domingo, 24 de maio de 2020

O extraordinário acervo histórico espírita do site Allan Kardec Online


Uma grata surpresa para a comunidade de estudiosos espíritas deste 2020 foi o lançamento do site Allan Kardec Online, idealizado por um grupo de pesquisadores e tendo como diretor o nosso confrade Adair Ribeiro, que, como curador do museu on-line, tem livremente disponibilizado as pesquisas na área da Historiografia Espírita e, como subsídio dessas mesmas pesquisas, um grande acervo de obras originais, dentre as quais, uma boa coleção de manuscritos de Allan Kardec, compondo assim um extraordinário Museu Virtual do Espiritismo.

Visite o site Allan Kardec Online.


ADAIR RIBEIRO

O diretor do mencionado site e curador do museu on-line, Adair Ribeiro, é engenheiro naval formado pela USP, natural de Londrina-PR e atualmente morador da capital paulista. É espírita não há muito tempo, mas profundamente empenhado e envolvido com o movimento espírita graças à sua reconhecida perspicácia como pesquisador.

Adair Ribeiro
É um dos integrantes da equipe do projeto Cartas de Kardec (saiba mais aqui), para o qual também contribui com o  acervo museu Allan Kardec Online de obras raras do codificador espírita e de outros autores relacionados com a sua doutrina.


Adair é ainda um dos colaboradores da página especial da pesquisa O Caso A Gênese (ver aqui), que faz uma síntese do desenvolvimento histórico da questão do conteúdo definitivo do livro A Gênese, de Allan Kardec, frente à hipótese de sua adulteração a partir da 5ª edição. Nesse particular, a propósito, ele, como curador do museu Allan Kardec Online, foi o agente da aquisição e publicação do conteúdo digitalizado do exemplar suíço, datado de 1869, depois da descoberta feita por Carlos Seth da fanpage CSI do Espiritismo, conforme publicamos aqui. Esse exemplar acabou causando uma surpreendente reviravolta no entendimento deste caso da Gênese.




ALLAN KARDEC ONLINE

O site Allan Kardec Online, como dissemos, reúne um importante acervo histórico concernente ao Espiritismo e temas relativos à essa doutrina. São vários  ebooks de obras raras, manuscritos e cartas de Kardec e outras personalidades espíritas, revistas, jornais etc.

Site Allan Kardec Online

Além disso, e tão relevantes quanto o referido acervo, o projeto disponibiliza relatórios de estudos e pesquisas historiográficas. Na fanpage do site no Facebook (veja aqui), encontramos, por exemplo, duas recentes publicações por demais consideráveis para o atual caso da Gênese, supracitado: 1) na postagem de 21 deste mês de maio, foi publicado o manuscrito inédito com a transcrição da mensagem do Espírito Galileu, pela mediunidade de Armand Desliens, direcionada a Allan Kardec, admoestando-o a fazer alterações no capítulo IX da obra em questão (A Gênese), o que se efetivaria justamente na versão revisada, corrigida e aumentada (a 5º edição de 1869); 2) na postagem de 23 do mesmo mês, temos detalhes técnicos que estreitam o período hipotético para a data de lançamento desta edição revisada, então circunscrita para o período entre abril e maio.


Para saber mais sobre O Caso A Gênese clique aqui.

Então, não deixe de visitar o site Allan Kardec Online e conhecer o já excelente acervo lá existente, que tem sido enriquecido constantemente. A Doutrina Espírita agradece.


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Série Poesia Espírita: "Ajuda e passa" de Alberto de Oliveira (Espírito)


Em mais uma edição da Série Poesia Espírita, trazemos agora o poema inspirador "Ajuda e passa", ditado pelo Espírito Alberto de Oliveira, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, contido na obra Parnaso de Além-Túmulo, editado pela Federação Espírita Brasileira - FEB.

Alberto de Oliveira

Antônio Mariano Alberto de Oliveira (Saquarema, 28 de abril de 1857 — Niterói, 19 de Janeiro de 1937) foi um poeta, farmacêutico de formação, mas dedicou-­se principalmente ao magistério, tendo sido também membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Figura como líder do Parnasianismo brasileiro, na famosa tríade Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, era reputado "Príncipe dos Poetas" de sua geração. Foi secretário estadual de educação e membro honorário da Academia de Ciências de Lisboa. Ver biografia do poeta na Wikipédia.

Do plano espiritual, contribuiu com a coletânea de poesias mediúnicas recebidas por Chico Xavier que resultou no primeiro livro do inesquecível médium mineiro, Parnaso de Além-Túmulo, publicado pela FEB em 1932.

Em "Ajuda e passa", percebemos a sensibilidade clássica do autor, bem nos moldes do Parnasianismo (escola literária ou um movimento literário essencialmente poético, contemporâneo do Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que se desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França, com o objetivo de retomar a cultura clássica. Sua literatura é escrita em soneto.), agora, claro, acrescida da lucidez espiritual.

A declamação aqui ofertada foi uma cortesia do nosso confrade Estevão Figueiredo Filho, de Florianópolis, Santa Catarina, confrade e companheiro nosso de estudos da PEADE - Plataforma de Estudos Avançados da Doutrina Espírita

Então, vamos nos deleitar com a declamação de "Ajuda e passa".


Veja a coleção completa da Série Poesia Espírita.

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quinta-feira, 21 de maio de 2020

"Investigação sobre as Sessões Mediúnicas da Codificação", por Carlos Seth


Mais um belo trabalho do pesquisador espírita Carlos Seth, da página CSI do Espiritismo, já disponível ao público: a monografia "Investigação sobre as Sessões Mediúnicas da Codificação", uma síntese muito bem feita sobre os estudos e pesquisas psíquicas realizados no período pré e pós Allan Kardec, com informações inéditas e rica ilustração de documentos que compõe o quadro da codificação do Espiritismo. O trabalho contou ainda com a revisão de Charles Kempf, nosso confrade espírita francês, já conhecido pela cooperação com nossos trabalhos.

O autor contextualiza o trabalho: "O objetivo inicial do CSI do Espiritismo era apenas as sessões mediúnicas da chamada Codificação, mas fizemos também algumas explorações no período Rivail e nos desdobramentos da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas após a desencarnação de Kardec."

Esse trabalho de Carlos Seth traz, entre outras coisas, novos detalhes biográficos de Hyppolite Léon Denizard Rivail (Allan Kardec), parentes e pessoas relacionadas com essa sua trajetória; e ainda: dados históricos da SPEE, da Sociedade Anônima e da União Espírita Francesa.

Da coleção de imagens que enriquece este trabalho, a certidão de casamento de Rivail e Amélie Boudet e pistas da carreira militar daquele que viria a ser o codificador espírita (Kardec, soldado do 61° regimento estacionado em Rouen?!)

Pois é! Tem muita coisa interessante nessa obra que merece nossa atenção (e disso trataremos mais adiante, em futuras postagens aqui).

Download da monografia disponível aqui.


Sala de Leitura: lançamento de "DISCURSOS PRONUNCIADOS NO ANIVERSÁRIO DA MORTE DE ALLAN KARDEC", da Livraria Espírita


Após a desencarnação de Allan Kardec (31 de março de 1869), os seus confrades espíritas iniciaram uma prática que acabou se tornando uma tradição; visitar o seu túmulo no aniversário de sua passagem para o plano espiritual para homenagear o codificador do Espiritismo. Nessa ocasião, notáveis personalidades espíritas então proferiam discursos congratulando a biografia daquele que revolucionou o pensamento espiritualista.

Esta obra, que ora disponibilizamos em nossa Sala de Leitura, Discursos Pronunciados no Aniversário da Morte de Allan Kardec, editado pela Livraria Espírita, é então uma copilação dessas homenagens a Kardec, além de um apanhado de interessantes informações históricas, por exemplo, os registros da tumba provisória e a transferência dos restos mortais do Mestre espírita para cemitério do Père-Lachaise, onde foi erguido um dólmen, no estilo dos druidas.

É um importante resgate historiográfico para os estudiosos espíritas e simpatizantes da causa espiritualista.

A publicação original, em francês, é de 1870, sob o título Discours Prononcés Pour l'Anniversaire de la Mort d’Allan Kardec. A tradução é uma gentileza de Carla Cristina Duarte Costa, com prefácio de Antonio Cesar Perri de Carvalho e revisão de Irmãos W. e Ery Lopes, numa parceria do Portal Luz Espírita e o site Autores Espíritas Clássicos.

Clique aqui para baixar e ler o ebook Discursos Pronunciados no Aniversário da Morte de Allan Kardec.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

"Reuniões mediúnicas virtuais são inconvenientes?", reflexões sobre a nota da FEB


A Federação Espírita Brasileira publicou no dia 12 deste mês de maio, 2020, um ofício assinado por Jacobson Sant´Ana Trovão, coordenador nacional da Área da Mediunidade – FEB/CFN, sob o título "Inconveniências das reuniões mediúnicas virtuais", o que já tem gerado certa repercussão, contra e a favor das anotações e recomendações oferecidas pela FEB.

Em suma, os apontamentos da federação são:
  1. A aparelhagem eletrônica que ainda se tem no plano físico é por demais grosseira para servir de intermediária das vibrações sutis da esfera espiritual e confere uma falsa sensação de segurança.
  2. A ausência de apoio presencial da equipe mediúnica aos médiuns psicofônicos e aos dialogadores impede que o transe mediúnico ocorra com a segurança desejável, uma vez que, durante o transe, o médium afasta-se parcialmente do corpo físico, pelo processo de desdobramento espiritual. Nessa situação de baixa tensão psíquica e de estreitamento do campo conscientizal, pode ocorrer algum incidente relacionado à manifestação do Espírito comunicante, que pode gerar má repercussão no psiquismo e/ou corpo físico do medianeiro, que está entregue a si mesmo, sem apoio de terceiros.
  3. O lar não oferece as barreiras vibracionais protetoras e homogêneas encontradas nos Centros Espíritas, o que pode representar um estado de vulnerabilidade aos familiares encarnados. Trata-se de uma situação efetivamente delicada, que dificulta a ação dos benfeitores espirituais contra a invasão de Espíritos levianos ou dos perturbadores, antes, durante e após a sessão mediúnica. Por mais que os protetores espirituais se habilitem para formar tais barreiras, elas somente seriam eficazes se o lar efetivamente estivesse comprometido com a tarefa de se tornar local para a prática mediúnica, o que não é o caso. A sala mediúnica, entretanto, é preparada com grande antecedência e ali permanecem presentes vigilantes espirituais, prontos a intervir se alguma anomalia ocorrer. É sempre oportuno rever este esclarecimento de Manoel Philomeno de Miranda:
    "Uma reunião mediúnica de qualquer natureza é sempre uma realização nobre em oficina de ação conjugada, na qual os seus membros se harmonizam e se interligam a benefício dos resultados que se perseguem, quais sejam, a facilidade para as comunicações espirituais, o socorro aos aflitos de ambos os planos da vida, a educação dos desorientados, as terapias especiais que são aplicadas, e, naquelas de desobsessão, em face da maior gravidade do cometimento, transforma-se em clínica de saúde mental especializada, na qual cirurgias delicadas são desenvolvidas nos perispíritos dos encarnados, assim como dos liberados do corpo, mediante processos mui cuidadosos, que exigem equipe eficiente no que diz respeito ao conjunto de cooperadores do mundo físico." (FRANCO, Divaldo Pereira. Sexo e obsessão. Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. 8.ed. 3. imp. Salvador: Leal, 2019, cap. 5, p. 79-80.)
  4. 4) A influência do meio é, pois, fator relevante e está, necessariamente, relacionada à qualidade da prática mediúnica. Conhecedores da sua importância, os integrantes da reunião mediúnica séria aprendem a agir de forma integrada, unidos entre si como em um “feixe”, no dizer do Codificador, que afirma: “Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros, formando uma espécie de feixe. Ora, quanto mais homogêneo for esse feixe, tanto mais força terá.”
  5. Recordemos que as entidades desencarnadas enfermas atraídas para um lar que se presta a realizar uma sessão mediúnica irradiam naturalmente no ambiente seus fluidos deletérios, que podem ser assimilados pelos moradores, causando perturbações diversas. Toda cautela é recomendável no esforço de realizar reunião mediúnica virtual, para a qual não estamos adequadamente preparados, e, também por desconhecermos quais cuidados seriam necessários e as implicações que poderiam decorrer de tal ação.
  6. O bom senso nos leva ao entendimento de que os benfeitores espirituais, sabendo da impossibilidade da realização da reunião mediúnica, pela suspensão das atividades decorrentes do momento social que se atravessa, em hipótese alguma, conduziriam entidades desencarnadas enfermas para se sintonizarem com os médiuns psicofônicos e demais trabalhadores do grupo mediúnico, estando cada um isolado em suas respectivas residências
  7. A mediunidade exercida no lar é um retorno às práticas superadas, pois desde muito os Espíritos Superiores têm ensinado que o Centro Espírita é o local favorável à reunião mediúnica: “No templo espírita, os instrutores desencarnados conseguem localizar recursos avançados do Plano Espiritual para o socorro a obsidiados e obsessores. [...].”
  8. Mesmo no Mundo Espiritual, quando se realizam sessões de intercâmbio com apoio em aparelhos e equipamentos variados, não se dispensa a formação do grupo presencial, pois a proximidade física auxilia na proximidade psíquica.
  9. É possível que, nas reuniões mediúnicas virtuais, ocorra maior desgaste psicossomático dos médiuns, em especial dos psicofônicos, indicados para atender Espíritos necessitados de auxílio. Seja na manifestação de entidades elevadas ou não, exige-se da equipe espiritual uma maior veiculação de ectoplasma e outros elementos fluídicos para a sustentação do transe e posterior recuperação fluídica dos médiuns. Se tal reposição fluídica não for feita pela falta de estrutura do lar ou do próprio medianeiro, podem surgir prejuízos que serão repercutidos na sua saúde.
  10. Importa avaliar que a suspensão das atividades práticas convida à reflexão e ao pleno domínio dos médiuns, aprendizado útil ao seu desenvolvimento mediúnico. Além do mais, a pessoa não é médium apenas em dia e horas específicos. A influência dos Espíritos acontece ininterruptamente, de forma sutil ou ostensiva. Sendo assim, o médium deve manter-se atento diuturnamente. Nunca é demais lembrar o que consta em O livro dos espíritos, questão 459, em que Kardec interroga aos orientadores espirituais: Os Espíritos influem em nossos pensamentos e atos? A resposta foi: “Muito mais do que imaginais, pois frequentemente são eles que vos dirigem.”
  11.  O auxílio aos Espíritos que sofrem ou que fazem sofrer pode ser prestado por meio da prece e irradiações mentais (vibrações espirituais). Afirma o Espírito Efigênio Vitor: “Em verdade, contudo, por meio da oração, convertemo-nos em canais do socorro divino, apesar da precariedade de nossos recursos [...].“
  12. Além do mais, a simples manifestação mediúnica não garante que desencarnados seriam, efetivamente, beneficiados, como esclarece o benfeitor Emmanuel:
    "Nas reuniões doutrinárias, os médiuns são úteis, mas não indispensáveis, porque somos obrigados a ponderar que todos os homens são médiuns, ainda mesmo sem tarefas definidas, nesse particular, podendo cada qual sentir e interpretar, no plano intuitivo, a palavra amorosa e sábia de seus guias espirituais, no imo da consciência." (XAVIER, Francisco Cândido Xavier. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 29. ed. 1 imp. Brasília: FEB, 2013, q. 375, p.243.)
  13. Os benfeitores espirituais sabiam previamente da ocorrência do momento mundial que se atravessa, mas em momento algum estimulariam alternativas contrárias às normas dispostas na Obra da Codificação, em especial O livro dos médiuns, sobre a necessidade da formação presencial ou virtual de grupo mediúnico para prestar socorro aos enfermos dos dois planos da vida. Abrir precedentes é dar exemplo negativo à coletividade, que o espírita sincero deve de todo evitar.
  14. Finalmente, recordemos que ser dócil e obediente às leis, como no caso que se desenvolve na Terra, é demonstração de humildade e de segura elevação espiritual, evitando buscar alternativas para a realização de sessões mediúnicas, como sessões virtuais que desatendam às orientações dos Mentores Luminares.
Leia a publicação da FEB na íntegra.


NOSSA OPINIÃO

A tecnologia oferece seus escolhos, sem dúvidas, mas tem muito mais a oferecer positivamente. De modo que, certamente, não pode ser descartada, nem mesmo no terreno da mediunidade. O caso é, pensamos, de orientar a prática, não a de censurá-la.

Igualmente pensamos que não podemos engessar o canal mediúnico através de uma pretensa "institucionalização", condicionando-o á casa espírita ou qualquer outra entidade. Não se duvida que uma boa instituição espírita oferece mais recursos e mecanismos de segurança para o exercício da comunicação com os Espíritos; mas, definitivamente, isto não é em absoluto. Aliás, vamos dizer, "escorado" na equipe, certos participantes podem até se acomodar, pensando se valer de uma proteção externa oferecido pelos confrades e entidade que frequenta.


Além disso, a mediunidade caseira não apenas é admitida na Codificação Espírita como também é encorajada; em O Livro dos Médiuns (cap. XVII), por exemplo, Allan Kardec ensina o roteiro para os ensaios da psicografia, por considerar este o gênero mais conveniente e prático de intercâmbio espiritual.

Médiuns respeitáveis têm exercido sua mediunidade em domicílio e até em lugares muito pouco favoráveis, justamente para que aí se manifeste as potências espirituais. Chico Xavier, por exemplo, entrava em transe mediúnico e por eles prestava grandes serviços onde quer que estivesse. E não se pode querer ser um Chico Xavier? Ora, se Jesus disse que, com fé, podemos fazer até mais do que o Cristo, por que não podemos pretender ser um bom médium, independentemente do local de atuação?


Não é o método nem as condições físicas que mais implicam na mediunidade, pois não há barreiras materiais que possam se opor aos Espíritos superiores: a questão capital é a intenção dos evocadores e a utilidade do pretendido intercâmbio. Não se poderia condenar sequer "a brincadeira do copo", como metodologia, ou o da tiptologia, como no fenômeno das Mesas Girantes; mesmos esses instrumentos primitivos, se comparado à praticidade da psicografia, poderiam ser aplicáveis sem problema algum considerando a honestidade das intenções e a prudência na efetivação da evocação, tal como o Espiritismo nos ensina.

A força do pensamento transcende distâncias e pode se valer habilmente dos meios tecnológicos para reunir confrades realmente unidos por um ideal justo e oportuno em face das potências mediúnicas. Não é este o propósito dos pesquisadores envolvidos com a TCI - TransComunicação Instrumental? Por que não a aparelhagem ligando Terra e plano espiritual? Por que não pensarmos que no futuro poderemos ter um dispositivo celular que faça chamadas para o além por holografia?

O que se é de lamentar é a banalização desses recursos, a espetacularização da fenomenologia e a autopromoção dos que se atrevem a brincar com a espiritualidade. Mas, ainda assim, tais ocorrências não deixam de ser ensaios, e as consequências que lhes venham recair são também ensejo para  o seu aperfeiçoamento.

Repetimos, pois, que o caso é de melhor formação para a prática, e não o de proibição, que, aliás, é inócua, do ponto de vista que não se pode impedir.

Confira também a conversa entre os confrades Ruy Marcelo e Jorge Medeiros, intermediada por Eric Pacheco, via Youtube:


E você? O que acha dessa questão?

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Live especial sobre o programa Evangelho no Lar Online


A Equipe Luz Espírita convida a todos para a nossa Live especial sobre o programa Evangelho no Lar Online, que será no sábado, dia 23 deste mês de maio, às 20h (horário de Brasília), com a participação do casal Janete e Rivail Jr. e apresentação de Ery Lopes.

Será um bate-papo livre e descontraído sobre a experiência de transmitir o programa (que vai ao ar todas as quintas-feiras, às 20h), e uma oportunidade de interagir ao vivo com o público, já que abriremos o chat para a participação em tempo real de todos a que estiverem nos assistindo e desejarem compartilhar conosco dúvidas, sugestões e comentários em geral que possam enriquecer o programa.

Para saber mais sobre o programa, visite a página oficial do Evangelho no Lar Online.

Não se esqueça: a nossa Live será sábado, 23 de maio deste 2020, às 20h (horário de Brasília). A transmissão é feita via YouTube, com chat aberto para a participação de todos. Para assistir à nossa transmissão, recomendamos a inscrição (gratuita) no canal Luz Espírita no YouTube (veja a imagem abaixo como fazer a inscrição):



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Esperamos por você!

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sexta-feira, 8 de maio de 2020

Novo curso da PEADE: "IPM - Iniciação aos Princípios do Magnetismo"


Tem novidade chegando: a PEADE, a Plataforma de Estudos Avançados da Doutrina Espírita, uma iniciativa do Portal Luz Espírita e o Grupo Marcos, já está preparando o novo curso para disponibilizá-lo a todos os interessados em conhecer melhor os princípios da chama "ciência irmã do Espiritismo", o Magnetismo. É o curso IPM - Iniciação aos Princípios do Magnetismo.

Este curso IPM, que abrange introdução teórico e prática magnética, é uma sequência de uma série de estudos, que já estão publicados na PEADE, e que são pré-requisitos para ingressar nesse novo curso que vem aí. Portanto, se você ainda não está cadastrado na plataforma, não perca tempo e venha estudar conosco. É tudo muito prático e dinâmico, além de ser inteiro e absolutamente gratuito.


Conheça os cursos já disponíveis na plataforma:


CEI - Curso de Introdução ao Espiritismo
A conceituação básica da Doutrina Espírita e os seus princípios fundamentais, apresentados dentro de uma abordagem prática e útil para a nossa realidade atual.



ECE - Estudo do Conceito de Espiritismo
Das possibilidades de se definir a Doutrina Espírita e de se compreender sua essência e objetivos



IPC - Iniciação à Psicologia Crística
Estudo sobre questões problemáticas humanas à luz da proposta redentora do Cristo



CDS - Curso Doutrina Secreta
Desbravando os mistérios que o Espiritismo resgata das antigas ciências ocultas.



AG - Anjo Guardião
Estudo acerca dos Espíritos protetores e das especiais relações que podemos ter com eles.

Apesar de não ser nada complicado, preparamos um vídeo com as instruções para efetuar seu cadastro, conforme segue:



Clique aqui e faça sua inscrição agora mesmo e comece seus estudos.

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ANTE A PANDEMIA, por Alex Maia


Ante esses tempos trevosos de pandemia de coronavírus (covid-19), temos recebido diversas mensagens (esclarecimentos, pedidos de oração, mensagens de encorajamento, etc.) e dentre estas, consta a seguinte redação, que aqui compartilhamos por julgar apreciável, resgatando significativas passagens históricas da obra de Allan Kardec, assinada pelo nosso confrade Alex Maia, voluntário do Centro Espírita Jesus de Nazaré - CEJN e do Núcleo de Apoio e Evangelização Fraternidade Emmanuel – NAEFE.

Para a reflexão de todos:


ANTE A EPIDEMIA

Em tempo de epidemia muitos se preocupam e temem pela própria vida e bem-estar dos seus. Neste sentido seria bom refletirmos e nos perguntarmos: qual a lição que posso tirar desses momentos? O que posso realmente aprender? Do que tenho medo? Para analisarmos essas questões, nada melhor que olharmos para traz. Por isso, vou utilizar a Revista Espírita, uma de novembro de 1865 e outra de julho de 1867, material de valor inestimável, porém, pouco estudado por grande parte de nós espiritistas.


O MEDO DA CÓLERA, DOENÇA – CARTA DE CONSTANTINOPLA 1865

“.... Os jornais vos informaram do rigor com que o terrível flagelo acaba de assolar nossa cidade e seus arredores, posto atenuasse seus efeitos desastrosos. Algumas pessoas, que se dizem bem informadas, elevam o número de coléricos mortos a setenta mil, e outros a cerca de cem mil. A verdade é que fomos rudemente provados, e podeis imaginar as dores e o luto geral de nossas populações. É principalmente nestes tristes momentos dessa horrenda epidemia que a fé e a crença espíritas dão coragem; acabamos de dar a mais verídica das provas. Quem sabe se não devemos a essa calma da alma, a essa persuasão da imortalidade, a essa certeza das existências sucessivas, em que os seres são recompensados segundo seu mérito e seu grau de adiantamento; quem sabe, digo eu, se não é por essas crenças, bases de nossa bela doutrina, que nós todos, espíritas de Constantinopla que, como sabeis, somos bastante numerosos, devemos ter sido preservados do flagelo que se espalhou e ainda se espalha à nossa volta! Digo isto tanto mais quanto foi constatado, aqui e alhures, que o medo é o prenúncio mais perigoso da cólera, como a ignorância infelizmente se torna uma fonte de contágio...”
Repos Filho, Advogado

Certamente seria absurdo acreditar que a fé espírita fosse um diploma de garantia contra a cólera. Mas, como está cientificamente reconhecido, o medo, ao mesmo tempo enfraquecendo o moral e o físico, torna as pessoas mais impressionáveis e mais susceptíveis de serem acometidas pelas doenças infecciosas; evidente, assim, que toda causa tendente a fortalecer o moral é um preservativo.

Sem dúvida os espíritas podem morrer de cólera, como todo o mundo, porque seu corpo não é mais imortal que o dos outros e porque, quando chegar a hora, é preciso partir, seja por esta ou por outra causa. A cólera é uma das causas que não tem como particularidade senão levar maior número de pessoas ao mesmo tempo, o que produz mais sensação. Parte-se em massa, em vez de individualmente – eis toda a diferença. O espírita sabe que, se morrer, apenas será despojado de um invólucro material, sujeito aos sofrimentos e às vicissitudes da vida, mas será sempre ele, com um corpo etéreo, inacessível à dor; que gozará de percepções novas e de maiores faculdades; que vai encontrar aqueles a quem amou e que o esperam no limiar da verdadeira vida, da vida imperecível. Quanto aos bens materiais, sabe que deles não mais necessitará, e que os prazeres que proporcionam serão substituídos por outros mais puros e mais invejáveis, que não deixam em seu rasto nem amarguras nem pesares. Assim, abandona-os sem dificuldade e com alegria, lamentando os que, ficando na Terra, ainda irão precisar deles. É como aquele que, tornando-se rico, abandona seus trajes velhos aos infelizes. Por isso, ao deixar os amigos, lhes diz: não me lastimeis; não choreis minha morte; antes me felicitai, por estar livre das preocupações da vida e por entrar num mundo radioso, de onde vos esperarei.

Quem quer que tenha lido e meditado nossa obra O Céu e o Inferno Segundo o Espiritismo e, sobretudo, o capítulo sobre o temor da morte, compreenderá a força moral que os espíritas haurem em sua crença, diante do flagelo que dizima as populações. Segue-se daí que devam negligenciar as precauções necessárias em casos semelhantes e baixar a cabeça ante o perigo? De modo algum: tomarão todas as cautelas exigidas pela prudência. 

Além desta influência moral, o Espiritismo tem outra mais material. Sabe-se que os excessos de todo gênero são uma das causas que mais predispõem para a epidemia reinante. Assim, os médicos recomendam sobriedade em tudo, prescrição salutar, à qual muita gente tem dificuldade de se submeter. Admitindo que o façam, é sem dúvida um ponto importante, mas é de crer-se que uma abstenção momentânea possa reparar instantaneamente as desordens orgânicas causadas por abusos inveterados, degenerados em hábito, que consumiram o corpo e, por isto mesmo, o tornaram acessível aos miasmas deletérios? Fora da cólera, não se sabe quanto é pernicioso o hábito da intemperança nos climas tórridos, e naqueles onde a febre amarela é endêmica? Pois bem! O espírita – por efeito de suas crenças e da maneira pela qual encara o objetivo da vida presente e o resultado da vida futura – modifica profundamente os seus hábitos; em vez de viver para comer, come para viver; não pratica nenhum excesso; não vive como cenobita. Assim, usa de tudo, mas não abusa de nada. Isto deve ser, com certeza, uma consideração preponderante a acrescentar à que faz valer o nosso correspondente de Constantinopla.


EPIDEMIA DA ILHA MAURÍCIO - JULHO DE 1867

“Vários Espíritos nos anunciaram, uns claramente, outros em termos proféticos, um flagelo destruidor prestes a nos fulminar. Tomamos estas revelações do ponto de vista moral, e não do ponto de vista físico. De repente uma moléstia estranha irrompe nesta pobre ilha; uma febre sem nome, que reveste todas as formas, começa suavemente, hipocritamente, depois aumenta e derruba a todos os que pode atingir. É agora uma verdadeira peste; os médicos não a entendem; até agora, nenhum dos que foram atingidos se curaram. São terríveis acessos que vos prostram e vos torturam durante doze horas no mínimo, atacando, cada um por sua vez, cada órgão importante; depois o mal cessa durante um ou dois dias, deixando o doente acabrunhado até o próximo acesso, e assim se vai, mais ou menos rapidamente, para o termo fatal.

"Para mim, vejo em tudo isto um desses flagelos anunciados, que devem retirar do mundo uma parte da geração presente, e destinados a operar uma renovação tornada necessária.

"Eu mesmo fui atingido pela epidemia e estou na quarta recaída. Arruíno-me com o quinino. Isto prolonga a minha existência, mas, como receio, se as recaídas continuarem, caro senhor, palavra de honra! É muito provável que em pouco tempo terei o prazer de assistir como Espírito às vossas sessões parisienses e nelas tomar parte, se Deus o permitir. Uma vez no mundo dos Espíritos, estarei mais perto de vós e da Sociedade do que estou na Ilha Maurício. Num pensamento transporto-me às vossas sessões, sem fadiga e sem temer o mau tempo. Aliás, não tenho o menor receio, eu vo-lo juro; sou muito sinceramente espírita para isto. Todas as minhas precauções estão tomadas; e se vier a deixar este mundo, sereis avisados.

"Enquanto espero, caro senhor, tende a bondade de pedir aos meus irmãos da Sociedade Espírita que unam as suas às nossas preces pelas infelizes vítimas da epidemia, pobres Espíritos muito materiais, na maioria, e cujo desprendimento dever ser penoso e longo. Oremos também por aqueles, muito mais infelizes que, ao flagelo da moléstia, juntam o da desumanidade.

"Nosso pequeno grupo está disperso há três meses; todos os membros foram mais ou menos atingidos, mas, até agora, nenhum morreu”.

“Recebei, etc.”

“É preciso ser espírita de verdade para encarar a morte com este sangue-frio e essa indiferença, quando ela estende seus malefícios em redor de nós e quando se sentem os seus ataques. É que, em semelhante caso, a fé séria no futuro, tal qual só o Espiritismo pode dar, proporciona uma força moral que, ela mesma, é um poderoso preservativo, como foi dito a propósito da cólera. (Revista Espírita de novembro de 1865). Isto não quer dizer que nas epidemias os espíritas sejam necessariamente poupados, mas, em tais casos eles têm sido, até agora, os menos atingidos. Escusado dizer que se trata de espíritas de coração, e não dos que só o são em aparência.

"Os flagelos destruidores, que devem causar danos à Humanidade, não sobre um ponto do globo, mas em toda parte, são em toda parte pressentidos pelos Espíritos.

"Avança a hora, a hora marcada no grande e perpétuo relógio do infinito, a hora na qual vai começar a operar-se a transformação de vosso globo, para o fazer gravitar rumo à perfeição. Muitas vezes vos foi dito que os mais terríveis flagelos dizimariam as populações; não é preciso que tudo morra para se regenerar? Mas, o que é isto? A morte não é senão a transformação da matéria; o Espírito não morre, apenas muda de habitação. Observai e vereis começar a realização de todas essas previsões. Oh! Como são felizes aqueles que nessas terríveis provações foram tocados pela fé espírita sincera! Permanecem calmos no meio da tormenta, como o marinheiro aguerrido em meio à tempestade”.

Tão atual que parece o ano de 2020, ante a pandemia do COVID-19.

“...Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento e confiemos em Deus, Aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo, também passará. Tudo passa…exceto Deus. Deus é o suficiente” - Chico Xavier.

Alex Maia
Centro Espírita Jesus de Nazaré - CEJN
Núcleo de Apoio e Evangelização Fraternidade Emmanuel – NAEFE
Março / 2020

Fonte: Revista Espirita - Jornal de Estudos Psicológicos, publicada sob a Direção de Allan Kardec Ano Oitavo – 1865 e Ano Décimo – 1867
Tradução de Evandro Noleto Bezerra
Federação Espírita Brasileira – FEB