quarta-feira, 29 de junho de 2022

"Chico Xavier, a luz que não se apaga" - Especial SBT

Por ocasião da data jubilosa dos vinte anos do retorno de Francisco Cândido Xavier à pátria espiritual (saiba mais aqui), o Sistema Brasileiro de Televisão - SBT mais uma vez dá, mesmo que indiretamente, a sua contribuição ao Espiritismo ao promover a memória do nosso amado irmão espírita e humanista através de uma série de reportagem especial intitulada "Chico Xavier, a luz que não se apaga".

Lembrando que a mesma emissora promoveu, anos atrás, uma enquete cultural para eleger O Maior Brasileiro de Todos os Tempos cujo vencedor foi exatamente Chico Xavier (relembre aqui). Isso foi há dez anos, portanto, coincidindo com a marca de uma década da morte do nosso amado confrade, ajudando assim a levar às novas gerações a história de uma vida ímpar e exemplar.

Agora, novamente, esperamos que essa reportagem contribua para que mais pessoas possam despertar para as luzes da Revelação Espírita, por força da biografia extraordinária do médium e, assim, despertem para os compromissos espirituais a que todos somos convidados a assumir.

Foram quatro episódios, um para cada dia entre as datas 27 e 30 de junho, sob os títulos: 1) "A História de um Apóstolo"; 2) "Um homem de carne e osso"; 3) "Doces memórias"; e 4) "Amor sem recompensas"), que você poderá rever pelo vídeo na janela a seguir:

Reportagem completa:

Veja o primeiro episódio
"A História de um Apóstolo"


2° episódio
"Um homem de carne e osso"


3° episódio
"Doces memórias"


4° episódio
"Amor sem recompensas"

Então, ajude você também a divulgar essa reportagem, contribuindo para a propagação do Espiritismo.

E ao Chico, como sempre, nosso muito obrigado por mais isso.


20 anos de saudade de Chico Xavier, o Amigo de Jesus


Há exatos 20 anos, portanto, em 30 de junho de 2002, finalizava Chico Xavier a sua grandiosa missão terrena, permitindo a seu Espírito retornar ao plano espiritual para uma nova fase de sua bela trajetória evolutiva. Ficamos com a saudade, mas também com os frutos do maravilhoso pomar que ele plantou, com amor e devoção ao Mestre Jesus e ao Espiritismo, escola da espiritualidade superior na Terra, doutrina para a qual Chico deixa um legado imensurável.

Hoje, com efeito, é um dia jubiloso, e devemos sempre festejar este aniversário, pois aquele querido médium e humanista bem mereceu libertar-se das amarras carnais para de novo esvoejar pelos espaços superiores da infinitude da criação divina, ao lado dos seus amigos espirituais, dentre os quais Jesus, Guia e Modelo para a humanidade terrena. E nossos festejos ganham mais razão quando nos tocamos que, conquanto renascido na espiritualidade, não deixa de permanecer vivo entre nós porque sua obra está viva, muito viva, aliás.

E para celebrarmos essas duas décadas da elevação de Chico Xavier às altas esferas da espiritualidade, desfrutemos deste testemunho, palavras de quem teve a honra de conviver e ser amigo de Chico: a seguir, um texto tocante de nosso confrade Geraldo Lemos Neto, especialmente escrito para esta ocasião.

Geraldo Lemos e Chico Xavier


Chico Xavier, o Amigo de Jesus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que, então, pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros.”
(João, 15:12 a 17)

Há 20 anos Chico Xavier, um espírito de escol, libertou-se dos liames da vida terrestre deixando-nos uma sensação de orfandade e um vazio existencial sem precedentes. Todos tínhamos nos acostumado com sua presença amorosa, inundando-nos de afetos e consolações, esclarecimentos e esperanças. Onde quer que se encontrasse era buscado para alívio das dores, pensando as feridas da alma, instruindo nossa ignorância espiritual e descortinando a mensagem renovada do Cristo, Nosso Divino Mestre. Era como se Jesus estivesse de novo entre nós a falar novamente de paz e união, concórdia e resignação, convidando-nos ao trabalho do bem comum e ao serviço do auto aperfeiçoamento. Chico, como ninguém nos últimos séculos, deu a própria vida em renúncia e amor por seu Divino Amigo, Jesus, dispensando todas as benesses da Terra para guardar no íntimo os verdadeiros dons celestes. Por mais se esforçasse, fazendo questão de se diminuir ou apagar-se, como um qualquer de nós, não conseguiu esconder a própria luz, que refulgiu, gloriosa, como um espelho cristalino, refletindo a Luz Maior de Deus!

Como no discurso de “despedida” de Jesus, “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”, Chico Xavier vivenciou este ensinamento, a dizer-nos sem palavras articuladas: Como vocês me testemunharam o exemplo, façam vocês também! Amar é dar a vida por um amigo e não há melhor amigo de nossos caminhos que não Jesus! O amor do discípulo do Cristo deve estender-se para com o seu irmão de jornada, deve ser tão grande que esteja disposto a doar-se. O amor exige sacrifício de si mesmo, exige entrega, e o Senhor nos convida a ser verdadeiros discípulos dele ao entregar as nossas vidas em suas mãos. Convida-nos a morrer para o ego e a viver para a fraternidade universal, afim de que nos amemos com o mesmo amor que ele nos deixou. O mandamento maior do Mestre dos Mestres para nós todos é este amor e ele só pode subsistir se produzir mais amor, um amor que nos fará ser dignos também de ser amados.

Passados 20 anos do retorno do Apóstolo Consolador à Pátria Maior, podemos atestar-lhe ainda mais um feito extraordinário, a se materializar na face da Terra: a chuva de livros de sua lavra mediúnica não cessou com a sua morte!

Até a data de sua desencarnação, 30 de Junho de 2002, as editoras espíritas haviam publicado 439 livros contendo as mensagens e revelações que suas faculdades mediúnicas haviam canalizado em benefício da humanidade sofredora e aflita, sedenta da água pura da fonte inesgotável da consolação, e faminta do pão divino do conhecimento superior. Psicografias, psicofonias, clarividências, clariaudiências, respostas intuitivas em entrevistas, atendimentos fraternos e obras de caridade foram os veículos que nos trouxeram a mais completa obra em língua portuguesa da história, tanto em quantidade de livros quanto em qualidade de seus conteúdos, capaz de ser classificada em todos os gêneros e subgêneros da literatura.

No dizer de Martins Peralva, “uma obra ciclópica, enciclopédica, destinada a transpor os séculos vindouros!” De sua partida do plano físico em Uberaba até hoje, portanto, a produção de Chico Xavier jamais parou. As editoras espíritas ligadas à responsabilidade da guarda de seus arquivos inéditos, ou à realização de novas compilações de sua obra, já publicaram 98 novos livros, em uma média aproximada de 5 novos livros por ano, quase a mesma de quando Chico estava encarnado. Em 7 de maio último, a Vinha de Luz Editora de Belo Horizonte lançou, na Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo, MG, o seu livro mais recente, Cândida Missão, que se tornou a 537ª obra de Chico Xavier.

Ficamos a meditar na grandeza desse feito. Qual a mensagem que a Espiritualidade Maior nos destina com essa constatação?

Em 17 de Julho de 1987, ao entrevistar Chico Xavier em sua casa de Uberaba (Vide Na Tarefa Cristã, publicada no livro Chico Xavier Mandato de AmorUnião Espírita Mineira, Julho 1992), o querido médium, e amigo, revelou-me que a tarefa para a qual nascera era a de receber pela psicografia 30 livros da Espiritualidade Maior. Atingido o objetivo muito cedo com a publicação do Volta Bocage em 1947, a meta foi dobrada para 60 livros, e alcançada exatamente quando Chico se mudou para Uberaba em 1959 com o surgimento do Evolução em Dois Mundos. Novo objetivo se lhe revelou Emmanuel: 100 livros, também facilmente superado dez anos depois em 1969 com o Poeta Redivivos. A partir daí sua vida e seu corpo foram desapropriados em favor da continuidade da expansão do Consolador na Terra, através dos livros de sua lavra mediúnica. Ao desencarnar Chico nos deixou o Amor e Verdade em 2002, e 20 anos depois estamos diante de sua Cândida Missão, em continuidade vigorosa. Não mais a multiplicação de pães e peixes a saciar a fome da multidão, mas a multiplicação dos livros da Doutrina dos Espíritos, materializando o Consolador Prometido pelo Cristo para que muitas outras coisas que Jesus fez sejam escritas, informando-nos ainda que nem o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem sobre ele!

A tarefa continuou e continuará ainda por muito tempo, até que nós todos compreendamos a Revelação da Verdade que ela encerra, ressuscitando Jesus, o Divino Mestre, do mundo dos mortos, de novo, para o coração do povo sobrecarregado e aflito, socorrendo-nos e consolando-nos em nossas dores, mas sobretudo, esclarecendo-nos e instruindo-nos nas Verdades imorredouras das Leis Divinas.

Geraldo Lemos Neto
Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo
30 de Junho de 2022

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Reveja aqui as edições da série de postagens especiais Chico Xavier: 20 anos de Saudade que temos publicamos desde o começo deste ano:
Mas não acabou!

Continuaremos ao longo do ano com nossa série de postagens especiais 20 anos de Saudade trazendo mais e mais histórias e eventos especiais envolvendo nosso irmão inesquecível Chico Xavier.

E sem nada podermos dizer de melhor, simplesmente dizemos Obrigado, Chico!

terça-feira, 28 de junho de 2022

Próxima palestra online: "Chico Xavier por Herculano Pires" com Heloisa Pires


Em sequência à nossa série Palestra Espírita Online, no próximo domingo, 3 de julho, a exposição ficará por conta de nossa confrade espírita e amiga Heloísa Pires, grande trabalhadora da divulgação do Espiritismo, filha do saudoso filósofo José Herculano Pires, e para esta palestra, ela vai falar um pouco sobre a importantíssima sustentação que seu pai deu a Chico Xavier em tempos duros de muita desconfiança e críticas mordazes que se levantavam contra o médium. Então "Chico Xavier por Herculano Pires", contado por Helóisa Pires. Imperdível, não é mesmo?

A palestra começa às 10h (horário oficial de Brasília) deste domingo, portanto, dia 3 de julho, e você pode acompanhar a transmissão pelo canal Luz Espírita no YouTube, inclusive participando em tempo real através do chat vinculado ao vídeo.

E se você perder a edição anterior, veja o vídeo da  palestra "Provas e expiações no Lar" com Elsa Rossi, realizada no último domingo, cuja gravação está disponível pela janela a seguir:

Visite também a página oficial do programa Palestra Espírita Online.

E não deixe de compartilhar o programa com amigos e familiares, contribuindo assim com a divulgação do Espiritismo.

 

"Predestinado": a história do médium Arigó chega aos cinemas


Compartilhamos com todos a matéria especial de Magali Bischoff, publicada na Revista Internacional de Espiritismo da editora O Clarim, de Matão, edição de junho deste 2022, com mais detalhes sobre a grande produção cinematográfica com temática espírita, Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz, com estreia marcada para 1° de setembro nos principais cinemas do Brasil, conforme já anunciamos aqui. Estamos aguardando o filme com uma expectativa muito boa e por isso vale a pena saber mais sobre esse trabalho. Acompanhe a matéria:


Predestinado: a história do médium Arigó chega aos cinemas
Longa-metragem estrelado por Danton Mello e Juliana Paes resgata os impressionantes casos de cirurgias espirituais realizados pelo Espírito Dr. Fritz
Magali Bischoff | magalibischoff@gmail.com | Fotos: Cherri

A impressionante história do médium mineiro José Pedro de Freitas, o Arigó, será contada em Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz, novo filme com
Danton Mello e Juliana Paes, que estreia em 1º de setembro nos cinemas de todo o Brasil, com distribuição da Imagem Filmes.

O longa-metragem seria lançado em junho de 2020, mas as restrições sanitárias em decorrência da pandemia de covid-19 adiaram a estreia, que ocorre agora, dois anos mais tarde.

Danton dá vida a Arigó e Juliana interpreta Arlete, esposa do médium, que esteve ao lado do marido quando ele aceitou seu destino e se tornou uma esperança de cura para milhares de pessoas. Este é o primeiro trabalho que Juliana realizou com Gustavo Fernandez, diretor do filme e que também integra a equipe de direção de Pantanal, novela da Globo em que a atriz foi destaque.


“Arlete era a esposa e prima de quarto grau de Arigó. Alguns anos mais velha que ele, ela era uma mulher forte, resoluta e que sempre foi um apoio para o marido”, conta Juliana Paes. “Para mim, foi um desafio, principalmente na segunda e na terceira fase do filme, vestir essa personagem que é tão diferente de mim, tão simples e com muito mais idade do que eu tenho, com um corpo e uma vivência que eu não tenho. Mas, por outro lado, foi muito libertador, pois pude me despir da vaidade, gravar cenas de cabelo branco, de óculos e com as marcas de expressão acentuadas. Foi bom não ter que ter o compromisso de estar bonita ou estar interessante, mas sim de simplesmente ser. E só ser é muito bom!”

Arlete, a esposa de Arigó, será interpretada por Juliana Paes

Zé Arigó recebeu orientações de 
Chico Xavier para o exercício da sua mediunidade. Caracterizou-se como um verdadeiro Homem de Bem. A seriedade de seu trabalho, sua dedicação e o compromisso que tinha com a espiritualidade salvaram centenas de milhares de pessoas. Atraiu atenção do mundo todo entre as décadas de 1950 e 1970 como o primeiro médium a fazer cirurgias espirituais, ficando conhecido em todo o Brasil e no mundo.

Sua dedicada vida e trabalho ao bem do próximo foi exaustivamente pesquisada e registrada em documentários, programas de TV, revistas e centenas de trabalhos de pesquisadores internacionais reconhecidos, incluindo o famoso filósofo espírita Herculano Pires, que escreveu um livro baseado nas suas pesquisas, comprovando a idoneidade da tarefa do paranormal mineiro.

“Com esse filme vamos poder deixar registrado o grande trabalho que ele fez, sua vida simples, difícil e o bem que fez para tanta gente”, conta Danton Mello, que faz o papel do médium.

Rodado em Congonhas, cidade natal do médium, Cataguases e Rio Novo, em Minas Gerais, o longa conta a vida de José Arigó, desde os pequenos sinais de mediunidade precoce na infância, sua adolescência de descobertas, até adulto, quando as visões e vozes do mundo espiritual o fi zeram aceitar seus dons e dar vazão às fantásticas cirurgias espirituais e processos de cura do médico espiritual Dr. Fritz.

O filme conta ainda com Marcos Caruso, Alexandre Borges, Marco Ricca, Cássio Gabus Mendes, João Signorelli e James Faulkner no elenco. A roteirista Jaqueline Vargas usou como base o livro Arigó e o Espírito do Dr. Fritz, escrito pelo jornalista e escritor inglês John G. Fuller, para ajudar a construir o roteiro do filme. A obra literária foi reeditada pela Editora Pensamento e seu novo lançamento acompanha a estreia do filme nos cinemas.

Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz é produzido pela Moonshot Pictures, de Roberto d’Avila, FJ Produções, de Fabio Golombek e The Calling Production, de James Guyer, e coproduzido pela Paramount Pictures e Camisa Listrada BH.


Sinopse
Parece impossível, mas esta é uma história real. Através do espírito de Dr. Fritz, médico alemão falecido durante a Primeira Guerra Mundial, José Arigó (Danton Mello) se tornou uma esperança de cura para milhões de pessoas ao redor do mundo. Ele foi alvo de críticas por parte dos mais céticos, mas com o apoio de sua esposa (Juliana Paes), conseguiu salvar inúmeras vidas por intermédio da cirurgia espiritual. Predestinado a ajudar sem receber nada em troca, Arigó é hoje reconhecido como um dos maiores fenômenos mediúnicos da história.

Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz
Com Danton Mello, Juliana Paes e grande elenco
Direção: Gustavo Fernandez
Estreia: 1º de setembro nos cinemas

Reprodução da matéria publicada na Revista Internacional de Espiritismo 


Mais sobre José Arigó na Enciclopédia Espírita Online.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Eventos espíritas pagos: vamos refletir à respeito?

Foi realizado neste final de semana o 18° Congresso Estadual de Espiritismo promovido pela USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, num hotel em Atibaia, congresso esse que estava previsto para 2020 e que foi adiado por conta da pandemia do Covid-19. Com o anúncio da remarcação das datas do evento e da campanha por novas inscrições, desencadeou-se uma série de críticas contra esse congresso e, de maneira geral, a todos os eventos pagos no movimento espírita, além de outros pontos questionáveis, tais como: estabelecimento de um elitismo e distanciamento das massas, autopromoção pessoal (dos palestrantes) ou institucional, mercantilismo, utilidade dos eventos etc.

Nos últimos dias, nós recebemos muitas mensagens sobre o assunto, algumas delas com críticas abertas contra os ditos "megashows espíritas", outras nos perguntando a nossa opinião a respeito e algumas, inclusive, nos cobrando um posicionamento público, já que se trata de uma polêmica recorrente e envolve outras tantas entidades — a Federação Espírita Brasileira, principalmente, tem sido bastante criticada por isso. Pensadores espíritas sérios e influentes no nosso meio já teceram opiniões francamente em oposição a programações dessa natureza, visto tratar-se realmente de algo grave.



Com serenidade, então, aqui vamos tecer nossos comentários, sempre convidando os confrades a uma reflexão aberta, sem dogmatismos, sem extremismos, buscando objetivamente contribuir para um debate produtivo. Cuidamos primordialmente do conceito das questões envolvidas e a partir daí poderemos aplicar nossos posicionamentos a toda e qualquer entidade.


Mercantilismo no meio espírita

Séria lícito cobrar por eventos espíritas? Há quem pense que isso é um absurdo e que a revelação espírita deve ser distribuída gratuitamente, conforme, aliás, o preceito "Dar de graça o que de graça receber" contido no capítulo XXVI de O Evangelho segundo o Espiritismo de Allan Kardec, ainda mais porque a não observância absoluta deste princípio implicaria na abertura para o mercantilismo dentro do nosso movimento, cujos descaminhos e riscos são de imprevisíveis perigos para o Espiritismo, tomando por exemplo o que tem ocorrido com denominações religiosas, bem como com a ciência e a filosofia, em que o apelo material corrompe o ofício sagrado das respectivas causas.

Sim, de fato, há o perigo real de se descambar para um dos extremos que é a exploração financeira abusiva. Contudo, o outro extremo nos parece por demais radical; pretender excluir o dinheiro de toda e qualquer atividade espírita é um ato dogmático extremista e nos leva a indagar qual a razão de se ter ojeriza pelo dinheiro e pelo comércio, que são instrumentos perfeitamente lícitos e úteis — quando bem aplicados — para o desenvolvimento das nossas potências sociais, considerando as condições atuais de nosso mundo. A questão essencial é o propósito do uso desses instrumentos.

O ideal nos parece ser sempre oferecermos nossos trabalhos doutrinários gratuitamente, mas há certos "produtos" que requerem financiamento e alguém precisa pagar a conta. Não se produz um filme sem investimento, por exemplo. Então, deveríamos abominar produções como Chico Xavier, o filme, Nosso Lar, Kardec, a história por trás do nome em razão de estarem "explorando" a nossa doutrina?

Também devemos considerar que o próprio Codificador do Espiritismo comercializou obras espíritas, vendeu assinatura da sua Revista Espírita e ainda cobrava pelos títulos de sócios da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas embora, que fique bem claro, ele próprio não usufruísse pessoalmente desse comércio, mas é certo que ele pagava um secretário, e mais tarde projetou a instituição de uma livraria e editora espírita com comissão para seus dirigentes. Vê-se, portanto, que o pioneiro espírita não tinha o puder de mexer com valores financeiros. Novamente, enfatizamos, a questão é o propósito da coisa. Kardec, por exemplo, usava o lucro da venda de suas obras basicamente para patrocinar a confecção de novas peças, muitas das quais ele doava; os títulos da SPEE eram usados para o aluguel do salão de reuniões e materiais usados nas sessões (papeis, lápis etc.). Kardec absolutamente não viveu financeiramente da doutrina.

Todavia, é preciso distinguir comércio (transações necessárias) de mercantilismo (propensão ao lucro) e mesmo dentro das atividades necessariamente comerciais, sempre que possível facilitar o acesso ao povo em geral. Por exemplo, na época de Kardec a produção e distribuição de livros e revistas era de alto custo; hoje, temos todas as facilidades para editar uma obra e disponibilizá-la online sem nos preocuparmos com preço.

Individualmente falando, o trabalho espírita só tem a ganhar em credibilidade se feito voluntariamente. Portanto, que nenhum espírita esteja na precisão de receber salário por nenhuma atividade espírita.


Palestra espírita paga é legal?

Mas vamos tratar especificamente dos congressos. É moralmente legal promover palestras e congressos espíritas pagos?

E para ampliarmos as considerações, vejamos outras questões que se colocam aí: há críticas correntes contra uma tal indústria de megaeventos doutrinários, geralmente em instalações de luxo (hotéis resorts, centros de convenção etc.) e a preços exorbitantes. Isso não é ostentação e elitismo? O ideal não seria sempre a palestra gratuita na casa espírita lá no meio da vida, do povão?

Novamente vamos nos colocar fora dos extremos: não somos partidários de uma proibição absoluta aos eventos pagos e realizados em espaços sofisticados, que oferecem um estrutura para receber grandes públicos (e com isso requerem toda uma infraestrutura para atender a grandes demandas, o que custa dinheiro) e que podem oferecer outros atrativos (uma hospedagem num hotel, por exemplo) para quem talvez procure conciliar um momento de estudo doutrinário com um passeio familiar. Desejamos que o Espiritismo vá a todos os lugares minimamente apropriados e a todas as classes que desejam se instruir pela Doutrina Espírita. Isto, porém, sem exclusão da mensagem acessível a quem não disponha de recursos monetários para tais investimentos. E é bem verdade que esses grandes eventos normalmente são transmitidos ao vivo pela internet, de modo a não privar ninguém do ensino ali proposto.

Entretanto, pensamos que esse formato não deva estar nem perto das prioridades de uma entidade espírita, porque, para começar, envolve toda uma estrutura e burocracia que toma tempo e energia para se administrar, e em terceirizando essa parte administrativa, abre-se a porteira para o desfoque dos objetivos doutrinários e abre-se espaço para o mercantilismo, porque se carecerá pensar nos lucros para a viabilidade material do evento. E daí uma série de escolhos se apresenta, inclusive o elitismo mesmo, porque também os congressistas serão tentados a quererem priorizar estarem nos grandes eventos em preferência a dar uma palestrazinha num centro espírita da vila — se bem isso seja uma coisa particular, servindo de provação para cada qual. O ponto-chave aqui é anuência que as entidades dão para essa ladeira abaixo.


Formato dos congressos

Agora, uma questão crucial é quanto o formato e utilidade desses megaeventos promovidos pelas grandes instituições espíritas. O que vemos geralmente nada mais é do que a sucessão de palestras que, por melhor que sejam, são comuns às palestras que são realizadas normalmente nas casas espíritas ou transmitidas online. Ou seja, não oferecem significativas novidades nem proporcionam um estudo interativo e aprofundado, como bem pode ser um curso doutrinário regular.

Segundo o Dicionário Houaiss, um congresso é (terceira concepção, aqui cabível): reunião de especialistas para que deliberem sobre questões de interesse comum ou para que se apresentem estudos, novas descobertas etc. É assim que as academias de ciência promovem seus congressos, a partir de um estudo objetivo, metódico e resoluto a apresentar uma finalidade prática para a ciência em si e para a sociedade em geral. Então, permitimo-nos perguntar: que deliberações a USE vai tirar deste congresso? E da mesma forma, estendemos a pergunta à FEB e a outras entidades que promovem tais congressos.

Ora, é bom possível que as entidades apresentem justificativas plausíveis — e nós as receberemos de bom grado. Não obstante, estamos à espera de que essas grandes entidades promovam encontros mais produtivos para a disseminação da Doutrina Espírita. Que tal uma reunião mais aberta entre os grandes pensadores e divulgadores espíritas com o objetivo de articular melhores ações e campanhas para fazer o Espiritismo adentrar nas massas? Pois, há muito, temos visto o nosso movimento ficar estagnado — ou quiçá retroceder — frente ao materialismo cultural, esse grande dragão devorador do progresso espiritual.

Talvez estejamos perdendo essa batalha contra o materialismo exatamente por estarmos com o foco invertido, ocupados com os círculos fechados. Urge elaborarmos projetos mais ousados, mais efetivos e mais inclusivos, mais em prol do Espiritismo do que por outros propósitos quaisquer. Para tanto, é possível que a coletividade dos espíritas independentes possam fazer mais e melhor do que as instituições burocráticas, mas seria bem mais fácil e útil se estivéssemos todos sintonizados nos mesmos propósitos.

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sábado, 25 de junho de 2022

Série Poesia Espírita: "Trovas de Mãe" pelo Espírito Delfina Benigna da Cunha

Em mais uma edição da série Poesia Espírita (saiba mais clicando aqui), trazemos a todos o reconfortante e sempre oportuno poema "Trovas de Mãe", da autoria do Espírito Delfina Benigna da Cunha, psicografado por Chico Xavier e incluído no clássico Mãe, Antologia Mediúnica, publicado pela Editora O Clarim em 1971.


Delfina Benigna da Cunha foi uma destacada poetisa gaúcha, cuja obra é marcada por um toque especial de sentimento, talvez muito por influência do infortúnio de que foi acometida ainda criança: a cegueira total, resultado de uma epidemia de varíola que afligiu a região. Ela nasceu em São José do Norte - RS em 17 de junho de 1791, numa família de razoável bom estar financeiro e com isso pôde receber uma educação substancial que, apesar de privada da visão, permitiu-lhe desenvolver a arte poética. Aos doze anos já compunha belos poemas, embora seu primeiro livro — Poesias oferecidas às senhoras rio-grandenses  só tenho sido passado pelo prelo em 1834. No ano seguinte ela vai se instalar na Capital do Império, Rio de Janeiro, onde faleceu em 13 de abril de 1857. Mais sobre Delfina na Wikipédia.

Delfina Benigna da Cunha (1891-1857)

Em "Trovas de Mãe", a poetisa, já então na vida espiritual, transmite ao médium Francisco de Cândido Xavier seus versos de efusiva apologia às mães e à vocação maternal, em perfeita sintonia com a obra de quando encarnada. Expressa Delfina: "Mas é preciso saber / o dia que não é delas", levando-nos a pensar que devemos consagrar o reconhecimento e o amor ao valor da maternidade bem além do segundo domingo de mãe, convencionado como o Dia das Mães.

Há que se pedir qualquer outro motivo para conferir este poema? Claro que não. Estamos mais do que satisfeitos e nada pode nos tirar o prazer de ouvir este belo poema, aqui declamado pelo nosso confrade Rogério Miguez, de São José dos Campos.

Confira o poema pela janela abaixo:


Visite também a página oficial da série Poesia Espírita.

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terça-feira, 21 de junho de 2022

Próxima palestra: "Provas e expiações no lar" com Elsa Rossi


Em sequência à nossa série Palestra Espírita Online, no próximo domingo, 26 de junho, a exposição será confiada à nossa amiga Elsa Rossi, que em Londres, Inglaterra, e atua na direção do departamento de Unificação para os Países da Europa, pelo CEI - Conselho Espírita Internacional; também é editora dos dois Boletins desta entidade, além de secretária da British Union of Spiritist Societies (BUSS). Nesta ocasião, ela vai nos falar sobre "Provas e expiações no lar", um tema muito oportuno nestes tempos de pandemia de covid-19.

A palestra começa às 10h (horário oficial de Brasília) deste domingo, portanto, dia 26 de junho, e você pode acompanhar a transmissão pelo canal Luz Espírita no YouTube, inclusive participando em tempo real através do chat vinculado ao vídeo.

E se você perder a edição anterior, veja o vídeo da  palestra "Centro Espírita, escola de almas" com Marcus De Mario, realizada no último domingo, cuja gravação está disponível pela janela a seguir:

Visite também a página oficial do programa Palestra Espírita Online.

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quarta-feira, 15 de junho de 2022

Especial de Natal de Hebe Camargo com Chico Xavier em 1985

Iniciamos em 11 de fevereiro deste 2022 uma série de publicações sob o lema 20 anos de saudade, em referência à morte de Chico Xavier, o querido médium espírita e humanista falecido em 30 de junho de 2002. Pois bem, entramos no mês exato e estamos bem perto da data de aniversário do retorno do nosso amado confrade à pátria espiritual, pelo que, com satisfação, trazemos mais uma postagem da série, com mais um memorável episódio histórico para nosso movimento espírita envolvendo nosso Chico.

Antes, porém, faz bem lembrarmos que também o aniversário da passagem de Allan Kardec para o mundo dos Espíritos (31 de março) era dia de grande mobilização entre os espíritas franceses das primeiras gerações a fim de promover eventos especiais, inclusive com caravanas ao seu túmulo no cemitério Père Lachaise, em Paris, onde é atração o dólmem em estilo druida construído sob sua sepultura. Mas vamos a mais um momento com Chico Xavier.


Programa especial de Natal Hebe com Chico Xavier

Em dezembro de 1985, a TV Bandeirantes levou ao ar um programa especial de Natal com Chico Xavier, apresentado por Hebe Camargo, cujo vídeo recuperado pelo canal da Band no YouTube nos contempla com cerca de 1 hora daquela entrevista, pela qual Chico, muito à vontade — conquanto constrangido por causa dos elogios à sua pessoa — responde às perguntas da apresentadora, discorrendo assim sobre os mais variados temas, mas sempre trazendo em suas palavras o aroma do amor, da fé e da esperança, os dons divinos que Jesus Cristo lhe inspira.

O programa também contou com a participação da atriz Nair Bello, outra grande celebridade da televisão brasileira do século XX, que deixa um comovente depoimento, ela que era mãe órfã de um filho falecido com apenas vinte anos de idade, filho esse que, então na condição de Espírito desencarnado, ditou uma carta à mãe psicografada exatamente por por Chico.

Ah, como é bom escutar Chico Xavier! Por isso, vale a pena dedicarmos uma horinha do nosso dia para conferir este vídeo, que compartilhamos a seguir:


E não deixe de conferir também o verbete "Chico Xavier" na nossa Enciclopédia Espírita Online.

Próxima palestra: "Centro espírita, escola de almas" com Marcus De Mario

Em sequência à nossa série Palestra Espírita Online, no próximo domingo, 19 de junho, nosso expositor convidado é Marcus De Mario, educador, escritor com 35 livros publicados e palestrante espírita, também coordenador do Grupo Espírita Seara de Luz no Rio de Janeiro e apresentador dos programas "Espiritismo e Educação", "Ante os Novos Tempos" e "O Evangelho em Espírito e Verdade". Para este domingo, o tema é "Centro Espírita, escola de almas".

A palestra começa às 10h (horário oficial de Brasília) deste domingo, portanto, dia 19 de junho, e você pode acompanhar a transmissão pelo canal Luz Espírita no YouTube, inclusive participando em tempo real através do chat vinculado ao vídeo.

E se você perder a edição anterior, veja o vídeo da  palestra "O porvir e o nada" com Arthur Valadares, realizada no último domingo, cuja gravação está disponível pela janela a seguir:

Visite também a página oficial do programa Palestra Espírita Online.

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terça-feira, 14 de junho de 2022

Sala de Leitura: nova tradução da "Biografia de Allan Kardec" de Henri Sausse


Durante um bom tempo no movimento espírita a obra Biografia de Allan Kardec escrita por Henri Sausse foi a mais antiga e principal referência para se conhecer melhor a vida e a obra do Codificador do Espiritismo. Hoje, com a dinamização da informação via internet, dispomos de muitos recursos para uma pesquisa mais apurada, pelo que nós sabemos que a aquela biografia contém dados e comentários que carecem de uma melhor apreciação, e nalguns casos estamos certos de que determinados dados precisam ser mesmo corrigidos. Mas isso não tira o prestígio do trabalho de Sausse, nem a utilidade desse livro, porque, dentre outras coisas, serve de referência histórica para acompanharmos a própria evolução das biografias kardequianas. Por conta disso, estamos apresentando aos nossos confrades e demais estudiosos da Historiografia do Espiritismo, uma nova tradução para a referida obra.


A composição em francês Biographie d'Allan Kardec foi elaborada em 1896 como texto-base para uma palestra a ser proferida por por Henri Sausse, dirigida aos seus confrades espíritas de Lyon, por ocasião de mais um aniversário de desencarnação de Allan Kardec, como era praxe entre os kardecistas franceses, e até estrangeiros. De fato, todo 31 de março era tomado como um dia de solenidade e normalmente os grupos espíritas promoviam atividades especiais. Em Paris, por exemplo, os espíritas lotavam o cemitério Père-Lachaise e discursos apologéticos eram proferidos por notáveis lideranças espíritas em frente ao dólmem erigido a Kardec.


Em Lyon, na cidade-natal do Mestre do Espiritismo e onde Sausse figurava-se entre os mais ativos apóstolos kardequianos, o 31 de março também era bem celebrado. Daí veio a ideia de preencher uma grave lacuna no movimento da nossa doutrina, pois, como bem pôde se aperceber Sausse, incrivelmente pouco se sabia sobre a pessoa de Kardec, ao passo que o interesse era grande.

Juntando a demanda de correligionários que almejava melhor apreciar a vida e obra de Kardec com a dedicação de Henri Sausse nesse trabalho, o resultado foi que fortes apelos dos amigos motivaram o escritor a publicar sua composição. Sausse inclinou-se a esta nobre tarefa e se lançou ao trabalho de pesquisa a fim de incrementar sua composição com mais informações e melhores comentários. A resultante disso foi a publicação naquele mesmo 1896 da primeira versão desta biografia, que ganhou o prefácio de Gabriel DelanneLogo mais a obra seria ampliada, na edição de 1910, e na última versão, em 1927, foi agraciada com um prefácio de Léon Denis, sendo publicada pela editora do grande mecenas espírita Jean Meyer.

É desta última edição que então apresentamos a tradução assinada por Ery Lopes, enriquecida pela contribuição de nossos amigos estudiosos Adair Ribeiro, Carlos Seth Bastos, Jorge Hessen, Luciana Farias e Wanderlei dos Santos, de modo que esta publicação traz, além de um oportuno capítulo de apresentação contextualizando a obra, importantes notas de rodapé com atualizações de certos dados biográficos e comentários interessantes sobre vários elementos historiográficos. Esta edição também é recheada de imagens de personagens, locais e eventos, favorecendo assim que o leitor possa ter uma imersão no tempo e espaço em questão.


Não há como separar a História da Doutrina Espírita da vida e obra de seu trabalhador pioneiro. Então, não perca e baixe agora mesmo a Biografia de Allan Kardec escrita por Henri Sausse nesta nova tradução publicada em conjunto por Autores Espíritas ClássicosLuz Espirita e Obras de Kardec.

Disponível gratuitamente em PDF na nossa Sala de Leitura.


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