Biografia de Allan Kardec por Marcel Souto Maior
A obra já disponível à venda nas principais livrarias e lojas virtuais (ver site da Livraria Saraiva).
Em entrevista ao jornal espírita Correio Fraterno, Marcel fala da motivação em descrever a trajetória do codificador do Espiritismo.
A julgar pela qualidade do trabalho deste autor empregada na biografia do médium Chico Xavier, essa nova obra promete ser um sucesso e, por conseguinte, mais uma grande contribuição de Marcel Souto Maior à Doutrina Espírita, embora ele faça questão de dizer que sua obra não é doutrinária e sim profissional, de um jornalista pesquisador e escritor.
Abaixo, a reprodução da entrevista do autor ao Portal Nova Era:
Por que você resolveu escrever a biografia de Allan Kardec?
Por interesse jornalístico. Desde que iniciei minhas pesquisas sobre Chico Xavier, há 20 anos, mergulhei também no universo de Kardec – um personagem que sempre me intrigou. Ele se chamava Hippolyte Léon Denizard Rivail e era um professor cético, discípulo do educador Pestalozzi, na França do século 19 até ver mesas girarem, cestos escreveram, adolescentes colocarem no papel mensagens complexas demais para a idade e formação delas...Aos 53 anos, depois de pôr à prova estes fenômenos, ele mudou de vida e de nome para dar voz aos espíritos. O que transformou o professor Rivail no missionário Kardec? O que deu a ele tanta certeza sobre a existência e influência dos espíritos? A biografia – escrita com o máximo de objetividade – é a história desta “conversão”. Uma saga pontuada por altos e baixos, surpresas e decepções, fraudes e revelações.
Como foi a pesquisa? Você pode falar um pouco das fontes que você utilizou?
Li, é claro, toda a obra de Kardec – inclusive as obras pedagógicas do professor Rivail – e estudei a fundo todos os exemplares da “Revista Espírita”, escrita e publicada por ele ao longo de 12 anos. Esta foi a primeira etapa da pesquisa: um mergulho nas motivações, dúvidas e convicções de Rivail/Kardec. Na segunda fase de investigação, depois de ler os principais livros escritos sobre o Codificador, fiz uma série de viagens a Paris (quatro ao todo) para levantar informações históricas e resgatar artigos e reportagens de jornais e revistas da época sobre – e contra - Kardec e o espiritismo. O acervo de periódicos da Biblioteca Nacional da França me ajudou muito nesta etapa. Meu principal objetivo, como jornalista, foi reconstituir os obstáculos enfrentados por Kardec em sua Marcha contra o Materialismo e os principais ataques sofridos por ele ao longo de sua jornada: perseguições da Imprensa e da Igreja, que chegaram ao auge no Auto-de-Fé de Barcelona.
Você já tem dois livros com temáticas espírita, mesmo não sendo espirita, o que lhe traz credibilidade. O que falar desses temas e personagens tem mostrado pra você? Fale um pouco deste interesse.
Título: Kardec Subtítulo: Biografia Páginas: 322 Edição: 1ª Tipo de capa: BROCHURA Editora: Record Ano: 2013 Assunto: Biografias & Memórias Idioma: Português Link submarino |
O que mais me mobiliza – e me impressiona – no espiritismo não é o fenômeno, sempre sujeito a fraudes, mistificações ou enganos. O que mais admiro no movimento é a rede de solidariedade que ele sustenta e mantém cada vez mais viva e integrada. Ao mergulhar nas histórias de Chico e de Kardec entrei em contato com os conceitos e práticas que considero os mais relevantes e transformadores da doutrina. “Ajuda o outro e você estará se ajudando”, Chico receitava e praticava. “Graças a Deus aprendi a viver apenas com o necessário”, dizia. “Fora da caridade não há salvação”, decretava Kardec. “Trate o outro como você gostaria de ser tratado”, ensinava. O espiritismo aumenta, sim, a responsabilidade de todos nós diante da vida, ao nos tirar do próprio umbigo e nos colocar em contato com o outro. Estas são as principais lições do espiritismo pra mim. Hoje luto para ser menos egoísta e mais tolerante, apesar de não me considerar espírita.
Como você analisa o resultado final desta nova obra "Kardec"?
O livro acaba de sair da gráfica da editora Record - ficou pronto, aliás, em 3 de outubro, dia do aniversário de Rivail - e ainda estou, confesso, sem muito distanciamento para avaliar o resultado final. Encaro o livro como a minha versão da vida e da obra do professor – uma visão jornalística. Espero que os leitores que já conhecem Kardec através de outras biografias – e do estudo de sua obra -, reconheçam Kardec no meu livro e descubram também, em alguns capítulos, novidades sobre os obstáculos que ele enfrentou para organizar e divulgar a “doutrina dos espíritos”.
Tem alguma expectativa de como ela será recebida pelo movimento espírita?
Não sei como os espíritas vão receber o livro. É sempre um enigma para mim a reação dos leitores: espíritas ou não-espíritas. Tento sempre escrever o livro mais consistente e independente possível. Como jornalista luto para me ater aos fatos sem fazer juízos de valor. Deixo ao leitor a liberdade - e a responsabilidade - de chegar às próprias conclusões. Cada leitor, espírita ou não-espírita, terá uma leitura diferente do livro, de acordo com sua fé ou falta de fé. Espero apenas que os leitores espíritas reconheçam no livro o Kardec que já conhecem tão bem e encontrem novas respostas – e caminhos – nesta investigação.
Eis mais uma boa aposta para disseminar ainda mais os maravilhosos conceitos da Doutrina Espírita e promover a regeneração desta geração.
Eu li O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, a bíblia dos seguidores do espiritismo. Fiz inclusive a resenha de toda a obra e coloquei em : http://irreligiosos.ning.com/profiles/blogs/o-livro-dos-esp-ritos?id=2626945%3ABlogPost%3A55059&page=3#comments).
ResponderExcluirKardec estava convencido dos alegados fenômenos espíritas, mas isto é resultado das próprias idiossincrasias do autor, de seu autoengano, suas ilusões. Tal como os líderes e doutrinadores religiosos de todos os credos, aplica-se a ele o mesmo preceito : ninguém é mais doutrinado do que o próprio doutrinador. Apesar de aparentemente convincente, o livro é bizarro, inteiramente inconsistente para quem tem uma visão mais racional do mundo. E toda a visão crítica que fiz do texto está apoiada no próprio livro, não inventei, apenas apontei as vulnerabilidades da ideologia ali presente. É apenas mais um texto mitológico como o Velho e o Novo Testamento, os Vedas, o Zendavesta, o Corão, o Livro dos Mórmons e muitos outros livros religiosos que li - total ou parcialmente.
A resenha do livro está no endereço acima indicado.