terça-feira, 16 de abril de 2024

160 anos "O Evangelho segundo o Espiritismo", por Paulo Neto



Ainda em ritmo de festividade pelos 160 anos do lançamento de O Evangelho segundo o Espiritismo de Allan Kardec, continuamos a nossa série de artigos especiais sob este propósito, envolvendo a participação de grandes divulgadores do Espiritismo no Brasil e no exterior.

O texto de hoje vem da Minas Gerais, da autoria do nosso confrade a amigo Paulo Neto, de Belo Horizonte, grande pesquisador e divulgador do Espiritismo, que vem contribuir conosco com interessantes aspectos históricos da obra, por exemplo, o nome original do livro, nome esse, aliás, que deu o que falar!

Confira abaixo!


Da Imitação ao Evangelho de Jesus
Paulo Neto

Allan Kardec (1804-1869), o insigne Codificador do Espiritismo, no mês de abril de 1864, anuncia aos assinantes da Revista Espírita e ao público em geral que já se encontrava à venda a obra Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo. Pouco tempo depois, esclarece que “Por efeito de reiteradas observações do Sr. Didier [editor gráfico] e de algumas outras pessoas, mudei o título para O Evangelho Segundo o Espiritismo.”

Na data de 9 agosto de 1863 ainda trabalhava na obra, dialogando com um Espírito, que supomos ser Erasto, quando lhe foi dito: “Esse livro de doutrina terá considerável influência, pois que explanas questões capitais, e não só o mundo religioso encontrará nele as máximas que lhe são necessárias, como também a vida prática das nações haurirá dele instruções excelentes. Fizeste bem enfrentando as questões de alta moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos. […].”

Em maio 1864, o Espírito de Verdade, em uma mensagem ocorrida na cidade de Bordeaux, diz “Acaba de aparecer um novo livro; é uma luz mais brilhante que vem clarear a vossa marcha.” Portanto, o objetivo de O Evangelho Segundo o Espiritismo é iluminar o nosso caminho evolutivo, quando nos incentiva a preocupar com as questões morais dos ensinos do Cristo, única forma de atingirmos à condição de Espíritos puros, meta a que todos nós estamos sujeitos.

Na sua Introdução, Allan Kardec deixa bem claro que o teor dessa obra está voltado para a moral pregada por Cristo, deixando de fora as questões controvérsias que frutificam do dogmatismo.

Certa feita, ocorreu-nos de comparar o teor de O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE) com o Sermão da Montanha (SM): a) o ESE contém 28 capítulos, dos quais 20 comentam versículos do SM, e b) O SM, cap. 5, 6 e 7 de Mateus, contém 111 versículos, destes 95 são mencionados no ESE. Assim, em resumo temos que 71% dos capítulos do ESE tratam do SM, e tomando-se como parâmetro os versículos do SM, 86% constam do ESE. Achamos isso fantástico, pois julgamos que toda a moral de Jesus se encontra justamente no Sermão da Montanha.

Se o objetivo principal do Espiritismo é a renovação da Humanidade, então O Evangelho Segundo o Espiritismo é de importância fundamental, razão pela qual devemos estudá-lo a fundo, para que possamos bem compreender o ensino moral do Mestre de Nazaré e assim termos condições de colocá-lo em prática, modo pelo qual faremos com que as “asas de anjo”, que todos nós temos, se resplandeçam.

Paulo Neto

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Lembrando que a obra O Evangelho segundo o Espiritismo de Allan Kardec está disponível livremente disponível para download na nossa Sala de Leitura.


Veja aqui os artigos anteriores da série especial 160 anos do lançamento de O Evangelho segundo o Espiritismo.

Continue conosco e acompanhe os próximos artigos da série.

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