quinta-feira, 31 de março de 2022

153° aniversário de desencarnação de Allan Kardec (1804-1869)


153° ANIVERSÁRIO DE DESENCARNAÇÃO DE ALLAN KARDEC

Em 31 de março de 1869, às vésperas da inauguração da Livraria Espírita e do lançamento da nova edição de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, a máquina orgânica terrena de Allan Kardec se esgota e o nobre Espírito retorna à pátria espiritual — como acontecerá com todos nós ora encarnados.

Morreu trabalhando pela Doutrina Espírita e redespertou na espiritualidade para colher os frutos de sua inestimável obra.

Ao codificador do Espiritismo, nossa eterna gratidão.

Obrigado, Kardec!

Mais sobre Allan Kardec na Enciclopédia Espírita Online


quarta-feira, 30 de março de 2022

Léontine Bégin: a primeira dos notáveis médiuns de Paris da nova Era Espiritualista

Em mais uma excelente pesquisa historiográfica, Carlos Seth, o Sir CSI do Espiritismo apresenta a senhorita Léontine Bégin (pronuncia-se Leontine Bejan), como a primeira pessoa em Paris a se notabilizar pela atividade mediúnica a partir da eclosão do Espiritualismo Moderno, pelo menos segundo a Srta. Huet, a médium judia de efeitos físicos e sonâmbula [1].

Vejamos as duas ocasiões em que Huet se refere à médium pioneira:

No seu jornal Le Progrès spiritualiste de 1 de junho de 1867 [2]: “Ele [Conde d’Ourches] conheceu a Srta. Léontine Bégin, a primeira médium conhecida em Paris, que o iniciou nessa crença (...). É graças a ele que eu [Srta. Huet] sou espírita: foi ele que fez minha educação mediúnica (...)”.

No Le Spiritisme da 1ª quinzena de novembro de 1888: [3] “Há cerca de trinta anos, tive a sorte de conhecer o Sr. conde d'Ourches [4] numa reunião de magnetizadores presidida pelo Marquês Duplantis; [5] este senhor recebia em sua casa todas as manhãs uma sociedade de homens sérios e cultos; e ali, na companhia do barão de Guldenstubbe [4], autor de várias obras muito notáveis, do conde de Beaurepaire [6], do Sr. Tiédeman, um rico holandês, conhecido hoje em Londres pelo nome de Martheze [7-11], um dos generosos partidários do espiritualismo, do marquês d'Escodega de Boisse [12], do general de Brevern [13], de Henri Delaage [14], do Sr. Mathieu [1], membro da sociedade filotécnica, fizemos experiências com as mesas girantes. Gastamos um tempo muito longo, pois quinze ou vinte minutos se passaram antes que houvesse um movimento. Foram as Srtas. Fox da América que trouxeram essas crenças para a Europa. A Srta. Léontine Bégin foi a primeira médium que obteve os raps ou batidas.”

No próximo post daremos detalhes sobre sua identidade, com base nos seus registros de estado civil.

Como a Srta. Huet não informa a data, preparamos a tabela que mostra outras datas, inclusive das atividades da Srta. Japhet [15], exploradas quando estudamos os tais “50 cadernos” que dizem terem sido entregues a Kardec [4].



Detalhes biográficos da Srta. Bégin

Léontine Bégin era filha do Dr. Émile Bégin [16-18], que tinha 2 filhas casadas com oficiais, uma delas com um registro equivocado de desencarnação em 1868 [19].

As árvores genealógicas que pesquisamos [20-21] estavam incompletas e apenas uma apontava uma filha: Sophie “Pauline” Bégin. Não sabemos o porquê de “Pauline” estar entre aspas, pois consta nos seus registros de estado civil e no seu túmulo [22-24].

No Journal officiel de la République française [25] começamos a desvendar o mistério. Nele encontramos registros de Sophie Pauline Bégin e Rose Charlotte Léontine Bégin. Encontramos então os registros de estado civil de Rose Charlotte Bégin [26-28], a nossa Léontine Bégin.

Rose Charlote “Léontine” Bégin nasceu em 26/03/1837 em Metz. Se casou em Paris em 06/03/1862 com o capitão Pierre Schwartz. Desencarnou também em Paris aos 28 anos em 07/05/1865 (e não aos 27 anos, como mostra seu registro de óbito).


Portanto Léontine Bégin, a primeira médium da França segundo a Srta. Huet, chamava-se na verdade Rose Charlote Bégin. Supondo que os primeiros raps obtidos através dela tenham acontecido entre final de 1848 e início de 1849, ela deveria ter apenas 11 anos de idade quando os fenômenos foram obtidos.


Léontine B.

A Srta. Léontine Bégin é provavelmente a Srta. Léontine B. da carta do Dr. Charles Auguste Clever de Maldigny [29-30] (aquele que teria operado a si mesmo de cálculos renais na bexiga! [31]), encontrada na p. 372 do Journal du Magnetisme” de 1860 [32], onde ele diz em tradução livre: “Em 15 de janeiro de 1858, a mais nova das duas jovens filhas de um dos meus antigos camaradas (Srta. Léontine B.) e o Sr. Paul Auguez [33-36], nos reunimos em minha casa. A Srta. Léontine B.... é uma das médiuns mais incríveis que eu conheço. A meu pedido, ela teve a gentileza de prosseguir conosco com as experiências mediúnicas. Logo, e ao nosso chamado, forças ocultas de diferentes personagens produziram para nós, pela mão da médium, vários desenhos, emblemas e vários gráficos”.

PS: Não encontramos ainda qualquer evidência que o Dr. Clever de Maldigny tenha tratado da Srta. Ermance Dufaux, como se propaga por aí. As cartas no final de “Joana d’Arc, por ela mesma” [37] não contém destinatário.

Pena ainda não termos encontrado nenhuma fotografia da Srta. Bégin, mas as pesquisas continuam.

Ver a pesquisa original na fanpage CSI do Espiritismo.

Notas

[1] - Biografia da Srta. Huet 

[2] - Le Progrès spiritualista: 01/06/1867

[3] - Le Spiritisme nov-1888.

[4] - Qual grupo de estudo dos fenômenos espíritas forneceu os 50 cadernos para Allan Kardec?

[5] - Provavelmente o marquês du Plantis, médico distinto, falecido em julho de 1876, sogro do pianista Ernst Heinrich Lübeck, conforme Biographie universelle des musiciens...

[6] - Comte de Beaurepaire em AbeBooks

[7] - https://www.facebook.com/HistoriaDoEspiritismo/posts/772175070212944

[8] - https://www.facebook.com/HistoriaDoEspiritismo/posts/772724720157979

[9] https://www.facebook.com/HistoriaDoEspiritismo/posts/773482450082206

[10] https://www.facebook.com/HistoriaDoEspiritismo/posts/779895626107555

[11] https://www.facebook.com/HistoriaDoEspiritismo/posts/907002406730209

[12] Presumivelmente Pontus Alexander Ludwig Graf Brevern-de la Gardie, conforme Pontus Brevern-de la Gardie em Wikipédia

[14] Henri Delaage em Wikipédia

[15] Biografias da Srta. Célina Japhet e do Sr. Roustan

[16] Journal du Magnetisme vol. 20

[17] La Littérature française contemporaine.

[18] Émile Bégin em Wikipédia.

[19] Emile Auguste Bégin par François Jung

[20] Emile Auguste Nicolas Begin em Geneanet

[21] Jules Auguste Nicolas Emile Begin em Geneanet

[22] Página 285 de Archives Moselle

[23] Página 37 de Archives Paris

[24] Cemetery - Bossieu em Geneanet

[25] Journal officiel de la République française 30/07/1881

[26] Página 18 de Archives Moselle

[27] Página 20 de Archives Paris

[28] Página 1 de Achives Paris

[29] Clever de Maldigny, Charles-Auguste em BnF Catalogue Général

[30] Clever de Maldigny na Gallica

[31] The Lancet London

[32] Journal du Magnetisme

[33] Paul Auguez em Babelio

[34] Paul Auguez em Autores Espíritas Clássicos

[35] Les Manifestations des esprits

[36] Revista Espírita fev-1858, Manifestação dos Espíritos

[37] Vies dictées d'outre-tombe à Ermance Dufaux


"Guerra e Paz segundo o Espiritismo" com Ery Lopes e Eric Pacheco

Ainda profundamente comovidos com os desdobramentos crescentes do conflito vivenciado pela Ucrânia em face da invasão miliar russa, que muitos especialistas já catalogam como o possível estopim para III Guerra Mundial, colocamos em pauta análises sobre o tema das guerras em geral, suas origens, sua natureza, suas consequências e a soluções alternativas de acordo com a Doutrina Espírita. À vista disso, compartilhamos com todos a live promovida pelo canal Espiritismo em Kardec pela qual Eric Pacheco entrevista e dialoga com Ery Lopes, tomando por base especialmente os conceitos kardequianos a esse respeito, conforme publicado em O Livro dos Espíritos e A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo.

Acompanha pela janela a seguir o vídeo do programa.

Visite o canal Espiritismo em Kardec e confira outras entrevistas.

Confira também a matéria especial Consolações espíritas em tempos de Guerra.


sexta-feira, 25 de março de 2022

Próxima palestra online: "Saúde e Espiritualidade em tempos de Pandemia" com Nazareno Feitosa


Em sequência à nossa série Palestra Espírita Online, no próximo domingo, 27 de março, receberemos o nosso confrade espírita Nazareno Feitosa, cearense natural de Fortaleza e residente em Brasília onde é expositor espírita e facilitador de ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita na Comunhão Espírita de Brasília. Para esta ocasião, ele palestrará sob o tema "Saúde e Espiritualidade em tempos de Pandemia".

A palestra começa às 10h (horário oficial de Brasília) deste domingo, 27 de março, e você pode acompanhar a transmissão pelo canal Luz Espírita no YouTube, inclusive participando em tempo real através do chat vinculado ao vídeo.

E se você perder a edição anterior, veja o vídeo da palestra "Espiritismo, fonte de progresso para a humanidade", com Francisco Rebouças (Niterói, RJ) realizada no último domingo, cuja gravação está disponível pela janela a seguir:

Visite também a página oficial do programa Palestra Espírita Online.

E não deixe de compartilhar o programa com amigos e familiares, contribuindo assim com a divulgação do Espiritismo.


quarta-feira, 23 de março de 2022

O caso A Gênese: atualizações


Ainda tem alguns confrades espíritas um tanto inseguros quanto à autenticidade da edição revisada, corrigida e aumentada de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo de Allan Kardec, publicada a partir da 5ª edição de 1869, já que teorias conspiratórias ainda estão atuantes, inclusive colocando no bojo dessa mesma campanha, embora já vencida, a ideia de que também a 4ª edição revisada de O Céu e o Inferno, do mesmo autor, tivesse sofrido alterações indevidas.

Então, convidamos a todos a conferir as últimas atualizações da nossa página especial de pesquisa O caso A Gênese, na qual acabamos de inserir o item 45: "Publicações indevidas de obras de Allan Kardec", que reporta a curiosa situação em que acusadores acabam incorrendo no erro de que eles mesmos acusavam a terceiros quanto ao crime civil e moral de publicar versões antigas em lugar da versão definitiva da obra, conforme prescreve o entendimento jurídico.

Clique aqui e confira a nossa página especial de pesquisa O Caso A Gênese.

* * * * * *

E para ficar bem atualizado de tudo o que ocorre de mais importante no movimento espírita, siga-nos pelo FacebookTwitter Instagram.

segunda-feira, 21 de março de 2022

O primeiro Pinga-fogo com Chico Xavier


Em sequência à série de matérias especiais relacionadas à marca de duas décadas da desencarnação do nosso inesquecível Chico Xavier (ver aqui), que nos deixa, então, "20 anos de saudade", relembramos aqui um episódio que marcou a biografia daquele ser querido e ainda pode ser apontado como o grande divisor de águas para a divulgação do Espiritismo no Brasil: falamos da célebre entrevista do médium ao programa Pinga-Fogo da extinta TV Tupi, realizada em 28 de julho de 1971.


O mais temido programa

Pinga-Fogo do então canal 4 de São Paulo, antiga TV Tupi, era conhecido pelo temor que causava aos seus entrevistados, para o qual, por isso mesmo, nem todos os convidados à sabatina aceitavam o convite, pois a dinâmica do programa — como o próprio título sugere — era exatamente pôr seus entrevistados à prova do fogo, ou seja, submetê-los às questões mais delicadas e polêmicas concernentes à sua posição (política, social, artística, etc.). A propósito desse formato, tratar de mediunidade e Doutrina Espírita era um prato cheio para quem gosta de ver "o circo pegar fogo"; em tal contexto, penetram assuntos como religião, fé, ciência, ordem pública, mistérios e, no caso particular do Chico, o desafio de se atestar ou desmascarar a mais extraordinária força mediúnica dos tempos modernos.


A permissão de Emmanuel

A despeito de tantos convites para aparecer na televisão e no rádio, Chico Xavier mantinha-se recluso em seu cotidiano comum em Uberaba. Sua missão — dizia Emmanuel, seu mentor espiritual — era a de derramar luzes acerca da natureza espiritual através dos livros; precisava então ficar reservado e fugir de situações banais que perturbasse seu plano reencarnatório. Além disso, precisava se preparar.

No entanto, cumprida a fase prometida dos cem livros psicografados, e já bastante maduro para dar a cara à tapa, Chico Xavier recebeu a permissão para aceitar o convite de uma entrevista, convite esse feito há tempos, e cujas tratativas para a realização do programa demorou meses.

Mas tinha que ser justo um programa como o Pinga-Fogo — talvez Chico tenha pensado — cujos entrevistadores iriam preparados para, se possível, massacrar o semianalfabeto do interior de Minas Gerais?

Bom, era hora da prova de fogo.

Chico e Saulo Gomes, o repórter o levou ao Pinga-Fogo


A personalidade de Chico Xavier

Enfim, chegou o grande dia. O país inteiro parou para assistir ao programa. Estima-se que mais de 75% de todos os aparelhos televisores brasileiros estavam sintonizados nesta transmissão, cujo videotape já havia sido encomendo por outras tantas emissoras Brasil a dentro para uma retransmissão nos dias seguintes. O sucesso de audiência estava marcado. Faltava — como muitos esperavam — trucidar ao vivo o coitado do matuto e desbancar essa história de Espiritismo de uma vez, embora a bancada também fosse composta por um amigo e confrade espírita, o filósofo José Herculano Pires.

Chico não escondeu seu nervosismo inicial. Mas no decorrer das perguntas, foi se acomodando e ganhando a simpatia de todos. Também, pudera, além de contar com o auxílio constante do seu guia, Emmanuel, seu espírito cativante exalava tanta bondade e interesse em sua doutrina que o programa — cotado para durar uma hora e meia — se estendeu por três horas e meia, contando o tempo das interrupções para as propagandas, sem que ninguém demonstrasse maior cansaço.



A entrevista

A apresentação do programa ficou por conta do jornalista Almir Guimarães. Os entrevistadores foram: o repórter Saulo Gomes, repórter a analista político Reali Júnior, a jornalista Helle Alves, o jornalista e filósofo católico João de Scantimburgo e o já citado José Herculano Pires.

Foram abordados temas como Espiritismo e religião em geral, umbanda, mediunidade, cremação, antigos filósofos, sexualidade, reencarnação, futuro da humanidade e muitos outros.


O gran finale

E para encerrar a brilhante entrevista, a pedido do apresentador do programa, o médium se prontificou a psicografar uma mensagem espiritual e esta ocasião foi brindada com a poesia de uma personalidade não muito conhecida, mas cujos versos prontamente imprimiram notável admiração em todos que assistiram àquele momento solene.

Ao som de uma música instrumental, executada a pedido de Chico, o Espírito Ciro Costa compôs o soneto "Segundo Milênio", abaixo transcrito:

Segundo Milênio

Apaga­-se o milênio. A sombra deblatera.
Vejo a noite avançar, do anseio em que me agito.
Guerra e sonho de paz estadeiam conflito.
De polo a polo a dor reclama em longa espera.

Explode a transição no ápice irrestrito.
A cultura perquire; a crença se oblitera.
A forma antiga, em luta, aguarda a Nova Era.
Roga-­se tempo novo ao tempo amargo e aflito.

A civilização atônita, insegura,
Lembra um tesouro ao mar que a treva desfigura.
Vagando aos turbilhões de maré desvairada.

Entretanto, no mundo a nau que estala e treme,
A luz prossegue e brilha. O Cristo está no leme
Preparando na Terra a nova madrugada.

O paulista Ciro Costa (Limeira, 18 de março de 1879 – Rio de Janeiro, 22 de junho de 1937) foi um poeta e cronista brasileiro. Filho do coronel José Ferreira da Costa e Dona Antônia Montenegro da Costa. Foi diplomado em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo.

A propósito desta comunicação, o livro com a transcrição do programa publicado pela EDICEL traz a seguinte anotação:
"Surpresa geral. A maioria dos presentes não conhecia o poeta. Ninguém pensara nesse nome. E o soneto era um improviso inegável, porque verdadeira síntese poética dos assuntos ali tratados. E a surpresa maior foi na casa dos familiares do poeta, que assistiam o programa pela televisão. As filhas de Ciro Costa receberam com lágrimas de emoção, à distância, longe do auditório emocionado, o soneto do pai, que assim lhes demonstrava estar participando com elas da noite inesquecível."
Depois, Chico agradece aos produtores do programa, ao apresentador, aos entrevistadores, ao auditório (que lotou o espaço) e aos telespectadores. Mandou também uma saudação especial ao povo de Uberaba, que o recebeu tão bem depois de sua saída de Pedro Leopoldo, sua cidade natal. Finalmente, pediu licença para encerrar o evento com a oração do Pai Nosso.

Veja a seguir o vídeo recuperado do primeiro Pinga-Fogo com Chico Xavier:


A nós, o que resta, mais uma vez, é parabenizar e agradecer nosso querido irmão Chico pelo seu exemplo de vida, da qual tanto ainda temos que aprender.

Obrigado, Chico! Inesgotavelmente, obrigado!

sexta-feira, 18 de março de 2022

Próxima palestra online: "Espiritismo, fonte de progresso para a Humanidade" com Francisco Rebouças


Em sequência à nossa série Palestra Espírita Online, no próximo domingo, 20 de março, receberemos o nosso confrade espírita Francisco Rebouças (Niterói, RJ), que nos trará a exposição "Espiritismo, fonte de progresso para a Humanidade".

A palestra começa às 10h (horário oficial de Brasília) deste domingo, 20 de março, e você pode acompanhar a transmissão pelo canal Luz Espírita no YouTube, inclusive participando em tempo real através do chat vinculado ao vídeo.

E se você perder a edição anterior, veja o vídeo da palestra "Por que temer a morte?", com Rogério Miguez (São José dos Campos, SP) realizada no último domingo, cuja gravação está disponível pela janela a seguir:

Visite também a página oficial do programa Palestra Espírita Online.

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Consolações espíritas em tempos de Guerra


Estamos já na quarta semana de conflito na Ucrânia com a invasão russa, cujo saldo é devastador: muitas mortes  inclusive muitos civis, dentre os quais crianças — e milhões de refugiados, gente que deixou tudo para trás e foi procurar sobrevivência em outro lugar, outro país mesmo. E tudo, a troco de quê?

Mas sabemos que tudo isso é efeito de semeaduras passadas de que a humanidade aproveitará o aprendizado diante de seus resgates cármicos.

Tudo está no seu lugar.

E no meio desse escândalo todo, podemos nos servir do consolo do Espiritismo, que está bem representado na mensagem "Temos Jesus" do poeta Abel Gomes, sob a psicografia de Chico Xavier, publicado no livro Parnaso de Além-Túmulo, Editora FEB. Essa poesia é do século passado, bem em tempo da calamidade social por ocasião da Segunda Guerra Mundial, mas vale para hoje também:

Temos Jesus

Desaba o Velho Mundo em treva densa
E a guerra, como lobo carniceiro,
Ameaça a verdade e humilha a crença,
Nas torturas de um novo cativeiro.

Mas vós, no turbilhão da sombra imensa,
Tendes convosco o Excelso Companheiro,
Que ama o trabalho e esquece a recompensa,
No serviço do bem ao mundo inteiro.

Eis que a Terra tem crimes e tiranos,
Ambições, desvarios, desenganos,
Asperezas dos homens da caverna:

Mas vós tendes Jesus em cada dia.
Trabalhemos na dor ou na alegria,
Na conquista de luz da Vida Eterna.

E depois desses versos tão reconfortantes, não é desperdício reservarmos alguns instantes apreciando essa belíssima pintura a seguir, aproveitando para meditar na providência espiritual que tanto nos auxilia em nossa jornada evolutiva, conquanto poucos contemporâneos nossos estejam em condições de imaginá-la.

Arte: Yongsung Kim
@yongsungkimart

Ainda a propósito da guerra, no vídeo a seguir, o médium e orador espírita Divaldo Franco deixa a sua mensagem alentadora em face dessas perturbações coletivas a que assistimos em nossos dias.


Continuemos em oração em favor dos que penam pelos conflitos no mundo.

segunda-feira, 14 de março de 2022

Série Poesia Espírita: "A Brandura", de Andradina América de Andrada e Oliveira (Espírito)


Em mais uma edição da série Poesia Espírita (saiba mais clicando aqui), trazemos a todos o tocante poema "A Brandura", da autoria do Espírito Andradina de Oliveira, psicografado por Waldo Vieira e incluído no livro Antologia dos Imortais, publicado pela FEB Editora em 1963 e que também contém outras composições mediunicamente recebidas por Chico Xavier.

Andradina de Oliveira

Poetisa, contista e romancista, Andradina América de Andrada e Oliveira (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 12 de Junho de 1878 – São Paulo, 19 de Junho de 1935.) iniciou sua vida literária, quase menina, conforme afirma sua filha Lola de Oliveira em Minha Mãe!, escrevendo em inúmeros periódicos sul-rio-grandenses. Foi também teatróloga e aplaudida conferencista. Professora pela Escola Normal de Porto Alegre, com distinção em todas as matérias, a poetisa de Folhas Mortas lecionou em cursos particulares, em várias cidades gaúchas, depois de nove anos dedicados ao magistério público. Fundou um jornal literário feminino, O Escrínio, mais tarde transformado em revista ilustrada, e formou, segundo Antônio Carlos Machado, entre as maiores ativistas em prol dos direitos femininos brasileiras de sua época. De 1920 até à sua desencarnação, residiu na capital paulista. Ela é patrona da cadeira 11 da Academia Literária Feminina do RS. Da sua bibliografia constam os seguintes destaques: Folhas Mortas, Preludiando, Cruz de Pérolas etc.

No poema em evidência, "A Brandura", podemos sentir a candura deste Espírito cujos versos nos convida a um estado de iluminada tranquilidade, nesta edição tão bem declamados por Carolina Almeida, de São José dos Campos, SP, ativa colaboradora do Luz Espírita.

Confira o poema pela janela abaixo:


Visite também a página oficial da série Poesia Espírita.

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sexta-feira, 11 de março de 2022

Próxima palestra online: "Por que temer a morte?" com Rogério Miguez

Em sequência à nossa série Palestra Espírita Online, no próximo domingo, 13 de março, receberemos o nosso confrade e colaborador do Portal Luz Espírita Rogério Miguez (São José dos Campos, SP), que também é membro ativo do Centro Espírita Divino Mestre. Nessa oportunidade, ele nos trará a exposição "Por que temer a morte?".

A palestra começa às 10h (horário oficial de Brasília) deste domingo, 13 de março, e você pode acompanhar a transmissão pelo canal Luz Espírita no YouTube, inclusive participando em tempo real através do chat vinculado ao vídeo.

E se você perder a edição anterior, veja o vídeo da palestra "A estrutura da Codificação do Espiritismo", com Luís Jorge Lira Neto (Recife, PE) realizada no último domingo, cuja gravação está disponível pela janela a seguir:

Visite também a página oficial do programa Palestra Espírita Online.

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domingo, 6 de março de 2022

Chico Xavier e o incêndio no Edifício Joelma

Anunciamos, no mês anterior, uma série de matérias especiais relacionadas à marca de duas décadas da desencarnação do nosso inesquecível Chico Xavier (ver aqui), que nos deixa, então, "20 anos de saudade". Nesse meio tempo publicamos a reportagem Chico Xavier e o caso "O Cruzeiro", contando em detalhes um dos mais marcantes episódios desta extraordinária biografia. Trazemos agora um apanho de outro momento muito importante da trajetória do médium, fazendo menção ao triste evento do incêndio do edifício Joelma, na Capital de São Paulo, no qual Chico ganha visibilidade após psicografar o drama de Espíritos que morreram vítima daquela tragédia que abalou o país inteiro e participar — ele mesmo — de um longa-metragem contando essa história intrigante.


A tragédia

A tragédia em questão se deu em 1 de fevereiro de 1974: o imponente Edifício Joelma (depois rebatizado para Edifício Praça da Bandeira), localizado na região central de São Paulo, Capital, foi construído e inaugurado em 1972, sendo imediatamente alugado para um banco de investimentos. No começo daquele ano da tragédia, a empresa estava esta desocupando algumas salas, que estavam sendo alugadas para servir de escritório para outras companhias. Ocorreu pois que, na data assinalada, por volta das 8h45, um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado do 12° andar provocou um terrível incêndio que tomou conta de todo o prédio.


Não havia nem 2 anos (precisamente em 24 de fevereiro de 1972) que a mesma cidade paulistana havia assistido a outro incêndio de grandes proporções, no Edifício Andraus. O prédio ficou inteiramente destruído e o número de vítimas fatais foi de 16 pessoas, ficando também cerca de 3 centenas de feridos graves. Entretanto, sem chegar perto dos números do caso do Joelma: 187 mortos e mais de 300 pessoas ficaram gravemente feridas; é até hoje a segunda pior tragédia com incêndio em arranha-céu por número de vítimas fatais, atrás somente do colapso das Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York em 11 de setembro de 2001.

O caso do Edifício Joelma motivou a articulação de várias entidades em favor do estabelecimento de novas e mais precisas normas de segurança para instalações urbanas públicas e comerciais.



O drama de Wolquimar

Dentre as vítimas daquele incêndio contou-se a jovem Wolquimar Carvalho dos Santos, de família espírita e inclusive habituada a sessões mediúnicas, com quem, aliás, havia acontecido uma série de eventos especiais como que preparando-a para aquele assustador desfecho que lhe parecia inevitável. Uma vez desencarnada, seu Espírito aparece à sua mãe e lhe sugere ir ter com Chico Xavier, então residente em Uberaba. Num primeiro momento, nenhum contato substancial, mas depois Wolquimar e mais outro Espírito, que também foi morto no mesmo episódio, Wilson William Garcia, reuniram-se e contaram seus dramas pessoais, originando assim a publicação do livro Somos Seis, em 1976, organizado por Caio Ramaziotti, livro que contém ainda histórias de outros quatro jovens desencarnados, mais uma entrevista com o querido médium espírita, falando sobre mortes prematuras.


O filme

A história de Wolquimar serviu de inspiração para o roteiro do filme Joelma 23° andar, produzido em 1979, sob a direção de Clery Cunha e estrelado por Beth Goulart, com a participação do próprio Chico Xavier, que aparece psicografando as cartas consoladoras, nas quais a mãe de Wolquimar encontrou mais alento para a sua dor de mãe órfã.

Cartaz do filme Joelma 23° Andar

Assista ao filme:

Tanto o livro quanto o filme deram grande visibilidade ao médium e ao Espiritismo, além de levantar o debate sobre as razões e as consequências das mortes de crianças e jovens, que não podem ser melhor explicadas senão pela luz e consolo da Doutrina Espírita.


Linha Direta sobre o caso do Edifício Joelma

O caso do Edifício Joelma também foi contado na edição de lançamento do programa Linha Direta da Rede Globo, que, embora muito carregado de dramaticidade, contém outros elementos curiosos envolvendo a história daquele prédio, antes e depois da tragédia de 1974.

Veja o vídeo recuperado do programa 
Linha Direta sobre o Edifício Joelma:

Eis, pois, mais uma grande contribuição de Chico Xavier para a propagação da nossa amada doutrina, pelo que, certamente, muito temos o que agradecer a este ser extraordinário que nos deixa com vinte anos de saudades.

Mais uma vez, obrigado, Chico!


sexta-feira, 4 de março de 2022

Próxima Palestra Espírita Online: "A estrutura da Codificação do Espiritismo" com Luís Jorge Lira Neto


Em sequência à nossa série Palestra Espírita Online, no próximo domingo, 6 de março, receberemos o nosso confrade espírita e admirado pesquisador do Espiritismo Luís Jorge Lira Neto (Recife, PE), colaborador da Associação Espírita Casa dos Humildes e membro efetivo do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Nessa oportunidade, ele nos trará a exposição "A estrutura da Codificação do Espiritismo".

A palestra começa às 10h (horário oficial de Brasília) deste domingo, 6 de março, e você pode acompanhar a transmissão pelo canal Luz Espírita no YouTube, inclusive participando em tempo real através do chat vinculado ao vídeo.

E se você perder a edição anterior, veja o vídeo da palestra "Vontade e Vida", com César S. Santos (Magog, Canadá) realizada no último domingo, cuja gravação está disponível pela janela a seguir:

Visite também a página oficial do programa Palestra Espírita Online.

E não deixe de compartilhar o programa com amigos e familiares, contribuindo assim com a divulgação do Espiritismo.


quinta-feira, 3 de março de 2022

Experiência científica sugere que o "filme da vida" se passa no momento da morte


Um "achado" científico sugerem que a vida pode realmente passar diante de nossos olhos enquanto morremos, como uma espécie de filme da nossa vida. Uma equipe de cientistas de um laboratório de pesquisas em Vancouver, Canadá, se propôs a medir as ondas cerebrais de um paciente de 87 anos que havia desenvolvido epilepsia. Todavia, durante o monitoramento neurológico, esse paciente sofreu um ataque cardíaco fatal — o que proporcionou o registro inesperado de um cérebro que está morrendo. O monitoramento revelou que nos 30 segundos antes e depois as ondas cerebrais do paciente seguiram os mesmos padrões de sonhar ou recordar memórias.

Uma atividade cerebral deste tipo pode sugerir que uma "recapitulação final da vida" pode ocorrer nos últimos momentos de alguém, escreveu a equipe em seu estudo, publicado na revista científica Frontiers in Aging Neuroscience na terça-feira, 22 de fevereiro deste 2022. Veja aqui o artigo científico (em inglês).

O coautor do estudo, o neurocirurgião Ajmal Zemmar, disse que o que a equipe obteve acidentalmente, foi o primeiro registro de um cérebro na hora da morte: "Isso foi totalmente por acaso, não planejamos fazer este experimento ou gravar estes sinais", disse ele em entrevista ao canal BBC.

Então será que vamos ver uma retrospectiva de momentos com entes queridos e outras memórias felizes? Zemmar afirma que é impossível dizer: "Se eu fosse passar para o reino filosófico, especularia que, se o cérebro fizesse uma retrospectiva, provavelmente gostaria de lembrá-lo de coisas boas, em vez de coisas ruins", avalia, que completa: "Mas o que é memorável seria diferente para cada pessoa."

Zemmar, doutor da Universidade de Louisville, nos EUA, disse que nos 30 segundos antes do coração do paciente parar de fornecer sangue ao cérebro, suas ondas cerebrais seguiram os mesmos padrões de quando realizamos tarefas de alta demanda cognitiva, como quando nos concentramos, sonhamos ou evocamos memórias. E continuou 30 segundos depois que o coração do paciente parou de bater — momento em que um paciente é normalmente declarado morto. "Esta poderia ser uma última lembrança de memórias que tivemos na vida, e elas são reprisadas em nosso cérebro nos últimos segundos antes de morrermos."

Registros das atividades cerebrais do paciente a caminho da morte:



O estudo também levanta questões sobre quando exatamente a vida termina — quando o coração para de bater ou o cérebro para de funcionar. Zemmar e sua equipe advertiram que conclusões amplas não podem ser tiradas de um estudo com apenas uma pessoa. O fato de o paciente ser epiléptico, com o cérebro com hemorragia e inchado, complica ainda mais as coisas: "Nunca me senti à vontade para relatar um único caso", diz Zemmar.

E durante anos após o registro inicial em 2016, ele procurou casos semelhantes para ajudar a fortalecer a análise, mas não teve sucesso.

Mas um estudo de 2013 — realizado em ratos saudáveis ​— pode oferecer uma pista. Nesta análise, pesquisadores americanos registraram altos níveis de ondas cerebrais na hora da morte até 30 segundos depois que o coração dos ratos para de bater — assim como aconteceu com o paciente epiléptico de Zemmar.

As semelhanças entre os estudos são "surpreendentes", segundo o especialista. Eles agora esperam que a publicação deste único caso humano possa abrir as portas para outros estudos sobre os momentos finais da vida: "Acho que há algo místico e espiritual em toda essa experiência de quase morte", diz Zemmar. "E descobertas como esta são um momento pelo qual os cientistas vivem."


Interpretação espírita

Além do ponto até onde a ciência humana alcança, vem a Doutrina Espírita nos esclarecer, primeiramente nos assegurando do princípio fundamental da imortalidade da alma e sua individualidade: já não se admite aqui dúvidas quanto a sobrevivência da nossa consciência e da nossa identidade, pois somos cada qual um Espírito que, após a morte física, continua a viver e a conservar a sua pessoa, como todas as aquisições intelectuais e emocionais, além das qualidades morais.

E este princípio não se baseia meramente numa crença, mas  conforme os próprios postulados científicos  através da experimentação prática do intercâmbio mediúnico, pelo qual os Espíritos vêm nos demonstrar a realidade da vida espiritual e sua individualização. Obviamente que, aqui, não há consenso na comunidade científica, pois muitos ainda não se convenceram da positividade da mediunidade. Estes, entretanto, são basicamente aqueles que não se deram ao trabalho — científico — de investigar, sem preconceitos, o canal de intercâmbio entre "vivos" e "mortos"; todos os que seriamente cuidaram dessa averiguação, se não se asseguraram totalmente, ao menos reconheceram não haver qualquer contestação plausível.

Quanto ao "filme da vida", nada de estranho para nós espíritas. Apenas colocamos em destaque o testemunho da espiritualidade quanto ao momento da morte física e despertamento pós-desencarnação: dizem-nos eles ser normal haver um estado de perturbação no momento da morte e gradual recuperação da memória espiritual, envolvendo aí circunstâncias implicantes, como a própria causa da morte e o nível evolutivo de cada indivíduo. Em suma, para cada um, um caso particular de morte.

Para mais detalhes sobre, recomendamos a leitura de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.