sexta-feira, 28 de junho de 2013

Movimento Espírita em sintonia com o movimento popular atual


Logo após grande (e positiva) repercussão acerca da crônica "O Espiritismo e os protestos atuais", de Ery Lopes, que aqui publicamos, novos textos afins nos foram enviados, inclusive mensagens mediúnicas.


Divaldo Franco escreveu no Jornal A Tarde (Salvador, BA), edição de 20 de junho de 2013:






"Quando as injustiças sociais atingem o clímax e a indiferença dos governantes pelo povo que estorcega nas amarras das necessidades diárias, sob o açodar dos conflitos íntimos e do sofrimento que se generaliza, nas culturas democráticas, as massas correm às ruas e às praças das cidades para apresentar o seu clamor, para exigir respeito, para que sejam cumpridas as promessas eleitoreiras que lhe foram feitas...
Já não é mais possível amordaçar as pessoas, oprimindo-as e ameaçando-as com os instrumentos da agressividade policial e da indiferença pelas suas dores.
O ser humano da atualidade encontra-se inquieto em toda parte, recorrendo ao direito de ser respeitado e de ter ensejo de viver com o mínimo de dignidade.
Não há mais lugar na cultura moderna, para o absurdo de governos arbitrários, nem da aplicação dos recursos que são arrancados do povo para extravagâncias disfarçadas de necessárias, enquanto a educação, a saúde, o trabalho são escassos ou colocados em plano inferior.
A utilização de estatísticas falsas, adaptadas aos interesses dos administradores, não consegue aplacar a fome, iluminar a ignorância, auxiliar na libertação das doenças, ampliar o leque de trabalho digno em vez do assistencialismo que mascara os sofrimentos e abre espaço para o clamor que hoje explode no País e em diversas cidades do mundo.
É lamentável, porém, que pessoas inescrupulosas, arruaceiras, que vivem a soldo da anarquia e do desrespeito, aproveitem-se desses nobres movimentos e os transformem em festival de destruição.
Que, para esses inconsequentes, sejam aplicadas as corrigendas previstas pelas leis, mas que se preservem os direitos do cidadão para reclamar justiça e apoio nas suas reivindicações.
O povo, quando clama em sofrimento, não silencia sua voz, senão quando atendidas as suas justas reivindicações. Nesse sentido, cabe aos jovens, os cidadãos do futuro, a iniciativa de invectivar contra as infames condutas... porém, em ordem e em paz."

Outro exemplo é a comunicação do Espírito Irmão Matheus (Colônia Recanto de Irmãos", psicografado por Ana Rieck durante sessão mediúnica na Associação Espírita Maria de Nazaré, em Santa Cruz do Sul. Confira:

São muitas as coisas que poderia dizer, mas hoje quero somente dizer uma coisa: paciência.
Não digo por que precisamos nos acalmar, mas digo por que precisamos nos controlar.
Não digo que não podemos chegar ao nosso limite, muito pelo contrário, muitas de nossas provas são exatamente sobre isso, o que fazemos quando estamos no nosso limite, mas isso não significa que podemos sair por ai fazendo o que queremos e destruindo tudo a nossa frente.
Precisamos ser ouvidos, mas também devemos saber falar.
Cometer um erro é normal, mas fazer algo com intenção de cometê-lo é algo que nunca devemos aceitar, e que muitas vezes acarreta problemas para nós que não são agradáveis.
Vivemos em uma sociedade moderna, isso significa que sabemos ser civilizados e sabemos utilizar as tecnologias ao nosso redor da melhor forma possível.
Nem todos chegaram neste patamar, seja por falta de oportunidade ou por vontade, mas todos teremos a nossa chance, basta que queira.
Assim, busquem a paz e não o terror, muitas vezes nos deixamos levar, mas precisamos nos lembrar que nem sempre devemos fazer isso.
Controlem-se e as suas vidas, pois muitas vezes uma coisa errada acaba virando uma bola de neve que nunca encontra o fim.
Médium Ana Rieck
Espírito Irmão Matheus
O médium Wanderley Soares de Oliveira também externizou sua experiência mediúnica diante dos protestos:
Por precaução de médium, fechei meus chacras de proteção e fui para a multidão como uma pessoa comum. Eu e meus filhos. Era 22 de junho de 2013. Estava em pleno auge um movimento inesperado naquela semana que poderíamos chamar #BRASILACORDOU.
Primeiramente farei um pequeno apanhado do que vi no plano físico.
Ao contrário do que muitos dizem, o clima astral da passeata tinha a marca dessa geração nova que está reencarnando nos últimos 20 anos: espíritos inquietos, porém, com bondade no coração. Inteligentes e sensíveis a uma nova ordem social, desejosos de paz e justiça.
Fiz questão de ver de perto a enorme diversidade: médicos, aposentados, gays, militares, professores, religiosos, jornalistas, velhos, crianças e muitos grupos radicais. Em nenhum deles senti o clima da maldade ou da intolerância.
Depois que me senti mais seguro no clima da multidão, passei então a abrir minhas antenas psíquicas e meus chacras de sintonia. Percebi muitos espíritos na mesma faixa de idade dos manifestantes no astral acompanhando cada grupo. Jovens, muitos jovens. Vi também parentes de muitos deles que já partiram para a vida espiritual.
Liguei-me mentalmente com meus benfeitores espirituais. Apareceu-me dona Maria Modesto e me disse: "iluminista essa passeata! Aqui está um futuro melhor. Daqui sairão presidentes e governantes. Esses jovens trazem um mapa mental para encontrarmos o caminho da estrutura política da regeneração. Essa passeata, de fato, não tem nada a ver com seu estopim: R$ 0,20 de ajuste no preço da passagem de ônibus."
Fiquei intrigado com a fala dela e resolvi perguntar: a senhora pode me dizer algo sobre o ambiente espiritual geral dessa passeata?
Ela me respondeu: "é um ambiente melhor do que muitos lares que eu já visitei. Aqui há esperança, ideal, sensação de utilidade e desejo de avançar."
Então, é um ambiente bom? - indaguei novamente. Ela detalhou: "Espíritos de grande elevação moral e política, cientes da panela de pressão vibratória que estava se tornando o país, perceberam a importância de trabalhar com as lideranças de diversos segmentos, nos últimos 6 meses, a bandeira das manifestações públicas para aliviar tensões e formar uma nova radiografia social para que os governantes atentem para o que vem acontecendo e para o que vai acontecer. Os espíritos que coordenam a política e a administração do país não se apassivam diante de tanta injustiça, corrupção e impunidade. Diariamente eles adentram o astral da câmara e do senado, da presidência e da forças armadas, em busca de filetes de luz para promovem o bem social."
Parei um pouco para pensar no que ela me disse e resolvi andar mais um pouco pela multidão, já em transe vivendo as manifestações de cá e de lá. Quanto aos detalhes do assunto, peço a compreensão dos meus amigos para não citar agora, porque ainda terei que fazer várias investigações em algumas revelações mediúnicas que preciso examinar com cautela.
Eu procurei no ambiente astral os vândalos que fazem baderna. Não achei um. Então resolvi perguntar sobre o assunto a dona Modesta e ela disse: "No plano espiritual fica mais viável fazer controle dessas criaturas. Há um perímetro de atuação que os limitam".
Indaguei novamente: mas e quanto aos vândalos daqui? "São pessoas que não tiveram o que mais clama a passeata: educação. Nem sempre estão a serviço de opositores políticos da passeata e nem sempre são criminosos no comportamento. São imaturos, desordeiros e alguns até fazem isso porque acreditam, infelizmente, que é assim que se corrigem as coisas na sociedade.
Perguntei mais: então eles não são acompanhados pelos vândalos do astral?
"Eles mantém conexão mental com suas companhias que, à distância, os incendeiam as más intenções. Isso não temos como evitar já que faz parte da rotina dessas criaturas de cá e daí. Mas assim como acontece no mundo físico, são contidos logo que iniciam suas loucuras. Como já temos melhores chances de identifica-los no astral, ao contrário de vossa polícia que não os identifica até que iniciem a baderna, nós já o contemos do lado de cá para proteger o ambiente ordeiro e consciente das multidões bem intencionadas. Temos uma polícia muito melhor preparada do que a vossa para isso."
Adorei a experiência como cidadão e como médium. Fiquei pensando no quanto nossas orações e atividades mediúnicas e obras sociais são importantes nesse propósito de construir um mundo melhor, todavia, também meditei nessa semana no quanto a comunidade espírita é omissa e ainda acredita em fantasias a respeito de uma "pátria do evangelho e coração do mundo" sem ação e coragem social.
Entre os grandes líderes espíritas, tenho que parabenizar a Divaldo Franco, Djalma Argollo e José Medrado (os baianos mandando bem) por terem se posicionado claramente a respeito do assunto.
Para encerrar minhas reflexões vou transcrever novamente o post que fiz no facebook essa semana contendo o pedido dos espíritos e informando sobre a presença de alguns deles nesse movimento por um Brasil mais maduro e melhor:
Os guias espirituais estão pedindo muita oração pelo país. (abaixo coloco o nome de alguns que fiz contato e outros que enviaram seus pedidos)
Eles pediram que em minhas orações eu peça coragem para que o povo brasileiro tenha ATITUDE.
Muita gente espírita acredita que vão mudar as coisas nesse país a poder de oração e sopa fraterna. Nada contra eles! Essas são ótimas atitudes, sem dúvida.
Porém, uma das manipulações mais sutis dos poderes sombrios dos desencarnados é manter o povo inerte e acreditando na força divina para mudar as coisas, quando, em verdade, quem muda um país somos nós mesmos com nossa própria mudança, inclusive saindo dessa hipnose coletiva em que se encontrava o Brasil. #BRASILACORDOU
Nomes citados por dona Modesta hoje durante a psicografia de hoje de manhã: Freitas Nobre, Gonzaguinha, Vicente Celestino, Dom Helder, Virgulino, Bezerra, Herculano Pires, Deolindo Amorim, Albert Schweitzer, Mãe Menininha, Zilda Arns, Caboclo Mário Juruna, Darci Vargas, Dr. Mario Covas. Estes são alguns que me lembro.
Presentes na psicografia: Dom Helder, Schweitzer, Dr. Inácio, José Mario, Zumbi dos palmares e Inhá Chica.
Forte abraço e muita paz.

Um comentário:

  1. Felizmente encontrei um espaço político ligado às questões sociais.
    Infelizmente a maioria dos centros espíritas e seus membros dissociam o SER social do SER espiritual.
    Não falo do espírita defendendo políticas estruturalmente descompromissadas com a tolerância e com a dignidade material de nosso próximo, falo do espírita antenado com propostas que, objetivamente, possam ter , pelo menos, a possibilidade vir a traduzir na prática esses distantes objetivos.
    Minha formação é em Filosofia e Teologia, mas Teoria Política é minha especialidade, por isso, escrevi um ensaio sobre esse tema que foi lançado no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS-UFRJ) em 2002.
    Não se pode conceber um mundo de regeneração sem uma estrutura de administração social compatível com esse novo momento. E sobre exatamente isso se refere o meu trabalho.
    Leon Denis escreveu um livro chamado: ESPIRITISMO E SOCIALISMO, onde compreende uma vanguarda do idealismo socialista porém despido de sua roupagem autoritária.
    Depois de quase 30 anos de trabalho, acredito haver atingido boa parte desse objetivo no ensaio que escrevi.
    Me coloco a disposição para aprofundamento sobre a polêmica questão.
    Marcus Castanhola
    mcastanhola@yahoo.com.br

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