maio de 2021 depois que seu desafeto o denunciou alegando ter sido ofendido pelo vizinho, que lhe mostrara o dedo do meio de cada mão, um gesto tipicamente obsceno e em sinal evidente de ofensa moral. Cada um tem acusado o outro das mais diversas formas e tudo leva a crer que com um boa dose de veracidade; portanto, não há inocentes absolutos nessa história, e é bom que a justiça cuide tanto quanto o possa de punir a ambos, como sinal de repreensão veemente e sistemática — resposta que o Estado sempre deve dar em tais casos — inclusive para evitar uma tragédia.

Mas o que vem ao caso aqui, para nós, é o desdobramento da sentença mais recente, em 24 do útilmo fevereiro: o juiz da comarca de Quebec e que cuida do caso, Dennis Galiatsatos, inocentou Neall Epstein das ofensas cometidas e aproveitou para dissertar sobre a questão moral envolvente no processo: segundo o juiz, mostrar o dedo do meio a alguém é um direito "dado por Deus" que pertence a todos os canadenses. Acrescentou na sentença:

"Para ser bem claro, não é crime mostrar o dedo a alguém. É um direito dado por Deus e consagrado na Constituição que pertence a todo canadense de sangue quente. Pode não ser civil, pode não ser educado, pode não ser cavalheiresco. No entanto, não gera responsabilidade criminal."

Bem, não é de nossa alçada julgar o que deva ou não ser de direito para o povo do Canadá, mas, a título de reflexão filosófica, podemos tomar o caso como subsídio para o que é de nossa competência, justamente sobre a conduta pessoal que devemos ter. Então, o ponto central dessa questão é se temos mesmo o direito legal e irrepreensível de ofender ao nosso próximo: se sim, o fato de ser através de palavras ou gestos, realmente pouco importa; agora, se não nos é dado esse direito, por que o esforço para legitimar um gesto obsceno? Isso não equivale a praticamente incentivar que as pessoas usem normalmente de tais gestos?


Dedo do meio: um gesto realmente obsceno

Oferecer o dedo do meio é um gestão típico de imoralidade, de ofensa, de anarquia e de agressividade. Ele é realmente obsceno, indecente, da mais baixa qualidade, no sentido convencional de que atenta contra o pudor e se rebaixa à vulgaridade, talvez até mais gravemente do que um palavrão — que também é de uma grosseria lamentável.

Aliás, sobre palavrão, nós já tratamos aqui e vale a pena que o leitor dê uma olhada com muita atenção (veja aqui).

Em suma, os atos obscenos (palavrões e gestos) denotam uma grave inferioridade espiritual, como bem define a codificação do Espiritismo de Allan Kardec:

"Reconhecemos a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos pela linguagem de que usam; os bons só aconselham o bem e só dizem coisas proveitosas; tudo neles confirma sua elevação; os maus enganam e todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da ignorância. Os diferentes graus por que passam os Espíritos se acham indicados na Escala Espírita. O estudo dessa classificação é indispensável para se apreciar a natureza dos Espíritos que se manifestam, assim como suas boas e más qualidades."
O Livro dos Médiuns, 1ª parte, cap. IV, item 49, tópico 10


E não é menos oportuno lembrar as palavras do Cristo:

"A boca fala daquilo que está cheio no coração"
Mateus, 12:34


De fato, a obscenidade tem três características básicas que acabam por revelar três formas típicas de um comportamento humano, um pouco mais ou um pouco menos presente naquele indivíduo que a pratica:

1) Instinto de violência: todo gesto obsceno e todo palavrão carrega consigo a marca da agressividade, da disposição de querer atacar e ofender ao semelhante, mesmo quando praticado em tom de "brincadeira". Na verdade, isso nunca é uma brincadeira, pois a verdadeira brincadeira é uma diversão mútua, portanto jamais poderá ser violenta; e instinto de violência é um dos sinais de quem ainda se aproxima dos estágios mais primitivos do Espírito;

2) Distúrbio sexual: a obscenidade é um traço marcante de quem não tem a mínima compreensão do valor da sexualidade e de quem provavelmente traz consigo traumas, frustrações e outros tipos de perturbação nesse sentido, porque quem realmente é bom nisso sabe que o sexo é uma coisa abençoada, quando praticado com amor e dignidade ao próximo, de modo que um Espírito minimamente elevado jamais usará a sexualidade como forma de expressar qualquer indignação.

3) Espírito de anarquia: é um sintoma saliente de quem é revoltado contra a ordem, contra a lei natural e todo e qualquer tipo de organização, espírito típico que incita o ateísmo, a libertinagem e a delinquência; tudo o que mais afasta o homem de Deus e da verdadeira felicidade.


Campanha pela banalidade

Como dissemos, há uma marcha em curso e engrossando suas fileiras mundo afora: é a campanha da banalidade, que luta para desmantelar e acabar com qualquer forma de ordem e orientação moral; são os Espíritos inferiores, cheios de trevas interiores cumuladas por anos, séculos e até milênios de atividades maléficas contra si e contra os demais; Espíritos que foram representados nos Evangelhos pela alegoria dos demônios e que agora querem arrastar os demais Espíritos fracos para as banalidades afim de tentarem — em vão — aliviar suas decepções fazendo uso do sofrimento dos outros.

Estes obsessores então disseminam sorrateiramente a ideia de que nada é imoral, que a obscenidade é uma linguagem descolada, uma válvula de escapa para seus sofrimentos, uma forma de "desabafar" as mágoas e que, portanto, faz bem, que é moderno, legal e bonito. E assim, estes espíritos perversos arrancam risos e aplausos de plateias cada vez maiores, que se entregam fracamente aos vícios morais.

Por fim, estes espíritos querem estabelecer a ideia de que não existe uma moral natural, que ninguém (Deus, principalmente) pode ditar regras a outrem; que cada um faz da sua vida o que bem quer ("Minha vida, minhas regras"). Há, além disso, um foco bem traçado, embora nem todos consigam ver: tenta-se invalidar toda e qualquer forma de religião, sob o subterfúgio de que as crenças são sempre e absolutamente formas opressoras sem nenhum benefício para a sociedade e por isso mesmo — dizem — elas devem ser banidas da vida moderna. No movimento espírita, a propósito, não falta quem defenda apenas o seu lado científico, e mesmo quanto ao seu caráter filosófico, sua filosofia serviria apenas para fins de epistemologia (sobre os limites do conhecimento); ardilosamente, querem então anular o lado moral do Espiritismo junto com sua essência religiosa. São Espíritos trevosos infiltrados no nosso meio para espalhar cizânia, discórdias e assim anular a semeadura da nossa Doutrina amada.

O truque da mídia (hoje francamente influenciada pelos obsessores) é — como se vê na matéria do portal G1) associar a obscenidade a campanhas legítimas e positivas para daí validar o erro no meio das coisas certas. Daí, tenta-se fazer crer que se o apelo for justo (lutar pelos direitos humanos, por uma melhor distribuição de renda, contra as injustiças civis etc.) então se pode usar gestos obscenos e palavrões, além de revoluções violentas e anárquicas.

Ora, seguir na contramão desse "modernismo" é então atravessar um campo de espinhos, pois, normalmente, o mais elegante que talvez alguém lhe diga é que você é um "careta", um "frescurento" e um "falso moralista". Atreva-se você a fazê-lo numa rede social, onde palavrões são recorrentes como forma de expressão "democrática": se o fizer, provavelmente sofrerá um virtual linchamento público.


Moral e Espiritismo

Numa sociedade em que tantas atrocidades são consentidas, não é bem o caso de pretendermos que alguém vá preso por "tão pouco", mas daí a legalizar a banalidade o bom senso dista um bocado, e não podemos perder de vista que há sim um bom senso. E mais que isso.

Em Espiritismo, o entendimento é translúcido: existe uma moral natural que rege tudo e todos, estabelecida por Deus e que é paulatinamente revelação à humanidade na medida que os homens progridem intelectualmente e podem melhor compreender essa natureza moral.

Não é, portanto, uma moral relativa, que cada consciência constrói como bem queira e a molda quando bem quer, mas uma moral estabelecida, eterna e superior a todas as vontades humanas, que diferencia os Espíritos mais evoluídos dos mais inferiores, como lemos em Kardec:

"A distinção dos bons e dos maus Espíritos é extremamente fácil; a linguagem dos Espíritos superiores é constantemente digna, nobre, repleta da mais alta moralidade, livre de qualquer paixão grosseira; seus conselhos exaltam a mais pura sabedoria e sempre tem por objetivo o nosso melhoramento e o bem da humanidade. A linguagem dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconsequente, às vezes vulgar e até grosseira; se às vezes eles dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância; eles zombam da credulidade dos homens e se divertem às custas dos que os interrogam, lisonjeando sua vaidade, alimentando seus desejos com falsas esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, em toda a acepção da palavra, só são dadas nos centros sérios, naqueles onde os membros estão reunidos por uma íntima comunhão de pensamentos em favor do bem."
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec - Introdução, item VI.

 


Importa, pois, termos uma postura espírita, plena em moral, decência e dignidade, como diz o Espírito André Luiz:

"Não nos esqueçamos de que a gentileza e o respeito, no trato pessoal, também significam caridade."
Sinal Verde, (André Luiz )psicografia Chico Xavier - cap. 28


Nunca nos fartaremos de defender o caráter religioso da Doutrina Espírita, que Allan Kardec definiu como a revivescência do verdadeiro Cristianismo, dizendo que ser espírita é, em suma, ser um cristão. Diz a codificação kardecista que uma das prerrogativas do Espiritismo é semear o sentimento religioso em quem não o tem e fortificar o daquele que já está iniciado na fé. Kardec e os Espíritos amigos da codificação espírita nunca desabonaram as religiões; eles criticaram os excessos, o fanatismo, os abusos do clero etc., mas sempre ressaltaram a indispensável importância do elemento religioso para o processo de evolução do Espírito de modo a formar assim a própria religiosidade espírita, dotada naturalmente de amor e obediência a Deus, de uma Lei de Adoração e de uma definição inequívoca do que seja a verdadeira moral:

“A moral é a regra para se conduzir bem, quer dizer, a distinção entre o bem e o mal. Ela está fundamentada na observância da lei de Deus. O homem se conduz bem quando faz tudo pelo bem de todos, porque assim ele cumpre a lei de Deus.
O Livro dos Espíritos - questão 629


Ora, a moral é sempre para o bem e contra o mal. Quanto às definições destes dois elementos, temos:

"O bem é tudo que está de acordo com a lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la."
O Livro dos Espíritos - questão 630


Com isso, temos que falar sobre a moral, ainda que sob o risco de sermos taxados de falsos moralistas, e ainda que não sejamos nenhuma sumidade em moralidade, mas é que enquanto estamos falando e repetindo sobre o tema também nós estamos aprendendo, reaprendendo e reanimando nosso espírito para este propósito, procurando educar uns aos outros, em espírito de fraternidade e solidariedade, como Kardec nos educou a respeito:

"Há um elemento que costuma não se ponderado e sem o qual a ciência econômica não passa de uma teoria: é a educação; não a educação intelectual, mas a educação moral; não ainda aquela educação moral dos livros, mas a que consiste na arte de formar o caráter, aquela que cria os hábitos: porque educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Quando pensamos na massa de indivíduos lançados todos os dias na torrente da população, sem princípios nem freios e entregues aos próprios instintos, devemos nos espantar com as consequências desastrosas que disso decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem trará no mundo os hábitos de ordem e de previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem conduzida pode curar; aí está o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos."
O Livro dos Espíritos, - comentário sobre a questão 685-a.


Enfim, a maior missão do Espiritismo é nos educar moralmente, porque educação moral se ensina mesmo; esta é uma matéria imprescindível que todo bom centro espírita deve fomentar. Quando esta conscientização chegar no seu ápice, palavrões e gestos obscenos serão então considerados inaceitáveis pela sociedade, tal como hoje qualquer país iniciado na civilidade repudia o duelo, que nos tempos de Kardec era legal e recorrente.


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segunda-feira, 6 de março de 2023

Inscrições abertas para o curso online "KLE - Estudo de O Livro dos Espíritos"

Em janeiro deste 2023 nós havíamos anunciado que para breve a nossa plataforma de estudos online PEADE estaria lançando mais um curso: "KLE - Estudo de O Livro dos Espíritos" (veja aqui). Pois bem, eis que a hora chegou e todos os usuários da plataforma já podem fazer sua inscrição neste curso e fazer as primeiras aulas, precisamente até a sexta; as demais aulas já estão sendo editadas e serão publicadas logo mais. Este estudo não tem pré-requisitos, portanto, está ao alcance de todos mesmo.

Através deste estudo, vamos conhecer melhor o contexto histórico, a representatividade da obra perante a nossa doutrina, os bastidores do seu lançamento, as edições e atualizações do conteúdo e, enfim, vamos refletir mais profundamente sobre os detalhes doutrinários desse livro excepcional.

Portanto, esse estudo é uma espécie de curso aprofundado de Espiritismo.

Confira o vídeo de apresentação do curso:

Se você ainda não está inscrito ou nem conhece a PEADE, a nossa Plataforma de Estudos Avançados da Doutrina Espírita, saiba mais e faça sua inscrição através deste link:

Além do curso "KLE - Estudo de O Livro dos Espíritos", você encontra na PEADE outros cursos aprofundados de diversos temas fundamentais para o Espiritismo. Você faz as lições online, a hora que quiser, de onde quiser e pode interagir nos fóruns contando suas experiências, deixando críticas e sugestões. No final de cada curso você pode imprimir um certificado de conclusão, simbolizando assim a sua perseverança no estudo.

E é tudo absolutamente gratuito.

Inscreva-se agora mesmo pelo link abaixo:
www.luzespirita.org.br/peade


sexta-feira, 3 de março de 2023

"Fantasma e CIA": um filme bobo, mas com lições interessantes


O filme Fantasma e Cia (We Have a Ghost, 2023; direção de Christopher Landon) está entre os destaques da Netflix desta semana e, por se tratar de um tema que de algum modo tem relação com espiritualidade, interessa-nos especialmente para o exercício de imaginação sobre o que as pessoas em geral — que não têm um conhecimento mais aprofundado sobre Espiritismo — irão pensar e talvez absorver em seu subconsciente sobre ideias como "o que é fantasma" e sobre "como as coisas funcionam" em termos de fenômenos mediúnicos, ou seja, o que é e o que não é possível em casos de manifestações de espíritos. Após assistirmos ao longa, nossa avaliação final é a de que o filme é uma aventura de ficção boba, que transita entre os gêneros de soft drama, diversão familiar, comédia e besteirol, mas contendo ingredientes que pode servir de pretexto para uma conversa entre parentes e amigos de certa maneira interessante sobre temáticas espíritas, tal como vamos fazer aqui.




O enredo

Uma família não bem sucedida financeiramente aproveita o preço em conta de uma velha casa e lá tenta recomeçar — mais uma vez — a sua vida comum. Acontece que eles se deparam com a presença de um hóspede inusitado: um fantasma (interpretado por David Harbour). Bem, a ideia desta era apavorar a família e enxotá-la dali para curtir sua triste solidão, mas as coisas não funcionaram assim: o sensível Kevin (Jahi Di'Allo Winston), um dos filhos do casal, vê na "assombração" só mais uma pessoa triste, como ele, e procura descobrir a triste sina que prende a entidade àquela casa. O fantasma se afeiçoa ao garoto e tudo fica de boa até quando o restante da família se dá conta da estranha companhia na casa.

Depois de conseguirem gravar vídeos com manifestações daquela entidade e os publicarem na internet, a família vira celebridade com "Ernest, o fantasma" e empolga principalmente o pai, Frank (Anthony Mackie) e o outro rapaz da casa, o fanfarrão Fulton (Niles Fitch), enquanto a mãe, Melanie (Erica Ash), é mais temerária com as consequências possíveis para os planos do marido, que vê em tudo isso a grande oportunidade para finalmente realizar o sonho de virar a sorte  deles e ganhar dinheiro.

Só que o tal Ernest tem sua própria história e a sequência do drama chega até o envolvimento de agentes especiais do Governo, de quem toda a família acaba virando alvo de perseguição.

Veja o trailer do filme:



Assunto para conversa

O que pode ser interessante para uma roda de conversa familiar ou entre amigos, depois de se vê Fantasma e Cia, é, por exemplo:

1) A individualidade de um fantasma, melhor dizendo, um espírito, com alguém igual a cada um de nós no sentido de que tem uma história de vida, vida essa que continua após a morte. Daí faz bem refletirmos sobre como será a continuação da nossa história quando atravessarmos o túnel da morte, inclusive ajudando a criar em torno de nós uma cultura de desmistificação da morte;

2) Considerando principalmente os excelentes ensinamentos da Doutrina Espírita, sempre é válido trocar ideias sobre o fenômeno mediúnico e as possibilidades de os espíritos atuarem fisicamente em nossa dimensão material, embora o filme em questão exagere na criatividade (o que é compreensível, afinal se trata de uma peça cinematográfica feita para divertir, e não exatamente para instruir);


3) Para nós espíritas, a lição mais oportuna de Fantasma e Cia provavelmente é o caráter muito materialista predominante em nossa sociedade atual, aqui personificada no pai da família protagonista, que demonstra ser pouco escrupuloso e ter muita gana por dinheiro e fama, a despeito do drama pessoal do "fantasma". Isso, sem contar o estilo de vida banal do filho fanfarrão — outro mal bastante perigoso de nosso tempo. Com Kardec, aprendemos que não devemos brincar com os espíritos, tampouco usá-los para fins interesseiros e mesquinhos.


Atenção pais: Fantasma e Cia não é um filme de terror ou suspense clássico, mas tem duas cenas que merecem cuidados especiais: um "susto" que um irmão prega no outro, no começo do filme, quando que a família faz a primeira vistoria na casa; e as peripécias que o fantasma Ernest faz para assustar o médium vidente que visita a família para gravar um programa para o seu canal, momento em o espírito se contorce todo e também transfigura o rosto em feições feiosas.

Enfim, como já dissemos, é um besteirol, mas pode valer o sacrifício de acompanhar a sua turma que queira assistir Fantasma e Cia, desde que ao final caiba então uma boa conversa espírita.

O link para o filme Fantasma e Cia na Netflix é este aqui.

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