sábado, 18 de fevereiro de 2017

Carnaval, Carnaval... a festa dos delírios


"Ai, ai, ai, ai, ai... Está chegando a hora!..."

Aproxima-se mais uma edição da "festa do delírio", quando são liberadas as fantasias e é permitido o prazer de viver "os prazeres da carne", a pretexto de suportarmos, pelo resto do ano, os desprazeres da "vida real". E como estamos "no país do samba e do carnaval", não temos como escapar da folia, ainda mais numa era de intensa e irreversível interação digital, pelo que o assunto permeia nossa casa, nosso cotidiano, nossa mente. É possível fazer diferente? Será que não temos o direito "humano" de gozar um pouquinho dessa farra toda? Não seria ou "fanatismo" ou "puritanismo" demais da parte dos religiosos se esquivar dessas "coisas naturais"? Afinal, o que é certo e o que é errado em torno do Carnaval?

Bem, quem somos nós para dizermos o que é certo e o que não é! Em todo o caso, a Doutrina Espírita, através da sua literatura clássica e das experiências de respeitáveis confrades, vem nos dar subsídios para nossa reflexão acerca do referido tema, a fim de cada qual construa sua afirmação consciencial.

Na publicação "Carnaval segundo mensagens espíritas", de 3 de março de 2011, encontramos interessantes notas, por exemplo, um trecho da fala do Espírito Emmanuel, pela psicografia por Chico Xavier, nos seguintes termos:
"Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas."É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização."Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer."Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever."Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos."Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho."Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretenciosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas."É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral".
Emmanuel (spírito)

Psicografado por Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939

E que tal um versículo bíblico?
"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”.
Paulo de Tarso, I Coríntios. 6,12.

Em pleno domingo de Carnaval, 6 de março de 2011, fizemos uma chamada para o Programa Transição, da Rede TV, em cuja edição, o médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco dissertaria sobre a visão do Espiritismo em relação aos mitos, folclores e verdades no entorno da grande festa popular.



Na edição número 20 deste programao convidado expôs a origem e evolução da festança. Na edição 127, Divaldo volta e dá mais detalhes sobre os bastidores espirituais e as consequências desta farra.



Os efeitos mais comuns resultados do feriadão de carnaval são o liberalismo sexual, bebedeira, ocorrências de acentuada gravidade, altos índices de acidentes automobilísticos (por ocasião do uso excessivo de bebidas alcoólicas), gravidez indesejada e precoce, de jovens etc.

Em 3 de abril de 2011 também postamos mais um lado triste dessa festança em "O fundo da folia",



Sobre os supostos "lucros", usados como argumentos para fomentar as campanhas das agências de eventos em prol de recursos públicos, vale a pena conferir a opinião de uma famosa jornalista, conforme a publicação que fizemos em 7 de março de 2011 sob o título "Jornalista fala abertamente sobre o Carnaval".

Mas, convém comentar que, também fora do período carnavalesco, no resto do ano, prolifera-se em nossa cultura a libertinagem e o apelo ao gozo banal, cuja prova mais patente é a degeneração da música popular brasileira, pelo que vemos a promiscuidade típica dos bailes funk, agora contaminando outros gêneros, como a música sertaneja e o forró. Nas festas, pancadões e "baladas", das periferias aos centrões das cidades, a praxe é "liberar geral". E some-se a isso a trilha sonora e o embalo das festas caseiras — aniversários, churrasco de fim de ano, Natal, batizados etc.

Tudo isso é para se pensar.

E você? Qual a sua sugestão para este carnaval?

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