"Todas as vidas de uma mesma mulher", por Ofélia Maria
Todas
as vidas de uma mesma mulher
Incógnita,
podemos dizer assim sobre as mulheres.
Queremos
tanto e, ao mesmo tempo, somos tão simples; esperamos muito, mas ficamos
felizes com uma rosa.
Todas
nós: operárias, advogadas, enfermeiras, faxineiras, psicólogas, copeiras, delegadas,
empresárias, babás..., poderia citar uma relação enorme de profissões, mas, no nosso
íntimo, nenhuma delas nos faz diferentes. Lutamos pela conquista profissional, pela
liderança em cargos importantes, porém não queremos perder a nossa docilidade, não
queremos embrutecer a nossa alma feminina, embora isso não signifique, em tempo
algum, fragilidade; somos fortes, somos guerreiras determinadas e, quando não deixamos
o coração falar mais alto, somos até objetivas.
Isso
não se aplica àquela roupa ou aquele sapato que queremos comprar, mas isso se
aplica perfeitamente aquele homem que amamos, àquela família que queremos ter, que
queremos cuidar e proteger.
Como
somos intensas quando amamos, nos entregamos de corpo e alma e esperamos o
mesmo da pessoa amada. Quando isso não acontece (e nunca acontece), aí nos culpamos,
porque sempre nos culpamos pelas coisas que não deram certo na nossa vida ou na
vida de quem vive conosco. Mas nunca nos parabenizamos pelas coisas boas que
conquistamos e com o passar dos anos as nossas conquistas e vitorias têm um
sabor diferente, um sabor especial. Não precisamos mais provar nada para
ninguém; mesmo aqueles que duvidavam da nossa capacidade, agora sabem da nossa
força e da nossa vitoria.
Por
isso quando olharmos para uma mulher na melhor idade vamos entender que por
trás de uma senhora cansada, de cabelos brancos, de pele enrugada, um tanto
feliz e tanto magoada. Feliz com a era passada, mas também preocupada com os
filhos e a netaiada.
Dentro
dessa mulher tinha uma moça, bonita, e um tanto assanhada, que tinha muitos
sonhos e muito planejava: sonhava com amor, com família, trabalho, mas nunca
pensou na dor; moça alegre, cheia de vida que a muitos moços encantou, mas ela
mesma só para um moço olhou. Essa moça mulher se tornou; amou, odiou, chorou e
sorriu. E viveu essa moça!
E
antes era só uma menina, miudinha, bonitinha, um encanto de menina — como todos
diziam. Às vezes tranquila, de sorriso suave, de fala branda e engraçada. Muito
curiosa e até peralta. Que pula, que corre, que briga como toda criançada, que
aprende a lavar a louça, a pintar as unhas, a ir para a escola... Eita menina danada!
E
antes éramos Espíritos, sem corpo material, esperando por uma reencarnação. Estudamos,
nos dedicamos e mesmo assim ainda falhamos. Erramos na tentativa de acertar e
lutamos para não errar novamente, porque nos envergonhamos muitas vezes por
errar.
Ah,
mas Deus conhece muito bem essa nossa alma feminina e está sempre a nos amparar;
e é por isso que todo Espírito virá como mulher para que entenda esse turbilhão
de emoções que nos envolve. Somos mulheres, meninas, senhoras moças ou idosas, cheias
de sentimentos nem sempre muito claros: Lindas como uma rosa ou estranhas como
um cacto, fortes como uma rocha ou suave como uma brisa, tranquilas como o
nascer do sol ou escuras como a noite; somos capazes de amar como um anjo ou
apenas sugar como um vampiro.
Temos
a emoção à flor da pele, às vezes carinhosa e amorosa, às vezes nem tanto. Somos
corajosas, ansiosas, vaidosas, saudosista exageradas; somos na maioria tementes
a Deus e agradecidas a Ele por tanta compreensão, tanto amor, tanta atenção.
SOMOS
MULHERES DE CORPO, ALMA E CORAÇÃO.
Ofélia Maria
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