Notícia: FEB retira Roustaing do seu estatuto
Um dos maiores calos da História do movimento espírita brasileiro foi operado neste final de semana: a Federação Espírita Brasileira - FEB alterou seu estatuto e dele retirou a indicação — antes referida como obras subsidiária do Espiritismo — da coleção intitulada Os Quatro Evangelhos de Roustaing, publicada pelo jurista Jean Baptiste Roustaing, obra essa que serviu de base para a formação de um movimento chamado Roustainguismo, observada por muitos estudiosos espíritas (dentre os quais se destaca o filósofo José Herculano Pires) francamente em oposição aos ideais fundamentais da Doutrina Espírita.
Para entender mais sobre a questão roustainguista, ver o nosso artigo "Roustainguismo: uma análise espírita mais aprofundada e menos apaixonada".
E em seguida a resenha "Lançamento da Sala de Leitura "J.-B. ROUSTAING DIANTE DO ESPIRITISMO RESPOSTA A SEUS ALUNOS" da União Espírita Francesa".
Segundo nota oficial da FEB (veja aqui), no último sábado (10 de agosto), em reunião extraordinária da Assembleia Geral da entidade, ocorrida na sua sede em Brasília, votou-se a edição do Artigo 1 do estatuto, que passou a ter o seguinte conteúdo:
Art. 1º – A Federação Espírita Brasileira, fundada a 2 janeiro de 1884, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), é uma organização religiosa, cultural, educacional, beneficente e filantrópica, prestadora de assistência social, sem fins lucrativos, e que tem por finalidades:
I – O estudo, a prática e a difusão do Espiritismo, em todos os seus aspectos, com base nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita, e no Evangelho de Jesus Cristo;
II – A vivência da caridade espiritual, moral e material por todos os meios ao seu alcance, dentro dos princípios da Doutrina Espírita;
III – A união solidária das instituições espíritas do Brasil e a unificação do Movimento Espírita brasileiro, bem como o seu relacionamento com o Movimento Espírita internacional.
Parágrafo 1º – Os objetivos e finalidades da Federação fundamentam-se na Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec e nas obras que, seguindo os seus princípios e diretrizes, lhes sejam subsidiárias e com ela guardem concordância.
Parágrafo 2º – Os programas de estudo e divulgação das obras de que trata este artigo serão estabelecidos pelo Conselho Diretor.
A FEB também divulgou a ata da reunião, abaixo reproduzida do site oficial da federativa:
Muitos críticos da FEB têm considerado que a inclusão da obra de Roustaing como subsídio para a Doutrina Espírita o grande empecilho para que a federação atinja o seu maior propósito, conforme as pretensões originais desde sua fundação: unificar o movimento espírita e promover a difusão do Espiritismo. De fato, nunca houve pacificação nos bastidores do movimento, mas muita controvérsia e desunião, prejudicamento sensivelmente os planos da espiritualidade em fazer da Terceira Revelação a ponte de acesso à Nova Era, a terceira fase progressiva do nosso planeta: o Mundo de Regeneração.
Participantes da Assembleia Geral da FEB (foto: Isamel Gobbo no Facebook)
Caída essa cláusula esdrúxula, precisamos ver os desdobramentos práticos, porque, mesmo o calo tendo sido retirado, permanece temporariamente as cicatrizes da operação.
Então, fora do estatuto, ficam as ideias roustainguistas fora da FEB?
Voltaremos a tratar com mais detalhes dessa matéria em breve.
Por enquanto, compartilhe essa notícia.
Não acredito que uma mudança meramente formal tenha tão aprofundado alcance. Talvez se a FEB e Federativas promovessem uma discussão a respeito. Porque a divisão está nas cabeças e corações.
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar desta obra
ResponderExcluirJá era tempo!
ResponderExcluirJá era tempo!
ResponderExcluirJá era tempo!
ResponderExcluirAcredito que tal procedimento deve ter sido mera formalidade, pois a grande maioria, creio eu, ignorava esse "calo". Como o tal "calo" foi gerado dentro da FEB é que merece ser investigado. Afinal se é oposto à Doutrina Espirita, é de se perguntar o que tal clausula estava fazendo na Casa e quem permitiu, com que propósito? Afinal, nossa fé não é cega, mas sim raciocinada. Vamos em frente!
ResponderExcluirSerá que ninguém percebeu Roustang camuflado no final do Inciso I? "I – O estudo, a prática e a difusão do Espiritismo,[...]"e no Evangelho de Jesus Cristo;". Resumindo a tese Roustanista permanece nas entrelinhas. Tudo conversa para boi dormir; tal é a FEB.
ResponderExcluirCreio que existe conceitos errados dentro do movimento espírita sobre a obra dos 4 evangelhos de Roustang. As obras de Roustang e de Pietro Ubaldi não estão em desacordo com a Doutrina Espírita. Acho um erro a tentativa equivocada de caça as bruxas das Obras de Roustang que trata dos Evangelhos. Devo aqui acrescentar que em obras póstumas Allan Kardec reconheceu o trabalho útil de Roustang. As separações dentro da doutrina estão nos corações e no entendimento pouco esclarecido de parte dos colaboradores do movimento espírita, que é muito diferente do que é o Espiritismo como doutrina trazida pelos espíritos esclarecidos.
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