"Detestar o Espiritismo: Marx contra Kardec", por Carlos Luiz
Recebemos e compartilhamos com todos o artigo seguinte, assinado pelo nosso confrade Carlos Luiz (Fortaleza, Ceará), diretor do Grupo Marcos.
Detestar o Espiritismo: Marx contra Kardec
Karl Marx, conforme documento histórico registrado (MANUSCRITO, 2020), afirma detestar o Espiritismo. Mas, estaria certo Allan Kardec em ter atraído o ódio marxista por alertar a Humanidade dos perigos que ela corria ao adotar suas ideias? Afinal, as denúncias do codificador atraíram o ódio e o desprezo dos revolucionários materialistas.
Primeiro vejamos as duras críticas de Allan Kardec às doutrinas materialistas, inclusive as marxistas e positivistas. Pois, apesar das mentirosas promessas que essas doutrinas sempre fizeram de implantar o paraíso na Terra, são doutrinas geradoras do caos e da desordem social. Essa advertência foi realizada para uma assembleia, em 1862, composta por membros de todas as classes sociais. Para Kardec, marxismo, o positivismo (fundamentado no kantismo) e as outras crenças materialistas embrutecem o ser humano.
“Em suma, a ideia materialista é eminentemente favorável à satisfação de todos os apetites brutais. Na incerteza do futuro, o homem se diz: Gozemos sempre o presente; que me importam os semelhantes? Por que me sacrificar por eles? Dizem que são meus irmãos; mas de que me servem irmãos que não verei mais? que talvez amanhã estejam mortos e eu também? Que seremos, então, uns para com os outros? Nada, se uma vez mortos nada resta de nós. De que serviria impor-me privações? que compensação resultaria para mim, se tudo acaba comigo?[…] O materialismo veio minar toda crença, subverter toda base, toda razão de ser da moral e solapar os próprios fundamentos da sociedade, proclamando o reino do egoísmo. Então os homens sérios se perguntaram para onde um tal estado de coisas nos conduziria; viram um abismo, e eis que o Espiritismo veio preenchê-lo, dizendo ao materialismo: Não irás mais longe, pois aqui estão fatos que provam a falsidade de teus raciocínios. O materialismo ameaçava fazer a sociedade mergulhar em trevas, dizendo aos homens: O presente é tudo, porquanto o futuro não existe. O Espiritismo vem restabelecer a verdade, afirmando: O presente nada é, o futuro é tudo, e o prova.” (KARDEC, 2005, p. 23-24, grifo nosso)
Teria sido falta de caridade prevenir a humanidade dos enganos do kantismo, do positivismo e do marxismo? Não. Na verdade, Kardec teria negado seus valores cristãos se tivesse, por um instante, apoiado ou sido conivente com a doutrina marxista ou suas similares, pois os males por elas causado a Humanidade — previstos por Allan Kardec e Léon Denis — são assombrosos.
Infelizmente, foi necessária uma destruição inimaginável ao longo do século XX para que não restassem dúvidas. Kardec agiu caridosamente ao nos alertar: o marxismo e similares podem levar a sociedade mergulhar em densas trevas e hoje, mais do nunca, as sentimos em nossa volta.
Em uma das pesquisas das mais sérias já realizadas sobre a destruição provocada pelo comunismo no século XX, publicada na obra, Livro Negro do Comunismo, contatamos ainda na introdução, algumas informações que assombrariam até um aprendiz de demônio:
“O comunismo cometeu inúmeros [crimes]: inicialmente, crimes contra o espírito, mas também crimes contra a cultura universal e contra as culturas nacionais. Stalin ordenou a demolição de centenas de igrejas em Moscou; Ceaucescu [ditador comunista romeno que esteve no poder entre 1965 a 1989] destruiu o coração histórico de Bucareste para construir edifícios e traçar perspectivas megalomaníacas; Pol Pot [ditador comunista no Camboja entre 1975 -1979] fez com que fosse desmontada pedra por pedra a Catedral de Phnom Penh e abandonou à selva os templos de Angkor; durante a revolução cultural maoísta [movimento revolucionário entre 1966-1976], tesouros inestimáveis foram quebrados ou queimados pelas Guardas Vermelhas. Entretanto, por mais graves que tenham sido essas destruições, a longo prazo, para as nações envolvidas e para a humanidade inteira, em que medida elas pesam em face do assassinato em massa de pessoas, de homens, de mulheres, de crianças?” (COURTOIS, 1999, p. 7)
Em seguida, o organizador do estudo apresenta os números dos assassinatos cometidos pelos regimes comunistas, acredita-se que eles podem ser ainda maiores:
- URSS, 20 milhões de mortos,- China, 65 milhões de mortos,- Vietnã, 1 milhão de mortos,- Coreia do Norte, 2 milhões de mortos,- Camboja, 2 milhões de mortos,- Leste Europeu, 1 milhão de mortos,- América Latina, 150.000 mortos,- África, 1,7 milhão de mortos,- Afeganistão, 1,5 milhão de mortos,- Movimento comunista internacional e partidos comunistas fora do poder, uma dezena de milhões de mortos.O total se aproxima da faixa dos cem milhões de mortos. (COURTOIS, 1999, p. 7-8)
Tais crimes nos fazem pensar na seriedade do trabalho de Allan Kardec e indagar o quanto ainda precisaremos sofrer para considerar com toda a seriedade os ensinos espíritas. Caso tivéssemos, nós, Humanidade, compreendido o capítulo dois de O Evangelho Segundo o Espiritismo, mais de 100 milhões de mortes, causados propositalmente, por meio da fome, da tortura física e emocional teriam sido evitadas no século XX. Será que entendemos que os princípios espíritas não são meros temas para debates supostamente intelectuais? Existem impactos reais na mensagem do Cristo: "Meu Reino ainda não é deste mundo". Essa é a fórmula anticomunista por excelência.
A vida futura
Para Kardec, diferindo dos que valorizam o “ser feliz agora”, o futuro deve estar entre as principais ocupações do ser humano na Terra. Esse é o ponto central do Cristianismo e do Espiritismo: a continuidade da vida e a justiça de Deus.
Apenas quando definimos nossa realidade atual como uma breve etapa de um processo sem fim, poderemos valorizar a oportunidade da existência para conquistar da verdadeira felicidade — que será no futuro. Amadurecer espiritualmente é avaliar a existência, diariamente, do ponto de vista da vida futura. Sem entender o sentido espiritual da vida, confundiremos os valores do Evangelho e as teses comunistas que, sem sabermos, já dominam parte do movimento espírita e que, possivelmente, continuarão a causar outros tantos milhões de assassinatos, porque, para os seguidores de Karl Marx, como afirma o aplaudido historiador comunista Eric Hobsbawm, em entrevista ao escritor e intelectual canadense Michael Ignatieff, os milhões de assassinatos se justificariam, se o projeto comunista fosse bem sucedido. Uma doutrina que cogita justificar milhões de assassinatos brutais pode ser considerada anticristã e antiespírita.
Segue trecho de entrevista:
Ignatieff: Em 1934, milhões de pessoas estavam morrendo na experiência (comunista) na União Soviética. Se você soubesse disso, na época, teria fez a diferença para você ? Para seu compromisso de ser comunista?Hobsbawm: ... Provavelmente não.Ignatieff: Porquê?Hobsbawm: Porque em um período no qual, como você poderia imaginar, assassinato em massa e sofrimento em massa são absolutamente universal, a chance de um novo mundo nascer em grande sofrimento ainda teria sido que vale a pena apoiar... Os sacrifícios foram enormes; eram excessivos por quase todos os padrões e excessivamente grande. Mas agora estou olhando para trás, o que digo é que a União Soviética não foi o começo da revolução mundial.Ignatieff: O que você em síntese está dizendo é que se um radiante amanhã tivesse sido realmente criado, a perda de quinze, vinte milhões de pessoas seria uma justificativa válida?Hobsbawm: Sim.(EVANS, 2019, p. 590-591. grifo nosso, tradução nossa) [1]
Não nos iludamos, muitos brasileiros conseguem ser marxistas e espíritas e vinculam-se espiritualmente a esses assassinos. Mas, sabemos, conforme ensina o Cristo, é que não é possível servir a dois senhores… A verdade é que em nosso mundo inferior temos uma extraordinária habilidade em trair o Cristo, utilizando as mais “nobres” desculpas. A pergunta que devemos fazer, ensina Kardec, é simples: qual será a consequência para minha futura vida se eu adotar a moral marxista disfarçada da moral do Cristo? Posso adotar a moral marxista ou qualquer variação dela e na vida futura ser considerado discípulo da Verdade? Kardec, após explicar a que a vida futura é o verdadeiro parâmetro, nos apresenta uma referência moral verdadeira e, como você pode imaginar, não é Karl Marx. É alguém que ele chama de Rei.
A realeza de Jesus
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no item "A realeza de Jesus", cita Kardec uma frese do Cristo: "Eu sou Rei, mas meu reino não é deste mundo." O que isso significa? Primeiro Kardec explica: "o mais importante é a vida futura"; depois mostra: "Jesus é o rei da vida futura". A conclusão: é mais inteligente ser servo do Rei da vida futura. Mas, alguns preferem, para parecer inteligentes, servirem os reizinhos da Terra, como Marx e os movimentos sociais que o seguem.
Temos nesse capítulo um mapa mental, ou melhor, o mapa da mina. O querido educador tira o véu e nos faz ver a verdadeira estrutura social e em seu ápice está o Cristo. Isso não é mera teoria especulativa, são dados reais para que orientemos nossa atual existência.
Permita-me um exemplo. Imagine chegar em uma cidade estranha e muito diferente da sua… Pode ser perigoso você agir de uma forma inapropriada, ofender alguém, tentar ajudar e fazer o mal… É indispensável entender como aquela cidade se organiza, o que ali se considera importante, o que é nobre, o que é inadequado, quais são seus reais problemas, quais são os falsos problemas, quem mente, quem é confiável… Assim é nossa situação em um mundo confuso. Alguns dizem querer fazer o bem e geram 100 milhões de assassinatos… Outros defendem a liberdade, mas impõe suas opiniões… Kardec, de forma honesta diz: estes mentem. Os que divulgam o materialismo, o apego as paixões embrutecidas mentem ao dizer que querem melhorar o mundo. Por que Kardec diz isso? Porque ele entendeu a verdadeira organização da sociedade, sua hierarquia e suas leis. Portanto, dizer: Jesus é o verdadeiro rei do mundo, é esclarecer que quem ensina algo diferente, ainda que se disfarce com propostas aparentemente elevadas, é mentiroso. É profeta falso.
Infantilismo materialista
Os materialistas são classificados por Kardec, no item "O Ponto de Vista", no capítulo que estudamos, como seres de mentalidade infantil. Essa é uma verdade maior do que se pode imaginar e, muitas vezes, trata-se de um infantilismo perverso e destrutivo:
“Pela simples dúvida sobre a vida futura, o homem concentra todos os seus pensamentos na vida terrena. Incerto do porvir, dedica-se inteiramente ao presente. Não entrevendo bens mais preciosos que os da terra, ele se porta como a criança que nada vê além dos seus brinquedos e tudo faz para os obter.” (KARDEC, 2003, p. 48)
Como vimos no início, o “tudo faz para obter os bens da terra” inclui mentiras, intrigas, torturas e milhões de assassinatos de homens, mulheres e crianças… Por maior que seja a cultura ou inteligência destes indivíduos, eles agem como seres demoníacos, isto é, revoltados. São manipuladores hipócritas que ora destroem impiedosamente o próximo, ora apresentam-se com vítimas do mundo. Para eles, o que importa é obterem os bens da Terra.
No movimento espírita, as ideais originárias do marxismo e seus disfarces têm ganhado espaço. Muitos incautos não entendem as artimanhas dos lobos disfarçados de cordeiros que “caridosamente” querem corrigir Kardec, torná-lo mais “atual”, alinhado com o comunismo cultural, sempre, motivados pela bondade e pela ternura. Lembremos o dramático depoimento de uma Realeza Terrena.
“Para preparar um lugar nesse reino são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade, a benevolência para com todos. Não se pergunta o que fostes, que posição ocupastes, mas o bem que fizestes, as lágrimas que enxugastes.” (KARDEC, 2003, p. 50-51)
Enxugar lágrimas, é preciso dizer, é totalmente diferente de assassinar milhões de pessoas em nome do bem. Um marxista não pode, por definição, ter benevolência para com todos, pois sua doutrina — semelhante a das seitas religiosas fanáticas — o manda odiar a tudo que o contraria. É necessário odiar a classe burguesa, o ‘preconceituoso”, o machista… A lista é quase infinita e aumenta sempre, enfim, é obrigatório odiar a quase todos. Além disso, há algo mais sutil, muitas vezes ignorado no movimento espírita: a benevolência para com todos.
Aqueles que pregam a construção de um mundo feliz a ser conquistado por meio de métodos desumanos como calúnias, mentiras, desprezo e assassinatos cruéis, ainda que camuflados de bondade, são opositores de Kardec e do Cristo, ainda que se digam espíritas.
Por isso, é importante repetir a advertência de Kardec a todos os seguidores e simpatizantes do marxismo e suas variações: vocês estão proclamando o reino do egoísmo e trabalhando para fazer sociedade mergulhar em trevas. Ainda que ajam disfarçadamente, serão responsabilizados. O Cristo é o verdadeiro rei deste mundo e ele sempre condenou a sensibilidade hipócrita dos saduceus e fariseus, senhores da pureza ritual, que hoje usam o manto do politicamente correto, versão moderna da hipocrisia antiga, para ‘ressignificar’ a verdade e destruir outros tantos milhões de vidas. A maldade, que pode gerar recompensas terrenas, mas nunca é recompensada no Reino.
Carlos Luiz
Bibliografia
COURTOIS, Stéphane e outros. O Livro Negro do Comunismo: crimes, terror e repressão. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. Tradução: Caio Meira.
EVANS, Richard J. Eric Hobsbawm: A Life in History. Nova York: Oxford University Press, 2019.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. São Paulo: Editora LAKE, 2003. Tradução: José Herculano Pires.
KARDEC, Allan. Viagem Espírita em 1862 e Outras Viagens. Brasília: Editora FEB, 2005. Tradução Evandro Noleto Bezerra.
MANUSCRITO de Karl Marx e o que ele pensava do Espiritismo. Luz Espírita, 2020. Disponível em: https://espiritismoemmovimento.blogspot.com/search?q=marx. Acesso em: 5 de junho de 2021.
[1] Ignatieff: In 1934, millions of people are dying in the Soviet experiment. If you had known that, would it have made a difference to you at that time? To your commitment? To being a Communist? Hobsbawm: . . . Probably not. Ignatieff: Why? Hobsbawm: Because in a period in which, as you might imagine, mass murder and mass suffering are absolutely universal, the chance of a new world being born in great suffering would still have been worth backing . . . The sacrifices were enormous; they were excessive by almost any standard and excessively great. But I’m looking back at it now and I’m saying that because it turns out that the Soviet Union was not the beginning of the world revolution. Had it been, I’m not sure. Ignatieff: What that comes down to is saying that had the radiant tomorrow actually been created, the loss of fifteen, twenty million people might have been justified? Hobsbawm: Yes.
O caro amigo diz bem, há apenas disfarce e embuste.
ResponderExcluirDeveria nos causar espanto, a infiltração dessa mentalidade sutil no Movimento Espírita.
Gostei da matéria, recebi por email. Agora, por que sinto um teor político disfarçado nessas matérias? Esta faltando também comentar sobre a mentalidade sutil de espiritas que apoiam e minimizam a tortura da Ditadura.
ResponderExcluirNão é teor disfarçado, mas ignorância e preconceito que envergonha o espiritismo. Sou espírita e discordo completamente do autor e sinto ainda vergonha de ter visto este artigo publicado pelo Luz Espírita, que neste caso se tornou Apagão espírita.
ExcluirO livro foi repudiado por inúmeros pesquisadores sérios, à Direita e à Esquerda do espectro político. Vê-lo aplaudido por espíritas nos leva a refletir se os autores estão estudando o Espiritismo com seriedade ou se apenas por conveniência, visando reafirmar seu compromisso com o conservadorismo que patrocinou, desde as cruzadas, passando pela Inquisição, até as atrocidades da fome que hoje mata milhões de pessoas todos os anos mundo afora.
ResponderExcluirÉ, de fato, meu querido, como você mesmo disse, convido-o, respeitosamente, a estudar de fato o Espiritismo, aliado a uma boa pitada do Evangelho divino, trazido pelo Cristo. Deus o abençoe e esclareça...
ExcluirFaço minhas as palavras de Elias I. Moraes, logo acima.
ResponderExcluirEspanta-me a capacidade de certos espíritas de se ligarem a inverdades, de defenderem falsidades, simplesmente porque as consequências se ajustam às suas expectativas ideológicas.
Em todo caso, já que a palavra que move o rancor do imaginário espirita conservador se encontra em "detestar", que sentido tem essa palavra quando usado num contexto não identificado de uma carta? Detesto lhe dar com pessoas que mentem ou que distorcem os fatos com o intuito de se sobressaírem em situações degradantes e indefensáveis, tais como a de apoiar o genocídio de milhões de pessoas no Brasil com o intuito de crer adentrar em uma era de opulência e felicidade de um mundo de regeneração. Que triste. Um outro ponto da baixeza é procurar contextualizar as experiências do Leste Europeu, com a teoria comunista. O comunismo, segundo Marx, é a decorrência do fracasso capitalista. Ele é inevitável. Mais cedo ou mais tarde. É o próprio capitalismo que, falindo, constituirá o comunismo. Desse modo, para evitar o comunismo o capitalismo vende a alma ao diabo. E, como disse Jesus, não se pode servir a Deus e a Mamom.
ResponderExcluirO comunismo, assim como o cristianismo, são ideais e utopias, são como estrelas a iluminarem os marinheiros em suas rotas. Ambos pregam a solidariedade. E nos dois houveram grupos extremistas que praticaram atrocidades em nome do ideal.
ExcluirArtigo eivado de mentira. Inverdades e ridículos. Comparaçoes tão exdrúxulas e covardes para esconder intençoes que so carregam a ideologia conservadora do autor e do grupo que o representa. Cegueira diantes dos fatos e ignorancia frente a realidade social, politica econômica que assola o pais em nome da ganância e desse genocidio criminoso.
ResponderExcluirCegueira e preconceito. Sou espírita e discordo completamente do autor. Sou médium e conheço o meio espiritual. Deus é o criador do Universo e age através das Leis Naturais. O Deus religioso é invenção nossa, humana, e varia com as culturas e o tempo. O mundo espiritual é feito de pessoas e os ideiais progridem, não ficam no passado como é o pensamento do referido autor, preconceituoso e ignorante. Ele envergonha o espiritismo.
ExcluirO autor Carlos Luiz não estudou História direito. Também não conhece as pessoas que se declaram ateus e que são denominadas de materialistas. A maioria dos ateus são intelectuais de alto nível e pessoas de bem, de grande nível ético. Para a maioria das pessoas cultas Deus é o Criador do Universo e, portanto, age através da Natureza, das Leis Naturais, enquanto o Deus religioso é criaçao nossa, humana, que varia com as culturas e o tempo. Quanto às tantas mortes produzidas por "comunistas" há maiores entre os combates de nações religiosas durante toda a História da Humanidade. Quem invadiu a Russia foi a Alemanha que é religiosa e somente nesta invasão morreram 20 milhões de russos. O materialismo do tempo de Marx nada tem a ver com o materialismo atual, de hoje, o qual evoluiu a ponto de não se saber onde termina a matéria e começa o espírito, tal é a infinitude de partículas e energias que compõem o que chamamos de matéria. É esta ignorância da História e da vida política que torna alguns artigos espíritas absurdos. É lamentável.
ResponderExcluirO artigo anuncia, na realeza de Jesus, que o Reino dele não é deste Mundo. Contudo, no final do texto diz "O Cristo é o verdadeiro rei deste mundo e ele sempre...". Usa este artifício para defender e colocar todos os materialistas no mesmo campo - um erro. Acusa Marx de defender o "aqui e agora" sem se importar com o futuro. Não leu o Manifesto Comunista, penso que também não estudou O Capital. A leitura política que faz do momento atual tentando um viés "evangélico" é truncada, pinça frases ao sabor, em defesa, de seu escondido pensamento "liberal-conservador". O autor deveria tentar responder qual a doutrina político-ideológica que defende a acumulação de riquezas em detrimento do sofrimento e vidas alheias. Aquela que visa o lucro. Além disso, este autor age e pensa como um teólogo da Idade Média defendendo o sofrimento atual em troca de uma "riqueza" num Reino futuro após a morte. Ser Espírita não é simplesmente acreditar em uma vida futura, após a morte. É compreender que existe um passado, uma herança espiritual, encarnada e desencarnada, onde parte de sua evolução foi construída e, que no momento, o Ser precisa sim trabalhar a continuidade de sua evolução. Todavia, com o detalhe que isto só será possível com a presença do "outro" como nos assinala o Livro dos Espíritos" e o próprio Evangelho Segundo o Espiritismo - ver a questão do insulamento. O processo encarnatório se dá no espírito em consonância com os outros espíritos, encarnardos e desencarnados. Não existe progressão, evolução espiritual como a ação individual do espírito, ou seja, não existe uma "partenogênese" na evolução espiritual. Assim, a vida futura deve ser pensada no coletivo dos espíritos, sendo que na vida de encarnado a visão tem que levar à vida coletiva: o social. Quando os espíritos orientam a missão do Homem inteligente na Terra, aponta o trabalho de entrar nas entranhas da Terra para buscar as riquezas e estas servirem para o adiantamento da população terrestre... "Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que quer que a utilizeis para obem de todos;". E continua "A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance". Está lá no Capítulo XVI, aquele de Deus e Manon. Usar apenas o título faz parecer que o autor carece de leitura do capítulo ou de seu real entendimento. O Evangelho, no Espiritismo, é um guia para nossas ações terrestre, mas não existe ação moral sem a condição de "ser social". Não existe "Robson Cruzoé" em nossas vidas, aquele náufrago não surgiu do nada, Ele carregava em si toda uma cultura e esta foi utilizada para sua sobrevivência. Nós não somos náufragos, estamos envolta de milhões e milhões de pessoas e isto nos torna responsável pelo Mal que fazemos e, principalmente, pelo Bem que deixamos de fazer. Nos dias atuais, devemos atualizar o conceito de caridade. Se, lá nos tempo idos, Ele se personificava em comida, roupa, um abrigo temporário. Nos dias de hoje, a Ela se incorporaram outras necessidades: Comida e roupa: tabalho, salário, leis de proteção ao Trabalhador; abrigo: política de habitação que busque contemplar os deserdados/desabrigados; além de arte, saúde, segurança, educação e lazer. A todas estas necessidades as Leis Gerais - Constituição - incluindo Meio Ambiente e proteção às minorias políticas, entre outras necessidades. Lembro aqui que no século 19 teve o período da Restauração, onde monarquistas defendia a manutenção de privilégios em detrimento dos Direitos para todos.
ResponderExcluirAcabo de ler as participações. Elaborarei um texto com o intuito de esclarecer os seguintes tópicos:
ResponderExcluir1. Apresentar relação entre o Espiritismo e o materialismo marxista;
2. A elevada qualidade histórica e acadêmica das fontes citadas;
3. Os conceitos espíritas apresentados erroneamente nas participações;
4. Os objetivos de nosso artigo, pois foram equivocadamente interpretados por alguns.
É importante que nós, os espíritas, em um momento de tanto desequilíbrio emocional, mantenhamos um debate intelectualmente exigente, respeitoso e ético. Por isso, espero contar com a compreensão de todos em relação ao tempo da publicação de meus comentários, pois me obrigo, por respeito intelectual a todos, a pesquisar e meditar sobre os temas antes de apresentá-los, além de citar as fontes que utilizo após analisá-las criteriosamente.
Defendemos a ideia de Kardec, publicada na Revista Espírita de junho de 1865, de que “Geralmente a política é o terreno perigoso ao qual os falsos irmãos procuram trazer os espíritas.” Consequentemente, não participamos de debates político-partidários de qualquer espécie. Nos interessa uma melhor compreensão do Consolador e as análises de Allan Kardec e dos Espíritos superiores sobre o materialismo pelo fato de que eles apontam o materialismo – seja ele marxista, positivista, conservador, progressista, cientificista etc - como fonte primeira do suicídio, da loucura, da degradação emocional e da desordem social. Ainda assim, respeitamos os materialistas como filhos de Deus. Caso tenha ofendido pessoalmente os adeptos ou simpatizantes do materialismo, esclareço não ser esse o objetivo. Respeito o direito à crença materialista.
Nosso diálogo não deve se tornar mera disputa inferior, mas uma devotada busca pela Verdade. Como Kardec, devemos ter o Cristo como modelo e guia e, por isso, saber que de nada vale vencer um debate - ou conquistar o mundo - e perder a alma.
Uma excelente semana a todos!
Parabéns ao autor, ótimo artigo para os homens de boa vontade. Não agride ninguém, não calunia, diz a verdade histórica e atual.
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