sexta-feira, 3 de março de 2023

"Fantasma e CIA": um filme bobo, mas com lições interessantes


O filme Fantasma e Cia (We Have a Ghost, 2023; direção de Christopher Landon) está entre os destaques da Netflix desta semana e, por se tratar de um tema que de algum modo tem relação com espiritualidade, interessa-nos especialmente para o exercício de imaginação sobre o que as pessoas em geral — que não têm um conhecimento mais aprofundado sobre Espiritismo — irão pensar e talvez absorver em seu subconsciente sobre ideias como "o que é fantasma" e sobre "como as coisas funcionam" em termos de fenômenos mediúnicos, ou seja, o que é e o que não é possível em casos de manifestações de espíritos. Após assistirmos ao longa, nossa avaliação final é a de que o filme é uma aventura de ficção boba, que transita entre os gêneros de soft drama, diversão familiar, comédia e besteirol, mas contendo ingredientes que pode servir de pretexto para uma conversa entre parentes e amigos de certa maneira interessante sobre temáticas espíritas, tal como vamos fazer aqui.




O enredo

Uma família não bem sucedida financeiramente aproveita o preço em conta de uma velha casa e lá tenta recomeçar — mais uma vez — a sua vida comum. Acontece que eles se deparam com a presença de um hóspede inusitado: um fantasma (interpretado por David Harbour). Bem, a ideia desta era apavorar a família e enxotá-la dali para curtir sua triste solidão, mas as coisas não funcionaram assim: o sensível Kevin (Jahi Di'Allo Winston), um dos filhos do casal, vê na "assombração" só mais uma pessoa triste, como ele, e procura descobrir a triste sina que prende a entidade àquela casa. O fantasma se afeiçoa ao garoto e tudo fica de boa até quando o restante da família se dá conta da estranha companhia na casa.

Depois de conseguirem gravar vídeos com manifestações daquela entidade e os publicarem na internet, a família vira celebridade com "Ernest, o fantasma" e empolga principalmente o pai, Frank (Anthony Mackie) e o outro rapaz da casa, o fanfarrão Fulton (Niles Fitch), enquanto a mãe, Melanie (Erica Ash), é mais temerária com as consequências possíveis para os planos do marido, que vê em tudo isso a grande oportunidade para finalmente realizar o sonho de virar a sorte  deles e ganhar dinheiro.

Só que o tal Ernest tem sua própria história e a sequência do drama chega até o envolvimento de agentes especiais do Governo, de quem toda a família acaba virando alvo de perseguição.

Veja o trailer do filme:



Assunto para conversa

O que pode ser interessante para uma roda de conversa familiar ou entre amigos, depois de se vê Fantasma e Cia, é, por exemplo:

1) A individualidade de um fantasma, melhor dizendo, um espírito, com alguém igual a cada um de nós no sentido de que tem uma história de vida, vida essa que continua após a morte. Daí faz bem refletirmos sobre como será a continuação da nossa história quando atravessarmos o túnel da morte, inclusive ajudando a criar em torno de nós uma cultura de desmistificação da morte;

2) Considerando principalmente os excelentes ensinamentos da Doutrina Espírita, sempre é válido trocar ideias sobre o fenômeno mediúnico e as possibilidades de os espíritos atuarem fisicamente em nossa dimensão material, embora o filme em questão exagere na criatividade (o que é compreensível, afinal se trata de uma peça cinematográfica feita para divertir, e não exatamente para instruir);


3) Para nós espíritas, a lição mais oportuna de Fantasma e Cia provavelmente é o caráter muito materialista predominante em nossa sociedade atual, aqui personificada no pai da família protagonista, que demonstra ser pouco escrupuloso e ter muita gana por dinheiro e fama, a despeito do drama pessoal do "fantasma". Isso, sem contar o estilo de vida banal do filho fanfarrão — outro mal bastante perigoso de nosso tempo. Com Kardec, aprendemos que não devemos brincar com os espíritos, tampouco usá-los para fins interesseiros e mesquinhos.


Atenção pais: Fantasma e Cia não é um filme de terror ou suspense clássico, mas tem duas cenas que merecem cuidados especiais: um "susto" que um irmão prega no outro, no começo do filme, quando que a família faz a primeira vistoria na casa; e as peripécias que o fantasma Ernest faz para assustar o médium vidente que visita a família para gravar um programa para o seu canal, momento em o espírito se contorce todo e também transfigura o rosto em feições feiosas.

Enfim, como já dissemos, é um besteirol, mas pode valer o sacrifício de acompanhar a sua turma que queira assistir Fantasma e Cia, desde que ao final caiba então uma boa conversa espírita.

O link para o filme Fantasma e Cia na Netflix é este aqui.

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