terça-feira, 28 de dezembro de 2021

"Natal e a diferença entre Jesus e Deus" por Daniel Strutenskey de Macedo


Temos recebido um grande volume de mensagens dos nossos confrades, simpatizantes do Espiritismo e até de pessoas declaradamente "antipáticas" à nossa causa espírita. São desde pedidos de oração (especialmente para o  nosso programa Evangelho no Lar Online), sugestões e críticas sobre nossas publicações, perguntas doutrinárias, suporte para se inscrever na nossa plataforma de cursos online (PEADE) etc.

Infelizmente, não temos colaboradores suficientes para responder a todos imediatamente, mas procuramos não deixar ninguém sem um mínimo retorno. Por essa razão, esta também é uma oportunidade para pedirmos desculpas àqueles que nos escrevem, sobretudo tratando de questões mais urgentes.

Além disso, faz bem esclarecermos que não desprezamos nenhuma correspondência, mesmo que sejam críticas, as mais duras inclusive: elas são igualmente dignas de apreciação, posto sermos todos aprendizes da Boa Nova.

Em meio a essa diversidade, temos a grata satisfação de recebermos também ótimos textos, no estilo de artigos, crônicas, poemas etc. Apenas para ilustrar a qualidade dessas letras a nós ofertadas, compartilhamos aqui o ensaio a seguir, que julgamos válido para a reflexão de todos. (Destaques em negrito por nossa conta)



Natal e a diferença entre Jesus e Deus

Na época em que Jesus nasceu a religião não era somente um caminho e uma esperança, um sentimento de fé, mas era a Lei que determinava a ordem estabelecida na nação, no reino físico da referida nação. Os países não tinham uma constituição, não possuíam leis civis que organizassem a vida em sociedade, não havia uma justiça civil organizada. Era o rei que definia tudo e que mandava em tudo. E o rei de Israel era ao mesmo tempo o chefe supremo da igreja. Não era sem motivo que os judeus consideravam o seu Deus, Jeová, o Deus dos Exércitos. Quer dizer, dos exércitos deles, do povo judeu.

Pelos motivos expostos acima, ninguém poderia mudar as leis e alterar a ordem das coisas sem mudar as Leis Divinas trazidas pelos profetas. As leis escritas pelos profetas é que determinavam o que era certo e o que era errado, o que era bom e o que deixava de ser, o que era crime e o que não era. Enfim, era ela que determinava os costumes e a justiça da época. Davi, o divino poeta, autor de salmos maravilhosos, casou-se com a filha do rei depois de atender ao pedido do futuro sogro. Seu sogro lhe pediu que Davi trouxesse setenta órgãos masculinos (pênis e saco escrotal) e Davi matou setenta guerreiros inimigos para atender a exigência do Rei. Esta era a realidade da época. Matar os inimigos de Israel era da vontade de Jeová, pois Jeová era o rei deles, exclusivo, era o rei da nação judaica e não dos outros povos.

O Deus de Jesus é universal e orienta as pessoas a perdoar os inimigos. É um Deus de fraternidade.

Na época e nos séculos anteriores aos da disputa de poder entre os judeus, eram as leis das sagradas escrituras que determinavam tudo. Por isto, para mudar alguma coisa os políticos da época buscavam textos sagrados que fossem de encontro àquilo que eles pretendiam. E quando não achavam, inventavam. Criavam textos e faziam de conta que os tinham encontrado em antigos pergaminhos escritos por Jeremias, Isaias e outros profetas admirados. Era assim que davam validade sagrada aos seus argumentos. Nesta época não tínhamos conhecimentos científicos e técnicos para testar os documentos e saber se eram originais ou não. A validade era dada pelos interessados que tivessem mais poder no momento. Quem ler o velho testamento verá que são as palavras dos profetas que defendem ou atacam um rei e que é a partir delas que um rei permanece ou outro assume o trono.

A causa de Jesus e do grupo que o apoiava era de provocar uma mudança de costumes, de princípios, de crenças e de valores. E assim como os demais, o grupo cristão também utiliza a palavra de profetas anteriores, a palavra sagrada de que viria um novo Messias, o qual mudaria tudo. O grupo cristão precisava da palavra sagrada para ter legitimidade, para ser acreditado pelo povo. Jesus precisava ser o Messias. Como sabemos, ele foi perseguido pelos judeus que tinham o poder e pelos seus aliados romanos. Nesta época, Israel tinha Herodes como rei, o qual tinha um acordo com os romanos e pagava impostos a eles para se manter no poder. O povo pagava os impostos triplamente: para o rei Herodes, para a igreja judaica e para os romanos.

Jesus não poderia dizer que era um homem que desejava justiça e fraternidade, que todos fossem iguais, que não mais houvesse escravidão. Ele não seria ouvido. Era preciso que ele fosse o novo Messias, que ele tivesse origem divina como previu o profeta Isaias. Este é o motivo e a razão pela qual Jesus se declara filho de Deus. Era necessário. E como filho de Deus ele muda a concepção de Deus. O Deus cristão não é mais o Deus dos Exércitos, não é mais um deus exclusivo do povo judeu, mas torna-se pai, pois o verdadeiro pai protege, perdoa, auxilia. E torna-se um deus pai universal, de todos os povos. Leiam a carta de Paulo onde ele diz aos Hebreus. Antes era a Lei (a lei judaica) e com a lei havia o pecado (pecado significava delito e quem cometesse um delito era castigado), mas agora o justo viverá de fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Com esta carta, Paulo aboliu a lei anterior e disse ao povo que almejava por justiça que agora ele viveria sob uma nova ordem, uma nova lei, uma lei justa.

Sabemos através da História que o cristianismo não vingou completamente, mas ele foi um novo fermento de princípios, crenças e valores que alimentou as gerações futuras e foi, aos poucos, transformando o mundo. E ainda transforma!

O que é Deus? Deus para a ciência é a causa da existência do Universo. Para as pessoas de fé é uma esperança, uma promessa, uma vida eterna no futuro. Como Jesus e os seus profetas falavam com Deus? Através do Espírito Santo. Qual seja, através de espíritos que falavam através deles e traziam as palavras da nova ordem, da nova Lei, que era a Lei de Justiça e Fraternidade de Jesus, de João Batista e de outras pessoas envolvidas na mesma causa. Se considerarmos a vida espiritual e o contato estreito de Jesus e dos apóstolos com os espíritos será lógico admitirmos a vida eterna e assim considerá-la uma vida real, uma vida maior, uma vida divina. Por este ângulo, todos somos filhos de Deus. Não foi á toa que Jesus disse que éramos todos irmãos! Como Jesus, somos todos filhos de Deus!

Ainda hoje é complicado separarmos Jesus de Deus, pois a maioria das pessoas ainda está presa às ideias antigas, do velho testamento, que é de um tempo em que vigorava a injustiça e a escravidão. Os textos bíblicos são confusos, são complexos, são contraditórios, são escritos em linguagens simbólicas, são difíceis de serem compreendidos. Então, por isto, a gente deixa que Jesus e Deus continue sendo a mesma pessoa.

Daniel Strutenskey de Macedo


Apenas uma palavrinha sobre o texto do nosso confrade Daniel: enquanto muitos (os religiosistas) prendem-se na supervalorização literal dos chamados textos sagrados (isso vale tanto para a Bíblia quanto para o Alcorão e todos os demais manuais de fé, inclusos os livros didáticos das ciências), outros acabam por desprezar toda e qualquer obra similar; se não for o caso de total desprezo, pelo menos este segundo grupo tende a menosprezar tais obras, seja porque elas sejam confusas, contraditórias, enigmáticas etc. Assim, nos pareceu tender o texto acima, ao que, por nossa vez, no mínimo, pensamos ser mais prudente colocar essa "sabedoria das antigas" na conta dos mistérios, os quais talvez não estejam tão longe de serem melhor compreendidos. Quiçá tudo o que nos parece místico hoje, por exemplo a numerologia e a simbologia de que as ditas escrituras sagradas estão impregnadas, não tenha mesmo um significado concreto, inclusive solidarizando todas as grandes obras do gênero (Bíblia, Alcorão, Vedas, Mahabharata etc.)! Apesar disso, a mensagem central do artigo aqui transcrito consagra uma ideia que claramente está alinhada com a Revelação Espírita: a distinção entre Jesus e Deus, bem como o papel de cada um, bem definido pela Boa Nova trazida pelo Cristo (o Messias).

A reprodução deste texto também é exemplar para dizermos que nem sempre vamos estar de acordo com absolutamente tudo de um texto ou uma tese qualquer apresentada, mas isso não implica que em tudo essa ideia seja desprezada e que nós podemos conviver pacificamente com as diferenças, crescendo juntos, através dessa dialética, pelo estudo, pesquisa e diálogo, à caminho do melhor entendimento das coisas.

Este é o espírito da coisa para nós: nós é sobre perfeccionismo, mas progresso contínuo.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Feliz Ano Novo!

 

A Fraternidade Luz Espírita deseja a todos um feliz ano novo!

Que 2022 seja repleto de realizações espirituais, pela graça de Deus!


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Feliz Natal de Jesus!

A Fraternidade Luz Espírita deseja a todos um Feliz Natal, enfatizando que esta é uma celebração essencialmente cristã, no sentido de que sua motivação maior é  e não pode ser outra — precisamente a renovação dos nossos compromissos espirituais com Jesus, o aniversariante do dia, o guia e modelo para a humanidade terrena; ele que veio à Terra para nos ensinar e nos encorajar a seguir os valores espirituais, as virtudes eternas: caridade, humildade, paciência, perdão etc.

Que nesta celebração natalina, esses tesouros dos céus se materializem em nossos corações e nos inspirem a uma melhor conduta para a sequência de nossos dias aqui neste mundo de expiações e de provações.

Muita luz para todos nós!


segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

"Obsessão" - novo verbete da Enciclopédia Espírita Online

 

A nossa Enciclopédia Espírita Online recebeu hoje mais um acréscimo importante: o verbete "Obsessão", tratando do mal espiritual colocado na primeira linha dentre as preocupações e cuidados especiais para a prática mediúnica, se bem o processo obsessivo seja um fenômeno de todos os tempos, dentro e fora da mediunidade e do Espiritismo. Por isso, a importância de se conhecer seu mecanismo e se precaver das más influências espirituais.

Veja a sinopse do verbete:

Obsessão, conforme a Doutrina Espírita, é a influência negativa que um Espírito exerce persistentemente sobre outra pessoa, de variadas maneiras de atuação, desde um simples desvirtuamento da moral até a perturbação completa das faculdades mentais e controle do organismo físico, cujos efeitos podem alcançar diversos graus do constrangimento e até enfermidades físicas. Allan Kardec classificou a obsessão em três tipos básicos: obsessão simples, fascinação e subjugação, acrescentando aí o caso especial de determinado tipo de possessão, em que o organismo físico da presa fica temporariamente dominado pelo Espírito agressor. O agente dessa má influência (o obsessor) demonstra, por essa prática, ser sempre de uma natureza inferior, própria dos Espíritos muito imperfeitos, movidos por interesses variados, por exemplo: sentimento de inveja, vingança, mero desejo de fazer o mal (aleatoriamente ou contra uma causa comum) ou ainda para usufruir de gozos materiais (fumo, bebida, droga, sexo etc.) que, neste caso, é comumente especificado como Vampirismo. O obsediado (ou obsidiado, obsedado) é a presa do processo obsessivo, e aí evidencia também sua inferioridade moral, seja pela suscetibilidade de ser perturbado ou mal influenciado, seja pela sua predisposição em gozar dos prazeres inferiores a que é arrastado. Em razão dos médiuns estarem naturalmente mais expostos ao contato dos Espíritos, a obsessão é então colocada como um perigo de primeira ordem para a prática da mediunidade, que, por sua vez, apresenta-se como poderoso auxílio no tratamento contra a obsessão (desobsessão), especialmente por revelar a ação oculta de obsessores e por propiciar um diálogo regenerador entre os envolvidos e intermediários motivados pela boa vontade. Além de ter sido a primeira doutrina a evidenciar sistematicamente o processo obsessivo, o Espiritismo faz-se o melhor meio para tratá-lo e prevenir a ação de Espíritos obsessores, cujos procedimentos básicos são: oração e aperfeiçoamento moral dos indivíduos envolvidos.

Saiba em detalhes o que é, quais os tipos e efeitos das obsessões, o que caracteriza o vampirismo, a possessão, a auto-obsessão, além de como tratar e se prevenir do assédios de Espíritos obsessores.

Clique aqui para acessar o verbete na íntegra.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Bezerra de Menezes inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria


O nome de Bezerra de Menezes foi aprovado, nesta quarta-feira (15), pelo Plenário do Senado, para ser incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. É o segundo personagem espírita a ser homenageado neste mesmo nível: em setembro deste 2021, nós anunciamos aqui a inclusão de Chico Xavier nesta seleta lista (veja aqui). A proposta que consagra "O Kardec brasileiro" (PL 4.323/2021) é do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) e segue para a Câmara. A votação foi simbólica.

— A cultura da paz a gente tem que sempre celebrar — disse Girão.

Senador Eduardo Girão

O relator foi o senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), mas seu relatório foi apresentado pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM), como relator ad hoc. No documento, Rodrigo Cunha afirma que a homenagem é justa e reconhece a “dedicação ao próximo” do homenageado.

“Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, mais tarde conhecido como o Médico dos Pobres, nasceu, em 29 de agosto de 1831, no atual município de Jaguaretama, no Estado do Ceará. Ao longo de sua trajetória, Bezerra de Menezes demonstrou inúmeras vezes sua opção em ajudar os mais necessitados. Para ele, o verdadeiro médico é aquele que se doa completamente à função de salvar vidas e amenizar dores. Considerando, em vista do exposto, a relevância da atuação do Doutor Bezerra de Menezes e de seu legado para a difusão da doutrina espírita no Brasil e no mundo, não há dúvida de que o projeto sob exame é meritório”, diz o relatório.

Bezerra de Menezes

Bezerra de Menezes (1831- 1900), conhecido como Bezerra de Menezes, foi um médico, jornalista, político, filantropo e expoente da doutrina espírita. Após a perda do pai, Bezerra de Menezes foi para o Rio de Janeiro, para seguir a carreira de médico.

De acordo com o senador Girão, quando Bezerra de Menezes atuava como médico, já demonstrava o grande coração e caridade que iria semear, sobretudo entre os mais pobres. O respeito e o reconhecimento de numerosos amigos o levaram à política. Elegeu-se vereador para Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 1860, pelo Partido Liberal. 

Em 1867, foi eleito deputado pelo Rio de Janeiro. Após se dedicar por 30 anos à atividade parlamentar, em 1885, Bezerra de Menezes encerra as atividades políticas e passa a se dedicar ao espiritismo.  

“Bezerra de Menezes sintetiza virtudes grandiosas sem perder os traços de uma comovente humanidade e ainda hoje seu nome inspira obras de caridade no Brasil e no mundo”, destaca Eduardo Girão.

O senador mencionou ainda a trajetória de Bezerra Menezes e a sua importante atuação no movimento espírita. Uma das passagens da vida de Bezerra de Menezes mais emblemáticas foi quando, já não dispondo de nenhum recurso material, entrega seu próprio anel de formatura em medicina para que uma mãe aflita pudesse comprar os remédios para seu filho muito doente, disse Girão.

“Não resta dúvida acerca da homenagem que se pretende prestar a Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, o Doutor Bezerra de Menezes, em devido reconhecimento ao papel de relevância que teve e que continua, em espírito, desempenhando”, conclui o senador Girão. 

Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves é um memorial cívico destinado a homenagear heróis e heroínas nacionais que, de algum modo, serviram para o engrandecimento da nação brasileira. Além de contar com a exposição permanente do Livro de Aço, no qual estão entronizados os heróis, o espaço cultural pertencente ao Centro Cultural Três Poderes, celebra os ideais de democracia e liberdade, reverenciando, em especial as figuras de Tiradentes e Tancredo Neves.

Painel da Inconfidência Mineira e o Livro de Aço com os nomes homenageados

No primeiro pavimento estão expostos registros sobre a importante figura política Tancredo Neves no período de redemocratização do país pós ditadura militar. No andar superior encontra-se o grande painel da Inconfidência Mineira que retrata historicamente o movimento que visava libertação e o Livro de Aço com os nomes homenageados. O nome de Chico Xavier se juntará a outras nobres personalidades, dentre os quais Dom Pedro I, José de Anchieta, Rui Barbosa, Machado de Assis, Euclides da Cunha, Luiz Gama, Maria Felipa de Oliveira, Maestro Carlos Gomes, Maria Quitéria de Jesus Medeiros, Ulysses Guimarães etc.

 Praça dos Três Poderes em Brasília, DF; 2) Congresso Nacional; 3) Palácio do Planalto. 4( Supremo Tribunal Federal; 4) Panteão da Pátria e da Liberdade

O espaço que está localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e é administrado pela Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal, fica aberto, assim como os outros equipamentos que compõem o Centro Cultural Três Poderes, de terça a domingo — inclusive feriados — das 9h às 18h.

Fonte: Agência Senado


quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

O extraordinário acervo espírita do CCDPE-ECM


Convidamos nossos confrades a conhecerem, através deste pequeno filme, um pouco sobre o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro - CCDPE-ECM, com sede em São Paulo, Capital. O vídeo conta rapidamente as origens deste Centro, o seu acervo e o trabalho lá desenvolvido por dedicados voluntários, dentre os quais grandes pesquisadores da Doutrina Espírita.

Confira o vídeo:


Lembrando que o CCDPE-ECM fica na Alameda dos Guaiases, n° 16, bairro Indianópolis, São Paulo, Capital.

Site oficial:

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

"A morte segundo Cairbar Schutel", por Rogério Miguez

Neste ano de 2021, ainda bastante castigado pela pandemia do Covid-19, a morte assombrou muitos lares, ceifando vidas de quem se guardava muitas expectativas, e em muitos casos fazendo as vezes de uma grande tragédia familiar. Isso porque, obviamente, é praxe a falta de uma educação sobre este fenômeno natural. Apesar da evidência mais do que patente de que da morte ninguém escapa, poucos se prestam a refletir sobre tal ocorrência, além do que há uma cultura mística que mais deseduca do que prepara as pessoas para morrer. E é neste campo que vemos um trunfo do Espiritismo, inigualável: a capacidade de nos instruir sobre esta fatalidade reservada a todos. Por tal razão, acolhemos de bom grado a sugestão do artigo que segue, como mais um subsídio para refletirmos sobre a passagem desta vida material para a pátria espiritual.


A morte segundo Cairbar Schutel

A ideia da perpetuidade da vida foi muito clara para ele e ficou registrada inconteste em seus livros

Rogério Miguez | rogmig55@gmail.com

Anossa História já bem regis- trou informes sobre muitos beneméritos da humanidade. Espíritos sábios que souberam aproveitar a célere oportunidade de uma vida, exemplificando por atos e palavras a convicção absoluta na existência de Deus e no insuperável testemunho de Jesus. Um desses certamente foi Cairbar de Souza Schutel. Espírito lúcido e cônscio de suas tarefas e compromissos, marcou a Pátria amada, durante sua trajetória pela terra adorada, com indeléveis e inesquecíveis lições e textos, os últimos reunidos em um dos maiores legados por ele deixados: seus livros.

A problemática da morte, seguramente, foi uma questão com a qual se preocupou. Afinal, quem não tem interesse em melhor entender este inexorável desfecho, a alcançar-nos, mais hoje, mais amanhã. Motivado pelas inúmeras e oportunas abordagens do Bandeirante do Espiritismo sobre o tema, recolhemos algumas delas em uma pesquisa não exaustiva, disseminadas ao longo da sua valiosa herança escrita:

1. Espiritismo e Protestantismo (1911)

“O estacionamento é a morte e nós espíritas cremos na vida eterna.” (cap. XIII – A crença por decreto)

2. Histeria e Fenômenos Psíquicos (1911)

“Ora, o nosso corpo sobrevive à morte terrestre com todas as suas faculdades (...)” (cap. IV – Teoria mecânica e espírita)

3. O Diabo e a Igreja (1914)

“Pelo que vê o leitor, nosso fim é despertar, em todos, o raciocínio e o sentimento da Imortalidade – convidar os trôpegos, os estropiados e os humildes – aqueles que não querem adquirir o Reino do Mundo, mas querem possuir o Reino dos Céus, que é o reinado da Paz, do Amor, da Sabedoria, colunas indestrutíveis e portentosas em que se acha assentado o Templo da Verdade!” (Prefácio)

4. Espiritismo para crianças (1918)

“O que é Religião?

“É a ciência que nos conduz a Deus, tornando-nos conhecedores dos nossos deveres e dos nossos destinos depois da morte.” (Religião)

“Sendo a religião uma ciência que nos ensina os nossos destinos depois da morte, qual é a natureza intima do homem? O homem é apenas corpo?” (O Homem e a Imortalidade)

“Não, o corpo humano não é mais do que o instrumento de que o Espírito se serve neste mundo para trabalhar pelo seu adiantamento. Por ocasião da morte, o ‘homem espiritual’ abandona o corpo como nós fazemos à roupa velha.” (O Homem e a Imortalidade)

5. Interpretação Sintética do Apocalipse (1918)

“A ideia religiosa traz, como consequência, a sobrevivência do Espírito à morte do corpo, e deste axioma derivam as condições físicas e morais do homem depois da morte.” (Deduções filosóficas da religião)

6. Cartas a Esmo (1918)

“Com esse intuito é que Deus permite as manifestações espíritas, provas irrefragáveis da existência da alma e sua sobrevivência à morte do corpo.” (cap. III – A Crença Cega e a Crença Raciocinada)

7. Médiuns e Mediunidades (1923)

“O Espírito tinha a sua individualidade antes de se encarnar e conserva a sua individualidade depois da morte do corpo.” (cap. XXXVI – Resumo dos ensinos dos espíritos)

“Por toda a parte está a vida, e até na própria morte ela se manifesta, porque a morte não é mais que um movimento de renovação, de transformismo para a perfeição.” (cap. XXXVIII – A vida e a morte)

8. Gênese da Alma (1924)

“As manifestações póstumas dos animais deixam ver claramente que eles são dotados de um corpo imponderável que sobrevive à morte do corpo carnal.” (cap. XXXI – Demonstração positiva da alma dos animais)

“O nada não existe: trevas, morte, sepulcros, não são mais que berços que acalentam as variadas formas da Vida para entregá-las à Eternidade.” (Súmula)

“Que deus é esse que cria seres [animais] que sentem e que amam, em quem se verificam os mesmos cinco sentidos que caracterizam o bípede humano, fá-los passar por uma série longa de sofrimentos e por fim aniquila-os para sempre, extingue-os na noite tenebrosa da morte!” (cap. III – As tábuas do Sinai)

9. Espiritismo e Materialismo (1925)

“Para ter certeza se a alma sobrevive à morte do corpo, o meio mais seguro é procurarmos estabelecer relações com essas almas nossas amigas que já se despojaram do seu corpo material.” (cap. III – Estudo experimental)

“Seria mesmo impossível conceber uma alma sem corpo, pois é lógico que a alma existindo deve forçosamente ter um corpo imperecível que a acompanha antes e depois da morte.” (cap. IV – A alma revestida do seu corpo fluídico)

10. Fatos Espíritas e as Forças X... (1926)

“Desça o homem do pedestal em que falsamente se colocou, e reconhecerá as suas aptidões, compreenderá a sua existência independente do corpo carnal e sua sobrevivência à morte desse corpo, instrumento que é da sua manifestação na Terra.” (cap. VII – Espírito – força e matéria)

11. Parábolas e Ensinos de Jesus (1928)

“Mas a morte foi vencida, e não teve outro resultado senão demonstrar a Vida!” (Preâmbulo)

“Há alma morta em corpo vivo, porque, assim como o corpo sem alma é morto, o Espírito sem a Fé que vivifica e felicita é um ser inerte como um cadáver.” (As duas mortes)

“A cruz, emblema da morte, vai cair, para dar lugar ao Espírito, personificação da ressurreição...” (Cruz e cruzes)

“O Espírito vive, insistamos, e a morte não é mais que uma transformação para um estado melhor.” (Cristianismo e imortalidade)

12. O Espírito do Cristianismo (1930)

“De fato, o que nos valem os ensinos de Jesus, os exemplos que nos legou de uma vida de pureza, as maravilhas que produziu, se não temos a crença na Imortalidade, se julgamos que tudo se finda com a morte, se o nosso Saduceísmo vai ao ponto de crer que Deus é só para esta existência!” (As manifestações póstumas)

13. A Vida no Outro Mundo (1932)

“Para saber o que se passa no momento da morte, como se desenrola esse fenômeno, podemos recorrer à descrição de muitos clarividentes que observaram a crise da morte, assistindo a moribundos.” (cap. XI – O mistério da morte)

14. Vida e Atos dos Apóstolos – 1933

“Paulo viu a Jesus depois de os judeus O haverem crucificado e matado; e eles achavam que isso era impossível. Para essa gente a morte era a destruição de tudo, mas para Paulo assim não era, pois tinha não só o testemunho pessoal de que Jesus vivia, como também o testemunho alheio que corroborava o seu testemunho.” (A Exposição de Festo ao Rei Agripa)

15. Preces espíritas (1936)

“Deixastes o grosseiro invólucro sujeito às vicissitudes e à morte; conservais somente o invólucro etéreo, imortal e inacessível aos sofrimentos.” (34 – Por alguém que acaba de morrer)

16. Conferências Radiofônicas (1937)

“É assim que se explica a indissolubilidade do Amor contra a qual a morte não tem poder; é assim que se explica o brado de São Paulo, nos combates do espírito contra a morte e seu definitivo triunfo da vida: – ‘Ó morte, onde está o teu aguilhão! – ó túmulo, onde está a tua vitória!’” (O Espiritismo através dos livros sagrados)

“Felizmente, graças às experiências espíritas, a morte está perdendo o seu caráter aniquilador.” (A morte reformada)

17. Com relação às três obras: questão religiosa, Liberdade e progresso e Pureza doutrinária, infelizmente não pudemos realizar a pesquisa por falta de cópias dos livros, fossem elas físicas ou mesmo em arquivos digitais.

18. O Batismo – 1941

O Batismo, como se sabe, não foi propriamente um livro escrito por Cairbar, mas consiste numa consolidação realizada pelos editores, ao reunirem textos escritos de sua autoria, na época esparsos e ainda não publicados, que foram encontrados após seu desencarne. No livro, não há menção explícita sobre a morte, mas, se desejarmos, podemos ver a mão de Cairbar oferecendo mais um legado à posteridade, quando, mesmo já não estando entre os “vivos”, pode ter sugerido a elaboração desta obra, em mais uma demonstração da inexistência da morte. Além disso, o batismo pode ser visto simbolicamente como o momento do nascimento da criança perante a comunidade, ou seja, mais uma vez a vida prevalecendo.

Destas poucas citações selecionadas, pois que há muitas outras, percebe-se o quão distante da morte viveu o Apóstolo de Matão. Certamente aqueles que tiveram o privilégio de desfrutar de seu convívio devem ter sentido esta pujança de vida ao longo da existência de tão singular Espírito.

A ideia da perpetuidade da vida foi muito clara para Cairbar, porquanto, poucas horas depois de sua desencarnação, em mais um atestado eloquente da imortalidade, reapareceu e pela mediunidade de Urbano de Assis Xavier nos deixou outra inolvidável pérola: “Vivi, vivo e viverei, porque sou imortal.”

Rogério Miguez

Engenheiro, articulista e expositor,
atuando no movimento espírita em São José dos Campos-SP.



Artigo originalmente publicado na Revista Internacional de Espiritismo,
edição de setembro-2018

Saiba mais sobre Cairbar Schutel pela
Enciclopédia Espírita Online.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Videopalestra "Natal simbólico", com Artur Valadares


Recebemos a sugestão da seguinte palestra e, então, temos a alegria de compartilhar com os nossos amigos as reflexões oferecidas pelo nosso confrade espírita Artur Valadares sobre o "Natal simbólico", em evento realizado na Sociedade Espírita Allan Kardec de Ibaté - SP, no dia 12/12/2018.

Confira a exposição pela janela adiante:

A referida palestra, portanto, está em sintonia com a nossa campanha Natal com Jesus, à qual convidamos a todos a participar, por exemplo, compartilhando com familiares e amigos as ideias que propomos para as comemorações de mais um aniversário de Jesus, relembrando e redescobrindo o significado de sua passagem na Terra com a missão de nos trazer a Boa Nova, o Evangelho, além de profetizar o advento da Doutrina Espírita.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Campanha Natal com Jesus

 


Portal Luz Espírita está levantando a campanha para a promoção do verdadeiro significado das festividades natalinas, que é exatamente a comemoração do nascimento de Jesus de Nazaré e Cristo, Messias enviado por Deus para renovar a Humanidade.

Não é, portanto, nenhuma inovação, mas um resgate, uma vez que o sentido desta data tão sublime tem sido deturpada, redirecionando seu significado para propósitos materialistas, ornados com símbolos e slogans totalmente desconexos com esse maravilhoso momento de excelsitude espiritualista.

Ajude-nos a divulgar essa ideia compartilhando com a hashtag

#NatalComJesus

Saiba mais clicando aqui


domingo, 28 de novembro de 2021

Ensaio sobre a psicografia de Chico Xavier é premiado em concurso nos EUA


Fomos agraciados com a notícia do resultado de um concurso mundial promovido pelo instituto americano BICS sobre pesquisa relacionadas à vida após a morte, em que um grupo de pesquisadores brasileiros também se figura entre os premiados. Alexandre Caroli, Raphael Fernandes Casseb e Marina Weiler desenvolveram um ensaio sobre a obra psicográfica de Chico Xavier, ficando com a 11ª colocação dentre cerca de 200 trabalhos aceitos.


O INSTITUTO BICS

O BICS - Bigelow Institute for Consciousness Studies (Instituto Bigelow para Estudos da Consciência) é uma organização criada e patrocinada pelo magnata americano Robert Thomas. Bigelow, interessado em ufologia, fenômenos paranormais e evidências de vida após a morte, pelo que há décadas ele tem patrocinado inúmeras pesquisas relativas a esses assuntos. O instituto foi oficializado em 2020, quando foi anunciada a primeira edição do concurso que premiaria as melhores pesquisas científicas a respeito da sobrevivência da alma após a falência do corpo físico.

Robert T. Bigelow

Visite o site oficial do BICS (em inglês).

Para a edição deste ano, Bigelow destinou 2 milhões de dólares em premiação, alcançando os 29 melhores ensaios, cujo objetivo é o de oferecer ao público em geral informações seguras, baseadas em evidências científicas, sobre a vida além da matéria, despertando assim uma conscientização da natureza espiritual e suas consequências.

Vê-se pois que se trata de uma iniciativa das mais nobres, porque, se não for por ações individuais como esta, por amor à causa espiritual, como vamos esperar algo melhor da ciência, das academias e da indústria materialista de nosso tempo, que praticamente nada mais produz senão visando lucros e lucros? Afinal, não dá para vender "reforma íntima" em pílulas, não é?

Pelo que apuramos, Robet T. Bigelow é um mecenas da espiritualidade, certamente inspirado por bons Espíritos, e rogamos que a semente plantada pelo BICS multiplique seus frutos.


O CONCURSO 2021

Para avaliar os trabalhos oferecidos para a edição 2021 do concurso, o BICS convocou seis jurados, todos acadêmicos altamente reconhecidos, dentre os quais o psiquiatra americano Brian Weiss, conhecido por suas pesquisas acerca da reencarnação e terapias de vidas passadas, autor de importantes livros, como os best-sellers Muitas Vidas, Muitos Mestres (Many Lives, Many Masters - 1988), A Cura através da Terapia de Vidas Passadas (Through Time Into Healing - 1996) e Muitas vidas, Uma Só Alma (Same Soul, Many Bodies - 2004).

Além do Dr. Weiss, estão na lista de jurados os nomes: Jeffrey J. Kripal (Ph.D.), Christopher C. Green (M.D. Ph.D.), Jessica Utts (Ph.D.), Harold Puthoff (Ph.D.) e Leslie Kean, autora do livro Sobrevivendo à Morte: Uma Jornalista Investiga Evidências de uma Vida Após a Morte (Surviving Death: A Journalist Investigates Evidence for an Afterlife - 2017), sobre o qual foi baseada a série Vida após a Morte, produzida pela Netflix (saiba mais aqui).

Os três grandes vencedores foram os seguintes trabalhos:

  • 1°. lugar: ($500,000) "Beyond the Brain: The Survival of Human Consciousness After Permanent Bodily Death" (Além do Cérebro: A Sobrevivência da Consciência Humana Após a Morte Corporal Definitiva), de Jeffrey Mishlove Ph.D.
  • 2°. ($300,000) "The Continuity of Consciousness: A concept based on scientific research on near-death experiences during cardiac arrest" (A Continuidade da Consciência, Uma Concepção baseada em pesquisa científica sobre experiências de quase-morte durante uma parada cardíaca), de Pim van Lommel M.D.
  • 3°. ($150,000) "The Ghost in the Time Machine" (O Fantasma na Máquina do Tempo), de Leo Ruickbie Ph.D..

As onze melhores pesquisas seguintes forma premiadas cada uma com o prêmio de $50,000 (cinquenta mil dólares), estando entre estas a pesquisa dos brasileiros Alexandre Caroli Rocha Ph.D., Marina Weiler Ph.D., Raphael Fernandes Casseb Ph.D., com o trabalho intitulado "Mediumship as the Best Evidence for the Afterlife: Francisco Candido Xavier, a White Crow" (A Mediunidade como a Melhor Evidência da Vida Após a Norte: Francisco Candido Xavier, um Corvo Branco).

Todos os trabalhos estão disponíveis livremente em PDF na página do BICS (em inglês).

Os prêmios serão entregues em 4 de dezembro, numa cerimônia em Las Vegas (EUA).


O ENSAIO DOS BRASILEIROS

O ensaio apresentado pelo grupo brasileiro focalizou a extraordinária obra psicográfica de Chico XavierCaroli é doutor em teoria e história literária pela Unicamp. Wiler é neurocientista P.hD. com pós-doutorado em curso pela Universidade da California EUA) e Casseb é neurocientista com pós-doutorado em curso pela Unicamp.

Raphael Casseb, Marina Weiler e Alexandre Caroli

"Dividimos os livros do Chico Xavier em três grupos: primeiro, aqueles que ele atribuiu a autores como Emmanuel e André Luiz, nomes que não nos remetem a pessoas conhecidas; segundo, as atribuídos a escritores bem identificados, com obra publicada em vida, como Humberto de Campos, Olavo Bilac e dezenas de outros; terceiro, os das cartas familiares atribuídas a pessoas bem identificadas, mas sem obra publicada em vida. Esses três grupos têm diferentes estratégias para justificar suas alegadas autorias. Levamos em conta os registros biográficos do médium e a maneira como ele produziu os textos", explica o Dr. Alexandre Caroli.

Diz a Dra. Weiler que "A obra psicográfica de Chico Xavier apresenta informações muito detalhadas e específicas dos autores aos quais as obras são atribuídas, muitas vezes de conhecimento apenas do falecido autor." E ela completa: "No nosso ensaio, tentamos mostrar exemplos dessas informações inacessíveis a Chico Xavier para fortalecer a hipótese de uma existência de vida após a morte."

Casseb destaca que "o concurso permitiu chamar a atenção para um tema que é normalmente ignorado na grande maioria dos centros de pesquisa. Ao promover o concurso, o empresário americano ligou os holofotes sobre um tema controverso para a ciência, mas de um interesse imensurável para a sociedade, que é a continuidade (ou não) de alguma forma de personalidade humana."

Chico Xavier

O PDF do ensaio "Mediumship as the Best Evidence for the Afterlife: Francisco Candido Xavier, a White Crow" (A Mediunidade como a Melhor Evidência da Vida Após a Norte: Francisco Candido Xavier, um Corvo Brancoestá disponível aqui.

Nossas congratulações aos nossos conterrâneos pelo belo trabalho.

Fontes:

BICS
Correio Fraterno - edição nov-dez, 2021

Publicações relacionadas:

>>> Alexandre Caroli Rocha. A poesia transcendente de Parnaso de além-túmulo. Dissertação de mestrado. Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, 2001. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1591286. >>> Alexandre Caroli Rocha. O caso Humberto de Campos: autoria literária e mediunidade. Tese de doutorado. Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, 2008. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1607328. >>> Artigo: https://www.ufjf.br/nupes/files/2008/09/aqui.pdf

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Câmara dos Deputados aprova criação do Dia Nacional do Espiritismo, a ser comemorado em 18 de abril


A Comissão de Constituição de Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou ontem (quarta-feira, 24 deste novembro) o Projeto de Lei 3789/19, do Senado, que cria o Dia Nacional do Espiritismo, a ser celebrado anualmente em 18 de abril.

A data foi escolhida em homenagem ao dia de lançamento da obra O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em Paris, em 1857.

Segundo a relatora da proposta na CCJ, deputada Caroline de Toni (PSL-SC), “o espiritismo é uma doutrina voltada para o aperfeiçoamento moral do homem, acredita na existência de um Deus único, na possibilidade de comunicação útil com os espíritos através de médiuns e na reencarnação como processo de crescimento espiritual e de justiça divina”.

“O Brasil é o país onde há o maior número de espíritas no mundo, ao todo, são quase 4 milhões de pessoas que se consideram espíritas, sendo assim o terceiro maior grupo religioso brasileiro, tendo ainda cerca de 40 milhões de simpatizantes. Os espíritas têm sua imagem fortemente associada à prática da caridade, mantendo em todos os estados brasileiros obras de assistência e promoção social”, afirmou a deputada.


Tramitação

A proposta, por tramitar em caráter conclusivo e não ter sido modificada na Câmara, poderá seguir para sanção presidencial, a menos que haja recurso para a votação pelo Plenário.


quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Lançamento na Sala de Leitura: "A Reencarnação - Resposta à Enquete Calderone" de Gustave Geley

Trazemos ao público mais um clássico da literatura espírita mundial, traduzida e disponibilizada livremente em nossa Sala de Leitura em formato PDF: A Reencarnação - Resposta à Enquete Calderone da autoria de Gustave Geley.

Sobre a obra:

Em 1913 o Dr. Innocenzio Calderone (diretor da revista Filosofia della Scienza de Palermo, Itália) lançou a todos os grandes filósofos, teólogos, cientistas e demais pensadores de todo o mundo uma enquete indagando sobre a validade ou não da ideia das vidas sucessivas através do nascimento, morte e renascimento — chamada de Palingenesia ou, mais popularmente, Reencarnação.

Dentre as respostas oferecidas, a do Dr. Gustave Geley (médico psiquiatra e espírita convicto) foi tão aclamada que acabou sendo publicada pela editora de Jean Meyer (o mecenas do Espiritismo) em forma de monografia.

Gustave Geley (1865-1924)

Trata-se, portanto, de uma exuberante síntese de um verdadeiro tratado filosófico e científico acerca da Lei Natural de Reencarnação, ressaltando-a não somente como uma possibilidade concreta, em refutando as objeções mais comuns à tese, mas também exaltando a sua harmonia e alinhamento com os ideais de justiça, bondade e sabedoria da obra de Deus.


Clique aqui para acessar ou baixar o ebook A Reencarnação - Resposta à Enquete Calderone da autoria de Gustave Geley.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

O futuro do Museu Espírita de São Paulo



Desde este final de semana uma discussão foi trazida ao meio espírita, a partir de uma informação dizendo respeito a uma possível deliberação da Federação Espírita Brasileira - FEB de pôr à venda alguns imóveis que a entidade recebera em forma de doação espontânea de confrades interessados em contribuir com os trabalhos doutrinários da entidade, estando dentre esses imóveis a sede do Museu Espírita de São Paulo  criado pelo saudoso casal Elza e Paulo Toledo Machado, instituição localizada na Capital Paulista. Diante de tal informação, lideranças do movimento espírita paulista começaram a se articular em busca de garantias para a preservação do Museu. Convocados para essa discussão, fomos apurar a informação, ouvindo várias fontes, dentre os envolvidos na questão, a começar pelo atual curador do Museu, Oceano Vieira de Melo, que, em sintonia com os esclarecimentos prestados por Geraldo Campetti, um dos vice-presidentes da FEB, mais outros colegas de entidade, rebate a veiculação feita de que estariam liquidando o Museu Espírita; de fato, confirmam os febianos, o terreno que sedia o Museu está sendo encaminhado para uma negociação com um empreendimento imobiliário que, no entanto, inclui a destinação, ali mesmo, de uma área para novas e modernas instalações para o mesmo Museu, além de um vantajosa compensação financeira, não resultando, portanto, em nenhum prejuízo institucional e doutrinário e, ao contrário, favorecendo o próprio Museu. A seguir, compartilhamos com todos o que apuramos acerca deste caso.


CONTEXTUALIZAÇÃO: O MUSEU ESPÍRITA DE SP

Em 1997 foi oficializada a fundação do Museu Espírita de São Paulo, um sonho antigo do Dr. Paulo Toledo Machado, respeitado advogado, patrono de várias iniciativas de promoção do Espiritismo na Capital Paulista, inclusive o Instituto de Cultura Espírita de São Paulo.

Para a concretização desse sonho, o Dr. Machado havia reservado o imóvel que serviria de sede para o Museu, no tradicional bairro da Lapa (Zona Oeste de São Paulo), mais quatro imóveis e um considerável numerário (fala-se em algo superior a 3 milhões de reais da época) para subsidiar uma reforma naquela sede e sua manutenção futura.

Fachada do Museu Espírita na inauguração



A inauguração do Museu foi marcada com uma série de eventos especiais entre 18 e 25 de abril de 1997, contando com a presença de importantes personalidades do movimento espírita paulista, dentre os quais, representando a USE-SP, Nestor João Masotti e Antonio César Perri de Carvalho — estes que mais tarde iriam atuar em significativos papéis para a destinação da entidade recém-inaugurada.

Casal Elza e Paulo Toledo Machado, César Perri e Nestor Masotti

Enfim, o Museu abriu suas portas ao público, oferecendo-lhes considerável acervo bibliográfico (livros e periódicos espíritas, obras raras, inclusive exemplares originais da Revue Spirite e demais obras da codificação kardequiana), além de algumas obras de arte e outras peças (quadros, estatuetas, utensílios do século XIX etc.) num total em torno de 3 mil itens. Seu patrono fazia questão de dizer:

"O Museu não é ideia nossa, mas um sonho de Allan Kardec, e que viemos acalentando, também, desde a década de 1970".
Paulo Toledo Machado (USE-SP Lapa)



Dirigente Espírita, edição set-out. de 1997 (USE-SP)

Anos depois, acontecendo Nestor Masotti chegar à presidência da FEB, iniciou-se as conversações em torno de uma parceria, resultando daí a cessão do Museu, mais os bens a ele destinado pelo seu fundador, em favor da Federação, que então se encarregaria de administrar e investir no projeto. Por motivo de saúde, Masotti acabou licenciando-se do seu mandato, mas o acordo continuou em andamento através de seu sucessor, César Perri de Carvalho. O acordo enfim foi oficializado em 2012 e o museu reinaugurado em 2013, sob a curadoria de Oceano Vieira de Melo, então renomeado para "Museu e Biblioteca Espírita de São Paulo".

Peças do Museu Espírita de SP

Nesse ínterim, aventou-se a ideia de juntar ao Museu Espírita de São Paulo o projeto do Instituto Canuto Abreu, há tempos idealizado pelos familiares do memorável pesquisador Espírita que empresta o nome para o instituto, então sob os cuidados do seu neto Lian Abreu Duarte — que atuou como representante da família. Aliás, muito já se falava no acervo espírita de Canuto Abreu; sabia-se de sua grande coleção de manuscritos do próprio Allan Kardec (muitos deles inéditos) além de edições raras de livros e periódicos históricos para o Espiritismo.

Lian em primeiro plano e no detalhe, com o avô Canuto Abreu

Finalmente, feitas as tratativas, o combinado era o de se criar naquele local uma ala especial onde seria exposta a coleção histórica de documentos espíritas do Dr. Canuto. Sem dúvidas, uma grande aquisição para o Museu e a tão almejada oportunidade de, enfim, os estudiosos e pesquisadores espíritas se debruçarem sobre aquele extraordinário tesouro para a Historiografia da nossa doutrina.

Aos 94 anos de idade, o Dr. Paulo Toledo Machado faleceu em 14 de setembro de 2018, deixando dois filhos e seis neto.

Dr. Paulo Toledo Machado (fonte: Folha de São Paulo)

Quanto ao projeto de acoplar o Museu Espírita com a coleção do Dr. Canuto, entretanto, este não se desenvolveu no ritmo satisfatório para todas as partes; descontentes com o não cumprimento de certas exigências, a família desfez o acordo e recolheu sua coleção — que, como é sabido, acabou sendo emprestada aos cuidados da Fundação Espírita André Luiz - FEAL, em 2018, e mais adiante viria a servir de base para o lançamento do Projeto Allan Kardec da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais.

Fachada da sede do Museu e Biblioteca Espírita de São Paulo (2021) 

Concluída a reforma básica, o local dispôs de uma ala para a exposição de seu acervo e um pequeno auditório, que leva o nome Francisco Cândido Xavier, onde regularmente se promovia palestras públicas aos sábados, até 2019, quando as atividades presenciais foram suspensas por conta da pandemia do Covid-19. 
A entidade também mantém o site oficial com o seguinte endereço: www.museuespirita.org.



O ALERTA NO MEIO ESPÍRITA PAULISTA

Deu-se, por conseguinte, que no último final de semana que recebemos uma mensagem de alerta que a FEB estaria vendendo alguns imóveis que recebera de doação e entre estes aqueles provindos do Dr. Paulo Toledo Machado, incluso o do Museu Espírita, que, por conta disso, estaria em risco de ser fechado. A Federação estava então convocando os membros efetivos de seu conselho para uma Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada online na manhã do feriado de 15 de novembro, justamente para deliberar a questão.

O alerta era claro: "O destino do Museu Espírita de São Paulo está definido: caminha-se para sua extinção, uma vez que de fato está fechado há alguns anos. Seu acervo deverá ser transferido para a sede de Brasília e lá sepultado em um mausoléu qualquer; é o que preveem algumas fontes internas da FEB.— exclama o artigo do blog Expediente-on-line. A razão e urgência da venda seriam por conta de dificuldades financeiras vividas pela Federação.

Conversamos com César Perri (ex-presidente da FEB e justamente quem oficializou o acordo com o fundador do Museu para a cessão da instituição à Federação) que nos confirmou o recebimento da convocação da Assembleia, já que ele, sua esposa e seu filho são membros votantes daquele conselho. Também preocupado com o destino do Museu, César Perri ainda relatou como se realizou a reunião deliberativa, precisamente na data agendada, à qual ele, além de levantar várias questões objetando a proposta original apresentada, ofereceu outra, a de negociar a transferência do acervo pertencente ao Museu Espírita para as dependências e os cuidados do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo Eduardo Carvalho Monteiro - CCDPE-ECM, com sede também na cidade paulistana. Segundo o ex-presidente, "A proposta não foi aceita e justificaram que manterão o acervo e a Assembleia autorizou para a FEB negociar com construtora a alienação dos três terrenos do Museu, para uma empresa construir um edifício, com direito a futuras salas", conforme o artigo publicado no último dia 16 (Novos rumos para o Museu Espírita de SP?)


A VERSÃO FEBIANA

Em comunhão de pensamentos, o curador do Museu, Oceano Vieira de Melo e alguns integrantes da FEB nos asseguraram uma versão bem distinta: em primeiro lugar, e acima de tudo, a extinção da instituição fundada pelo Dr. Machado não está em cogitação, bem como a transferência do seu acervo para fora da cidade de São Paulo. "Muito pelo contrário — Oceano nos informou: agora é que podemos estar certos da continuação do Museu, porque o planejamento é ganharmos, no mesmo local e num ambiente modernizado, instalações apropriadas para a manutenção das mesmas atividades do Museu e outras mais, inclusive com recursos para sua manutenção."

Oceano Vieira de Melo

O mesmo compromisso foi assumido por Geraldo Campetti, um dos atuais vice-presidentes da FEB, que acrescenta: "Todos nós só temos a ganhar com isso". Explicou-nos que nada há definido ainda; a deliberação votada é para autorizar uma negociação, que deverá ser apreciada posteriormente; o que existe sim — diz ele — é um interesse por parte de empreendedores imobiliários, coisa comum, de fato, mas com a proposta de harmonizar a construção de edifícios ali, reservando um espaço para as novas e modernas instalações do Museu, com uma compensação financeira vantajosa para, inclusive, a manutenção da entidade espírita, pelo que, não haveria razão para se preocupar com o rumo do acervo.

Geraldo Campetti

Quanto aos outros patrimônios, Campetti justifica que a venda é uma necessidade, até pela dificuldade de administrar a sua manutenção física e os cuidados com a burocracia de aluguéis etc., não havendo aí nenhum prejuízo para trabalhos doutrinários, já que são imóveis residenciais.


NOSSA OPINIÃO

Fossem os imóveis postos à venda pela FEB somente de caráter patrimonial, sem nenhum vínculo com qualquer atividade doutrinária, nada teríamos a comentar sobre, pois que representaria uma decisão puramente administrativa e, muito provavelmente acertada: Allan Kardec, Chico Xavier, Divaldo Franco e outros dirigentes espíritas receberam doações diversas e os converteram em moeda, aplicando-a em projetos produtivos — seja de âmbito social, seja doutrinário; não nos parece mesmo fazer sentido manter propriedades residenciais, que exigem toda uma burocracia administrativa.

Todavia, no tocante ao imóvel do mencionado Museu, a coisa é diferente: estamos falando de uma instituição doutrinária e de um acervo que é de interesse para o Espiritismo — sem contar o valor afetivo que a casa encerra, fruto de todo um esforço, o sonho de uma vida do casal que a fundou e patrocinou, inspirado num sonho do próprio codificador espírita Allan KardecA propósito, quase nada sabíamos do Dr. Paulo Toledo Machado e de sua inspiradora dedicação à causa de nossa Doutrina; a grata satisfação de conhecer esta obra nos leva a preparar um verbete com seu nome para a nossa Enciclopédia Espírita Online, que anunciaremos em breve. Pensamos, neste caso, que este é um patrimônio do movimento espírita, especialmente também dedicado à cidade de São Paulo, tanto que o nome da cidade consta na própria designação da fundação. Logo, faz bem pensarmos que o Museu permaneça na sua localidade natal.

Desta feita, consideramos justas as preocupações devotadas ao futuro do Museu, a destinação do seu acervo e a sua estadia na cidade paulistana. Convém à FEB afiançar a todos, com toda a transparência possível, o compromisso — moral, inclusive  assumido ao receber aquele patrimônio, de não fechar as portas do Museu, de promover a exposição do seu acervo e mantê-lo na cidade de origem, não necessariamente no mesmo endereço e nas mesmas instalações atuais, na Rua Guaricanga, 357, bairro da Lapa.

Somos da opinião, aliás, que a dita especulação imobiliária seja algo perfeitamente legal, normal e até positiva para a revitalização urbana, como acontece em todo o mundo, desde que atenda ao bem comum. Havendo então uma proposta que atenda às expectativas que listamos para a continuidade dos trabalhos do Museu, então devemos mesmo apoiar tal iniciativa.

Se a FEB está passando dificuldades financeiras (o que não seria nada anormal, dado a crise econômica mundial, ainda mais agravada com a pandemia da Covid-19, e a própria renovação tecnológica e a reformulação das mídias) nós temos a lamentar com isso, porque  por mais imperfeito que seja esse trabalho, como alguns o dizem — ela presta um serviço histórico ao Espiritismo, sem o qual não imaginamos a sobrevivência do movimento espírita; foi a FEB que catalisou as mais significativas iniciativas que fizeram do Brasil o solo mais fértil para as sementes da Terceira Revelação — isso para não dizer o único (pelo que nos consta, em nenhum outro país do mundo o percentual de espíritas e simpatizantes alcança dois dígitos da sua totalidade populacional); foi a FEB quem perseverou nas reedições das obras básicas da codificação kardequiana, dos clássicos de Léon Denis, Gabriel Delanne e outros, e deu ensejo para as obras inigualáveis de Chico Xavier, Yvonne A. Pereira etc. Se a gestão da entidade não está a contento, qual outra é exemplo para nós? Nem a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas de Kardec nem a Sociedade Anônima de Madame Kardec escaparam das fraquezas humanas. Se não pudermos colaborar efetivamente com a gestão atual por meios mais diretos, ao menos podemos vibrar para que essa diretoria seja bem inspirada no exercício de seu mandato, reparando possíveis equívocos e potencializando as boas atividades da casa. Ademais, nosso confrade de Brasília, Jorge Hessen nos faz observar um detalhe igualmente relevante: em torno da FEB há trabalhadores, e por trás deles famílias, que sobrevivem do trabalho lá gerado.

O que mais almejamos é que a nossa doutrina seja propagada pelos mais diferentes meios, dentre os quais um museu parece-nos de extrema importância, para ajudar a preservar a memória histórica do Espiritismo — como almejava Kardec. E o sentido desta propagação não por vaidade ideológica, mas por acreditarmos que a nossa doutrina é a melhor escola para a espiritualização da nossa gente; que se ela fosse o guia de conduta geral e a fonte de inspiração para todas as atividades da vida humana, nosso mundo seria muito melhor. Não importaria então que as pessoas se convertessem e se declarassem espíritas, mas que abraçássemos os valores espirituais, as virtudes que o Espiritismo nos oferece como modelo de prática cotidiana.

Que maravilhoso seria, por exemplo, que fossem reunidas e colocadas para exposição pública as coleções do Museu Espírita, do Dr. Canuto Abreu, do Museu AKOL, do CCDPE-ECM e outras tantas, num esforço em conjunto para a elaboração de eventos promocionais nesse sentido, quem sabe até eventos itinerantes, em outras cidades e estados do Brasil. Será que é tão difícil assim?

Continuaremos acompanhando o caso, vibrando para que nenhuma porta espírita se feche e que os dirigentes espíritas estreitem os laços entre si.

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