domingo, 18 de julho de 2010

CARLOS TORRES PASTORINO

Recebemos e repassamos, com satisfação:

CARLOS TORRES PASTORINO
Ele foi escritor, poeta, jornalista, historiador, músico, filósofo, poliglota, emérito conhecedor de seis línguas vivas sem falar no seu profundo conhecimento de latim e grego clássico e das abordagens ao hebraico e sânscrito. Tudo isso e mais: ensinava sem impor, partilhando convívio de homem sem rancores, aberto a tudo e a todos, graças a sua vivência evangélica. Na sua biblioteca havia "apenas" quinze mil volumes.
Autor de 28 obras publicadas incluindo-se a "Sabedoria do Evangelho" da qual somente oito volumes foram editados. Traduziu Pietro Ubaldi de quem foi amigo, compôs 31 peças musicais para piano, orquestra, quarteto de cordas e polifonia a três e quatro vozes.
Era um homem simples, modesto, despojado de ilusões. Nasceu no dia 4 de novembro de 1910.
Era carioca e desencarnou em 13 de junho de 1980, em Brasília no Hospital das Forças Armadas.
Com apenas 14 anos bacharelou-se em Geografia, Corografia, Cosmografia e Português no famoso Colégio Pedro II. Em 1929 estava em Roma tocado por vocação religiosa sendo aprovado pelos examinadores pontifícios para diversas Ordens Menores. Em 1931 foi aprovado para a Ordem do Sub Diaconato; finalmente em 1934 recebeu o diploma final "cum laude" dos Cursos de Filosofia e Teologia (PHD) pelo Colégio Internacional Santa Maria Zaccaria. Quando se preparava para promoção a Diácono, decepcionado ante a "recusa" de Pio XII em receber o Mahatma Gandhi com seu habitual traje branco, renunciou ao sacerdócio e mudou seu rumo para sempre...Voltou para o Brasil. Tornou-se jornalista, escritor, critico de arte, professor de Psicologia, Lógica, História da Filosofia, Latim e Grego. Preparou-se, estudou muito e foi aprovado após concurso de títulos e provas com defesa de tese para Cátedra do Colégio Pedro II, foi professor de Latim no Colégio Militar do Rio de Janeiro.
Mais tarde, 1971, o Conselho Federal de Educação aprovou-o como titular de Língua e Literatura Latina, Língua e Literatura Grega (1972) e de Lingüística (1974) para a Universidade Federal de Brasília. Já havia sido aprovado Tradutor Publico de francês, italiano e espanhol.
No dia 31 de março de 1950, Pastorino contava com 39 anos e terminara a leitura de O Livro dos Espíritos, que recebera por empréstimo de um colega seu do Colégio Pedro II. Nessa data, que guardaria com muito carinho, consciente das verdades contidas na magistral obra codificada por Allan Kardec, declarou-se espírita e resolveu aprofundar-se no conhecimento doutrinário. Passou a freqüentar o Centro Espírita Júlio Cesar, no bairro do Grajaú (RJ), o qual foi sua escola inicial de Espiritismo. Revelando tanto interesse pela causa, logo foi convidado a fazer parte da diretoria. Um ano depois, com um grupo de abnegados companheiros, fundava o Grupo Espírita Boa Vontade, posteriormente mudado para Grupo de Estudos Spiritus.
No Grupo de Estudos Spiritus, onde Pastorino exercia a presidência, nasceu o Lar Fabiano de Cristo, que também contou com a sua marcante atuação na presidência. Juntamente com o coronel Jaime Rolenberg de Lima e outros seareiros espíritas, fundou o boletim SEI (Serviço Espírita de Informação), a CAPEMI- Caixa de Pecúlio dos Militares Beneficente, exercendo o cargo de vice-presidente. Fundou e se tornou diretor da Livraria e Editora Sabedoria e da revista com o mesmo nome, prestando através do órgão, relevantes serviços ao Espiritismo, no terreno cultural, preenchendo a ânsia de novos conhecimentos dos adeptos e satisfazendo indagações daqueles que se interessavam pelos trabalhos de pesquisa no campo da fenomenologia mediúnica.
A operosidade do professor Pastorino logo se propalou. Seu nome aureolado de respeito e admiração tornou-se fonte de referência. Sua ação incessante foi levantando bem alto a bandeira do Espiritismo, à medida em que realizava muitas palestras no Rio de Janeiro e em outros Estados brasileiros. Participou ativamente de congressos, seminários espíritas, simpósios, cursos e outros eventos. Foi vice-presidente do 60º Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores, de 1976, em Brasília, e um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas - ABRAJEE - e fez-se também sócio de inúmeras instituições espíritas. Colaborou com a imprensa espírita nacional e do exterior.
A grande aspiração do professor Pastorino era criar uma Universidade Livre, para ensinar sabedoria, sonho que acalentava desde 1952. Em 1973 recebeu, por doação do dr. Miguel Luz, famoso médico paulista, já desencarnado, magnífico terreno numa área suburbana de Brasília, denominada Park Way, onde iniciou as obras da Universidade. Já com algumas dependências construídas, passou a residir no local, para administrá-la, onde chegou a realizar vários cursos. No propósito de propagar os ideais reencarnacionistas, Pastorino, a partir daí, enfrentou a diversidade de opiniões e idéias conflitantes com o seu modo de pensar.
Como homem, como vivência, como exemplo, o professor Carlos Torres Pastorino foi um dos horizontes espirituais que marcaram a Era do Espiritísmo. Na sua vasta bibliografia espiritualista destacam-se: Sabedoria do Evangelho - publicado em fascículos na Revista Sabedoria. A excelente obra Técnicas da Mediunidade é muito apreciada pelos estudiosos da Doutrina Espírita, visto que poucos livros exploram com tanta acuidade a diversidade das manifestações espirituais. Na referida obra, o valoroso seareiro, em linguagem agradável e perspicaz, explica a complexidade da fenomenologia espírita e orienta como os médiuns devem agir diante dos fenômenos, buscando maior discernimento das comunicações.
Minutos da sabedoria - No prefácio da consagrada obra, o professor Pastorino
assím se expressa: "( ... ) A Sabedoria Eterna é patrimônio da humanidade que busca elevar-se moral, intelectual e espiritualmente ( ... ) este é um livro para ser conservado à mão e aberto nos momentos de depressão, a fim de aí buscar um pouco de lenitivo ao espírito perturbado ( ... )".
Entre os vários pensamentos reunidos na obra, o professor Pastorino enfatiza: "(.. ) O Pai habita em todas as coisas criadas chamando todas as criaturas para o caminho da justiça, da virtude, do amor ( ... ) Deus está dentro de você. Saiba descobri-Lo e terá conquistado a felicidade ( ... )".
Homem de ação infatigável, Pastorino, após sua desencarnação, não silenciou, prosseguiu mandando-nos páginas belíssimas do Além; mensagens psicografadas por Carlos A. Baccelli entre outros médiuns conhecidos.
Eis aí, e aqui, Carlos Pastorino, mais vivo que nunca ensinando, pregando, escrevendo: a morte é vida!

Obs.: O Divaldo Franco psicografou um livro da autoria do Prof. Pastorino: "Impermanência e Imortalidade"
Bem, espero que apreciem este grandioso trabalho.
abraços
Claudio

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