"EPIDEMIA", mensagem espírita do Dr. Demeure


Em 1867, Allan Kardec registraria na Revista Espírita, edição de outubro daquele ano, uma série de dissertações espíritas com "conselhos sobre a mediunidade curadora", obtidas numa sessão da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, através do médium Sr. Morin, por sonambulismo espontâneo. E dentre entre essas comunicações, destacamos uma, emitida pelo Espírito do Dr. Demeure (médico homeopata recém-desencarnado, reconhecido pela benevolência com que tratava os mais necessitados e que, então desencarnado, por várias vezes tratou de cuidar da saúde do codificador espírita), versando sobre um tema muito apropriado para o nosso momento: "Epidemia", que reproduzimos aqui, para a reflexão de todos:


"EPIDEMIA"
Dr. Demeure

A epidemia que vem dizimar o mundo em certos momentos, e que conviestes chamar cólera, fere de novo e por golpes redobrados a Humanidade; seus efeitos são prontos e sua ação rápida. Sem nenhum aviso, o homem passa da vida à morte, e aqueles, mais privilegiados, poupados por sua mão fulminante, ficam estupefatos, trêmulos, ante as espantosas consequências de um mal desconhecido em suas causas, e cujo remédio se ignora completamente.

Nesses tristes momentos, o medo se apodera dos que apenas encaram a ação da morte, sem pensar no além, e que, só por este fato, com mais facilidade oferecem o flanco ao mal. Mas como a hora de cada um de nós está marcada, há que partir, a despeito de tudo, se ela tiver soado. A hora está marcada para bom número dos habitantes do universo terrestre; partem todos os dias; pouco a pouco o flagelo se espalha e vai estender-se sobre toda a superfície do globo.

Este mal é desconhecido e talvez o seja mais ainda hoje, porque, à sua constituição própria, juntam-se diariamente outros elementos que confundem o saber humano e impedem de achar o remédio necessário para deter a sua marcha. Assim, a despeito de sua ciência, os homens devem sofrer as suas consequências, e esse flagelo destruidor é muito simplesmente um dos meios para ativar a renovação humanitária, que se deve realizar.

Mas não vos inquieteis; para vós espíritas, que sabeis que morrer é renascer, se fordes atingidos e partirdes, não ireis à felicidade? Se, ao contrário, fordes poupados, agradecei-o a Deus, que assim vos permitirá aumentar a soma dos vossos sofrimentos e pagar mais pela prova.

De um lado como de outro, quer a morte vos fira, quer vos poupe, só tendes a ganhar; ou, então, não vos digais espíritas.
Doutor Demeure



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