quinta-feira, 11 de maio de 2023

O materialismo sedutor de Yuval Noah Harari e as profecias do Fim da História


Recebemos do nosso confrade espírita paulista Daniel Strutenskey de Macedo um ensaio muito interessante a respeito de questões da atualidade — notadamente tecnologia de Inteligência Artificial e o futuro da humanidade — falando também de um personagem bastante proeminente no cenário internacional: Yuval Harari; na verdade, Harari é hoje o queridinho da elite da mídia cultural, uma celebridade entre os profetas e culturistas pós-modernos, ateistas e neoniilistas; para muitos, ele é o novo Nietsche, e como tal, dá palpite sobre tudo no mundo, como um oráculo de maus presságios, guiando cabeças de gente carente de conhecimento substancial e fáceis adeptos de teorias pessimistas.

Yuval Noah Harari, atualmente com 47 anos, é um professor israelense de História no departamento de História da Universidade Hebraica de Jerusalém e autor do best-seller internacional Sapiens: Uma breve história da humanidade, Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã e 21 Lições para o Século 21. Seu último lançamento é Notas sobre a Pandemia: e breves lições para o mundo pós-coronavírus (artigos e entrevistas). Ver sua biografia na Wikipédia.


Pois bem, vejamos como Daniel Macedo interpreta as ideias de Harari, conforme o texto que nos enviou:


O novo guru da pós-modernidade
Yuval Harari, o novo Fukuyama

Fukuyama inventou o FIM DA HISTÓRIA, criou uma teoria maluca, mas impactante, que atraiu atenções e ficou milionário com a venda de milhões de livros e centenas de apresentações e palestras. O tempo enterrou a teoria do fim da história.

Agora surge um novo guru, Yuval Harari, que inventa que o mundo será dominado pelos detentores dos dados digitais e tornará a humanidade refém das novas tecnologias digitais associadas às da bioquímica e da biogenética. Ele vendeu vinte milhões de livros, muitos milhares aqui no Brasil e como Fukuyama está rico e ministra muitas palestras.

Parece que parte do jornalismo e parte dos intelectuais embobaram, se tornaram bobos e incapazes de raciocinar, de perguntar, de questionar, de analisar, de confrontar. Juntam-se aos milhões de crédulos de fantasias e invenções de como será o futuro. Fukuyama também achou que sabia o que o futuro nos reservaria e caiu da escada. Agora surge Harari, um novo guru a desvendar como será o futuro da humanidade. Que merda!

O animal humano tem corpo, precisa de alimentos, bebidas, roupas, casa, diversão, artes, religião, ciência, espiritualidade, abstrações. As plataformas digitais não produzem, apenas coletam dados, os reúnem e os processam a partir de programas inventados por humanos. Continuaremos a precisar de trigo, de carne, cerveja, tênis, bolas, cremes, medicamentos, namoros, sensualidade, romances, músicas, ritmos, poesias e etecétera. Muitos etecéteras!

O trigo precisa de terra, os bois precisam de pasto, os metais precisam de minérios, as roupas de fios e tecidos, as galinhas de milho e assim por diante. E estas coisas dependem de territórios ocupados por nações, por países que possuem exércitos e bombas atômicas. As nações possuem religiões que duram milhares de anos e produzem fanáticos de todas as espécies que irão preferir suas crenças aos dados digitais que contrariarem seus valores.

Governos ameaçados por plataformas digitais criarão leis que obrigarão as empresas a repartirem suas ações com governos, associações e sindicatos além dos empresários investidores e a plataformas serão reguladas por Conselhos formados por diversos segmentos econômicos, sociais e religiosos. Portanto, plurais. É óbvio que as disputas de poder se dão com armas e não com dados de plataformas digitais. O governo chinês está pondo milhares de satélites no espaço para impedir o controle das comunicações pela empresa do Musk. Inclusive satélites armados que podem derrubar os satélites que circulem pelo espaço chinês ou de países ligados à China. A batalha pelas comunicações é um fato e já temos satélites armados para eliminar satélites concorrentes. A ideia de que os Googles dominarão o mundo é fantasia de amador, de quem não estudou História, Filosofia e Política. É ideia fantasiosa e cairá da escada como caiu a de Fukuyama. Quando Fukuyama publicou seu livro fui um dos primeiros a publicar que era uma fantasia. Faço o mesmo agora com o Harari.
Daniel Strutenskey de Macedo

Todas essas ideias nos servem de subsídios para profundas reflexões. A questão crucial é que a coisa toda é por demais complexa para qualquer um supor saber interpretar tudo perfeitamente. Só um louco ou um pseudossábio ousa se vender ao papel de entendedor de toda a verdade. E a complicação mais grave é que, como há loucos e pseudossábios que estão se prestando a esse papel, poucos ousam desafiá-los, porque este poderia incorrer no mesmo erro de estar sendo um pretenso sabichão, e com um agravante: ele tem que enfrentar a massa fanática e a elite midiática que apoia e cultua aqueles pretensos sabichões  como é o caso de Harari.

Yuval Noah Harari

A tarefa de confrontar Harari também é árdua porque ele é bem articulado no que escreve; seus livros são recheados de citações correlacionadas a obras filosóficas, científicas e jornalísticas, citações que muitas vezes distorcem a fonte referida, mas que então dão um ar de que tudo o que ele diz está apoiado por toda a Filosofia, todas as ciências e pelos fatos, uma vez que há registros da imprensa. Para um meio-entendedor, ou um inferior a este, sua leitura encanta — encanta mesmo, no sentido de enfeitiçar, iludir. Tanto que, em visita ao Brasil em 2019, foi cortejado por diversas instituições, dentre as quais a Câmara dos Deputados, e  em 2021 foi convidado a ministrar aula de pós-graduação pela PUC-PR - Pontifícia Universidade Católica — "católica", vejam só!

No fundo de tudo está o ativismo ateu e suas nefastas ideias: a ideia de que nada faz sentido — ou pior, que tudo está errado — e de menosprezo especial pela raça humana, pela sabedoria, pelos sentimentos, pelas instituições sociais e de modo particular desprezo pelas religiões e todas as coisas espirituais. Na sua visão, a História da Humanidade é uma sequência de erros e, enfim, caminha para o precipício. Como um bom materialista, ele demonstra contra Deus  mais do que uma mera descrença  uma repulsa; é como se no seu íntimo ele não tivesse plena convicção de seu ateísmo e, por via das dúvidas, seja melhor desmoralizar a divindade tomando como pretexto a sua criação: ao exaltar a "imperfeição" do homem e tudo o mais criado por Deus, espera-se convencer que não há um criador de tudo, ou se houver, ele não é perfeito, e consequentemente não é completamente bom, porque sua obra não é perfeitamente boa.

E por que gente assim é tão aclamada pela mídia em geral? Ora, porque suas ideias vão docemente ao encontro daqueles que desejam viver sem o incômodo de se submeter a uma moral, a uma ordem superior — que para eles é uma forma de "opressão". O que mais estes querem é poder usufruir dos prazeres mundanos sem censura, sem remorso e sem consequências. É por isso que o Evangelho de Jesus está sendo perseguido mundo afora, a pretexto dos abusos dos religiosos.

Sobre essa classe de pensadores Allan Kardec escreveu na Codificação do Espiritismo com muito assertividade, colocando-os entre aqueles Espíritos rebeldes que, embora já muito dotados de inteligência, estão cheios de orgulho e pretensão (jamais admitindo que haja algo ou alguém superior a eles), pertencendo ao padrão da geração velha, que necessariamente será substituída pala Nova Geração, como lemos no livro A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo (baixe o ebook grátis):
"Logo que um mundo chega a um de seus períodos de transformação que o faz subir na hierarquia dos mundos, operam-se mutações na sua população encarnada e desencarnada; é então que se dão as grandes emigrações e imigrações. Aqueles que, malgrado sua inteligência e seu saber, perseveraram no mal, na sua revolta contra Deus e contra suas leis seriam daí em diante um entrave para o futuro progresso moral, uma causa permanente de problema para a tranquilidade e a felicidade dos bons, pelo que são excluídos desse mundo e enviados para outros menos evoluídos; lá, eles aplicarão sua inteligência e intuição dos seus conhecimentos adquiridos em favor do progresso daqueles entre os quais são convocados a viver, ao mesmo tempo em que expiarão suas faltas passadas e seu endurecimento."
Allan Kardec
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo - cap. XI, item 43
Clique aqui para ler online ou fazer o download.

Em sentido contrário, o que caracteriza a Nova Geração é o seu interesse pelas coisas espirituais e aproximação com Deus e com a espiritualidade em geral. Estes são os que não se deixarão ser seduzidos pelo anticristo, pelo materialismo e pelos ativismos interesseiros.

Estejamos em guarda, conscientes e decididos a dar o testemunho cristão.

2 comentários:

  1. Ressalto que Francis Fukuyama que dizia era chegado o fim da história porque afirmava a vitória de um sistema econômico ancorado no egoísmo e no orgulho humano, ou seja, o homem individualista - o burguês- poderia continuar praticando suas perversidades no público e no privado que ele era um vencedor, era ali que poderia chegar. Esse pós pensamento pós moderno, virou pensamento único, sem nenhum questionamento, se impôs pela força de uma mídia corporativa, que virou agregada dos impérios econômicos. Dai derivou uma escola econômica que "transformou-se" no pensamento único, até o sol queriam privatizar, o neoliberalismo a face mais cruel do capitalismo. O NEOLIBERALISMO VIROU CIENCIA E DOGMA, O MERCADO ARVOROU-SE EM SENHOR DA TERRA. VEIO INTERNETE E FEZ A DISTOPIA. Veio a pandemia e os lucros exorbitantes dos ricos, milhares morrendo todo dia. Demonstrou-se que a privatização da saúde foi o maior erro da escola de chicago, a escola do egoísmo. europa assistia estarrecida dezenas e dezenas de caminhões de cadáveres por toda Itália. A china demonstrou que capitalismo não é ciência, nem podia alijar grandes massas dos direitos básicos. O sul global explodia em miséria, violência e desemprego aplicando as receitas "cientificas" do Fukuyama...

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