"Espiritismo e Filosofia" - Eric Pacheco entrevista Astrid Sayegh
No frontispício da obra inaugural da Doutrina Espírita, Allan Kardec estampou "Filosofia Espiritualista". Portanto, inequivocamente, o Espiritismo é uma escola filosófica, além dos desdobramentos científicos e religiosos correlacionados a àquela característica. Com isso, todo bom espírita, a fim de bem compreender a doutrina que professa, deve ter os mínimos conhecimentos sobre Filosofia e os princípios que caracterizam a Revelação Espírita nesse seu aspecto intrínseco, correto?
A fim de ajudar os interessados nessa compreensão filosófica do Espiritismo, reproduzimos aqui a entrevista do nosso confrade Eric Pacheco (Rio de Janeiro) com Astrid Sayegh (São Paulo), que, além de espírita, tem mestrado, doutorado e pós-doutorado em Filosofia pela USP.
Falando de metafísica, ética, Espiritismo, intuição e outros temas, essa entrevista é uma boa pedida para "quebrar o gelo" naqueles que têm medo de Filosofia.
Segue a janela da entrevista:
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Interessante observar a citação: O espírito é uma criação divina! Ela, a citação, é feita, num sentido de dar ao espírito um caráter divino. Mas a matéria é igualmente criação divina, tendo em conta que todo o Universo é criação divina. O divino, neste caso, filosoficamente, é a causa primária de todas as coisas, de tudo, e, portanto, do Universo. E como a filosofia é criação nossa, o Deus, a causa primária, a que nos referimos é uma criação nossa e que varia entre as culturas e no tempo. A espiritualidade cristã é outra coisa. O cristianismo é uma causa. Causa cuja trabalho e cuja dinâmica é mudar a sociedade, torná-la fraterna. Os cristãos utilizam os recursos espirituais, do corpo espiritual, para transmitirem e disseminarem a causa cristã de fraternidade. Causa que afronta as forças sociais que se beneficiam da exploração do semelhante e por este motivo é perseguida. O cristianismo utiliza todos os recursos espirituais possíveis, não importa que religião. Aqui no Brasil utiliza de forma intensa a umbanda e o candomblé. A ala progressista católica, a exemplo do que podemos ver na obra de Frei Beto, é manifestamente cristã como no seu princípio e é por este motivo que estes padres e monges cristão, genuinamente cristãos são perseguidos. Os espíritas que se dedicam à causa cristã são diferentes dos outros seguidores espiritas. Estes se voltam ao trabalho da causa e utilizam a mediunidade para trazer mensagens que mude a sociedade. A causa não se preocupa com a filosofia, nem com estas discussões, mas, sim, com a mudança social, a transformaçao da sociedade: justiça, fraternidade, tolerância, igualdade de direitos e deveres.
ResponderExcluirPor filosofia eu entendo o que foi discutido por Sartre no seu Livro Questão de Método. Ele distingue o seja um filósofo do que seja um ideólogo. Nós estamos quase sempre confundindo filosofias com ideologias. São diferentes!
ResponderExcluirSem dúvida, é experimental! E isto complica a questão espiritual mediúnica, pois somente através das manifestações mediúnicas é possível termos fatos espirituais, os quais precisam de confrontações e análises para serem comprovados. Por isto, é a mediunidade a única forma de termos acesso real ao mundo espiritual. Outras formas, são, digamos, filosófica, frutos de raciocínio, de deduções, as quais podem ser pessoais.
ResponderExcluirAs luvas de cera obtidas nas sessões de materialização são, a meu ver, até hoje, a prova factual mais forte que os espíritas puderam oferecer.
ResponderExcluirParabéns pela publicação e pela palestra. A palestrante é grande conhecedora da obra espírita de Kardec e nos fornece maravilhosa explicação de muitas questões à luz de seu conhecimento da filosofia. Obrigado Eric, obrigado Astrid. Pena que somente agora, aos 75 anos, eu os tenha conhecido.
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