Duelo entre o Diabo e Jesus e mais uma ressaca de Carnaval
Além do desgaste físico, é comum o povo em geral passar por uma "ressaca moral" depois de mais um feriadão de Carnaval. Todo o ano tem assunto novo, escândalos e babados resultantes da festa da libertinagem. Esse ano, a polêmica midiática foi a encenação carnavalesca do Diabo duelando com Jesus no desfile da escola de samba Gaviões da Fiel, em São Paulo, duelo esse que o primeiro parecia estar ganhado, o que, naturalmente, despertou as mais furiosas críticas de religiosos. A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional acusou aquela escola de samba de estimular a intolerância religiosa. Daí veio um vídeo com uma fakenews espalhando o alarde de que o ator que encenou Lucifer teria morrido carbonizado num acidente automobilístico logo após o desfile. Tudo mentira, mas jogando fogo na fogueira dessa polêmica (saiba mais).
Entretanto, fora as especulações e extremismos de partidos variados, o triste episódio não deixa de nos oferecer reflexões. E aqui compartilhamos as palavras de médium Divaldo Franco, sopesando os referidos eventos à luz da Doutrina Espirita.
Divaldo Pereira Franco
"Eu protesto"
por Divaldo Franco
Lamentavelmente, a liberdade é uma conquista que nem todos os seres humanos compreendem. Alguns setores da sociedade confundem-na com a libertinagem, a permissão que lhes faculta o direito ao desrespeito a tudo quanto lhes perturba ou lhes impõe disciplina moral. Cada dia acompanhamos a perversão dos costumes e os atentados de vária ordem, utilizados insensatamente por esses libertinos escudados no direito que negam aos outros.
Não há muito, em nome da cultura, vimos exibir-se despido um homem no Museu de Arte Moderna de São Paulo, que se dispôs permitir-se apalpar por crianças em nome da liberdade. Outras exposições perversas foram apresentadas em Porto Alegre e em Belo Horizonte, em nome da arte, em espetáculos chulos e de baixo padrão moral, numa apresentação psicopatológica, exaltada pelos mesmos representantes do chamado progresso cultural. Há poucos dias, em São Paulo, no desfile do Carnaval, a Escola de Samba Gaviões da Fiel exibiu um quadro horripilante, ironizando Jesus, que era apresentado semidespido, surrado por Satanás, que o martirizava com um tridente, matando-O, enquanto caveiras sambavam em Sua volta. O espetáculo vulgar e agressivo mereceu a revolta de muitos foliões e pessoas outras que não puderam compreender a razão pela qual esse extraordinário vulto, considerado o maior da humanidade, cujo berço dividiu a História, naquela situação profundamente vexatória e agressiva não somente à Sua memória, assim como a todos aqueles que O respeitamos e cultuamos em nosso comportamento.
Com que direito esses sambistas arbitrários se permitiram denegrir a figura do Homem de Nazaré, respeitado mesmo por aqueles que não Lhe seguem as diretrizes filosóficas e religiosas? Esse comportamento viola todos os valores morais que a liberdade concede, naturalmente exigindo consideração ao direito dos outros. Sou espírita-cristão que aprendi com Ele a respeitar todas criaturas, credos e ateísmo, impositivos sociais e morais, não me podendo calar ante a afronta vil e zombeteira dos carnavalescos embriagados pelas paixões subalternas… Não é a primeira vez que a crueldade ateísta de alguns indivíduos tenta macular a figura incorruptível de Jesus. Incomodados com a grandeza e excelência dos Seus ensinamentos, que eles não têm valor moral para vivenciar, dominados por conflitos sexuais e de outra ordem, buscam desacreditar o incomparável pensador e Mestre, que vem iluminando a consciência da sociedade desde há dois mil anos.
Tem-se insistido em informar que Jesus era gay, em tentativa de diminuir-lhe a dignidade, e advogam, ao mesmo tempo, que os gays merecem todo respeito e consideração. Claro que os gays são credores de nosso respeito, pois que são pessoas normais e dignas, mas aqueles que assim procedem visam diminuir-Lhe o conceito de honradez, o que não deixa de ser um paradoxo. Espero que outros cristãos decididos apresentem a sua recusa e protesto a esses adversários da dignidade humana, demonstrando-lhes que as suas demências não servirão de modelo moral à sociedade em construção neste momento quando iniciamos uma Era Nova de justiça e amor. Jesus não é apenas um símbolo do Mundo melhor, mas o exemplo que é guia para a conquista da plenitude.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna "Opinião", de 7 de março de 2019, Salvador - Bahia.
Concordo com cada palavra dita no texto acima.
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