segunda-feira, 27 de julho de 2020

Sala de Leitura: lançamento do livro "Excelsior - Cristianismo e Progresso" de Felipe Senillosa


Pode um livro de reflexões filosóficas da passagem do século XIX para o século XX ainda ter alguma utilidade prática para a geração do século XXI?

Para os que têm alguma dúvida quanto a isso, trazemos o mais recente título acrescentado à nossa Sala de Leiturao livro Excelsior - Cristianismo e Progresso do filósofo e espírita argentino Felipe Senillosa.

Veja a sinopse do livro:
EXCELSIOR - CRISTIANISMO E PROGRESSO
Felipe Senillosa
Através da história, a ciência e os fatos, Senillosa tenta unificar essa realidade, também fruto de seus estudos e observações, a efeitos do progresso, em uma filosofia consequente, cada vez mais próxima da investigação científica. E esta, ou seja, a pesquisa científica, está cada vez mais próxima do espiritismo, e nos levará a uma moral que literalmente diz: que não pode ser outra que não seja o cristianismo, sendo ele a expressão mais pura da democracia.
Esta obra é, pois, um tratado filosófico do mais alto grau de qualidade que, apesar de ser uma composição do final do século XIX, não perdeu sua validade e aplicabilidade para os nossos dias atuais e gerações vindouras.
Felipe Senillosa nasceu abastardo e, imerso nos estudos, teve fácil trânsito na compreensão da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, à qual contribuiu em seu berço natal, Argentina, e também nas demais nações de língua espanhola, incluso a própria Espanha, terra-mãe de seus pais. Em Barcelona, por exemplo, Senillosa foi iniciador de uma bem-sucedida da Escola Dominical Espírita, um manancial de luz especialmente dedicado aos operários e outras classes mais carentes de pão e instrução.

Senillosa representou a Federação Espírita Argentina no Congresso Espírita Internacional de 1900, então presidido por Léon Denis, mantendo contato e compartilhando ações promocionais em favor do Espiritismo ao lado de outros notáveis confrades, dentre os quais Amalia Soler, a poetisa espanhola que dedicou versos a este grande contributo da nossa doutrina, e que aqui colamos um singelo trecho:

Hoje de uma alma generosa
lamentamos a viagem,
só levando por bagagem
um merecido renome,
e é justo que a um grande homem
seja feita uma homenagem.
(...)
Oh! Sim; da tua redenção
tenho tanta segurança,
vejo-te na imensidade
em busca da evolução,
interpretando de Deus
a sua suprema vontade!

Para saber mais sobre o autor, ver a biografia escrita por nosso confrade Salvador Martin, ex-presidente da Federação Espírita Espanhola, biografia essa contida nesta mesma obra que aqui compartilhamos, graças à contribuição da tradutora Tereza de Espanha, com revisão de Wanderlei dos Santos e Ery Lopes, cujo PDF também está disponível no site Autores Espíritas Clássicos.

Baixar agora mesmo Excelsior - Cristianismo e Progresso.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

"Como parei de fuma", depoimento de um espírita

Recebemos uma mensagem de um confrade, de quem diremos apenas o primeiro nome: Luiz, que segue nossas publicações e também é um assíduo audiente do Programa Evangelho no Lar Online, que (mais informações aqui), contendo nesta mensagem um depoimento de superação (vencer o tabagismo), exatamente após ouvir numa edição do referido programa, quando foi comentado sobre a necessidade de superarmos os vícios.

Sendo o vício do cigarro ainda tão comum em nossa geração e tão dificilmente enfrentado, julgamos por bem compartilhar essa experiência, narrada por nosso correspondente com final feliz para ele e também para seu pai, a fim, quem sabe, de servir de incentivo e até inspiração para aqueles que sofram com esse tipo de viciação, posto que é sabido por todos dos malefícios que o tabaco faz com o organismo físico, e acrescentamos: também danoso ao perispírito (o corpo espiritual).

Segue a narração do nosso confrade:


Como Parei de Fumar

Minha história como fumante é igual ou semelhante a milhares de outras que se pode encontrar por aí, em qualquer lugar: comecei a fumar na adolescência, escondido dos pais, como gesto afirmativo para fazer parte de um grupo. Daí a virar um hábito e depois um vício foi um pulo. Fumei e muito (dois maços por dia) até os trinta e poucos anos. Para ser mais exato parei aos 31, em 1987 (não lembro dia e mês, e isto não é importante).

Como todo bom fumante, tentei parar várias vezes, sempre afirmando que poderia parar quando quisesse. Essas tentativas, que variavam entre alguns poucos dias até vários meses de abstinência, sempre terminavam em frustração e volta envergonhada: fumava escondido no começo e assumidamente dependente depois, embora sempre afirmando que fumava porque gostava e não porque era dependente. Em todas as vezes, apenas uma razão é que me fazia voltar a fumar: sempre continuava sentindo vontade de fumar. Esta vontade nunca desaparecia e, no final, qualquer desculpa era a motivação para apenas um cigarrinho, que logo depois eram dois, três e ... pronto! Voltava com força total. Uma dica para aqueles que estão ainda tentando parar: evitem o álcool. É impressionante! Acaba com qualquer força de vontade e torna praticamente irresistível a volta ao vício.

Mas em 1987 aconteceu algo diferente e, para mim, fez com que eu parasse de fumar em definitivo. É uma experiência pessoal e ninguém precisa acreditar. Talvez não venha a funcionar com mais ninguém, mas aconteceu e (já que muitos gostam de métodos e provas científicas) consegui reproduzir a experiência com meu pai que fumava o dobro que eu e há muito mais tempo.

Como já disse, eu fumava muito (dois maços, em média, por dia) e como todo bom fumante, eu não tinha o menor respeito pelos não fumantes ao redor. Fumava em qualquer lugar, sempre que me dava vontade. Nesta época eu trabalhava em uma multinacional europeia no Brasil, na área de informática. Naquela empresa, naquela época, eu era das poucas pessoas que fumava. Todo mundo reclamava e eu pouco me importava com isto.

Um dia virei chefe de uma área e, obviamente, continuei fumando. A diferença, é que pararam de reclamar. Aí, quando percebi, fiquei muito incomodado. Não tinha saída, precisava parar de fumar na empresa. Eu sabia que não conseguiria, pela quantidade de cigarros que fumava e grau de dependência que tinha. Como fazer?

Bom, nesta mesma época, eu frequentava a Federação Espírita do Estado de São Paulo, FEESP, na Bela Vista bairro central de São Paulo, fazendo já há alguns anos, uma série de cursos por lá. Adianto que acredito no espiritismo de Alan Kardec, considero-me espírita, mas não frequento centros espíritas (hoje frequento, mas à época deste texto, não frequentava). Achei que era a hora de pedir ajuda. Adianto também que na FEESP e no espiritismo em geral, apesar das recomendações contra o cigarro, álcool e drogas (o início do livro Nosso Lar, de André Luiz, é um muito bom exemplo), não há cursos ou instruções sobre como parar com estes vícios.

Sem modelos a seguir, decidi parar (muito importante tomar a decisão), sabia que devia (muito importante ter a motivação), mas também sabia, pelas minhas experiências anteriores, que acabaria voltando se algo diferente não acontecesse.

Com esta preocupação, parei o cigarro sem contar para ninguém e comecei os terríveis três primeiros dias da abstinência que são de uma tortura só: você não consegue pensar direito, não consegue sequer focar corretamente a visão ou ouvir direito, mas é importante não se isolar. Se você voltar a fumar você sentirá fraco perante os demais, e isto funciona como mais um fator de motivação. Ao contrário, se você se isolar, fica mais fácil desistir. Como eu já havia passado por isto antes sabia que a partir do quarto dia as coisas seriam mais fáceis.

O negócio era aguentar e resistir. Para aumentar a pressão, eu tomava café normalmente. O pior momento era o cigarro depois do café, depois das refeições. Mas fiquei firme. O problema, eu sabia, viria depois. Como manter a decisão de parar se a vontade de fumar persistisse? Sabia que só pela vontade, mais cedo ou mais tarde, por um motivo qualquer, acabaria voltando. Foi aí que a ajuda entrou.

Nestes três dias, aproveitei todos os momentos que pude e orei pedindo ajuda. Faria a minha parte, mas precisava de ajuda para resolver a questão de vez. E fui atendido!

Simplesmente isto: em três dias eu perdi a vontade de fumar e, mais que isto, o cigarro passou a me incomodar. Nunca mais fumei, exceto como fumante passivo, mas reclamando muito. Depois de algumas semanas fiz até o teste decisivo: tomei algumas cervejas com alguns amigos fumantes e, em relação ao cigarro, só senti o incômodo da fumaça alheia.

Cheguei a comentar o caso na FEESP, mas me olharam com desconfiança e deixei para lá. Minha esposa, na época, hoje não mais, acompanhou e testemunhou o caso. Todavia, para ela o modelo não serviu. Mas precisava testar o modelo e o fiz com meu pai (hoje já falecido, vítima de enfisema pulmonar causado pelo cigarro).

Como havia dito, meu pai fumava o dobro que eu e há muito mais tempo. Mas tinha a vantagem de ser espírita (diferente de mim, ele era médium vidente e frequentava centros espíritas). Um dia, na casa dele, quando ele acendeu um cigarro, comecei a falar com ele, num discurso espírita sobre o cigarro e como ele teria que responder por isto mais tarde. Ele fez que não ouviu e continuou fumando. O assunto acabou por aí.

No dia seguinte, recebi uma ligação de meu pai dizendo que quando tinha ido deitar e estava acendendo o último cigarro do dia, uma entidade que sempre o acompanhava surgiu e pediu que ele pensasse um pouquinho no que eu havia dito. De imediato, meu pai jogou fora os cigarros e, usando o método que eu havia explicado, nunca mais fumou. Também com ele depois de alguns poucos dias desapareceu a vontade de fumar. Sinceramente, o caso de meu pai foi mais impressionante que o meu.

Como disse antes, é uma experiência pessoal e ninguém precisa acreditar. Aliás, nem a FEESP acreditou, mas garanto que funcionou pelo menos para mim e meu pai.

Luiz.


terça-feira, 21 de julho de 2020

O caso A Gênese: atualizações


Informamos a todos os confrades que estão acompanhando a nossa página especial de pesquisa O Caso A Gênese (ver aqui) que temos processado importantes atualizações ao longo dos tópicos, mas, especialmente hoje, chamamos a atenção para as novidades mais recentes, sobretudo nos tópicos 7, 8, 16, 17 e 35. Neste último, por exemplo, foi incluído o link para um documento em PDF com o enquadramento comparativo de um manuscrito de Kardec (de uma mensagem mediúnica intitulado "conselhos sobre A Gênese") e as duas transcrições dela, que foram publicadas por Pierre-Gaëtan Leymarie em dois momentos, uma na Revista Espírita e outra no livro Obras Póstumas, só que em versões diferentes para o texto. Com isso, temos mais um parâmetro para medir a precisão — ou imprecisão — dessas transcrições feitas por terceiros, ainda que oferecidas como "cópia exata do seu conteúdo original".

Ver a página O caso A Gênese.

Aproveite para participar da nossa enquete:

Você acha que o livro A Gênese de Allan Kardec foi adulterado a partir da 5ª edição?



As investigações continuam e é nossa satisfação compartilhar com os confrades.

E para manter-se atualizado em tempo real, siga-nos pelo Twitter.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Nova edição Série Poesia Espírita: "Palavras da vida" do Espírito Maria Dolores


Em continuidade à série Poesia Espírita (saiba mais clicando aqui), ofertamos aos nossos amigos o belíssimo e instrutivo poema "Palavras da vida", da autoria do Espírito Maria Dolores, psicografado por Chico Xavier e publicado no livro Coração e Vida.

Este já o segundo poema da referida poetisa que oferecemos em nossa série. O primeiro foi o sublime "Não digas" (ver aqui).


Maria Dolores


Maria Dolores é o pseudônimo da poetisa Maria de Carvalho Leite, nascida em 10 de setembro de 1901 na cidade de Bonfim de Feira, na Bahia. Desde cedo, mostrou talento para a escrita e em 1916 formou-se professora, lecionou em escolas de Salvador (BA). Ao lado do marido italiano, Carlos Larocca, conheceu a Doutrina Espírita na década de 1940. Maria Dolores fez parte da Legião da Boa Vontade e foi uma das trabalhadoras mais dedicadas do Lar das Meninas Sem Lar e ao amparo aos mais necessitados de Salvador. Nunca teve filhos biológicos, mas adotou seis meninas como filhas do coração. Durante 13 anos, foi colaboradora assídua de jornais baianos, já adotando o pseudônimo que utilizaria no mundo espiritual. Aos 56 anos, contraiu uma violenta pneumonia que acabou por provocar sua desencarnação. Anos depois, a poetisa começou a transmitir lindos poemas do mundo espiritual, por intermédio de médiuns como Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco, em obras como Coração e Vida e Antologia da Espiritualidade.


No poema em pauta, "Palavras da vida", somos conduzidos pela artista das letras a uma belíssima oração e ao mesmo tempo uma exortação à vida, ao bom trabalho, ao bom combate em direção ao nosso crescimento espiritual.


Então, vejamos a declamação de "Palavras da vida", na voz de Dora Carvalho.



Visite também a página oficial da série Poesia Espírita.

E não deixe de compartilhar com seus familiares e amigos e ajudar na divulgação do Espiritismo.

Polêmica sobre os bastidores da entrevista de Dori Incontri à Rede Globo


Publicamos na última quinta-feira (16 deste julho) uma pequena resenha sobre um episódio do programa Conversa com Bial, da Rede Globo de Televisão, pelo qual a educadora e divulgadora espírita Dori Incontri fala sobre temas diversos dentro do universo do Espiritismo, donde espalhou-se nas mídias sociais certa polêmica, de que aqui tratamos. Antes de tudo, sugerimos que se confira aquela nossa postagem anterior: Espiritismo no programa "Conversa com Bial".

A polêmica, no caso, é quanto a possível omissão da entrevistada em dar os devidos créditos às informações (a história de pequena Louise, descoberta por Charles Kempf, e os manuscritos originais de Allan Kardec, do projeto Cartas de Kardec da FEAL), créditos que, na chamada do citado programa, são remetidos a ela, Dori Incontri. De "omissa", "deselegante" até a "usurpadora", a entrevistada passou então a ser alvo de toda sorte de acusações.

Posteriormente, recebemos a indicação de um artigo de Dori Incontri, publicada no site da ABPE - Associação Brasileira de Pedagogia Espírita, da qual ela é coordenadora geral, artigo esse intitulado "Bastidores: Cartas de Kardec, Documentário, Entrevista com Bial. por Dora Incontri", em que ela comenta o caso e oferece suas explicações para a acusação que se tem feito a ela de omitir as fontes das informações que a entrevista apresenta como novidades, embora já se fossem, essas informações, conhecidas no meio espírita, como bem anotamos no nosso precedente artigo sobre este programa.


De nossa parte, sem a mínima pretensão de criar polêmica, julgamos por bem sempre dar os créditos das informações oferecidas, da mesma forma que corrigir ou atualizar qualquer dado impreciso, como fizemos quanto ao paradeiro do pai de Allan Kardec; não que alimentemos personalismo, pois, de fato, o importante é a informação (o mais correta possível, aliás), e vemos com nobreza a postura dos nossos confrades Charles Kempf e Carlos Seth Bastos, que, não se prestando à baixeza do ciúme pueril, de maneira muito amistosa, endereçaram a Dori Incotri mensagens a fim de deixá-la melhor ciente das suas descobertas sem qualquer preocupação com a "autoria" dos créditos.


Não vimos maldade na pessoa de Dori Incontri, embora continuamos pensando que, apesar das explicações dela em seu artigo sobre os bastidores, em algum momento da entrevista ela poderia ter "encaixado" uma fala fazendo o link das informações com os nomes de Kempf e da equipe Cartas de Kardec, ou talvez sugerido à equipe da Globo, mesmo a posteriori, uma edição na chamada da página do programa e, além disso, uma menção aos esforços dos pesquisadores. Aliás, ainda está em tempo. Mas, sobretudo, não compactuamos com qualquer sentimento hostil contra ninguém, tampouco cremos ser positivo o "fogo amigo", já que, detalhes à parte, reconhecemos em Dora Incontri um confrade que muito tem se empenhado em prestar serviço à divulgação espírita.

Quando escrevemos nossa postagem sobre o programa, não ignoramos o direito de Dori Incontri nos dar sua versão sobre a história, e lamentamos não ter tido meios de contato com ela malgrado nossos esforços, inclusive, já há muito tempo, por via do já citado site ABPE, para troca de ideias sobre outras matérias, sem, no entanto, que tenhamos obtido nenhuma resposta. Contudo, o canal de diálogo continua aberto a todos, até porque, temos muito o que pesquisar e compartilhar, com o propósito maior de promover nossa doutrina.

Por fim, como dissemos no post anterior, essa polêmica é coisa mesquinha e permanece a ideia de que foi muito válida a participação de Dori Incontri no programa global, levando o nome de Allan Kardec e propagando a Doutrina Espírita ao canal de televisão mais assistido no país, a cujo público  repetimos — praticamente tudo é novidade em matéria de Espiritismo.

Que a polêmica passe e se faça o entendimento.

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sexta-feira, 17 de julho de 2020

Espetáculo teatral espírita online: "EMMANUEL - A Luz de Chico Xavier"


Como mais uma inovação, por ocasião do isolamento social imposto contra a epidemia de covid-19, o Teatro Fernando Torres está oferecendo ao público em geral a videotransmissão de espetáculos através de live pela internet. Dentre essas peças encontra-se "em cartaz virtual" montagem teatral espírita online: "EMMANUEL - A Luz de Chico Xavier", que será encenada diretamente do palco do referido teatro, em São Paulo, e acessível pelos espectadores do conforto do seu lar ou de qualquer lugar, conectado à rede mundial de computadores, com programação para este sábado, 18 de julho e também 25 deste mês, às 19h30, horário clássico das apresentações convencionais.

Veja o release da peça anunciada:


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EMMANUEL - A Luz de Chico Xavier - LIVE

“Nossos espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida e o sentimento afetivo que me impele para o teu coração tem suas raízes na noite profunda dos séculos…"

Esta frase de Emmanuel inspirou esta obra dramatúrgica.
O espetáculo que vem emocionando o Brasil – Agora online
Transmitido diretamente do Teatro Fernando Torres
via plataforma de streaming.

Em uma conversa entre Chico e Emmanuel, conhecemos sua trajetória de reencarnações, a conversa pessoal que teve com Jesus Cristo, suas provações, frustrações, realizações e principalmente, seu trabalho junto ao médium que, como poucos sabem, já ocorreu várias vezes em outras encarnações.

Estreamos no Teatro Fernando Torres em Abril de 2017 , com grande sucesso de público, sendo que o mesmo se deve a simplicidade das mensagens, alcança os corações pela beleza das histórias e de seus ensinamentos de vida e espiritualidade. 

O espetáculo que mescla cenário e o uso de 3 projetores simultâneos, faz com que o público mergulhe em uma história que começa no velho Egito e se estende até os dias de hoje.

Passando por personagens marcantes como Allan Kardec, Jesus Cristo, Padre Manuel da Nóbrega, Senador Publio Lentulus dentre tantos outros, o elenco, composto por 7 atores, se reveza entre os mais de 30 personagens que compõem a trama e fica a cargo do experiente Edu Rodrigues dar vida a Emmanuel.

Um espetáculo emocionante e inspirador que prende o público a cada revelação, a cada cena, a cada prova de amizade destes dois grandes espíritos que estão unidos no infinito do espaço e na eternidade do tempo.

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O acesso à live é pago, assim como nos teatros convencionais. Informações sobre o espetáculo e como adquirir os ingressos virtuais neste link.

Veja um teaser do espetáculo pelo vídeo a seguir:


Gostou? Então compartilhe!

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Espiritismo no programa "Conversa com Bial"


O episódio de ontem (15 de julho, 2020) do programa Conversa com Bial (do grupo de emissoras da Rede Globo de televisão) levou ao ar o tema Espiritismo, tendo como convidados a educadora e pesquisadora espírita Dora Incontri e o jornalista e escritor Marcel Souto Maior, autor dos livros biográficos de Chico Xavier e Allan Kardec. Em pauta, coisas no entorno dos assunto morte, imortalidade, pandemia e aprimoramento espiritual.

A chamada principal do episódio na página oficial do programa é curiosa e um tanto apelativa, ao oferecer como "novidade" a história da "filha adotiva de Kardec", de que já tratamos aqui, por exemplo, no post "Louise, filha adotiva de Kardec e Amélie", por Charles Kempf, lá em 17 de novembro de 2018, quando cuidamos de dar os créditos ao "descobridor" desta importante informação biográfica, o nosso confrade francês Charles Kempf.


Além disso, a página oficial do programa também dá nota de que "Pesquisadora brasileira descobre cartas inéditas de Allan Kardec que podem mudar história do espiritismo", sem citar a origem desse material, que sabemos se tratar do Projeto Cartas de Kardec, sob os cuidados da FEAL - Fundação Espírita André Luiz (veja aqui), também já assunto de 2018.



A propósito, é válido atualizar, do que foi dito no programa que o pai de Kardec nunca foi encontrado, que foi sim, pelos créditos da pesquisa também de Charles Kempf e então publicada  com ineditismo no meio espírita  na monografia de nosso outro confrade Carlos Seth Bastos, conforme compartilhamos em 21 de maio deste 2020, sob o título "Investigação sobre as Sessões Mediúnicas da Codificação", por Carlos Seth (ver aqui).


Bom, de qualquer forma, o ineditismo pode ser aplicado a muitas pessoas, inclusive no meio espírita, alheios aos acontecimentos "mais recentes".

Detalhes à parte, vale a pena conferir o que foi levado ao ar. Por isso, compartilhamos com todos o vídeo do programa de ontem:


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terça-feira, 14 de julho de 2020

Novo verbete na Enciclopédia Espírita Online: "Léon Chevreuil"


Nossa Enciclopédia Espírita Online acaba de receber uma atualização com a inclusão do verbete biográfico de um dos mais fieis discípulos de Allan Kardec na França, que muito dignificou a Doutrina Espírita: Léon Chevreuil.

Veja a síntese do novo verbete:

Léon Marie Martial Chevreuil (27 de março de 1852 – Paris, 11 de dezembro de 1939) foi um pintor, filósofo e influente escritor espírita francês, presidente da União Espírita Francesa e exemplar defensor dos princípios doutrinários estabelecidos por Allan Kardec.

Léon Chevreuil (1852-1939)

Léon Chevreuil é autor de três clássicos da literatura espírita francesa, os três já disponíveis em nossa Sala de Leitura, confira:
 
Não se Morre (On ne meurt pas) - ebook.
O Espiritismo na Igreja (Le Spiritisme dans l'Église) - ebook.
O Espiritismo Incompreendido (Le Spiritisme Incompris) - ebook.



Acesse agora mesmo o novo verbete da Enciclopédia Espírita Online.

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segunda-feira, 6 de julho de 2020

Kardec editando A Gênese: manuscritos originais comprovam revisões da 5ª edição


Os manuscritos que comprovam que Allan Kardec estava fazendo a revisão de A Gênese e que fez alterações que constam da 5ª edição (1869), em artigo publicado por Adair Ribeiro, curador do Museu Virtual do Espiritismo.



CONTEXTUALIZAÇÃO


No jornal Le Spiritisme (cujo responsável era Gabriel Delanne) da primeira quinzena de dezembro de 1884 [1], nas páginas 7 e 8, Henri Sausse publicou um artigo denominado “Une Infamie” (Uma Infâmia) onde relata as comparações que efetuou entre a 5ª edição de A Gênese e a publicada em 1868, descrevendo todas as modificações constatadas nos diferentes textos desta obra.

Henri Sausse resolve fazer isso após o testemunho verbal de um suposto amigo pessoal de P. G. Leymarie, que confidenciara que este havia feito modificações na obra A Gênese (Le Spiritisme – primeira quinzena de fevereiro de 1885 – página 6) [1].

Gostaríamos de lembrar que Leymaire assumiu a Librairie Spirite, em substituição ao Sr. Bittard, em junho de 1873 (Revista Espírita de junho 1873) [2]. Ele já havia assumido a direção da Revista Espírita em junho de 1871, juntamente com a administração da Société Anonyme (Sociedade Anônima), com a renúncia do Sr. Desliens (Revista Espírita de setembro de 1871) [3].

Também vale lembrar que o relacionamento de Leymarie com o Sr. Guérin, discípulo de J. B. Roustaing, só se iniciou em 1879 (Revista Espírita de abril de 1879; Revista Espírita de maio de 1879 e FROPO, Berthe – Beaucoup de Lumière - 1884) [4] [5] [6] [7].

Henri Sausse relatou, no referido artigo, 126 passagens modificadas, alteradas ou suprimidas. Afirma que todas as partes do livro haviam sofrido mutilações graves. E deixa as perguntas: "Agora, me direis, quem são os culpados? Qual foi o motivo dessas manobras?". No final do artigo, afirma que, com a supressão do item/parágrafo 67 do Capítulo XV, deixava ver, de maneira muito clara, "para quem Allan Kardec havia sido vendido", e que "todos os espíritas saberiam a quem se aplicava parte daquele texto suprimido".

A resposta à acusação de Sausse é publicada na Revista Espírita de 15 de dezembro de 1884 [8], em um artigo denominado Suite de “Fictions et Insinuations” (não confundir com Fictions et insinuations. Réponse à la brochure "Beaucoup de Lumière") [9], onde é afirmado que a revisão da 5ª edição de A Gênese havia sido feita pelo próprio Allan Kardec, em 1868, e que um pedido de informações, por parte de Henri Sausse, se feito, antecipadamente, teria dissipado suas dúvidas sobre o tema. Em sua defesa, a Sociedade Científica do Espiritismo, da qual Leymarie era administrador na época, apresenta os depoimentos do Sr. Joseph Rousset, que confeccionou as matrizes de impressão, e do Sr. Rouge, proprietário da tipografia, com o relato sobre as tiragens das edições.

Essa resposta gerou a tréplica de Henri Sausse, que foi publicada no artigo "Correspondência" no Le Spiritisme da primeira quinzena de fevereiro de 1885, onde Sausse afirma que as informações foram passadas por um amigo pessoal de Leymarie, fervoroso adepto de J. B. Roustaing, na frente de muitas testemunhas, e que foi dito por esta pessoa que as obras de Allan Kardec não eram tão perfeitas, já que Leymarie fora obrigado a fazer correções em A Gênese.

Na sequência, na Revista Espírita de 15 março de 1885 [9], Desliens, secretário-geral de Allan Kardec, apresenta os seus esclarecimentos sobre o caso, no artigo “La Genèse d’Allan Kardec”, confirmando que todas as modificações haviam sido feitas por Allan Kardec, além de eximir P. G. Leymarie de haver tido qualquer ingerência em todo esse processo.

Na Revista Espírita de 15 de março de 1887 [10] é publicado um artigo denominado “Previsões e Revelações” que relata que as notas referentes a não publicada obra “Livro das previsões e revelações concernentes ao espiritismo”, além de correspondências e manuscritos espíritas que tinham importância – e que haviam sido entregues pela senhora viúva Allan Kardec à Sociedade Anônima - estavam no cofre da sociedade desde 1873.

Neste artigo consta a informação da reprodução de textos de dois manuscritos – um deles denominado “A Gênese”, escritos totalmente à mão por Allan Kardec, um datado de 22 de fevereiro de 1868 e outro de 4 de julho de 1868.

Estes mesmos manuscritos foram também reproduzidos no livro Obras Póstumas de 1890 [11].

Simoni Privato - em seu livro O Legado de Allan Kardec, Capítulo 21 - constatou que existem diferenças entre os dois textos publicados na Revista Espírita e em Obras Póstumas, referentes a estes citados manuscritos.

Privato apontou as divergências de textos entre as duas publicações do manuscrito “A Gênese”, supostamente atribuído ao Dr. Demeure, datado de 22 de fevereiro de 1868. Além disso, a pesquisadora efetuou análises sobre os conteúdos da comunicação nas duas versões em que ela foi publicada, tendo apontado incoerências e afirmando que o texto constante deste manuscrito não estaria relacionado com os que o Dr. Demeure costumava tratar nas comunicações publicadas por Allan Kardec (O Legado de Allan Kardec – página 393-394).

Simoni Privato, no referido capítulo 21 de seu livro, também fez análises das duas versões publicadas do manuscrito datado de 4 de junho de 1868 – publicado em Obras Póstumas com a denominação de “Meus trabalhos pessoais – Conselhos diversos”. E concluiu que, mesmo na hipótese que uma das versões publicadas dos textos deste manuscrito (que cuida da revisão do livro A Gênese) seja fidedigna, isso não seria prova que Allan Kardec tenha realizado modificações no conteúdo da obra.



OS ARQUIVOS DE ALLAN KARDEC


A manutenção dos registros para a posteridade – as fontes primárias – era considerado de extrema importância por Kardec. Em várias passagens da Revista Espírita, encontramos relatos que estes arquivos estavam sendo organizados, desde cedo, para serem preservados para a posteridade:

  • Na Revista Espírita de setembro de 1860 – “...o original, em vez de ser posto de lado, está cuidadosamente conservado nos arquivos da Sociedade. Não publicamos esse volumoso documento porque, em primeiro lugar, se tivéssemos de publicar tudo quanto nos mandam, talvez nos fossem necessários dez volumes por ano; e, em segundo lugar, porque cada coisa deve vir a seu tempo.” [12]
  • Na Revista Espírita de junho de 1862 - Assim se Escreve a História! – “Por isso deixarei memórias circunstanciadas sobre todas as minhas relações e todos os meus negócios, sobretudo no que respeita ao Espiritismo, a fim de poupar aos cronistas futuros os equívocos em que muitas vezes caem, por terem confiado nos boatos dos doidivanas, das más-línguas e das pessoas interessadas em deturpar a verdade, às quais deixo o prazer de deblaterar à vontade, para que mais tarde se torne mais evidente a sua má-fé.” [13]
  • Na Revista Espírita de setembro de 1862 - Resposta ao Convite dos Espíritas de Lyon e de Bordeaux – “...quando escreve que sobre as quinhentas assinaturas que subscrevem o convite: Conservá-las-ei preciosamente, porque um dia farão parte dos gloriosos arquivos do Espiritismo.” [14]
  • Na Revista Espírita de maio de 1864 – “O que dará a essa história um caráter particular é que, em vez de ser feita, como muitas outras, dos anos ou dos séculos fora do tempo, com fé na tradição e na lenda, ela se faz à medida que os eventos acontecem, baseando-se em arquivo existente no mundo, que possuímos, proveniente de correspondência incessante, vinda de todos os países onde se implanta a doutrina... Esses arquivos serão, para o futuro, a luz que dissipará todas as dúvidas, a mina onde os comentadores futuros poderão colher com certeza. Como vedes, senhores, esse trabalho é de grande importância no interesse da verdade histórica; a nossa própria Sociedade nele está interessada, em razão da parte que ocupa no movimento.” [15]
  • Na Revista Espírita de setembro de 1867 – “Essa espontânea concentração de forças dispersas deu lugar a uma amplíssima correspondência, monumento único do mundo, quadro vivo da verdadeira história do Espiritismo moderno, onde se refletem ao mesmo tempo os trabalhos parciais, os sentimentos múltiplos que a Doutrina fez nascer, os resultados morais, as dedicações, os desfalecimentos; arquivos preciosos para a posteridade, que poderá julgar os homens e as coisas através de documentos autênticos. Em presença desses testemunhos inexpugnáveis, a que se reduzirão, com o tempo, todas as falsas alegações da inveja e do ciúme?” [16]

Berthe Fropo relata no livro Beaucoup de Lumière de 1884:
  • “Em 21 de janeiro de 1883, tive a dor de perder minha amiga!!” - se referindo à morte de Amélie Boudet - “Entretanto, o que me fez estremecer de indignação (no contexto do desenrolar do assunto do executor do testamento da Sra. Kardec) foi assistir a um verdadeiro auto de fé. O Sr. Vautier (Presidente da SPEE, administrador da Sociedade Anônima e aliado de Pierre Gaëtan Leymarie) queimou pilhas de papéis e de cartas. Quantas comunicações e quantas anotações deixadas pelo mestre foram destruídas.”... - “O que eles fizeram? Grande Deus!!” [17]

No Livro Autonomia - A história jamais contada do Espiritismo, de Paulo Henrique de Figueiredo, encontramos que das pesquisas e das entrevistas realizadas por Canuto Abreu com os pioneiros do Espiritismo (Gabriel Delanne, Jean Meyer, Paul Leymarie, Camille Flammarion, Henri Sausse, Léon Denis, Gustave Geley, entre outros), realizadas entre 1920 e 1922:

  • Constatou que, depois de demorado processo judicial, ao longo de quase dez anos, o arquivo pessoal de Kardec foi entregue aos herdeiros de Amélie Boudet.
  • Descobriu que uma parte do acervo da SPEE foi destruída após uma criminosa fogueira logo após a morte da Sra. Kardec;
  • Constatou que uma parte dos documentos remanescentes se dispersou, sendo partes vendidas a colecionadores nacionais e estrangeiros;
  • Constatou que outra parte dos documentos ficou com amigos e adeptos próximos de Kardec;
  • Uma parte considerável de manuscritos passou às mãos da madame Leymarie, após a morte de P. G. Leymarie, que Canuto teve acesso na Livraria Leymarie (ao precioso armário de nogueira, com o remanescente do acervo de Kardec, além de objetos pessoais do mestre);

Ainda no livro Autonomia, quando em 1950, encontramos que Canuto Abreu retornou à Paris tentando buscar a devida validação e cunho de autenticidade aos referidos documentos localizados para legitimar as suas pesquisas da primeira visita de 1920 a 1922. Ele descobriu em suas pesquisas nesta segunda visita, que:

  • A Livraria localizada à rua Saint Jacques estava fechada e em liquidação judicial;
  • A Maison Spirites, fundada, em 1923, por Jean Meyer, Gabriel Delanne, Léon Denis e outros, havia abrigado todas as peças e documentos restantes de Kardec e da Doutrina Espírita, inclusive o armário de nogueira com parte dos dossiês e objetos pessoais de Kardec e da SPEE. Mas, durante a invasão e ocupação, a Maison havia sido saqueada pelos nazistas;
  • Uma parte dos documentos não havia se perdido. Ela havia sido encaminhada para o escritório das “Editions Jean Meyer” e da Revista Espírita, logo após a desocupação. Canuto tentou contato com Jean Meyer para tratar do assunto da parte destes documentos, mas não houve sucesso em obter maiores informações;
  • A parte dos documentos e manuscritos que estavam com Paul Leymarie foi confiada a Canuto Abreu, que os trouxe ao Brasil. Este acervo de Canuto Abreu encontra-se em posse do CDOR-FEAL;

Existem fortes indícios de que a parte do acervo que Canuto Abreu teve acesso na livraria Leymarie quando de sua primeira viagem à Paris entre 1920 e 1922, sejam os documentos de Philippe Chigot (filho de Michel Chigot, que a adquiriu na Livraria Leymarie em 1957). A existência destes documentos e manuscritos veio ao conhecimento público em agosto de 2018, quando foram colocados no perfil do Facebook de Philippe Leymarie (nome do perfil de Philippe Chigot). Este acervo foi adquirido por pesquisadores brasileiros e esta sendo apresentado no museu virtual AKOL - AllanKardec.online.

Entre os dois acervos mencionados existem centenas e centenas de documentos e manuscritos que, neste momento, estão sendo catalogados, transcritos e traduzidos. Nem tudo foi perdido e/ou destruído. E, aos poucos, estes acervos estão se tornando públicos, para conhecimento dos pesquisadores. Parte da memória de Allan Kardec, de Amélie Boudet e do Espiritismo foi preservada. Novos e muitos elementos de pesquisa para todos os pesquisadores da história do Espiritismo são apresentados na medida de suas transcrições e traduções.

Alguns destes manuscritos fazem menção ao livro A Gênese.

Após a “descoberta” da 5ª edição de 1869 do livro A Gênese pelo CSI do Espiritismo, que coloca em reanálise todas as pesquisas até então efetuadas, surgem vários documentos e manuscritos que alteram, ou no mínimo, colocam em cheque várias das conclusões efetuadas sobre as alterações dos textos da edição revisada, corrigida e aumentada desta obra. [18]



OS MANUSCRITOS PRESERVADOS SOBRE A GÊNESE E AS FONTES PRIMÁRIAS QUE REVELAM A VERDADE DOS FATOS


O manuscrito de 22 de fevereiro de 1868 (vide fotos) - escrito de próprio punho por Allan Kardec


O manuscrito datado de 22 de fevereiro de 1868 "Conseils sur La Genèse", do médium A. Desliens, da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, comprova que Allan Kardec recebeu conselhos sobre a revisão da obra A Gênese, onde destacamos no seu conteúdo:

  • Que a obra revisada deveria sofrer certas reorganizações que a tornarão valiosa sob o aspecto metódico.
  • Que fossem revisadas certas comparações dos primeiros capítulos (O Espírito não quis indicá-los de uma maneira mais especial, mas afirmou que relendo cuidadosamente os capítulos 2 e 3, eles certamente iriam saltar à vista).
  • Sobre a reimpressão que Kardec iria fazer (lembrando que o manuscrito é datado de 22/02/1868), o mestre pergunta se haveria de acrescentar algumas coisas, sem aumentar o volume, e se o Espírito achava que existiriam peças que poderiam ser removidas sem inconvenientes. E recebe a resposta de que não havia absolutamente nada para tirar da doutrina, e que Kardec poderia, sem inconvenientes, condensar mais certas ideias que não precisam de desenvolvimento para ser entendidas, pois já teriam sido esboçadas em outro lugar. O Espírito afirma que Kardec poderia fazer isso, facilmente, no retrabalho da obra.
  • O Espírito instrui Kardec que deveriam deixar intactas todas as teorias que aparecem pela primeira vez aos olhos do público; para não tirar nada das ideias. E que Kardec poderia apenas para podar aqui e ali, desenvolvimentos que não acrescentavam nada à clareza. Afirma que Kardec será mais conciso, sem dúvida, mas igualmente compreensível, e é assim, era certo, que o mestre poderia adicionar elementos novos e urgentes.
  • Kardec recebe o conselho de que aquela revisão era um trabalho sério, e o Espírito, ainda, o aconselha a não esperar muito para realizá-lo.
  • Kardec é orientado a começar a trabalhar rapidamente (lembrando, novamente, que o manuscrito é datado de 22/02/1868), e instruído para ter o seu tempo para que as ideias fossem mais nítidas e para que o seu corpo se beneficiasse por estar menos cansado.
  • Kardec faz considerações de que as vendas (referência à 1ª edição que estava sendo comercializada em 06/01/1868, e, provavelmente, da 2ª edição lançada em fevereiro do mesmo ano) estavam rápidas até aquele momento (lembrando novamente que o manuscrito é datado de 22/02/1868) e que o mestre acreditava que a 3ª e a 4ª edições levariam mais tempo para fluir. E, como se levava algum tempo para a revisão e a reimpressão, Kardec pergunta ao Espírito quanto tempo, aproximadamente, ele teria antes de agir, para não ser pego de surpresa. A resposta é de que ele deveria esperar um fluxo rápido (provavelmente se referindo à comercialização das 3ª e 4ª edições), pois, como já havia sido dito o livro seria um sucesso entre seus sucessos, tanto sucesso filosófico quanto material. O Espírito afirma a Kardec que eles estavam certos na previsão que fora dada, e, finalmente, instrui o mestre que ele estivesse pronto o tempo todo, e que ele deveria agir mais rápido do que ele pensava (a elaboração da revisão do livro A Gênese).

Diferente da informação que constou na Revista Espírita de março de 1887 e no livro Obras Póstumas de 1890, não existe no manuscrito a informação do Espírito que faz a comunicação para Desliens. A tabela em anexo apresenta a transcrição do manuscrito e os textos que constaram na Revista Espírita e no livro Obras Póstumas. Vale lembrar que a pesquisadora Simoni Privato se valeu daquelas informações para chegar a algumas de suas conclusões. Portanto, em virtude desta fonte primária revelada, uma reanálise de algumas conclusões se faz necessária.



O manuscrito de 18 de julho de 1868: "Correction de la Genèse" - Correções efetuadas de próprio punho por Allan Kardec (vide fotos)


Este manuscrito também é do médium A. Desliens, relativo a uma comunicação recebida do Espírito do Sr. Didier, comprova que Allan Kardec estava efetuando a revisão do livro A Gênese, onde destacamos no seu conteúdo:

  • O Espírito do Sr. Didier disse a Kardec que estava falando em nome dos demais Espíritos e que eles o haviam ajudado na revisão o máximo que puderam. E que Kardec, tanto por ele mesmo e pelas sugestões recebidas pelos Espíritos, havia conseguido tornar esses capítulos mais rápidos, sem ter alterado nenhuma ideia essencial (vale lembrar que este manuscrito é datado de 18/07/1868, e as informações do manuscrito informam sobre as ajudas recebidas dos Espíritos na revisão efetuada).
  • Didier instrui que estes seriam prolegômenos interessantes, sem dúvida, mas, no entanto, que Kardec se beneficiaria de um exame sério, com a eliminação de desenvolvimentos que não seriam de necessidade absoluta, e assim, o mestre conseguiria condensar uma quantidade maior de materiais no mesmo espaço. O Espírito orientou Kardec que, assim procedendo, seria mais substancial e permaneceria muito explícito.
  • O Espírito de Didier instruiu o mestre a proceder da mesma maneira que ele estava fazendo, e que assim sendo, fariam um bom trabalho. Orientou Kardec a não negligenciar as pequenas brochuras, mas que somente após A Gênese (a revisão da obra) eles falariam sobre isso.


O manuscrito de 1° de agosto de 1868: Espírito Galileu pelo médium Sr. A. Desliens - com correções no texto de Allan Kardec (vide fotos)


Este manuscrito apresenta vários ensinamentos que foram dados pelo Espírito de Galileu, através do médium A. Desliens, após a sua evocação pelo querido mestre Allan Kardec.

Nesta psicografia, são transmitidas informações sobre o universo, os vários tipos de nebulosas, as limitações existentes na ciência e na inexistência de instrumentos, ainda, suficientemente poderosos para as devidas análises, na época da comunicação.

O Espírito Galileu, em seus ensinamentos, sugere que Allan Kardec acrescente informações no livro (A Gênese): “Eu gostaria muito que você acrescentasse também algumas reflexões à passagem que concerne à teoria do aumento de massa ou de volume da Terra”. (vide parte em negrito na transcrição e na tradução, em anexo)

Galileu sugere que a ideia, relativa à teoria do aumento de massa ou de volume da Terra, deveria ser combatida e deveria ser argumentado contra ela na sua obra, com suficiente autoridade. (vide parte em negrito na transcrição e na tradução, em anexo)

Galileu apresenta nos seus ensinamentos, ao contrário da referida teoria do aumento do volume da Terra, que os mundos se esgotariam ao envelhecer e tenderiam, como bem já havia indicado um dos instrutores espirituais de Allan Kardec, a se dissolver no éter para servir de elemento de formação de outros universos (vide parte em vermelho na transcrição e na tradução). Galileu continua dizendo que: “algumas instruções sobre esse assunto não estariam fora de lugar. Quanto ao outro capítulo do livro (não sabemos a qual Capítulo Galileu se refere neste trecho), dou minha adesão ao conjunto, mas quanto aos detalhes uma opinião particular só pode ter o peso das instruções dos Espíritos mais competentes.” (vide trecho em negrito na transcrição e na tradução, em anexo).

O Espírito Galileu continua seus ensinamentos dizendo que, na opinião dele, certamente, todos os corpos se desgastariam por esta fricção. O movimento incessante do globo no espaço teria por efeito diminuir constantemente a massa, mas de uma maneira suficientemente insensível para que isso não fosse percebido. E, continua, “a existência dos mundos do seu sistema. Primeiro período. Condensação da matéria durante o qual o volume diminui consideravelmente. É o período da infância. Solidificação por contração da casca. Eclosão dos germes, desenvolvimento da vida até a aparição do tipo mais perfeito. Nesse momento o globo está em toda a sua plenitude. Ele perde, mas muito pouco, seus elementos constitutivos; depois à medida que seus habitantes progridem ele passa ao período decrescente durante o qual ele perde não somente por causa do atrito, mas também por causa da desagregação das suas moléculas.” (vide trecho em vermelho na transcrição e no manuscrito).

Os trechos dos ensinamentos de Galileu foram inseridos na 5ª edição do livro A A Gênese, no item/parágrafo 15 do Capítulo IX, com o subtítulo “Aumento ou diminuição do volume da Terra”. (vide fotos)

Além disso, estes ensinamentos foram inseridos em um artigo denominado “Aumento e Diminuição do Volume da Terra - A PROPÓSITO DE A GÊNESE”, na Revista Espírita de setembro de 1868 [19]. Neste estudo, Allan Kardec faz considerações sobre a teoria de que o globo poderia aumentar pelo afluxo da matéria cósmica interplanetária, que recolhe através de seu percurso no espaço, e que depositaria incessantemente novas moléculas em sua superfície. Afirma que esta doutrina nada teria de irracional, porquanto, neste caso, o crescimento se daria por adjunção e superposição, como para todos os corpos orgânicos. Mas, faz reflexões sobre onde pararia esse crescimento. E afirma que a teoria seria ainda muito hipotética para ser admitida como princípio. Em contraponto, continua dizendo que esta teoria seria um sistema combatido por sistemas contrários, porque, segundo outros, a Terra, em vez de adquirir, consumiria, por efeito de seu movimento, isto é, abandonaria no espaço uma parte de suas moléculas e, assim, em vez de aumentar, ela diminuiria de volume.

Para dar respostas entre estas duas teorias, visto que a ciência positiva ainda não havia se pronunciado, e provavelmente não o faria tão cedo, por falta de meios materiais de observação, Allan Kardec apresenta a comunicação datada de julho de 1868, recebida na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, pelo médium A. Desliens, e assinada pelo Espírito Galileu. Curiosamente, o manuscrito inédito que apresentamos é datado de 1º de agosto de 1868, e apresenta os mesmos conteúdos tratados pela comunicação informada na Revista Espírita. Teria havido um equívoco com relação à data? Existiriam mais manuscritos tratando do mesmo assunto?

Independentemente disso, a existência desta fonte primária confirma que a alteração - ocorrida na 5ª edição de A Gênese (1869-1872) – páginas 201 a 204 do original em francês - foi efetuada por orientação obtida através de uma evocação efetuada na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, e foi dada a Allan Kardec pelo Espírito Galileu, através do médium A. Desliens. Ou seja, a inclusão do subtítulo - Aumento ou diminuição do volume da Terra – e do item/parágrafo 15 do Capítulo IX na 5ª edição de A Gênese está plenamente coerente com o desenvolvimento de toda a Doutrina Espírita de Allan Kardec, e seguiu as orientações do Espírito Galileu que foi dada neste inédito manuscrito.



O manuscrito de 22 de setembro de 1868: A. Desliens - dos Espíritos Demeure e de Arago - com correções no texto de Allan Kardec (vide fotos)


Neste manuscrito são passadas instruções a Allan Kardec, pelo Espírito Arago, sobre alterações a serem realizadas em A Gênese, inclusive com o exato local onde as alterações deveriam ocorrer. As sugestões efetuadas pelo Espírito Arago constaram das alterações que foram introduzidas na 5ª edição de A Gênese.

Arago aconselha Allan Kardec (vide parte em negrito no manuscrito) a não avançar para além do que era reconhecido pela ciência naquele momento, a fim de não deixar margem à acusação de não se apoiar em hipóteses não suscetíveis de demonstração. O Espírito orienta que no estado atual das coisas, aquela passagem toda inteira de A Gênese seria a expressão da verdade científica.

Finalmente, Arago pede para Kardec que mantivesse a informação que lhe era passada, tal qual (vide novamente o trecho em vermelho no manuscrito), na sua próxima edição; e para não temer chamá-lo de novo, se considerasse que quaisquer conhecimentos do Espírito pudessem lhe ser úteis de algum modo. Este trecho do manuscrito deixa claro que Allan Kardec estava preparando uma nova edição do livro A Gênese.

O referido trecho foi acrescentado na nova edição – a 5ª edição de A Gênese. A comprovação da origem desta alteração é revelada através deste manuscrito datado de 22/09/1868.

A informação a qual Arago orientou Kardec para ser acrescentada está publicada na 5ª edição de 1869 e de 1872, de A Gênese, nas páginas 196 e 197 do original em francês, no Capítulo IX – Revoluções do globo (Revoluções Periódicas), precisamente na nota de rodapé de número 2, do item/parágrafo 8. (vide trecho em vermelho na transcrição/tradução do manuscrito – foto em anexo):

(2) “Le déplacement graduel des lignes isothermales, phénomène reconnu par la science d’une manière aussi positive que le déplacement de la mer, est un fait matériel à l’appui de cette théorie.”
(2) “O deslocamento gradual das linhas isotérmicas, fenômeno reconhecido pela ciência de uma maneira bem positiva, como o deslocamento do mar, é um fato material que apoia esta teoria.”


O manuscrito de 4 de julho de 1868: Médium Sr. D. - da Revista Espírita de 15 de março de 1887 e do livro Obras Póstumas.

Até o momento, não temos conhecimento da existência desta fonte primária, ou melhor, deste manuscrito, em nenhum dos acervos existentes e conhecidos.

Apesar das diferenças existentes, entre os textos do manuscrito publicados na citada Revista Espírita e no livro Obras Póstumas, ambas as versões recomendam que Allan Kardec revise o conteúdo do livro A Gênese, conforme escreve a pesquisadora Simoni Privato na página 403 de O Legado de Allan Kardec. Mas, a pesquisadora conclui que as afirmações sobre a revisão não seriam claras, mas imprecisas, genéricas e ambíguas.



CONCLUSÃO


Com a descoberta de novos documentos, manuscritos e fontes primárias do Espiritismo, relativas ao período de 1857-1869 – parte deles aqui apresentados - as conclusões feitas até o presente momento sobre as alterações ocorridas na 5ª edição de A Gênese merecem ser, no mínimo, revistas, reanalisadas e repensadas.

Em especial na datação da publicação da edição de 1869, que pesquisas recentes, colocam como sendo entre abril de maio daquele ano. Lembrando que era a Senhora Kardec – Amélie Boudet - a única responsável legal por todas obras do mestre, inclusive a Revista Espírita, até a criação da Sociedade Anônima em julho de 1869 (vide Revista Espírita de maio de 1869 - Caixa Geral do Espiritismo - DECISÃO DA SENHORA ALLAN KARDEC)

Quando surgem novas fontes primárias como as que mostramos aqui, que indicam que Allan Kardec estava fazendo as revisões do livro A Gênese e, como de fato comprovado, as fez nos respectivos pontos evidenciados pelos manuscritos apresentados, todos os pesquisadores e estudiosos do Espiritismo deveriam tomar conhecimento desta e das demais pesquisas já realizadas e em curso, para caminharmos juntos na busca da verdade.

Gostaríamos de convidar a todos os pesquisadores e estudiosos do Espiritismo que analisem todos os documentos, manuscritos e fontes primárias que estão sendo apresentados. E, a partir deles, verifiquem os novos fatos que se apresentam e reflitam sobre as novas conclusões decorrentes das pesquisas que estão sendo realizadas. Sem qualquer personalismo e ideologia, visando somente a busca da verdade em favor da Doutrina Espírita.

Muitos documentos e manuscritos ainda virão a público, entre eles, mais fontes primárias relacionadas ao livro A Gênese.

Agradecimentos aos sites ODKhttp://www.obrasdekardec.com.br, Portal Luz Espíritahttp://www.luzespirita.org.br/ e CSI do Espiritismo.


Referências:


1ª folha do manuscrito de próprio punho de Allan Kardec - 
Médium Desliens: "Conselhos sobre A Gênese" - 22 de fevereiro de 1868


2ª folha do manuscrito de próprio punho de Allan Kardec - 
Médium Desliens: "Conselhos sobre A Gênese" - 22 de fevereiro de 1868


Manuscrito de Didier - Médium Desliens: "Correção de A Gênese"
com correções no texto de Allan Kardec - 18 de julho de 1868


1ª folha do manuscrito de Arago - Médium Desliens, 22 de setembro de 1868


2ª folha do manuscrito de Arago - Médium Desliens, 22 de setembro de 1868


1ª filha do manuscrito de Galileu - Médium Desliens - 1º de agosto de 1868
 – com correções no texto de Allan Kardec


2ª filha do manuscrito de Galileu - Médium Desliens - 1º de agosto de 1868
 – com correções no texto de Allan Kardec

Por Adair Ribeiro
Fonte: fanpage Allan Kardec Online.