20 anos de saudade de Chico Xavier, o Amigo de Jesus


Há exatos 20 anos, portanto, em 30 de junho de 2002, finalizava Chico Xavier a sua grandiosa missão terrena, permitindo a seu Espírito retornar ao plano espiritual para uma nova fase de sua bela trajetória evolutiva. Ficamos com a saudade, mas também com os frutos do maravilhoso pomar que ele plantou, com amor e devoção ao Mestre Jesus e ao Espiritismo, escola da espiritualidade superior na Terra, doutrina para a qual Chico deixa um legado imensurável.

Hoje, com efeito, é um dia jubiloso, e devemos sempre festejar este aniversário, pois aquele querido médium e humanista bem mereceu libertar-se das amarras carnais para de novo esvoejar pelos espaços superiores da infinitude da criação divina, ao lado dos seus amigos espirituais, dentre os quais Jesus, Guia e Modelo para a humanidade terrena. E nossos festejos ganham mais razão quando nos tocamos que, conquanto renascido na espiritualidade, não deixa de permanecer vivo entre nós porque sua obra está viva, muito viva, aliás.

E para celebrarmos essas duas décadas da elevação de Chico Xavier às altas esferas da espiritualidade, desfrutemos deste testemunho, palavras de quem teve a honra de conviver e ser amigo de Chico: a seguir, um texto tocante de nosso confrade Geraldo Lemos Neto, especialmente escrito para esta ocasião.

Geraldo Lemos e Chico Xavier


Chico Xavier, o Amigo de Jesus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que, então, pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros.”
(João, 15:12 a 17)

Há 20 anos Chico Xavier, um espírito de escol, libertou-se dos liames da vida terrestre deixando-nos uma sensação de orfandade e um vazio existencial sem precedentes. Todos tínhamos nos acostumado com sua presença amorosa, inundando-nos de afetos e consolações, esclarecimentos e esperanças. Onde quer que se encontrasse era buscado para alívio das dores, pensando as feridas da alma, instruindo nossa ignorância espiritual e descortinando a mensagem renovada do Cristo, Nosso Divino Mestre. Era como se Jesus estivesse de novo entre nós a falar novamente de paz e união, concórdia e resignação, convidando-nos ao trabalho do bem comum e ao serviço do auto aperfeiçoamento. Chico, como ninguém nos últimos séculos, deu a própria vida em renúncia e amor por seu Divino Amigo, Jesus, dispensando todas as benesses da Terra para guardar no íntimo os verdadeiros dons celestes. Por mais se esforçasse, fazendo questão de se diminuir ou apagar-se, como um qualquer de nós, não conseguiu esconder a própria luz, que refulgiu, gloriosa, como um espelho cristalino, refletindo a Luz Maior de Deus!

Como no discurso de “despedida” de Jesus, “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”, Chico Xavier vivenciou este ensinamento, a dizer-nos sem palavras articuladas: Como vocês me testemunharam o exemplo, façam vocês também! Amar é dar a vida por um amigo e não há melhor amigo de nossos caminhos que não Jesus! O amor do discípulo do Cristo deve estender-se para com o seu irmão de jornada, deve ser tão grande que esteja disposto a doar-se. O amor exige sacrifício de si mesmo, exige entrega, e o Senhor nos convida a ser verdadeiros discípulos dele ao entregar as nossas vidas em suas mãos. Convida-nos a morrer para o ego e a viver para a fraternidade universal, afim de que nos amemos com o mesmo amor que ele nos deixou. O mandamento maior do Mestre dos Mestres para nós todos é este amor e ele só pode subsistir se produzir mais amor, um amor que nos fará ser dignos também de ser amados.

Passados 20 anos do retorno do Apóstolo Consolador à Pátria Maior, podemos atestar-lhe ainda mais um feito extraordinário, a se materializar na face da Terra: a chuva de livros de sua lavra mediúnica não cessou com a sua morte!

Até a data de sua desencarnação, 30 de Junho de 2002, as editoras espíritas haviam publicado 439 livros contendo as mensagens e revelações que suas faculdades mediúnicas haviam canalizado em benefício da humanidade sofredora e aflita, sedenta da água pura da fonte inesgotável da consolação, e faminta do pão divino do conhecimento superior. Psicografias, psicofonias, clarividências, clariaudiências, respostas intuitivas em entrevistas, atendimentos fraternos e obras de caridade foram os veículos que nos trouxeram a mais completa obra em língua portuguesa da história, tanto em quantidade de livros quanto em qualidade de seus conteúdos, capaz de ser classificada em todos os gêneros e subgêneros da literatura.

No dizer de Martins Peralva, “uma obra ciclópica, enciclopédica, destinada a transpor os séculos vindouros!” De sua partida do plano físico em Uberaba até hoje, portanto, a produção de Chico Xavier jamais parou. As editoras espíritas ligadas à responsabilidade da guarda de seus arquivos inéditos, ou à realização de novas compilações de sua obra, já publicaram 98 novos livros, em uma média aproximada de 5 novos livros por ano, quase a mesma de quando Chico estava encarnado. Em 7 de maio último, a Vinha de Luz Editora de Belo Horizonte lançou, na Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo, MG, o seu livro mais recente, Cândida Missão, que se tornou a 537ª obra de Chico Xavier.

Ficamos a meditar na grandeza desse feito. Qual a mensagem que a Espiritualidade Maior nos destina com essa constatação?

Em 17 de Julho de 1987, ao entrevistar Chico Xavier em sua casa de Uberaba (Vide Na Tarefa Cristã, publicada no livro Chico Xavier Mandato de AmorUnião Espírita Mineira, Julho 1992), o querido médium, e amigo, revelou-me que a tarefa para a qual nascera era a de receber pela psicografia 30 livros da Espiritualidade Maior. Atingido o objetivo muito cedo com a publicação do Volta Bocage em 1947, a meta foi dobrada para 60 livros, e alcançada exatamente quando Chico se mudou para Uberaba em 1959 com o surgimento do Evolução em Dois Mundos. Novo objetivo se lhe revelou Emmanuel: 100 livros, também facilmente superado dez anos depois em 1969 com o Poeta Redivivos. A partir daí sua vida e seu corpo foram desapropriados em favor da continuidade da expansão do Consolador na Terra, através dos livros de sua lavra mediúnica. Ao desencarnar Chico nos deixou o Amor e Verdade em 2002, e 20 anos depois estamos diante de sua Cândida Missão, em continuidade vigorosa. Não mais a multiplicação de pães e peixes a saciar a fome da multidão, mas a multiplicação dos livros da Doutrina dos Espíritos, materializando o Consolador Prometido pelo Cristo para que muitas outras coisas que Jesus fez sejam escritas, informando-nos ainda que nem o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem sobre ele!

A tarefa continuou e continuará ainda por muito tempo, até que nós todos compreendamos a Revelação da Verdade que ela encerra, ressuscitando Jesus, o Divino Mestre, do mundo dos mortos, de novo, para o coração do povo sobrecarregado e aflito, socorrendo-nos e consolando-nos em nossas dores, mas sobretudo, esclarecendo-nos e instruindo-nos nas Verdades imorredouras das Leis Divinas.

Geraldo Lemos Neto
Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo
30 de Junho de 2022

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Reveja aqui as edições da série de postagens especiais Chico Xavier: 20 anos de Saudade que temos publicamos desde o começo deste ano:
Mas não acabou!

Continuaremos ao longo do ano com nossa série de postagens especiais 20 anos de Saudade trazendo mais e mais histórias e eventos especiais envolvendo nosso irmão inesquecível Chico Xavier.

E sem nada podermos dizer de melhor, simplesmente dizemos Obrigado, Chico!

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