quarta-feira, 18 de maio de 2022

Chico e o retrato de Maria de Nazaré


Continuando nossa série 20 anos de saudades do inesquecível Chico Xavier, que desencarnou em 2002, e aproveitando este mês de maio especialmente dedicado às mães, vamos colocar em destaque outra linda joia lapidada pelo querido médium mineiro.

Caminhava-se para mais uma celebração dos Dias das Mães em 1984 quando Emmanuel, o mentor espiritual do médium, anunciou mais um trabalho a ser realizado: o amigo invisível ditaria através de Chico os traços fisionômicos de Maria de Nazaré, a mãe de Jesus, para que um artista pudesse retratá-la. Para tal desiderato, a empreitada valeu-se dos préstimos do artista paulista Vicente Avela.

Os esboços do "retrato falado" começaram a ser feitos ainda em 1983, sendo desenhado mais de vinte esboços, cada nova edição recebendo as recomendações do muito exigente Emmanuel, até que quando todos os detalhes foram ajustados, a imagem foi ampliada e colorizada em tinta a óleo, resultando na famosa tela que conhecemos hoje e se tem reproduzida fartamente na internet.


Segundo o médium, o quadro representa bem os traços de Maria, conforme ela se apresenta nas esferas espirituais mais próximas da Terra.

À época da sua primeira apresentação ao público, Chico foi convidado para um programa da TV Record de São Paulo, com garantido sucesso de audiência.


Veja a seguir a reprodução de uma edição computadorizada com melhorias em alguns detalhes da tela:


Veja, no vídeo adiante, uma animação feita a partir deste quadro:


Chico Xavier tinha uma especial devoção à Maria, que ele transportava para o trato geral com todas as mães. A quem diga que isso tenha a ver com o fato de ele ter ficado órfão da mãe biológica, Maria João de Deus, e logo mais da madrasta, Cidália Batista, que o tratava como um filho muito amado e a quem Chico considerava uma segunda mãe mesmo; outros vão dizer que esse valor especial à maternidade Chico já trazia de seu próprio espírito, de aquisições de sucessivas reencarnações pelas quais pode desenvolver o amor ao próximo através das lições evangélicas, com um toque a mais de afeto e reconhecimento ao ofício da maternidade.

No livro Entender Conversando, que traz uma coletânea de entrevistas de Chico Xavier a diversos canais de mídias, ele discorre sobre seu carinho extraordinário a Maria de Nazaré, registrado no programa Sexta-Super da TV Globo, Rio de Janeiro, RJ, levado ao ar na noite de 23 de maio de 1980, sob a direção de Augusto César Vannucci e com o nome de “Chico Xavier Especial”. Transcrito do Anuário Espírita 1981, Ed. IDE, Araras, SP, pp. 142/150, como segue:
"[...] considero Nossa Senhora, a inesquecível Mãe de Jesus e nossa Mãe na Cristandade, como sendo o vínculo maternal mais importante da Terra e a quem devemos recorrer em nossas necessidades, pedindo a ela proteção, misericórdia, auxílio, inspiração."
Entender Conversando, Chico Xavier - cap. 5. questão 61
Muitos confrades espíritas criticam essa devoção de Chico Xavier a Maria, que eles veem como um simples símbolo (ídolo, até) católico, pelo que alguns até o chamam de "espiritólico"; em geral, são pessoas que têm certa aversão a todo tipo de religiosidade e pensam que quaisquer sentimentos que se aproximem disso sejam nocivos à sua evolução espiritual. De nossa parte, respeitosamente, discordamos dessas críticas, trazendo a lembrança do que diz a Codificação Espírita, que uma das atribuições do Espiritismo é exatamente incutir o sentimento religioso em quem não o tem e fortalecer naquele já iniciado na fé.

Faz bem desmistificarmos as crenças e buscar a justeza das coisas reais. Mas, se essa devoção promove o amor, a caridade e todas as virtudes espirituais, então esta devoção é legítima e vale mais do que a ciência fria.

Salve, salve, Chico Xavier. Salve, salve Maria. 


Um comentário:

  1. Tem um matéria sobre João de Deus, que devia ser retirada uma vez que está desatualizada.

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